OEIRAS E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS COMPORTAMENTOS DE LAZER.
A VALORIZAÇÃO DE UM NOVO MUNDO: O MAR, A PRAIA E AS FÉRIAS
Manuela Hasse
A estação compunha-se de trinta a quarenta banhos, número necessário para exercer transformações consistentes. Na impossibilidade de o seu cumprimento integral, admitia-se a divisão entre estes em duas meias estações de quinze a vinte banhos cada uma33. Para os banhistas que não sabiam nadar, a imersão rápida do corpo na água fria, até ao pescoço, indicava-se como o procedimento mais conveniente34, à semelhança do que os nadadores faziam ao tomarem o mar de assalto35. Forma oposta à prática mal inspirada e, talvez, corrente, de entrar na água do mar tímida, lenta e progressivamente, processo favorável a congestões36. Em 1867, recomendavam-se os banhos no tempo quente37, de manhã, antes do grande calor solar, entre as nove e as onze horas38, ou de tarde, entre as três e as cinco horas, momento considerado aquele em que a água se encontrava mais temperada39. As indicações, anos depois, em 1874, são claras quanto à duração do banho, no geral entre cinco a dez minutos40, de qualquer modo reconhecia-se ser conveniente a saída da água antes de qualquer sensação de frio41.E durante o banho, deveria conservar-se a passividade? Agitarem-se os membros? Realizarem-se pequenos movimentos, a activação? Com efeito. No banho, os banhistas que não dominavam as técnicas da natação deviam contrariar, de todos os modos, a imobilidade, convem andar, saltar, mergulhar muitas vezes, deixar que a onda salte ora pelas costas, ora pelos lados, emfim, mexer-se durante toda a permanencia na agua e não andar a entrar e a sair do banho42. Aqueles que soubessem nadar, eram aconselhados a fazê-lo.
Registavam-se as precauções a tomar após o banho. Para além da orientação terapêutica e higiénica procurada, revelava-se fundamental estabelecer uma separação clara entre os banhos aconselhados pelos médicos e os conhecidos banhos no Tejo. Com efeito, a utilização de alguns catraios transformados em verdadeiras barcas de banhos de salubres efeitos higiénicos, refrescantes e amorosos desenvolvia-se pelo menos a partir de 182843. O registo da situação pouco comum era feito através de o olhar de um estrangeiro. A praia da Junqueira revelava-se um dos locais mais concorridos onde alguns centos de barcos permaneciam até ao final da manhã. A cena merece a transcrição:
Fundeiam com 4 ou 5 pés de altura; armam-se os toldos, atando-os cuidadosamente em baixo por todos os lados, de forma que as mulheres podem despir-se tão seguramente como nos seus próprios quartos de cama. Vestem-se com os seus fatos de banho, que são feitos de fazenda de lã muito grossa, para evitar a possibilidade de se perceberem as linhas dos seus corpos. Todavia esta precaução não é observada por todos, nem mesmo pela maior parte, porque a maioria usa um fato liso de chita estampada, que, logo que se molha, adere tão perfeitamente à pele, que mostra os movimentos dos músculos tão claramente como se não estivesse o fato a cobri-los.
Os homens, companheiros de banho, despem-se na proa do barco, e vestindo uma camisola de lã e uns calções, saltam para a água, e começam a nadar até que as damas dêm o sinal de que estão prontas. Os homens chegam-se, então, dão-lhes as mãos, enquanto elas descem dois ou três degraus dum escadote amovível que se suspende da borda do barco, e ajudam-nas a saltar para a água. Começa então, de todos os lados, uma grande algazarra, galhofas, abraços, guinchos, espirros e grande resfolgar. Ouvem-se graças finas e gracejos mordentes; estes ultimos principalmente quando se vê mulher baixa e atarracada, e de volume prodigioso (o que é vulgar), trepar pelo escadote, com o seu fato encharcado, parecendo um porco, e fazendo quase virar o barco com o seu peso44.
