Lecturas: Educación Física y Deportes
Revista Digital
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ATIVIDADES FÍSICAS FEMININA NO
MARANHÃO IMPERIAL (1823-1889)

Leopoldo Gil Dulcio Vaz (Brasil)
leopoldo@cefet-ma.br

Mestre em Ciência da Informação. CEFET-MA


Introdução
A recente produção acadêmica acerca da educação física/práticas corporais femininas dão conta de que as primeiras iniciativas de participação de mulheres em práticas esportivas no Brasil, podem ser observadas na segunda metade do século XIX (GOELLNER, 1998:155), pois "até aquele momento, a estrutura extremamente conservadora da sociedade brasileira não lhes permitia grande projeção, uma vez que eram criadas pelos pais para serem futuras esposas e mães":

"A partir de meados do século XIX, esse quadro começa a mudar (...) Junto com os ventos de mudança e inovações que vinham da Europa, chegam também os ecos das lutas femininas, que projetam novas perspectivas para as mulheres brasileiras, como, por exemplo, o cuidado com a aparência, com a saúde e com uma maior presença na vida social das cidades". (GOELLNER, 1998:155)

CUNHA JUNIOR (1998: 148) afirma que é a partir da segunda metade do século XIX, principalmente, que se observa no Brasil toda uma propaganda em favor da educação física. A defesa para sua inserção nas escolas estava acompanhada de crítica à imobilidade e a quase clausura a que eram submetidas as crianças. A defesa em prol da prática de ginástica/educação física era acompanhada da crença de que as atividades físicas tinham o poder de colaborar para a regeneração da raça brasileira. É nesse contexto, defesa da regeneração e aprimoramento da raça brasileira, que as mulheres vão começar a ganhar maior relevância social (p. 149).

MOURÃO (1998), buscando traçar uma parte da construção histórica da participação da mulher brasileira nas atividades físico-esportivas no final do século XIX, a partir da obra de João da Matta Machado (1874) observa que, na época, desejava-se era modificar a educação física das mulheres, apresentando-lhes outra concepção para sua formação corporal, com a preocupação de proporcionar exercícios adequados à gestação e à reprodução, sem interferir na graça e beleza feminina:

"A vida da mulher, principalmente a de alta sociedade, se entrega a mais completa inação. O quadro da mulher nesse momento em relação a saúde é péssimo, pois seu organismo está frágil, oferecendo pouca resistência aos agentes morbíficos" (p. 165)

SOARES (1994) afirma que, no século XIX, a ginástica era a única forma comum aos dois sexos de exercitar o corpo. Canto, declamação, piano foi o indicado para as meninas (p. 98).

Para CUNHA JÚNIOR (1998), a educação física das meninas ganha prioridade pelo menos no discurso, ao final do século XIX. Sua prática era considerada fundamental para garantir a saúde reprodutiva da mulher (p. 150). Esse autor afirma não se ter informações sobre mulheres que tivessem ministrado aulas de educação física/ginástica durante o século XIX no Brasil.

O objetivo deste estudo é identificar as atividades físicas praticadas pela mocidade ludovicense durante o período imperial (1823-1889), e, como MOURÃO, traçar uma parte da construção histórica da participação da mulher maranhense nas atividades físico-esportivas no século XIX.


O lúdico e o movimento no Maranhão à época do Império (1823-1889)
São Luís do Maranhão, à época da partida de D. João VI (1816), era uma cidade em crescimento, consolidando e expandindo o conjunto arquitetônico que a opulência maranhense estampou. À sociedade maranhense não faltavam os contornos de relações sociais definidas. De alicerce agrário, com produção em latifúndio e dominação senhorial, conheceu como culturas econômicas o arroz e o algodão - com as peles e os couros, a cana-de-açúcar, a borracha, a pecuária constituindo-se em negócios complementares -, "fabricando centros urbanos de residência de exportação/importação de mercadorias, formulando uma imagem cultíssima de si mesma (resultado da remessa dos filhos à educação européia)" (CORRÊA, 1993:74).

