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Distorção da imagem corporal e tríade 

da mulher atleta em bailarinas clássicas

Distorsión de la imagen corporal y la tríada de la mujer atleta en bailarinas clásicas

Body image distortion and female athlete triad in classic ballerinas

 

*Acadêmicos do curso de Educação Física do

Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná (CEULJI/ULBRA), Ji-Paraná, RO

**Mestre em Ciência da Motricidade Humana

Professor do CEULJI/ULBRA, Ji-Paraná, RO

***Professor Doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, PQ-CNPQ

****Mestre em Ciência da Motricidade Humana

Professora do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM),

Rio de Janeiro, RJ

(Brasil)

Iraci de Oliveira Pereira*

Alisson Padilha de Lima*

Fabrício Cardoso**

Glauber Lameira de Oliveira**

José Fernandes Filho***

Talita Adão Perini****

alissonpadilha@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O crescente interesse e participação de mulheres na prática regular de atividade física têm despertado interesses da comunidade científica acerca dos seus efeitos na saúde da praticante. Estudos têm enfatizado que praticantes de atividade física em que há uma preocupação com a estética corporal como no ballet clássico tem desenvolvido a síndrome da Tríade da Mulher Atleta (TMA), que engloba três diferentes componentes: transtornos alimentares, amenorréia e osteoporose. O presente estudo se propôs avaliar a presença dos componentes da TMA em bailarinas clássicas não-profissionais. Participaram do estudo 12 bailarinas (14,6±1,8 anos/ 55,1±8,7Kg/ 1,60 ±6,4 m) oriundas do Teatro Municipal da cidade de Ji-Paraná, no estado de Rondônia Realizou-se uma investigação, por auto-relato, da presença de disfunções menstruais, de diagnóstico de osteoporose, pela incidência de pelo menos três fraturas ósseas nos últimos dois anos, além do registro da rotina de ensaios (nas bailarinas) por meio de uma anamnese. A fim de identificar a presença transtornos alimentares comportamentos bulímicos e distorção da autoimagem corporal foram aplicados o Eating Attitudes Test (EAT-26), Bulimic Investigatory Test Edinburgh — BITE e Body Shape Questionnaire – BSQ respectivamente. Todos os instrumentos foram utilizados em suas versões validadas e traduzidas para o português. A análise dos dados foi feita no Excel 2000. Foi constatada a presença simultânea dos três componentes que caracterizam a TMA em 8,3% das bailarinas avaliadas. Foi observada prevalência de respostas positivas para dois dos três componentes da TMA, simultaneamente: disfunção menstrual e osteoporose (25%, n=3). Além da prevalência de um componente isoladamente: disfunção menstrual: amenorréia secundária (66,7%, n= 8), transtornos alimentares (8,3%, n=1) e osteoporose (41,5%; n=5), resultado preocupante, já que a presença de um deles torna a jovem vulnerável ao desenvolvimento dos demais. Foi constatada a presença da TMA em 8,3% das bailarinas avaliadas. Observou-se a presença de pelo menos um dos componentes da tríade isoladamente, em maior parte das bailarinas, sendo recomendado que se faça uma intervenção no planejamento de ensaios, por profissionais especializados a fim de adequá-lo em intensidade e freqüência aos limites fisiológicos deste grupo de dançarinas. Haja vista, que a presença de pelo menos um dos fatores poderá contribuir para o desenvolvimento dos demais, e a instalação da tríade por completo.

          Unitermos: Ballet clássico. Disfunção menstrual. Transtornos alimentares.