O insólito da situação aos olhos de um inglês não deixava, no entanto, de realçar a animação e o entusiasmo que dominavam ambos os sexos na vivência pouco vulgar dos banhos ao ar livre, no rio, em plena cidade. No ano de 1872, um diário da capital destacava, em especial, uma barca de banhos: a Deusa dos Mares45. O anúncio, ilustrado, apresentava, sob a forma de imagem, a aventura traduzida na experiência de banhos em água fria, no rio Tejo, a partir de uma barca fundeada defronte do Arsenal da Marinha, num local, referia-se, onde a água é purissima, mesmo na baixa mar, por estar convenientemente afastada da canalisação dos despejos da cidade. A seriedade da actividade desenvolvida na embarcação era sublinhada nos resultados da recente vistoria oficial. Efectuada pelos peritos marítimos, estes haviam concedido a licença requerida por se considerar que a barca se acha em boas condições para o serviço a que é destinada.
Referia-se a boa ordem, o aceio, e a comodidade do recinto, aspectos convenientes neste tipo de estabelecimentos. E os preços, definidos segundo critérios rigorosos de privacidade, de prioridade, e de maior ou menor complexidade do serviço, a saber: 1º banho de prôa, 120.- Banho de prôa, 100. – Banho de chuva, 160. – Banho reservado, 200 -. Banho grande, 120. – Banho de ré – 80 – Banho geral, 60. À imersão associava-se, ainda, a componente de exercício físico. Deste modo, a concluir o anúncio, indicava-se o facto de o banho geral para os homens correr em volta da popa da barca, numa dimensão de 102 pés, sendo por esse motivo apropriado para o exercício da natação, sem perigo. A bordo oferecia-se a possibilidade de alugar roupas necessárias e os banhos quentes. A qualidade do serviço prestado era completada, ainda, pela existência de um conjunto de botes, acostados no Terreiro do Paço e no Caes do Sodré, construídos, de forma expressa e com a maior solidez, para o transporte de quantos desejassem frequentar a barca.
Os banhos de cariz popular desenrolavam-se desde Santa Apolónia até à Torre de Belém, local onde as águas e os próprios banhos estavam longe de se conformar aos desígnios terapêuticos. Porém, a aparência turva das águas do rio não desencorajava a população46. Sugerira, mais tarde, a invenção das barcaças, construção flutuante, entre uma barraca de madeira e um barco, que sobrenadam no Tejo e nas quais se toma banho por meio de um alçapão47. Processo rudimentar, não deixava, no entanto, de ser adoptado no modo de interpretar os conselhos médicos, e as modas48, divulgados. Tomavam-se, diariamente, afirmava-se, milhares e milhares de banhos, não obstante serem incommodos, insalubres e caros49. Contudo, por desejo de imitação de grupos sociais mais elevados, ou por simples forma de divertimento popular, ou, ainda, por estes dois motivos conjugados, os banhos no Tejo afastavam-se da ideia médica.
As regras destacadas, pela importância da anotação, vincavam a vigilância médica de esta prática. Sugeriam, pelo cuidado colocado, em particular, no seu próprio apontamento, a atenção reclamada ao desenrolar de cada gesto, ao encadeamento justo, à sequência precisa susceptível de evitar más interpretações ou acidentes, propícia ao melhor efeito de os banhos. Destacavam a importância da sua justa compreensão, o esforço médico efectuado nesse sentido. Estabelecia-se uma estrutura marcada, desde o início, pela clara intervenção médica. Uma vez definida, esta não permitia o corte entre a experiência de actividades inovadoras, ou de meros divertimentos, e a necessidade de recuperação da saúde.
Terminado o banho de mar, sugeria-se a colocação sobre os ombros de um penteador de lã, a mudança imediata do fato de banho, o enxaguar do corpo, a secagem de cabelos longos, em especial, das senhoras, para que o banhista, uma vez vestido e preparado para que melhor se opere a reacção50 efectue, sempre que possível, um pequeno passeio na beira do mar, a realização de exercícios ginásticos no trapézio. Aos mais debilitados recomendava-se o recolhimento aos quartos, a ingestão de uma bebida tónica e estimulante, um calix de vinho Madeira ou Vermouth51.
