A importância da prática da natação para bebês La importancia de la práctica de la natación para bebés |
|||
*Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) Especialista em Educação Física com ênfase em Natação para Bebês (FACIMAB) Professora de natação Infantil da Academia Pelé Club **Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) Especialista em Fisiologia do Exercício (FIBRA) Especialista em Educação Física com ênfase em Obesidade (FACIMAB) Coordenador de Educação Física do Colégio Ipiranga |
Paloma Aguiar Ferreira da Silva Raiol* Rodolfo de Azevedo Raiol** (Brasil) |
|
|
Resumo As atividades aquáticas para bebês têm sido uma das práticas que mais cresceu na atualidade. Uma vez que apresenta inúmeros benefícios a saúde dessa população, como: melhora a coordenação motora, proporcionando noções de espaço e tempo, prepara a criança psicológica e neurologicamente para o auto-salvamento, aumenta o condicionamento cardiorrespiratório, estimula o apetite e tranqüilizar o sono, além de proporcionar a potencialização do desenvolvimento motor dos bebês. Dessa forma, o presente estudo, feito através de uma revisão de literatura, teve como objetivo observar as melhorias dessa prática, levando em consideração o início dessa atividade, a faixa etária, as técnicas de pegas, a presença dos pais, as correntes pedagógicas e análise psicomotora da criança. Foi possível constatar, uma influência positiva das atividades aquáticas, sobre o desenvolvimento psicomotor do bebê e do fortalecimento emocional dessa criança quando em contato com outras crianças e do estreitamento dos vínculos emocionais com seus pais. Unitermos: Atividades aquáticas. Desenvolvimento motor. Efeitos educativos.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Originalmente a natação foi propagada com o objetivo de atender as necessidades de sobrevivência do homem, onde o mesmo teve seu interesse aguçado em virtude de satisfazer suas necessidades básicas, que iam desde fugir dos inimigos através de rios e lagos, como alimentar-se (LIMA, 2003). Na época da Grécia antiga, os romanos utilizavam a natação como de treinamento de seus soldados (PERINAZZO, 2000), já os índios no Brasil utilizavam como meio de transporte, lazer e assepsia (ARAÚJO JR, 1993).
Com o passar dos anos, observou-se que a natação foi tomando outros rumos, sendo atualmente praticada por motivos que vão desde o lazer até a prática esportiva, uma vez que a mesma é praticada tanto para aptidão física quanto para o lazer, por isso, é recomendada, visto proporcionar inúmeros benefícios a seus praticantes, que vão desde: melhora da coordenação motora, aumento do equilíbrio, condicionamento cardiorrespiratório, desenvolvimento da lateralidade, aumento da flexibilidade e do nível de força (EVANS, 2009, ARROYO; OLIVEIRA, 2007). Com isso, a prática dessas atividades vem despertando interesse em pessoas de distintas faixas etárias, mais especificamente, na população de bebês (LIMA, 2003). Contudo, existem poucos estudos sobre esse tipo de atividade, destinados a essa população tão especial.
Através de estudos, constatou-se que a natação para bebês teve seu marco na Austrália em 1939, onde teve o primeiro artigo sobre os benefícios da natação para bebês. No Brasil, alguns estudos começaram a surgir na década de 60, porém cheios de mitos e preconceitos, onde somente nos anos 80 surgiram as primeiras publicações científicas (BONACELLI, 2004). Somado a isso, verificou-se a proliferação de academias e centros especializados de natação para bebês, para que os mesmos pudessem aproveitar os mais variados benefícios das atividades aquáticas e aprender as primeiras lições de auto-salvamento (LIMA, 2003). Saba (2001, p.35) diz que “nunca antes na história foram vistos em número tão grande, mesmo em termos proporcionais, locais especialmente destinados á prática de atividade física”.
Exercícios executados na água proporcionam um relaxamento, fortalecimento da musculatura além de contribuir para o desenvolvimento e conhecimento da criança, o tornando mais independente e ativo ao explorar o meio (SALES, 2006). Por isso, a atividade aquática deve está associada de forma paralela ao seu crescimento e estar presente de forma continuada (GARCIA et al, 1999).
