Níveis de flexibilidade de mulheres jovens sedentárias iniciantes em atividades físicas Niveles de flexibilidad de mujeres jóvenes sedentarias que se inician en las actividades físicas |
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Graduado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Pós-graduado Lato Sensu em Fisiologia do Exercício Pela Universidade Gama Filho (UGF) |
James Fernandes de Medeiros (Brasil) |
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Resumo A flexibilidade é um componente da aptidão física relacionado à saúde, cuja prática regular de exercícios de alongamentos é capaz de aprimorá-la. O objetivo deste estudo é realizar uma análise dos níveis de flexibilidade de mulheres sedentárias iniciantes em programa de condicionamento físico em academia. A metodologia do estudo caracteriza-se como descritivo/analítico de delineamento transversal cuja amostra analisada foi constituída de vinte e duas mulheres sedentárias com faixa etária entre 20 e 28 anos. A aferição utilizou-se do banco cujas dimensões contemplam os critérios técnicos do Teste sentar-e-alcançar Wells e Dillon (1952). Os resultados revelam que a flexibilidade média de 20 cm ± 8,9. Por meio dos dados coletados pode-se constatar que, apesar do estado de sedentarismo das mulheres, houve elevado nível de flexibilidade classificado como excelente. No entanto, a maioria delas apresenta flexibilidade de nível inferior ao padrão. Desta forma, sugere-se que todas elas devam praticar exercícios de alongamento na maioria dos dias da semana. Unitermos: Sedentarismo. Flexibilidade. Atividade física. Saúde.
Resumen La flexibilidad es un componente de la aptitud física relacionada con la salud. Puede ser mejorada con la práctica regular de ejercicios de estiramiento. El objetivo de este estudio es analizar los niveles de flexibilidad en el programa de salud física para mujeres sedentarias que se inician en un gimnasio. La metodología se caracteriza por un diseño transversal descriptivo y analítico. La muestra analizada se compone de veintidós mujeres sedentarias de entre 20 y 28 años. Para la toma de medidas, se utilizó el banco cuyas dimensiones abarcan los criterios técnicos del test de sentar y alcanzar de Wells y Dillon (1952). Los resultados muestran que la flexibilidad media es de 20 ± 8,9 cm. A través de los datos recogidos se desprende que, a pesar de la situación de las mujeres sedentarias, hubo un alto nivel de flexibilidad, clasificado como excelentes. Sin embargo, la mayoría de tiene un nivel de flexibilidad por debajo del estándar. Por lo tanto, se sugiere que todos deben practicar ejercicios de estiramiento en la mayoría de los días de la semana. Palabras clave: Sedentarismo. Flexibilidad. Actividad física. Salud.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O Sedentarismo é visto contemporaneamente como um problema mundial de saúde (BLAIR et al., 1996; PATE, 1995). De acordo com SILVEIRA JÚNIOR (2001), desde 1996, a American Hean Foundation passou a considerá-lo como um dos quatro principais fatores de risco inerentes ao surgimento de aterosclerose e doença isquêmica coronariana, esta que é a mais importante causa de morte na vida adulta.
A inatividade física constitui um relevante fator de risco. É relacionado à ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico (MYERS, 2003). No Brasil, estima-se que a prevalência do sedentarismo seja aproximadamente 56% entre as mulheres e 37% entre os homens, referente a população urbana brasileira (FUCHS et al., 1993).
A atividade física é apresenta como sendo qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, a qual resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso. A aptidão física é definida como a capacidade de realizar as atividades físicas, independentes de características inatas ou adquiridas pelo indivíduo (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985).
Os cinco componentes da aptidão física relacionada à saúde: força muscular, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, composição corporal e flexibilidade (ROBERGS; ROBERTS, 2002). Para FLECK; KRAEMER (2006), o aumento crônico do nível de flexibilidade é uma importante valência física que deve ser inserida no contexto do programa de condicionamento físico, especialmente em atividades que carecem da magnitude das capacidades de movimento, capaz alterar o funcionamento normal ou diante das realizações esportivas.
Desta forma, é crescente a busca da população – tanto homens quanto mulheres - pela prática de atividades físicas ou esportivas. Essa busca é crescente, sobretudo pelo sexo feminino – interesse pela prática de atividades físicas entre as mulheres é notória. Diante deste contexto, o objetivo deste estudo é realizar uma análise dos níveis de flexibilidade de mulheres jovens prestes a iniciarem um programa de condicionamento físico em academia de atividades físicas na cidade de Natal/RN.