Os comerciantes formavam uma casta que dominava a economia da província. Eles e os ricos fazendeiros, cujos filhos haviam estudado na Europa, formavam a classe dirigente aparentemente iluminada na convencionalmente chamada "Atenas brasileira".

As poderosas famílias maranhenses podiam manter suas ligações culturais com Portugal, mandando seus filhos estudar Direito ou Medicina em Coimbra o que contribuiu para a formação de uma elite cultural, composta de poetas, novelistas, dramaturgos, oradores, teoristas, historiadores, publicistas e políticos a quem a cidade, seguindo a linha tradicional e romântica do século XIX, obcecado por comparações com o Velho Mundo, deve o epíteto de "Atenas Brasileira". São Luís - localizada em uma ilha geográfica -, torna-se uma ilha cultural.

São Luís conhecia então uma renovação cultural importante: Manoel Odorico Mendes, Francisco Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, Trajano Galvão e sobretudo Antônio Gonçalves Dias e Aluísio Azevedo, deram à Província do Maranhão um brilho que ela nunca conhecera (MÉRIAN, 1988).

A vida social procurava manter os foros aristocráticos. À Sociedade Filarmônica sucedera o Clube Familiar. As festas dos Remédios, de Santa Filomena e de Santo Antônio "... serviam de pretexto também para as exibições de modas e de elegâncias ... " (ABRANCHES, 1941:131). A população de São Luís tinha como atividade de recreação, além das festas religiosas, das danças, dos movimentos literários, os piqueniques como uma das preferidas pelos jovens abastados:

"Quase sempre aos sábados, à tarde, ou aos domingos pela madrugada partiam da cidade em busca daqueles e outros sítios pitorescos, onde nas delícias do banho nos riachos, da juçara, dos cajus e mangas e das peixadas, pacas ou tatus com leite de coco e outros pratos saborosos, passavam o domingo, regressando à tarde, quando não o faziam segunda-feira. As vezes levavam damas em sua companhia..." (p. 54)

Outra forma de manifestação do lúdico na São Luís do período imperial se constituía nos passeios a cavalo pela cidade, como ABRANCHES (1993) lembra em seu "Esfinge de Grajaú", relatando os passeios a cavalo que fazia pelas manhãs, acompanhando o Dr. Moreira Alves, então Presidente da Província:

"...Adestrado cavaleiro, possuindo um belo exemplar de montaria, incumbira-se ele (Anacleto Tavares) na véspera de conseguir para o ilustre político pernambucano um valente tordilho, pertencente ao solicitador Costa Santos e considerado o mais veloz esquipador da capital. Para fazer frente a esses reputados ginetes, Augusto Porto, meu futuro cunhado e sportman destemido, havia-me cedido o seu Vesúvio... Moreira Alves ganhara logo fama de montador insigne... o novo Presidente da Província conhecia a fundo a equitação... Para o espírito estreito de certa parte da sociedade maranhense, afigurava-se naturalmente estranho que fosse escolhido para ocupar a curul presidencial da Província um homem que se vestia pelos últimos figurinos de Paris, usava roupas claras, gostava de fazer longos passeios a pé pelas ruas comerciais...". (p. 16-17)

Informa VIEIRA FILHO (1971) que desde antes de 1854 havia em São Luís quem alugasse cavalos para passeios pela cidade e seus arrabaldes. As cavalgadas para São José de Ribamar, Maioba, Vila do Paço, Turu e outros pontos da Ilha constituíam, de acordo com LOPES (1975) "...divertimento muito de predileção dos homens da melhor sociedade sanluisense". O cavalo se constituiu como meio dessas atividades, como peça importante para as atividades do lazer, então praticadas, até o advento do automóvel, já no século XX:

"Não faz muitos anos saíam a passeio aos domingos nas cidades da região dos campos baixos do Maranhão, os rapazes das famílias abastadas, montando em fogosos ginetes" (...) "Em São Luís, até fins do século XIX e mesmo depois, havia esse costume. De três guapos cavaleiros conservou-se muito tempo a lembrança ... Saíam os três cavaleiros todos os domingos envergando cartolas cor de cinza ..." (p. 51)