O objetivo desse estudo é mostrar para a sociedade a importância da prática da natação para bebês, averiguando a definição dos objetivos subjacentes ao processo de adaptação ao meio aquático, levando-se encontra os fatores de desenvolvimento da criança, integrados no domínio psicomotor e sócio afetivo, além de sua relação com o meio aquático.
A natação
Segundo Carvalho (1994) saber nadar é fundamentalmente ser capaz de flutuar e deslocar-se na água sem recursos a apoios fixos ou a meios auxiliares de sustentação. O aluno, ao iniciar sua adaptação ao meio líquido, passa por um conjunto de alterações, como: alterações de equilíbrio, visão, audição, respiração, sistema termo-regulador e alterações proprioceptivas.
A natação pode ser praticada por qualquer pessoa, desde que nasce até a velhice, com pouquíssimas restrições (MOURA JR, 2000). È, portanto uma das atividades físicas mais abrangentes e tradicionais do ser humano, sendo vinculada para fins: competitivos, terapêuticos, segurança, recreativo, condicionamento ou simplesmente de relaxamento. (LIMA, 2003).
Flutuação
Para que a flutuação do bebê ocorra é necessário que se mantenha o seu corpo em posição horizontal, com os membros superiores submersos e bem relaxados, porém alguns bebês sentem-se desconfortáveis nessa posição, onde a partir dos oito meses essa rejeição é maior (LIMA, 2003). De acordo com Damasceno (1994), a flutuação e a respiração estão intimamente ligadas ao tônus muscular e, que por tanto, à efetividade e, em conseqüência, controlará melhor o seu equilíbrio levando a flutuação (LIMA, 2003).
A natação para bebês
Com o surgimento de várias academias e centros especializados no ensino da natação, começou-se a surgir classes específicas da natação para bebês (LIMA, 2003).
Desse modo, ao submetermos o bebê ao um longo tempo de experiências desenvolvidas na água, ajustaremos suas referências, de maneira que seu quadro motor se desenvolva no meio aquático e melhore suas respostas aos estímulos existentes. A natação enquanto atividade física sistematizada favorece a tomada de consciência do bebê em relação a si, ao meio, ao grupo e a sociedade, o que contribui para o desenvolvimento de todas as suas aptidões, pois o desenvolvimento na água ocorre de acordo com sua maturação, com o aprimoramento de seus reflexos e de sua coordenação (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
Diz-se que o bebê está adaptado ao meio aquático, quando possui o domínio do corpo na água, com base nos princípios de equilíbrio, respiração, imersão, propulsão e salto (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003). Fontanelli e Fontanelli (1985) afirmam que qualquer bebê, salvo algum distúrbio, possui um atrativo natural pela água e, que o sentimento de medo ou insegurança apresentados na água, não raro, são reações que possivelmente a criança adquiriu fora da água, já que a mesma até um ano de vida desconhece o significado do perigo. Com isso, leva-se em consideração que os primeiros estudos sobre a natação, visavam o nível maturacional do aluno, uma vez que muitos professores utilizavam exercícios não condizentes com a faixa etária do seu aluno, o que acarretava em frustrações e desistências, visto não conseguirem executar determinados exercícios (LIMA, 1999). Logo, percebe-se que a aprendizagem da natação ocorrerá quando for permitida ao bebê uma inter-relação de fatores internos (estado maturacional e vivências anteriores) com fatores externos (meio ambiente e estratégias do professor), para que assim, o bebê sinta prazer de está na água e descubra as boas sensações que ela lhes proporciona (aprendizagem da natação do nascimento aos 6 anos) (LIMA, 2003).
Segundo Breges (1980), o bebê não aprende a nadar quando em contato com um meio propício a aprendizagem, e sim fazer uso de suas habilidades inatas (flutuabilidade, reserva de oxigênio, inconsciência do perigo e etc), para assim, ficar livre do perigo na água eventualmente. Percebe-se que quanto mais cedo à criança for encaminhada a prática da natação, terá elevada sua aptidão psicomotora, pois esse tipo de atividade funciona como um pré-estimulo motor, já que a criança primeiramente consegue deslocar-se dentro da água, porque fica muito leve, conseguindo assim, executar movimentos que não conseguiria fora da água.