Metodologia
Estudo descritivo/analítico de delineamento transversal, de dados experimentais no qual foram analisadas vinte e duas mulheres adultas jovens na faixa etária entre 20 e 28 anos. Em estado de sedentarismo a pelo menos três meses e sem histórico pessoal prévio de doenças. Candidatas a iniciarem a prática regular de exercícios físicos em academia de ginástica. Após ter tomado conhecimento da pesquisa, manifestaram interesse em participar do referido estudo. Para tanto, necessitou preencher alguns critérios previamente estabelecidos em anamnese, a saber: ser do sexo feminino, estar prestes a iniciar um programa de exercícios físicos em academia, não possuir nenhuma necessidade especial que possa interferir no resultado do teste, assinar o termo de compromisso livre e esclarecido e apresentar-se em estado de sedentarismo a pelo menos três meses.
Amostra
A amostra analisada foi constituída de vinte e duas mulheres adultas jovens com faixa etária entre 20 e 28 anos. Em estado de sedentarismo a pelo menos três meses e sem histórico pessoal prévia de doenças, e prestes a engajarem num programa de exercícios físicos em academia.
Procedimentos
Os dados apresentados neste estudo foram coletados na sala de avaliação física de uma academia de Natal/RN. Inicialmente, todas as vinte e duas mulheres foram submetidas a uma avaliação física previamente agendada. Para aferir o nível de flexibilidade das mulheres, foi utilizado um banco de madeira cujas dimensões contemplam os critérios técnicos do Teste sentar-e-alcançar Wells e Dillon (1952). Utilizou-se um banco de madeira, seguindo os critérios técnicos deste teste para eferir o nível de flexibilidade. O avaliado realiza o teste na posição sentada com os membros inferiores completamente estendidos e apóia todo na parte inferior dos pés no banco. Após instrução do avaliador, o avaliado realiza três tentativas deslizando as mãos uma sobre a outra, no máximo alcance que poder flexionar o tronco para frente. O avaliador registra as três tentativas, e considera a melhorar dentre três tentativas. O nível de flexibilidade define-se como sendo o maior valor de flexibilidade alcançada das três tentativas executadas pelo avaliado (MARTINS; GIONNICHI, 1998; FERNANDES FILHO, 2003; TRITSCKLER, 2003).
Para obter os dados deste estudo, utilizou-se o quadro referencial para o Teste de sentar e alcançar de Wells e Dillon conforme o quadro 1.
Quadro 1. Classificação dos níveis de flexibilidade de mulheres jovens
Fonte: Pollock, Wilmore e Fox, (1986).
Resultados e discussão
Tabela 1. Dados descritivos quanto à idade das vinte e duas mulheres sedentárias prestes a iniciarem sua prática de atividades físicas em academia, os níveis
de flexibilidade e respectivas classificações. Adotou-se como parâmetro de classificação a tabela de flexibilidade proposta para o Protocolo do Banco de Wells.
Gráfico 1. O gráfico abaixo representa os níveis de flexibilidade de vinte e duas mulheres prestes a engajarem num programa de condicionamento físico em academia
O resultado do gráfico acima revela o percentual dos níveis de flexibilidade frente a sua classificação de vinte e duas mulheres prestes a engajarem num programa de condicionamento físico em academia, sendo: fraco (n=3) 13,6%, regular (n=4) 18,2%, médio (n=4) 18,2%, bom (n=4) 18,2% e excelente (n=7) 31,8%. Os resultados revelam ainda que a flexibilidade aponta uma média de 20 cm ± 8,9. Acredita-se que a maioria das mulheres como nível de flexibilidade fraco e regular, deve-se à carência de atividade de alongamentos na rotina de atividade física diária de cada uma delas. Os exercícios de alongamento são eficientes para melhorar o nível de flexibilidade de mulheres como também de homens. Estes são exercícios capazes de melhorar a aptidão física relacionada à saúde os quais podem ser realizados todos os dias da semana, sem nenhuma contra-indicação.