 

Abstract

          The growing interest and participation of women in the practice of regular physical activity have aroused interests from the scientific community about its effects on the health of the practitioner. Studies suggests that physical activity practitioners where there is a worry about the body esthetic like in classical ballet have developed the syndrome of Athlete Woman Triad (AWT), which includes three different components: eating disorders, amenorrhea and osteoporosis. This study aimed to evaluate the presence of components of the AWT in professional ballet dancers. Twelve ballet dancers (14.6 ± 1.8 years / 55.1 ± 8.7 kg / 1.60 ± 6.4 cm) from the City Theater of Ji-Paraná, state of Rondônia, participated in the study. By self-report, an investigation was made about the presence of menstrual dysfunction, diagnosis of osteoporosis, the incidence of at least three broken bones in the last two years and Moreover, the record of the routine of tests (of the ballet dancers) by anamnesis. In order to identify the presence of eating disorders, bulimia and distortion of body self-image, were used the Eating Attitudes Test (EAT-26), Bulimic Investigatory Test Edinburgh - BITE and Body Shape Questionnaire - BSQ respectively. All instruments were used in their validated versions and translated into Portuguese. The data analysis was done in Microsoft Excel 2000. Were found the simultaneous presence of three components that characterize the AWT on 8.3% of the ballet dancers evaluated. The prevalence of positive responses was observed to two of the three components of the AWT, simultaneously: menstrual dysfunction and osteoporosis (25%, n = 3). Moreover, was observed the prevalence of one component alone: menstrual dysfunction: secondary amenorrhea (66.7%, n = 8), eating disorders (8.3%, n = 1) and osteoporosis (41.5%, n = 5). It is a worrying result, since the presence of one component makes the young ballet dancer vulnerable to the development of the other components. The presence of AWT was found in 8.3% of the ballet dancers evaluated. The presence of at least one of the components of the triad alone was observed in the most of the dancers., An intervention is recommended in the planning of the training, by specialized professionals, in order to adequate it in intensity and frequency to the of physiological limits of the ballet dancers group, considering that the presence of at least one of the factors can contribute to the development of others, and the installatioonof the triad altogether.

          Keywords: Classical ballet. Menstrual dysfunction. Eating disorders.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O ballet clássico surgiu no século XVI, na Itália, associado primeiramente ao canto, música e dança (MOURA, 2001). Atualmente, esta atividade requer do praticante beleza física, e um bom desempenho técnico através da leveza e delicadeza dos gestos. Qualquer alteração no peso corporal de um bailarino clássico pode refletir negativamente no seu desempenho e aparência visual, quesitos indispensáveis para uma boa apresentação. A busca pelo perfeccionismo pelo bailarino pode ser um fator motivador da preocupação constante com a sua autoimagem.

    Segundo Silva e colaboradores (2009), a preocupação com a imagem corporal entre bailarinos clássicos, faz com que os mesmos convivam freqüentemente com uma grande pressão por manter um peso corporal irreal, exigidos nesta atividade, assumindo intenso treinamento físico e condutas alimentares inadequadas. Adicionalmente, a sociedade moderna preconiza um estereótipo de beleza apresentado como padrão calcado no corpo esquálido e escultural, o que aumenta a pressão pela imagem corporal ideal.

    Os primeiros estudos sobre imagem corporal foram realizados no âmbito esportivo, onde foi evidenciada grande associação entre a prática de esportes que valorizam a beleza, com grande prevalência de atletas com o diagnóstico de uma síndrome, reconhecida pelo American College Sports Medicine (2007) como a Tríade da Mulher Atleta, composta pela presença simultânea de três fatores: transtornos alimentares, osteoporose e disfunções menstruais. Hoje, sabe-se que esta síndrome não restringe-se somente a este meio, está presente na sociedade em geral, entre jovens praticantes e não praticantes de atividade física, que se preocupam com sua autoimagem(PERINI & OLIVEIRA, 2009).

    Para Tosatti et al (2007) na população geral, as mulheres jovens são mais vulneráveis às pressões da sociedade pela beleza, e compõem igualmente um grupo de risco de instalação de pelo menos um dos fatores da tríade, os transtornos alimentares (TA), que compreendem a anorexia e/ou bulimia. O agravante entre jovens bailarinas é a associação de duplo risco aos componentes da TMA, haja vista que são praticantes de uma atividade que supervaloriza a beleza física e de um gênero onde há maior vulnerabilidade às imposições da sociedade no que tange a estereótipos corporais.