De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), as atividades aquáticas para bebês favorecem a formação de modificações nervosas com a estimulação motora e sensorial dos exercícios desenvolvidos na água, onde com os estímulos do aprendizado, as ramificações dos neurônios crescem, unem-se a outros neurônios aumentando o número de sinapses (conexão por onde passam informações), formando assim uma boa capacidade de memorização. Nessas adaptações de estímulo e resposta, a criança expande seu acervo sensório motor, mais adaptativo e mais inteligente, de maneira agradável e motivadora.
Faixa etária
Quando nos referimos à natação para bebês, devemos levar em consideração a seguinte pergunta: “qual a idade correta de se iniciar a natação?”. Não existe um consenso entre autores em qual seria a melhor idade para iniciar o bebê a natação, assim como ao seu término. Fouace (1980) citado por Barbosa (2001) refere-se que as aulas de natação para bebês devem ter seu início aos três meses, pois é quando a criança consegue sustentar sua cabeça e terminar aos 36 meses, já Sarmento (1992) estabelece o início para a atividade a partir dos seis meses, pois nessa idade a criança já estará com suas vacinas devidamente tomadas e seu término aos 36 meses. Sendo assim, apesar de não existir um consenso na literatura, parece que o início ocorrerá entre os 3 a 6 meses e o seu termino por volta dos 24 a 36 meses de idade. (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
Essa faixa etária se justifica primeiramente em virtude de que antes de começar a freqüentar as atividades aquáticas, o bebê deve aumentar de peso, em vista da probabilidade de apresentar um estado de hipotermia, uma vez que seu sistema termo-regulador não está bem desenvolvido, segundo por que o sistema imunológico do recém nascido é bastante deficitário, sendo necessário algum tempo para que o mesmo se desenvolva, antes de freqüentar um meio propenso a contratação de inúmeros problemas de saúde, como o de foro virológico, bacteriológicos ou micóticos (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
O fim dessa atividade nessa idade (36 meses) justifica-se por base do desenvolvimento motor da criança, ou seja, os programas devem-se adequar ao nível de desenvolvimento ontogenético que eles evidenciam (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
As técnicas de pega do bebê
A natação para bebê não deve está unicamente relacionada à vigilância dos pais e sim, deve-se ensiná-los a manipular suas crianças, para as aulas serem mais estimulantes e prazerosas.
Segundo Lima (2003), é através das mãos que os pais e professores recebem informações a respeito do bebê, como: nervosismo, tranqüilidade, insegurança, perceber se o bebê está relaxado ou tenso durante a realização de determinado exercício. As mãos utilizadas inicialmente são as das mães, pois é em quem a criança tem completa confiança, então se deve explicar a importância das mãos como emissora de informações ou receptoras do estado do bebê, logo as mãos devem posicionar-se sempre de forma que o bebê mantenha o contato visual com o bebê, para assim, transmitir-lhe confiança.
Pegas
Abaixo está o cronograma das diferentes pegas do bebê de acordo com a idade (LIMA, 2003)
Primeiramente se pega o bebê na posição vertical com apoio na cervical;
Posteriormente aos 3 meses, o apoio é vertical e a pega é nas axilas;
Técnicas dorsais, com apoio da cabeça nos ombros, libertando assim as mãos dos pais;
Apoio dorsal com dois apoios, onde o primeiro é na cabeça e o segundo na região lombar;
Pega dorsal, horizontal ou vertical pelas axilas, nesse caso o bebê não visualiza os pais;
Pega dorsal com apoio na cabeça, o que permite grande mobilidade da criança;
Pega ventral, horizontal com dois apoios, com as duas mãos na axila;
Pega ventral com um apoio, com a palma da mão no peito do bebê.
A importância da presença dos pais
É de suma importância a presença dos pais ou de algum familiar, devido ao afeto e segurança que possui com eles. (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
A presença dos pais funciona como um elemento de segurança física da criança, já que dificilmente o professor conseguirá controlar o comportamento de inúmeras crianças, num ambiente tão propicio a acidentes. Além disso, os pais funcionaram como um agente intermediário que possibilitará a aproximação do professor com o bebê (SARMENTO; MONTENEGRO, 1992).