Aluísio AZEVEDO (citado por MÉRIEN, 1988), em conto autobiográfico, afirma que, aos doze anos, estudante do Liceu, havia uma coisa verdadeiramente série para ele: "era brincar, estabelecendo-se entre minha divertida pessoa e a pessoa austera de meus professores a mais completa incompatibilidade". Narra as estripulias da época, em companhia dos amigos de infância:

"Criado a beira-mar na minha ilha, eu adorava a água. Aos doze anos já era valente nadador, sabia governar um escaler ou uma canoa, amarrava com destreza a vela num temporal, e meu remo não se deixava bater facilmente pelo remo de pá de qualquer jacumariba pescador de piabas." (p. 47)

Dunshee de ABRANCHES (1941), em suas memórias, lembra que o Velho Figueiredo, "o decano dos fígaros de São Luís" (p. 155), mantinha em sua barbearia - a princípio na rua Formosa e depois mudada para o Largo do Carmo - um bilhar, onde

"ahí que se reuniam os meninos do Lyceo depois das aulas, e, às vezes, achavam refúgio quando a polícia os expulsava do pátio do Convento do Carmo por motivos de vaias dadas aos presidentes da Província e outras autoridades civis e militares. Essas vaias era quasi diárias...". (p. 157)

Para defenderem seus ideais, puças e cabras, republicanos e monarquistas, abolicionistas e negreiros, maçons e católicos, dentre outros, passam a criar periódicos e grêmios recreativos de múltiplas denominações para defesa de seus ideais. Dessa mania surge a "Arcadia Maranhense", e de uma sua dissidência, a "Aurora Litteraria". Para ridicularizar os membros desta última, aparece um jornaleco denominado "Aurora Boreal":

"... só faltava fundar-se o Club dos Mortos. E justificou [Raymundo Frazão Cantanhede] tão original proposta dizendo que, se tal fizéssemos, iríamos além dos positivistas: ficaríamos mortos-vivos e assim seríamos governados por nós mesmos". (ABRANCHES, 1941: 174)

O Clube dos Mortos reunia-se no porão da casa dos Abranches, no início da Rua dos Remédios, conforme relata Dunshee de ABRANCHES (1941) em suas memórias: "E como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos" (p. 187), com os membros desse clube abolicionista juntando o útil ao agradável:

"...E, não raras noites, esse grupo juvenil de improvisados athletas e plumitivos patriotas acabava esquecendo os seus planos de conjuração e ia dansar na casa do Commandante Travassos ... Apezar de só ter uma filha, agasalhava na sua hospitaleira residência uma parentella basta e jovial, em que superabundava o sexo frágil. Não faltavam pianistas, violinistas, e cantores nesse grupo variegado de moças casadeiras e gentis. Os saraus ali se succediam desde as novenas de N. S. dos Remédios á véspera de Reis. Era que, todos os annos, a família Travassos armava um presépio. Os ensaios das Pastorinhas iniciavam-se desde fins de Outubro; e, depois delles fatalmente seguiam-se dansas até á meia-noite...". (p. 187-188)

HASSE (1985) ao tratar da "disciplina do corpo", afirma que, atuando como verdadeiro instrumento simbólico, econômico e social, o corpo persiste na contínua afirmação de certo valor individual e coletivo num conjunto de práticas através das quais se acionam dispositivos que enunciam o seu autentico estatuto cultural numa retificação constante, integrando-se, dentro destas práticas, os gestos e comportamentos do cotidiano, conservando uma tênue reminiscência aristocrática, enquanto outros pretendem vincar a diferença face a um poder social decadente como era o da nobreza, ou ainda, firmar certa distinção perante camponeses e operários. A vida, ao se transferir da cidade para o campo, transforma a casa no centro de toda a vida social, "ponto fulcral onde tem lugar a organização, administração e montagem de cada representação individual" (p. 18). Aí, na casa da cidade, têm lugar momentos privilegiados como as reuniões e os banquetes, os bailes e as partidas, ocasiões que alimentam formas de sociabilidade e de ostentação, situações múltiplas propícias a escolhas de futuras uniões.

