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Análise comparativa dos elementos 

técnicos do passe e amortecimento no futebol

Análisis comparativo de los elementos técnicos del pase y la recepción en el fútbol

 

*Licenciado em Educação Física

Prefeitura municipal de Coronel Martins (SC)

**Licenciado em Educação Física (UFSM)

Mestre em Educação Física (UFSC). Doutorando em Educação Física (UFSC)

Professor do Curso de Educação Física

da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Unoesc Campus de Xanxerê, SC

Gilberto Pereira Martins*

Michel Angillo Saad**

michel.saad@unoesc.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste foi o de verificar o desempenho na execução dos elementos técnicos do passe e do domínio entre um grupo de crianças treinadas e um grupo de não treinadas. Os participantes deste estudo foram 25 meninos selecionados de forma intencional não aleatória, denominados de não treinados e 25 meninos que realizam atividades de futebol do projeto Esporte para Todos, denominados de treinados, todos com 12 e 13 anos de idade. Como resultados, os dados revelaram que o grupo dos não treinados apresentou fraco desempenho (72,0%) no teste de amortecimento lateral da bola com a parte interna do pé, enquanto que os treinados apresentaram melhor desempenho (64,0%) (p=0,011). Nos testes que busca avaliar o amortecimento da bola com o dorso total do pé e o Passe rasteiro com o deslocamento e mudança de direção evidenciaram resultados iguais. Em ambos os testes observaram-se que o grupo dos treinados (76,0%) apresenta melhor desempenho que o grupo não treinado (64,0%) (p=0,004). Em relação ao teste que verifica o Passe rasteiro em linha reta e em espaços variados, constatou-se que os não treinados demonstraram maior índice de fraco (72,0%), enquanto que os treinados apresentaram-se com maior índice positivo (72,0%) (p=0,002). Conclui-se que o grupo dos treinados apresentou melhores índices de bom desempenho nos testes, enquanto que os não treinados demonstraram os menores índices nos testes. O que evidência que a variável treino interfere na habilidade motora pesquisada através dos testes específicos realizados.

          Unitermos: Futebol. Elementos técnicos. Crianças.

 

Abstract

          The aims at of was the performance in the execution of the technical elements of the pass and of the power between a group when of they were trained and a group of done not trained. The study participants were 25 boys selected intentionally nonrandom, called untrained and 25 boys who carry out activities soccer Sport for All project, called trained, all with 12 and 13 years of age. As results, the data revealed that the group of not trained presented weak performance (72,0 %) in the test of side deadening it gives ball with the internal part of the foot, whereas they when they were trained presented better performance (64,0) (p=0,011). In the tests for that it looks to value the deadening it gives ball with the total back of the foot and the “creeping pass with the dislocation and change of direction” they showed equal results up. In both tests it were noticed that the group of the trained ones (76,0 %) presents better performance than the group not trained (64,0 %) (p=0,004). Regarding the test that checks the “creeping pass in straight line and in varied spaces”, it was noticed that not trained they were demonstrated by bigger rate of weak one (72,0 %), whereas trained they presented - if with bigger positive rate (72,0 %) (p=0,002). Regarding the test that checks the “creeping pass in straight line and in varied spaces”, it was noticed that not trained they were demonstrated by bigger rate of weak one (72,0 %), whereas trained they presented - if with bigger positive rate (72,0 %) (p=0,002). I ended that the group of the trained subjects presented better rates of good performance in the tests, whereas not trained the least rates demonstrated in the tests. What evidence that variable training interferes in the motor skill investigated through the specific fulfilled tests.

          Keywords: Soccer. Technical Elements. Children.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O futebol é um esporte organizado em conjunto particular de movimentos que, pela manipulação de uma bola com segmentos corporais, excetuando os membros superiores, expressa as idéias e os sentimentos de indivíduos e de uma maneira mais global, cultural (FREIRE, 2003).

    Conforme Viana e Pinto (1991), Borsari (1989), Frisselli (1999), Melo (2002), Rezer (2003) e Torrelles (2003), os elementos técnicos mais empregados no jogo de futebol são a condução, o passe, o domínio ou abafamento, o drible, o chute e o cabeceio.

    Para Melo (2001), por ser o futebol um esporte coletivo, existe a necessidade de combinações de passes para se atingir um objetivo, e para que isso seja possível é necessária uma cooperação entre todos os elementos da equipe.

    Desta forma Frisselli (1999) define passe como a movimentação de bola entre companheiros da mesma equipe, objetivando chegar à meta adversária ou manter durante o maior tempo possível a posse de bola. Classifica-se como passe curto, passe longo, passe rasteiro, passe alto, passe com a parte interna dos pés, passe com a parte externa dos pés e com o dorso dos pés.