Benefícios da natação para bebês
Segundo Ferreira (2003) são inúmeros os benefícios proporcionados pela natação, pois essa atividade melhora a coordenação motora, proporcionando noções de espaço e tempo, prepara a criança psicológica e neurologicamente para o auto-salvamento, aumenta o condicionamento cardiorrespiratório, estimula o apetite, além de tranqüilizar o sono.
Em virtude da perda da gravidade, a água proporciona ao bebê uma gama de variedades de novos movimentos, onde a criança ao entrar em contato com essa motricidade pode, por exemplo, vir a caminhar mais cedo, o que por sua vez levará a um melhor desenvolvimento neuromotor, uma vez que lhe foi proporcionado um maior número de sensações importantes (LIMA, 2003). Outro benefício importante é o fortalecimento da inteligência emocional, que através de atividades específicas, proporciona uma aproximação entre todos os bebês, familiares e professores, o que é de extrema importância uma vez que o controle emocional é formado basicamente aos dois anos de idade (FERREIRA, 2003).
Outro benefício refere-se à exploração da fantasia, que por sua vez tem a função de equilibrar emocionalmente a criança, permitindo assim a elaboração e dissipação da angústia e melhora da ansiedade, funcionando, como um processo de autodefesa e auto- afirmação (LIMA 2003). É através desse faz de conta, que a criança aprende a entender o ponto de vista da outra pessoa, desenvolvendo habilidades na solução de problemas sociais, tornando-a mais criativa e, acelerando seu desenvolvimento intelectual (RICO, 2003).
Corrente pedagógica e desenvolvimento psicomotor da criança
Corrente Pedagógica
De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), corrente sintética preocupa-se em construir no aluno o equilíbrio, a técnica respiratória e a técnica propulsora, trabalhando através do método de partes progressivas. Suas vantagens são exigir um menor tempo de aprendizagem e evitar a especialização precoce, uma vez que respeita o desenvolvimento motor de cada faixa etária. Essa corrente pedagógica se unirá a uma abordagem desenvolvimentista da educação física.
Na elaboração e execução dos programas, as metas deverão está adequadas ao nível de aprendizagem, e as estratégias e conteúdos adequados a faixa etária em questão. No geral a aluno deverá passar por uma fase de adaptação que corresponderá à primeira fase de contato orientado com o meio líquido, passando em seguida por uma fase de aprendizagem na qual será enfocado um trabalho amplo de percepção corporal, visando os elementos básicos da natação (respiração, equilíbrio e propulsão). Nessa fase, serão introduzidos os deslocamentos elementares e avançados, e será criada a base para um desenvolvimento técnico posterior (GALLAHUE; OZMUN, 2003).
Teoria Desenvolvimentista de Piaget
Além da corrente pedagógica, é importante também utilizarmos os conhecimentos das várias teorias cognitivas existentes, onde a mais utilizada é de Jean Piaget (1896-1980), cuja hipótese central é de que está na natureza do organismo humano adaptar-se ao seu ambiente (GALLAHUE; OZMUN, 2003). O processo de adaptação, na opinião de Piaget, é construído por vários sub-processos importantes de aumento de complexidade dos esquemas sensórios motores. O esquema é uma ação física e ou sensorial que define o conhecimento. A mudança dos esquemas sensórios motores simples do período bebê para os esquemas mentais complexos da infância posterior se dá pela operação de três processos básicos:
Assimilação: é o processo de absorver algum evento ou experiência em algum esquema.
Acomodação: é um processo complementar à assimilação que envolve modificar o esquema como resultado das novas informações absorvidas pela assimilação.
Equilibração: Fase em que a criança está sempre lutando por coerência, sendo por isso que consegue readaptar os seus conhecimentos já adquiridos sempre que recebe novas informações que tornam incoerente o que já aprendeu.
Piaget observou momentos na vida do bebê em que se têm alterações significativas na forma de equilibração, definindo novos estágios de desenvolvimento.
Sensório Motor - 0 a 18 meses
Período que ocorre a assimilação básica e formação do esquema através do movimento. Nessa fase segundo Piaget, o bebê constrói o significado do seu mundo pela coordenação de experiências sensórias com o movimento. De acordo com Cirigliano (1981), esse é um período em que o professor deve explorar os reflexos naturais do bebê, onde com a chegada do amadurecimento ou a mielinização do córtex faz com que vários reflexos sejam inibidos e gradualmente desapareçam, logo serão mencionados os mais significativos no processo de aprendizagem da natação, como:
Reflexo natatório: o Bebê realiza movimentos reflexos de pernas e braços, similar ao nado cachorrinho.