No que diz respeito à ginástica, a sua importância estaria sobejamente reconhecida pelo enorme apreço que dela haviam feitos as nações mais célebres da antigüidade. O desporto e a ginástica estabelecem a conciliação entre o contato com a natureza e a promoção de uma disciplina cada vez mais apurada e despercebida. Só a partir do século XIX se torna possível o desenvolvimento da ginástica no sentido de contribuir para o controle e o autodomínio de cada indivíduo tendo em vista o benefício coletivo (HASSE, 1985:32). Através da ginástica procede-se a uma racionalização das atitudes selecionando, organizando e sistematizando novos gestos mais adequados também às representações da nova elegância.

Do encontro daquelas duas visões de mundo, aumentava a atenção sobre o corpo, sobre os gestos, atitudes e movimentos, tornando-se delicado progredir através de qualquer atividade física que ultrapassasse um limiar definido pelo bom tom:

"... Este limiar representava uma autêntica linha limite que impedia toda a prática para além do simples passatempo, um recurso a formas agradáveis a que uma pessoa bem educada se devia dedicar no desejo legítimo e louvável de promover a perfeita conservação do corpo. Porém, jamais lhe seria permitido que tais práticas de simples passatempo se transformassem em verdadeiras ocupações." (HASSE, 1985:27)

Ainda segunda essa autora, acompanhando a vida, os manuais de civilidade não deixam de assinalar diferentes formas de movimento e atividades diversas, úteis a uma educação correta e consideradas no quadro das recreações, como uma das coisas indispensáveis à vida, na qual ninguém pode prescindir.


Educação (Física) Feminina
d'ORBIGNY (1853, citado por MÉRIAN, 1988), registrou, quando de sua passagem por São Luís do Maranhão no século passado, a notável elegância e as maneiras da população branca:

"Em sua maioria criadas em Portugal, as jovens senhoritas da região traziam consigo o gosto pelo trabalho e pela ordem, recato e comportamento geralmente alheios às nativas... Quanto aos rapazes, quase todos eles vão estudar nos melhores colégios da França ou da Inglaterra". (p. 13)

DUNSHE DE ABRANCHES (1970), em suas memórias, descreve como eram passados os dias de passeio por essa classe formada pelas "gentes de bem", fazendo o relato de um passeio ao sítio de seu avô, o rico comerciante português Garcia de Abranches - o Censor -, nos arrebaldes de São Luís, quando as famílias dos amigos então se reuniam para passar os períodos de festas e os finais de semana:

"... as moças e rapazes formavam bandos gárrulos e irriquietos que, desde a madrugada até o cair da tarde, saíam em excursões pela floresta e pelos sítios vizinhos, voltando carregados de cófos com frutas, cachos de jussaras e de burutis, flores silvestres, emfim, tudo que apanhavam pelos caminhos e atalhos". (....)

"... Atirador emético e adestrado nos jogos atléticos, alto, magro e ágil, [Frederico Magno] trepava como um símio até os galhos mais finos das árvores para apanhar uma fruta cobiçada pelas jovens ali presentes. Encantava-as também a precisão dos seus tiros ao alvo. E causava-lhes sustos e gritos quando trepava sem peias por um coqueiro acima ou se balançava no tope de uma jussareira para galgar as ramas de uma outra em um salto mortal, confirmando o título que conquistara entre os da terra de campeão da bilharda". (....)

"A monotonia das noites era sempre suavisada por divertimentos improvisados. Enquanto os três velhos [Garcia de Abranches, Comendador Meireles e Manoel Portinho] , chefes de família, se entretinham em partidas de cartas ou de gamão, com alguns roceiros vizinhos, os moços mantinham-se sempre em constante hilaridade e algazarra a propósito dos jogos de prendas ou iam para o terreiro ouvir os desafios dos cablocos, tocadores de viola."(p. 28).