A acção higiénica e terapêutica do ar e da água em movimento são acompanhadas pelas recomendações de exercício físico, de ginástica, de natação, de passeios a pé ou de barco, realizados com moderação e regularidade. Evocados com frequência, recomendados por entre as acções certas a efectuar, estes agentes mecânicos conciliavam-se com os efeitos desencadeados pelos agentes naturais. Razão que, a um outro nível, inscreve o desenvolvimento de estas actividades físicas no mesmo quadro de preocupações - que promove a hidrologia e a hidroterapia, como a mecanoterapia e a helioterapia - explica a sua integração nos comportamentos inovadores na ganga da sociedade portuguesa.
Os efeitos da água do mar
Lugar de vida, tanto quanto fonte de vida, o mar preserva somente o essencial. Ao fim de alguns dias, a marca da sua influência inscrevia-se, em especial, nos corpos das crianças. Mais fragéis, muitas vezes mais debilitados e carenciados, estes apresentavam os seus efeitos desde a superfície. Expressos em traços nítidos, evidenciavam os benefícios a que se submetiam na beira do mar.A pele, antes do mais. A aparência, captada ao primeiro olhar. Era sobre a pele que se demorava o olhar: menos seca, mais consistente, mais quente e mais lustrosa52. De notar, ainda, recuperado, o apetite, mais aceso o gosto pela alimentação, como era sentido, em particular, após o banho, sumia a magreza das crianças, as carnes flácidas e moles transformadas em duras e de boa côr53. Tambem se observava um crescimento rápido e sólido, cresciam fortalecidas ainda que as transformações mais profundas variassem segundo a natureza dos indivíduos. Nas crianças registavam-se sinais tranquilizadores. Com efeito, a permanência por alguns dias seguidos sob a influência do mar, mergulhadas num micro-clima marcado pelas neblinas matinais, a humidade da atmosfera, o valor temperado das temperaturas, a baixa pluviosidade, elementos climáticos especiais a que se associavam os banhos de mar, o repouso, a boa alimentação, o exercício físico, favorecia alterações visíveis nos corpos, indícios confirmadores das melhoras declaradas.
No plano terapêutico e higiénico, a consideração das águas do mar como processo de tratamento, bem como a observação de os seus efeitos, permitia verificar a sua influência sobre as quatro faculdades primordiais inerentes à vida54, a saber: a sensibilidade, a contractibilidade, a nutrição, a caloricidade55, sugeria uma explicação, de acordo com a concepção do corpo, e do seu funcionamento, de a medicina da segunda metade do séc. XIX, inícios do séc. XX. Tornava-se, na verdade, inevitável, não reconhecer o facto de que o contacto da água do mar com o corpo desencadeava, através de estas faculdades, sinais positivos em resposta do organismo à sua acção. Exercida, aliás, por meio da temperatura, da densidade, da electricidade e da mineralização, características indissociáveis que, por sua vez, suscitavam reacções em cadeia, conciliadas entre si. A mensuração do pulso apresentava-se como um modo de avaliar a frequência do ritmo cardíaco, os efeitos da temperatura da água na circulação. De início, o pulso está mais cheio e mais frequente, acelera, retomando pouco depois um ritmo lento e apertado. À contracção geral, desencadeada, correspondia o movimento do sangue da circunferência para o centro, a breve congestão capilar dos orgãos interiores, uma oxigenação superior. Por sua vez, a respiração e todo o mecanismo que lhe é inerente achavam-se transformados pela pressão exercida pela densidade da água sobre o tórax, facto que correspondia a inspirações mais raras, mais extensas e mais profundas e, por outro lado, a expirações mais fortes e mais completas. Esta reordenação do acto de respirar favorecia a oxigenação do sangue, um sangue mais perfeito que se confirmava56 na aptidão intelectual, no apetite, na digestão, logo, no aproveitamento e na eliminação mais correcta das substâncias utéis e inúteis ao organismo.