Reflexo do bloqueio da glote: o bloqueio da glote impede que a água chegue até os pulmões, desaparecendo por volta dos 10 á 12 meses.
Reflexo de preensão: Quando se é estimulada a palma da mão, ocorre uma flexão dos dedos, ou seja, a mão fecha. Constituindo-se como um reflexo tônico dos flexores dos dedos, desaparecendo por volta dos 3 ou 4 meses de idade.
Reflexo de pára-quedas: Ao cair na piscina, a criança estende os braços, protegendo o rosto.
Reflexo de Moro: É um reflexo vestibular que consiste na adução e abdução dos braços, acompanhado de choro vigoroso, desaparecendo por volto dos 4 meses.
Reflexo de endireitamento: É o reflexo provocado por pressão dos pés, com correspondente verticalização das pernas e do tronco.
Reflexo de Reptação: ocorre a partir dos 9 meses, prolongando-se até transformar-se em ação voluntária. Quando a criança está em decúbito ventral, qualquer apoio de um pano firme contra a planta dos pés tem como resposta e extensão sucessiva e sincronizada dos membros inferiores.
Reflexo de saltador: Ocorre entre o 7° e 8° mês, prolongando-se até o domínio da posição ereta, onde realiza rápidas e sucessivas extensões e flexões dos membros inferiores.
Pré operacional - 18 meses a 6 anos
Nessa fase a criança já é capaz de ter uma assimilação avançada, usando a atividade física para realizar os processos cognitivos, uma vez que demonstra crescente pensamento simbólico pela ligação de seu mundo com palavras e imagem, além de evocar objetos ausentes (GALLAHOU; OZMUN, 2003).
Ocorrência da aprendizagem
Para que ocorra uma aprendizagem direcionada, é de suma importância a interação professor aluno, já que é preciso entender como as condições afetam a aprendizagem do aluno. Logo, como educadores físicos, precisamos nos preocupar com a aprendizagem de comportamento que requerem os movimentos físicos, não esquecendo que é de suma importância inter-relacionar todos os tipos de relacionamento na esfera da aprendizagem, pois o nosso maior objetivo é tratar o ser humano como um todo (GALLAHOU; OZMUN, 2003).
De acordo com Antunes (2000), a forma mais simples de aprendizagem para o bebê é a aprendizagem mecânica, que seria a repetição de estímulos, onde o mesmo associaria os sons e imagens ao seu universo de conhecimentos.
Conclusão
A natação vem se desenvolvendo e atraído os mais diversos públicos, inclusive a de bebês, em virtude de seus inúmeros benefícios. Sendo assim, essa atividade aquática contribui para o desenvolvimento de habilidades motoras, através do desenvolvimento global da criança, que por sua vez é estimulado através de várias oportunidades de vivências e experiências diversificadas. Logo, os estímulos aquáticos para bebês são essenciais, e essas atividades devem ser direcionadas às necessidades de cada criança, visto que o aprender nadar é algo encantador para esse público.
Assim observa-se que a prática dessa atividade deve ser orientada numa perspectiva educativa, em função do prazer que a água proporciona a esse público, onde se deve unir o útil ao agradável, fazendo com que as aulas sejam muito estimulantes, para assim, proporcionar um aprendizado divertido a esse bebê. Sendo que para se fazer uma perfeita adaptação, sem traumas e experiências negativas, é necessário uma disponibilidade total do professor, pois a aprendizagem nessa idade, tem como objetivo primordial, fazer com que a criança sinta prazer e alegria no desenvolvimento das aulas.
Outro ponto importante é fazer os pais entenderem o quanto é importante a sua presença nas aulas, uma vez que, uns dos maiores avanços da história da humanidade foram à descoberta da paternidade, onde o homem passou a conscientizar-se com as heranças que deixariam para seus filhos, além de proporcionar ao mesmo um momento único de intenso carinho e afetividade, o que irá contribuir em muito para a sua formação.