Os longos passeios pelos arrebaldes permitiam o contato com o ar livre e com a natureza, e se constituíam forma de divertimento salutar, pois reúnem harmoniosamente a solução quanto ao medo de doenças que impedia a vida laboriosa, por um lado, e o medo da crítica que a rígida moral implicava, por outro. Às mulheres, "responsáveis primordiais na criação dos novos seres" (HASSE, 1985), recomendava-se sobretudo os exercícios do corpo que obrigavam a andar ao ar livre, como os passeios a pé ou a cavalo, pois:

" ... além de fortificarem a constituição animavam o semblante, sugerindo-se brandamente a relação favorável entre a saúde e a beleza, forma atraente de promover com delicadeza a aderência a práticas sadias conduzidas pelo desejo de seguir os conselhos avisados dos médicos" (HASSE, 1985:28)

O jogo, enquanto divertimento para os mais jovens, torna-se objeto de atenção, "no desejo de promover desde cedo um conjunto de hábitos e de atitudes favoráveis à transformação de usos caducos" (HASSE, 1985:28).

Às exigências de ordem médica, seguem-se as de ordem econômica, para favorecer a orientação adequada às necessidades práticas que vinham ocupando os indivíduos. Nesta linha de reflexão, Hasse conclui que não é possível nem deve ser consentido à mocidade "huma applicação séria todo o dia", sendo preciso dar liberdade ao corpo e ao espírito. "Este, depois de haver descansado, ficaria em melhor estado para o trabalho" (HASSE, 1985:28):

"... Começa a generalizar-se a idéia de que os divertimentos são necessários a todos os homens e, em particular, à mocidade. Esta tem para com eles uma propensão natural e eles servem muitas vezes de hum grande socorro, tornando-se nocivos Quando em excesso, levando o espírito a perder a sua força. (...)

"... Os divertimentos, por possuírem um valor determinado ao nível do bom equilíbrio geral, são permitidos e aconselhados desde que mantenham circunspeção." (HASSE, 1985:28-29)

Ainda se referindo ao Fidalgote, como era conhecido Frederico Magno de Abranches, seu sobrinho, Dunshee de Abranches, relembra que

"... Os dois namorados [Frederico e Maricota Portinho] tiveram assim, momentos felizes de liberdade e de alegria, fazendo longos passeios pelos bosques, em companhia de Milhama, ou passando horas inteiras a jogar a péla de que o Fidalgote era perfeito campeão ..." (DUNSHE DE ABRANCHES, 1970:31)

FORTUNADO DE ALMEIDA (in História de Portugal, tomo V), ao referir-se aos costumes e aspectos sociais, falando dos jogos desportivos e passatempos diversos, descreve o que seria o jogo da péla:

"Nas ruas e outros lugares públicos concorriam muitos eclesiásticos e seculares a jogar e a ver jogar a 'bola ou mancaes'. O Bispo de Coimbra D. Afonso de Castelo Branco, nas suas constituições de 1591, proibia aos eclesiásticos semelhantes exibições; e proibia em especial o jogo da pela nos jogos públicos, 'principalmente despindo-se em calças e gibão, como alguns com poucos respeito de seu estado fazem', No século XVIII chamava-se a este jogo o jogo dos paus. Mancais era o nome que no século XVI se dava aos paus destinados a ser derribados com a bola".

"Em Lisboa, jogava-se a péla num pátio descoberto e público em cuja porta esteve este dístico latino:

Lude pede, insulta, suda, contende, labora;
Si tibi contingat perdere, solve, tace.

"Jogavam seus parceiros, três de cada parte, com péla de couro, que se enchia de ar com uma seringa. Jogou-se a princípio com a palma; nos princípios do século XVIII, introduziu-se o uso francês de jogar com raqueta." (citado por VIERA E CUNHA e FEIO, s.d.: 90-91).

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Año 4. Nº 14. Buenos Aires, Junio 1999