    Não menos importante, o domínio ou amortecimento se caracteriza segundo Reis (2004) como um fundamento imprescindível, se denomina como o primeiro contato com a bola, realizado através de uma das estruturas corporais permitidas pelas regras. A partir deste primeiro contato, onde ocorre a recepção.

    Segundo Daolio (2002), define-se como treinamento técnico a aprendizagem, aperfeiçoamento ou desenvolvimento de um fundamento do futebol. Na estruturação do treinamento técnico, algumas variáveis devem ser consideradas: a estrutura temporal, ou seja, quando se realiza o ensino da técnica, a freqüência, como se apresentam os exercícios, e a precisão (GRECO, 1988).

    O objetivo da técnica é melhorar o resultado, permitindo uma ação mais econômica e efetiva dos movimentos (FILIN, 1996). Para tal, segundo o autor, inicia-se com o método verbal, que consiste na explicação e demonstração dos exercícios. A seguir, através do desmembramento do exercício, deve-se evidenciar a execução prática através dos meios técnicos de ensino. Nesse entendimento, a técnica é meramente uma etapa da preparação, sendo uma das formas de obter rendimento. A descontextualizarão, característica da tendência tecnicista, poderia dificultar o entendimento da modalidade esportiva.

    A utilização de abordagens tradicionais para o ensino da técnica é bastante comum, tanto nos treinamentos quanto na realidade educacional. Durante os estágios iniciais do processo ensino-aprendizagem, a atividade motora dos alunos é bastante imprecisa, possuindo muitas vezes a aparência rígida. Talvez a necessidade do professor em transformar esses movimentos rapidamente numa ação motora mais eficiente, justifique a opção pela reprodução de movimentos considerados perfeitos numa análise biomecânica. Dessa forma, deve-se considerar que o ensino da técnica através do método parcial poderia de fato obter resultados consideráveis. Para Weineck (1999), o método de ensino parcial é utilizado na execução de movimentos complexos, sendo treinados em partes, que serão articuladas quando forem dominadas.

    Segundo Garganta (2002), nessa abordagem onde o gesto técnico é privilegiado, a abordagem do jogo é retardada até que as habilidades alcancem o rendimento desejado. Outras desvantagens, segundo Gama Filho (2001), é que não ocorrem os processos de tomada de decisão, pois o aluno possui conhecimento antecipado do movimento a ser realizado. Além disso, os exercícios repetitivos não estimulam a motivação dos participantes. Por outro lado, o mecanismo de execução é altamente evidenciado, possibilitando o domínio do movimento.

    A realização deste trabalho justifica-se essencialmente pela necessidade de estudos relacionados a eficácia e a eficiência do processo de ensino-aprendizagem-treinamento dos elementos técnicos do futebol nas escolinhas esportivas.

    Justifica-se também, pela relevância que os elementos técnicos do passe e do domínio têm durante uma partida de futebol, contribuindo para que o processo de ensino-aprendizagem-treinamento tenha subsídios importantes quando na realização dos treinamentos técnicos.

    A importância do aspecto técnico no futebol esta cada vez mais visível na modalidade, cabe destacar que tal importância, sem a metodologia de ensino adequada e uma estruturação com o mínimo de planejamento das atividades ministradas traz um desconto relativo no desenvolvimento dos alunos.

    Além disso, os mais expressivos resultados internacionais, tanto confirmam a grande evolução e popularidade do futebol quanto determinam a necessidade de desenvolver novos métodos e formas de treinamento para manter o nível internacional alcançado.

    Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o desempenho na execução dos elementos técnicos do passe e do amortecimento entre um grupo de crianças treinadas e um grupo de não treinadas.

2.     Metodologia

    Este estudo descritivo-exploratório de corte transversal, foi composto por 25 meninos matriculados na rede municipal e estadual selecionados de forma intencional não aleatória, denominados de não praticantes e 25 meninos matriculados na rede municipal e estadual que realizam atividades de futebol do projeto Esporte para Todos, denominados de praticantes. As atividades de futebol do projeto Esporte para Todos acontecem 3 vezes por semana com duração de 90 minutos cada sessão.

    Na coleta de dados foram aplicados os seguintes testes:

    A coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador no período de março a junho de 2007, no local onde eram realizadas as sessões de treinamento de futebol do projeto Esporte para Todos.

    Em relação à estatística, foi realizado o teste Qui-quadrado no pacote estatístico SPSS, versão 11,0, com um nível de significância de 5%.