Assim, os professores devem planejar as suas aulas, de forma que ofereça a esse público uma gama de atividades que envolvam estímulos emocionais, através de pequenos jogos atraentes para esse bebê, no intuito de torná-los independentes e de prepará-los para enfrentarem os desafios da vida cotidiana.
Referências bibliográficas
ANTUNES, C. Jogos para estimulação das Múltiplas Inteligências. 8 ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
ARAÚJO JR, B. Natação: saber fazer ou fazer sabendo? Campinas: UNICAMP, 1993.
ARROYO, C. T.; OLIVEIRA, S. R. G. Atividade Aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebral. Motriz, Rio Claro, v. 13, n.2, p. 97-105, 2007.
BARBOSA, T. Generalidades sobre a organização e a gestão dos programas de natação para bebês. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 6, n. 17, 2001. http://www.efdeportes.com/efd17/bebes.htm
BONACELLI, M. C. L. M. Natação para bebês e desenvolvimento cognitivo. Disponível em: http://www.fef.unicamp.br/eventos/ccd2/trabalhos/11007608811.pdf. Acesso em: 15 de junho de 2010.
BRESGES, L. Natação para meu neném. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1980.
CARVALHO, C. Natação: contributo para o sucesso do ensino aprendizagem. Edição do autor, 1994.
CIRIGLIANO, P.; Los bebes nanadores. Buenos Aires: Paidos, 1981.
DAMASCENO, L. Natação para bebês do conceito à prática sistematizada. Rio de Janeiro: Sprint, 1994.
EVANS, J. Natação Total. Barueri: Manole, 2009.
FERREIRA, F. G.. Natação para bebês. Disponível em http://www.guidobebe.com.br. Acesso em: 18 de janeiro de 2010.
FONTANA, N. GUTERMAN, M. y GUTERMAN, T. Actividades acuáticas en bebés y niños de uno a tres años. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 120, 2008. http://www.efdeportes.com/efd120/actividades-acuaticas-para-bebes-y-ninos-de-uno-a-tres-anos.htm
FONTANELLI, J. A. M.; FONTANELLI, M. S. Natação para bebês: entre o prazer e a técnica. São Paulo: Editora Ground, 1985.
FOUACE, J. Nadar antes de andar. Los Niños Anfibios. Barcelona: Editoria CEDEL, 1980.
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: Bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte editora Ltda. 2003.
GARCIA, S., RIBEIRO, M., RABELO, S., ARES, A. e SANTOS, C. Relação bebê/pai/professor. Documento de apoio das 1° jornadas Técnico-pedagógicas do EUL - Workshop de natação para bebês. 1999.
LIMA, E. L. A prática de natação para bebês. Jundiaí, SP: Fontoura, 2003.
LIMA, W.U. Ensinando Natação. 1° ed. São Paulo: phorte, 1999.
MOURA JR, N. J. M. Natação e sua aplicação em diferentes momentos da vida dos seres humanos. Universidade de Marília, Faculdade de Ciências da Saúde Educação Física: Monografia do curso de pós graduação “Lato Sensu”, 2000.
PERINAZZO, S. N. O lúdico como processo de aprendizagem da natação. Universidade de Marília, Faculdade de Ciências Da Saúde Educação Física: Monografia do curso de Pós- graduação “Lato Sensu”, 2000.
RICO, A. M. M. S. As fantasias do exercício físico em academias. Disponível em: http://www.guiadobebe.com.br. Acesso em 18 de jan de 2010.
SAAVEDRA, J. M.; ESCALANTE, y RODRÍGUEZ, F. A. A evolução da natação. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 9, n. 66, 2003. http://www.efdeportes.com/efd66/natacion.htm
SABA, Fábio. Aderência à prática do exercício físico em academias. Barueri: Manole, 2001.
SALES, P. G. MATARUNA, L. Natação para bebês Retrato da realidade em Nova Iguaçu. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 11, n. 96, 2006. http://www.efdeportes.com/efd96/bebes.htm
SARMENTO, P.; MONTENEGRO, M. Adaptação ao meio aquático - um projecto educativo. Lisboa: Edições A. P. T. N., 1992.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 15 · N° 150 | Buenos Aires,
Noviembre de 2010 |