O estudo de as águas do mar, de que se destacava uma aliança, sem dúvida, privilegiada entre a temperatura, a densidade, a electricidade e a mineralização, sugeria a sua utilização higiénica e terapêutica. Os benefícios inerentes a este tipo de tratamento destacavam-se, em particular, nos casos em que era observada a alteração da linfa ou a acentuada perturbação orgânica e humoral57, sempre que se constatava a ausência de vitalidade da fibra e a viciação dos humores. Situações, no geral, de enfermidade e de debilidade identificadas por estados linfáticos, escrofulosos e raquíticos, disposições nítidas para o aparecimento de outras doenças e, acima de tudo, de a declaração de tuberculose.
Face a diagnósticos preocupantes, a conjugação privilegiada de as diferentes características da água do mar favorecia a transformação dos corpos, esbatia a gravidade, promovia indícios favoráveis indesmentíveis dos resultados. O carácter global da acção da água do mar, a sua intervenção na totalidade expressa na qualidade dos resultados obtidos, constituía um traço fundamental de este método de tratamento, como o sublinhava o médico José Mendes Moreira Seabra e Souza ao afirmar: Mal podem descrever-se em separado os effeitos resultantes da temperatura do mar, da sua densidade, movimento das ondas, etc.; as coisas não se partem para nos apresentarem os phenomenos separadamente; contudo é necessário estabelecer estas divisões no nosso espirito para melhor coordenação das ideias58.
Os movimentos do mar participavam no complexo terapêutico do tratamento marítimo. Revelavam ser um factor fundamental. De facto, pelas características consecutivas das vagas, pela sucessão e confronto das águas, produziam – entre a rebentação no sentido de terra e a movimentação de recuo subsequente – tensões opostas, sensíveis, entre as correntes submersas. Um jogo de forças em que o corpo, mergulhado nesse meio revolto participava, de modo simultâneamente passivo e activo. Por um lado, suportava o impacto das águas sobre si, a pressão exercida sobre a totalidade da superfície corporal, a persistência do líquido frio e de os seus efeitos sobre a sua organização mais profunda. Por outro, era forçado a oferecer resistência, a fincar-se em oposição, facto que suscitava, após o banho, um cansaço generalizado, temperador, benéfico.
A intermitência das vagas constituía o princípio revigorador. O desenrolar entrecortado pelo fluxo e o refluxo de água fria, constante. Promovia a duplicação da energia das acções produzidas, fenómeno assente no facto de um estímulo contínuo esbater, de forma progressiva, o seu efeito. Enquanto isso, constatava-se, um estímulo intermitente desencadeava uma exaltação equivalente. Situação que no domínio muscular revelava resultados diferentes segundo a duração das contracções realizadas. Ou seja: a uma contracção prolongada corresponde uma relaxação da fibra. A uma contracção intermitente, alternada com o repouso, corresponde o aumento da tonicidade da fibra, um novo poder de contracção59.
Dado que estes fenómenos se desencadeavam no contacto com o mar, a electricidade e a mineralização aí existentes conciliavam-se na particular intensidade das transformações. Favorecia-se a exaltação do sistema nervoso, a excitação da sensibilidade, engrandeciam-se os elementos, as forças da vida. Garantia-se, nesta perspectiva, o revigoramento físico, a revitalização das energias desejada.