    Para Thrash e Anderson (2000), a primeira manifestação da tríade esta associada a uma baixa ingestão de energia resultante de comportamentos alimentares inadequados. Esta atitude compromete o funcionamento correto do sistema reprodutor, alterando a secreção de GnRh, que perturba o funcionamento da hipófise na produção de FSH e LH (ZANKER, 2006). A baixa concentração destes hormônios causa a disfunção menstrual como amenorréia, outro componente da tríade. Os reduzidos níveis de energia deprimem a secreção de estrogênio, causando aumento na taxa de reabsorção óssea conduzindo a progressiva redução na densidade mineral óssea e conseqüente desenvolvimento da osteoporose, mais um dos três componentes desta síndrome.

    Para Warren (2002), uma insuficiente ingestão calórica relativamente ao dispêndio energético resultante de um transtorno alimentar, funciona como ponto de partida para o desenvolvimento de amenorréia, e conseqüente osteoporose, outros dois componentes da TMA. Portanto, o surgimento de um dos componentes pode desencadear facilmente o surgimento de outro ou simplesmente agravá-lo.

    Não se pode negar que a tríade da mulher atleta, embora não se restrinja ao âmbito esportivo, é entre atletas que necessitam de uma imagem corporal perfeita, que são mais prevalentes (PERINI et al, 2009).

    Estudos nesta área vêm enfatizando que o risco do desenvolvimento da TMA não é o mesmo nas diferentes atividades físicas (TORSVEIT E SUNDGOT BORGEN, 2005). A presença desta síndrome é mais comum em atividades que preconizam leveza dos movimentos, imagem corporal, composição corporal, flexibilidade, e domínio do corpo em especial, como o ballet clássico. Essas atividades se tornam mais vulneráveis a atitudes que condizem com a necessidade de manutenção do seu peso corporal, por razões estéticas ou otimização da performance (PERINI, 2008; OLIVEIRA et al, 2003). Sendo assim, o principal desafio entre estas jovens é manterem-se saudáveis, em um meio facilitador do desenvolvimento dos componentes da síndrome da Tríade da Mulher Atleta. Destarte, o objetivo deste estudo foi investigar a presença dos componentes que caracterizam a tríade da mulher atleta em bailarinas clássicas na cidade de Ji-Paraná.

Metodologia

    Foram incluídas no presente estudo 12 bailarinas clássicas não-profissionais de faixa etária compreendida entre 12 e 19 anos (média: 14,3 anos) do sexo feminino, oriundas do Teatro Municipal Dominguinhos, da cidade de Ji-Paraná (RO), com média de 7,4 anos e 8,9 horas semanais de ensaio.

    Quatro questionários foram adotados como forma de levantamento de informações das diferentes abordagens que foram desenvolvidas nesta pesquisa.

1.     Anamnese – Foi realizada a investigação, por auto-relato, contendo 12 perguntas sobre dados pessoais, presença de disfunções menstruais, diagnóstico de osteoporose, histórico de lesões ósseas, além do registro da rotina de treinamento.

2.     A fim de avaliar a presença de atitudes alimentares inadequados, utilizou-se o Eating Attitudes Test (EAT – 26) validado por Bighetti (2003), composto de 26 questões distribuídas em diferentes aspectos: Fator I (dieta), fator II (bulimia nervosa) e fator III (controle oral) (NUNES 2001). Para Cordás (1994), atribui-se o escore 3 para a resposta 1 (sempre), o escore 2 (muito frequentemente), o escore 1 para a resposta 3 (frequentemente), o escore 1 para a resposta 3 (frequentemente), o escore 0 para as respostas 4 (ás vezes), 5 (raramente) e 6 (nunca), em todos os itens do questionário, com exceção do item de número 4, onde se atribui o escore inverso, ou seja, escore 3 para a resposta 6 (nunca), o escore 2 para a resposta 5 (raramente), o escore 1 para as resposta 3 (frequentemente), 2 (muito frequentemente) e 1 (sempre). Obtem-se o resultado deste instrumento, somando-se todos os escores das respostas dos 26 itens do questionário. Se o total do escore for igual ou maior que 21, o EAT-26 é considerado positivo (EAT -26), é confirmada a presença de síndromes precursoras do desenvolvimento de Transtornos Alimentares(TA).