A flexibilidade é a capacidade de mover as articulações numa total amplitude de movimento é importante em muitos esportes. A perda da flexibilidade pode acarretar uma redução da eficiência do movimento e aumentar as chances de lesão em alguns esportes. Por esta razão, muitos treinadores e técnicos recomendam exercícios regulares de alongamento para aumentar a flexibilidade e, consequentemente, reduzir as chances de lesão, talvez certamente melhorando a eficiência do movimento (POWERS; HOWLEY, 2000).
Para GLANER (2003), o nível de flexibilidade faz referência à amplitude de locomoção de uma articulação, particularmente, reflete na inter-relação entre músculos, ligamentos, tendões, pele e articulações. A medicina do esporte recomenda a prática de exercícios de alongamento, pois as experiências clínicas demonstram benefícios para a prevenção de lesões e no tratamento de lombalgias. Bons níveis de flexibilidade estão relacionados com melhor desempenho nas atividades esportivas, diminuição da tensão e do estresse, melhoria na postura, aparência pessoal e autoestima.
Consoante FLECK; KRAEMER (2006), os exercícios de alongamento são componentes integrantes de um programa de condicionamento físico global, a fim de aprimorar a aptidão física relacionada à saúde. Além disso, o aumento crônico na flexibilidade é importante da aptidão física e devem ser inseridos no programa de exercícios, especialmente quando a magnitude das capacidades de movimento impede o funcionamento normal ou realização de esportes.
Conforme PATE et al. (1995), a flexibilidade e a força/resistência muscular são as mais importantes aptidões físicas inerentes à saúde. Essas capacidades físicas são os componentes moduladores do sistema músculo-esquelético. Para MORROW et al. (1995), essas valências físicas têm sido estabelecidas como relação de uma boa saúde.
Segundo os achados de FERREIRA; LEDESMA (2008), no qual foi realizado o teste de flexibilidade sentar-alcançar realizado no Banco de Wells, aplicado a escolares do sexo feminino de faixa etária de 11 anos, da rede privada de ensino. Como resultados apontam níveis de flexibilidade em média de 25 cm ± 5,08. Comparando este estudo com o nosso, pode-se constatar que em apenas uma década de diferença entre as amostras são capazes de apresentar uma diminuição do nível de flexibilidade de 25 cm para 20 cm na média dos grupos.
É observado que apenas uma década de diferença – neste caso – indica uma regressão no nível de flexibilidade entre as meninas na faixa e 11 anos e entre as mulheres na média de 23 anos. Pode-se certamente afirmar que a ação do sedentarismo, aliado ao avanço da idade cronológica tende a provocar diminuição da flexibilidade.
Consoante PEREIRA; GRAUP (2007), investigando um grupo de calouros estudantes de educação física. Este estudo envolveu 15 mulheres universitárias submetidas a uma bateria de testes, dentre eles, o Teste sentar e alcançar cuja idade da amostra variou entre 17 e 28 anos e a média de idade aponta 20,53 ± 2,97. No teste de flexibilidade elas apresentaram valores de 35,74 ± 8,2. Sendo assim, níveis superiores aos das mulheres sedentárias iniciantes em academias.
A flexibilidade é uma qualidade física integrante da aptidão física para a saúde e para o autorendimento. Importante tanto para o atleta como para o sedentário (WERLANG, 1997). A melhora da flexibilidade é atingida com o treinamento regular de exercícios de alongamento, que consistem em favorecer toda a amplitude de movimento de uma articulação, dita normal, atuando sobre a elasticidade muscular, principalmente. Quando a amplitude excede o normal, o estímulo atua não só sobre a elasticidade muscular como também na mobilidade articular (MARCHAND, 1992).
Considerações finais
A flexibilidade é uma aptidão física relacionada à saúde que deve ser incluída nos programas de condicionamento físico nas academias de atividades físicas. É através dos exercícios de alongamento que se pode manter ou melhorar o nível de flexibilidade, a fim de que este favoreça as atividades desempenhadas do cotidiano.
Por meio dos dados coletados pode-se constatar que, apesar do estado de sedentarismo das mulheres, houve elevado nível de flexibilidade classificado como excelente. No entanto, a maioria delas apresenta flexibilidade de nível inferior ao padrão. Desta forma, sugere-se que elas devam praticar exercícios de alongamento, incluindo-os no programa de condicionamento físico que seja realizado na maioria dos dias da semana.
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