Os elementos do lazer
O tempo dos lazeres é o momento da viagem. Na transição do séc. XIX para o séc. XX, a possibilidade do lazer é, ainda, a de se inscrever o primado do espaço, da deslocação, sobre as exigências do tempo. De certo modo, é o tempo de percorrer o espaço, não de o encerrar, paralizar, mas antes de o ocupar plenamente, contudo, totalmente na situação de passagem60. Na vida de cada indivíduo, é o tempo em que se elege a passagem como o fulcro do ser e do estar. A nova disposição subverte a ordem habitual, endurecida e seca, por demais prevísivel. Remete o indivíduo para si próprio, através do modo como se estabelece a sua relação com o meio sobre o qual parece deter-se a atenção.Sair de casa, abandonar a segurança, dispensar o conforto, deixar a rotina, justificava-se, ainda, pela necessidade de alargar horizontes, procurar informação, criar condições materiais únicas para o seu próprio desenvolvimento, para conhecer. Pretende-se descobrir o mundo que se pressentia diverso e em mudança, desvendar a aventura do espaço, explorar outros universos de relação, de revelação de si próprio. A viagem proporciona, ou pelo menos, em certa medida, assim se espera, a descoberta, sugere a criatividade, desperta a deambulação do espírito, desmonta certezas, comportamentos irredutíveis, atitudes cristalizadas, formalismos e convenções demasiado rígidas, sugere uma descontracção superior. Pelo seu carácter temporário, pelo seu sentido transitório, promove uma disposição singular caracterizada pelo facto de concentrar a atenção do indivíduo na apreensão do mundo que o envolve, na sensibilidade através da qual o mundo se perscruta e impregna o ser, nos cinco sentidos pelos quais ele é apreendido nas sensações despertas, nas percepções colhidas, nas imagens integradas.
A viagem constitui um enriquecimento do indivíduo, introduz o viajante no futuro revelado, em especial, pelas aquisições mais avançadas do progresso tecnológico, como as redes ferroviárias que transformam o espaço, viabilizam a instrução, veículam a aproximação, intensificam os contactos. Nessa perspectiva, a viagem é uma condição de engrandecimento. Colhem-se impressões, afeiçoam-se maneiras de estar, cultiva-se o conhecimento da forma mais eficiente: a experiência. O regresso a casa apresenta-se como a confirmação da metamorfose realizada, de a distinção inscrita nos gestos, nos corpos. Viajar, para além do prazer e das expectativas que, em si mesmo, suscitava, constituía uma forma de valorização individual e social, transformava cada viajante. Ao efectuar a viagem, ao submeter-se a todos os riscos – em particular ao risco de mudar, de mudar-se a si próprio – cada viajante adquiria saber, elegância, distinção.
Viajava-se cada vez mais. Não tanto, ainda, que se esgotassem os lugares com a saturação de massas prontas a obterem dos sítios, e dos monumentos, o único olhar do cliché fotográfico de algumas décadas depois. Não tanto que se definissem, através de agências de viagens prontas a oferecerem a imagem de praias exóticas na América do Sul, na Tailândia, em África, programas de férias em que a surpresa e o folclore apenas se pudessem comparar a um profundo mau gosto, a uma estranha pobreza, a um empobrecimento. Porém, os fios de essa teia imensa da indústria do turismo, tal como a conhecemos nos fins do séc. XX, eram dispostos, pouco a pouco, por formas de comportamento que ao olhar atento do cientista social destacam a definição de uma genealogia dos lazeres difícil de negar.
Percorria-se o espaço. Concentrava-se o tempo no ser, no estar, no passar. A beira do mar, as fontes minero-medicinais, o campo, a montanha, como tambem as cidades, onde a cultura, o divertimento e o progresso atraíam visitantes, longas distâncias ou pequenas distâncias, o certo é que a mobilidade é assinalada pela extensa profusão de mapas, roteiros, guias, cartas, plantas, uma multiplicação de dados, de descrições, de relações de oferta, de pontos de interesse, de equipamentos hoteleiros, meios de transporte, indicações de passeios, de excursões e de características locais, traços indesmentíveis de um interesse, de uma procura acentuada. A par, naturalmente, da descoberta de os lugares61. Em 1918, por exemplo, a identificação no país de cerca de cinquenta praias, ou de uma centena de centros termais62, a indicação de atracções culturais ou, apenas, de lugares propícios ao repouso higiénico.