3.     Apresentação dos resultados

    Ao interpretar os dados utilizou-se do número de participantes e da freqüência em cada conceito apresentado.

    As tabelas 1, 2, 3 e 4 apresentam o conceito atribuído ao desempenho dos praticantes e não praticantes, respectivamente, em relação aos testes empregados. Na tabela 5, apresenta-se um cruzamento entre treino e desempenho nos testes motores, bem como a analise estatística dos dados.

Tabela 1. Classificação do Grupo de Praticantes e do Grupo de Não praticantes no teste de amortecimento lateral da bola com a parte interna do pé

    Ao compararmos a classificação dos praticantes com os não praticantes, observa-se na tabela 3, bem como o desempenho de ambos no teste de amortecimento lateral da bola com a parte interna do pé, que a maioria dos alunos (54%) obteve a classificação de “regular” (32%) e “fraco” (22%). Observa-se ainda na tabela 1, que do total de 25 alunos praticantes obteve um índice de 52% de regular e bom, enquanto que no grupo de não praticantes foi de 72%, caracterizada uma grande diferença devido a sua postura com uma maior concentração na execução das tarefas.

Tabela 2. Classificação do Grupo de Praticantes e do Grupo de Não praticantes no teste de amortecimento da bola com o dorso total do pé

    Identificou-se na tabela 2, que o grupo de praticantes atingiu um percentual de 40% no índice bom, enquanto o grupo de não praticantes obteve 24% neste mesmo índice. Cabe destacar que 76% dos praticantes ficaram acima do índice bom (40%= bom, 16%= muito bom, 20%= excelente) e no grupo dos não praticantes somente 36% ficaram acima do índice bom (24%= bom, 8%= muito bom, 4%= excelente).

Tabela 3. Classificação do Grupo de Praticantes e do Grupo de Não praticantes no teste de Passe rasteiro com deslocamento e mudança de direção

    Na tabela 3, observou-se que o grupo dos praticantes obteve 40% no quesito bom, enquanto que o grupo dos não praticantes 40%, só que no quesito fraco, constatou-se que o atleta depende neste teste de uma maior precisão, empenho, concentração e vontade, fator predominante na realização do teste.

Tabela 4. Classificação do Grupo de Praticantes e do Grupo de Não praticantes no teste de Passe rasteiro em linha reta e em espaços variados

    A tabela 4 apresenta que 36% do grupo dos praticantes obtiveram um índice muito bom, enquanto que no grupo dos não praticantes 48% obteve índice fraco.

Tabela 5. Cruzamento entre treino e desempenho nos testes motores

    Os dados revelaram em todos os cruzamentos das variáveis entre testes motores com os grupos treinados e não treinados foi constatado diferenças significativas. Sendo que o grupo dos não treinados demonstrou maior fraco desempenho (72,0%) no teste “Amortecimento lateral da bola com a parte interna do pé”, enquanto que os treinados apresentaram melhor desempenho motor (64,0%) (p=0,011).

    Nos testes que busca avaliar o “Amortecimento da bola com o dorso total do pé” e o “Passe rasteiro com o deslocamento e mudança de direção” evidenciaram resultados iguais. Em ambos os testes observaram-se que o grupo dos treinados (76,0%) apresentam melhor desempenho motor que o grupo não treinado (64,0%) (p=0,004).

    Em relação ao teste motor que verifica o “Passe rasteiro em linha reta e em espaços variados”, constatou-se que os não treinados demonstraram maior índice fraco (72,0%), enquanto que os treinados apresentaram-se com maior índice positivo habilidades motoras (72,0%) (p=0,002).

4.     Conclusão

    A partir do objetivo deste estudo, verificou-se que o grupo treinado, apresenta uma maior facilidade na execução das tarefas em relação ao grupo não treinado. Tratando-se da execução o grupo treinado apresentou em todos os testes uma maior concentração, precisão, empenho e principalmente a vontade, fator predominante para a realização dos trabalhos.

    Levando em consideração que o treinamento facilita a execução das tarefas, através da observação percebeu-se um percentual de acertos bem maior do grupo treinado para o grupo não treinado, podendo-se concluir que o treinamento sim traz resultados satisfatórios e são de muita importância para a preparação na formação de um atleta de futebol de campo.

    De modo geral pode-se afirmar que o grupo sujeito dos treinados apresentou melhores índices de bom desempenho nos testes motores, enquanto que os não treinados demonstraram os menores índices nos testes motores. O que evidência que a variável treino interfere na habilidade motora pesquisada através dos testes motores específicos realizados.

Referências

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