3.     A presença de comportamentos bulímicos e sua intensidade foram avaliadas adotando-se o Bulimic Investigatory Test Edinburgh – BITE, com 33 questões e duas sub-escalas, sendo uma voltada para síndromes e a outra para a gravidade dos mesmos CORDÀS (1994). Este permite identificar comedores compulsivos além de obter dados sobre aspectos cognitivos e comportamentos deste distúrbio.

4.     Para averiguar o grau de distorção e possível insatisfação com a autoimagem corporal, seus antecedentes e conseqüências, foram aplicados o Body Shape Questionnaire – BSQ validado por Di Pietro (2002) composto de 34 questões apresentando 6 possibilidades de respostas variando de ”sempre” a ”nunca”. Resposta 1 (nunca), 2 (raramente), 3 (ás vezes), 4 (frequentemente), 5 (muito freqüente) e 6 (sempre). De acordo com a resposta marcada, o valor do número correspondente à opção feita no item é computado como escore para a questão, logo os escores são: nunca =1, raramente =2, às vezes= 3, freqüentemente= 4, muito freqüentemente = 5 e sempre = 6. O total de escore do instrumento BSQ é computado, a partir do somatório de escores obtidos de todos os 34 itens respondidos. A classificação dos resultados é feita pelo total de escores obtidos, e reflete os níveis de preocupação com a AIC. Obtendo resultado menor ou igual a 80 pontos é constatado um padrão de normalidade e tido como ausência de distorção da AIC. Resultado entre 81 e 110 pontos é classificado como grau leve de distorção da AIC, entre 111 e 140 é classificado como grau moderado de distorção da AIC e acima de 140 pontos a classificação é de presença de grave grau de distorção da AIC (DI PIETRO, 2002).Todos os instrumentos foram utilizados nas versões traduzidas para o português e validadas (CORDÁS, 1994). Adicionalmente a essa análise foi verificada a percepção indireta da massa corporal total (MCT) das avaliadas pela diferença do MCT medida (atual) pelos avaliadores e a declarada como ideal pelas mesmas. Obteve-se a freqüência em que as avaliadas declararam como massa corporal ideal um valor maior (> 2kg) do que a medida (=desejo de engordar); massa corporal ideal um valor menor (< 2kg) do que a massa medida (=desejo de pesar menos) e massa corporal ideal, semelhante ao peso aferido (± 2kg da massa medida) (NUNES, 2001).

    Ressalta-se, que estes são instrumentos de auto-relato, utilizados na clinica médica para triagem e definição de quadro de síndromes precursoras de comportamento alimentar e de outras co-morbidades psiquiátricas, porém, os participantes do estudo não foram submetidos à entrevista com fins de diagnóstico clínico.

    Posteriormente à aplicação dos questionários utilizados, as atletas foram submetidas à avaliação antropométrica de modo a se obter os parâmetros atuais para composição corporal e compará-los com a autopercepção das avaliadas.

    As medidas antropométricas foram tomadas no local de treinamento das bailarinas, precisamente no Teatro Municipal Dominguinhos em um dia específico destinado para este fim, adotando-se a padronização da International Society for Advancement in Kinanthropometry (ISAK) (NORTON & OLDS, 2000).As seguintes medidas foram registradas: espessura de dobras cutâneas (peito, tríceps, bíceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, média axilar, coxa e perna - CESCORF, 0,1mm); perímetro corporal (bíceps relaxado e contraído, coxa, perna, cintura e quadril - fita metálica flexível - CARDIOMED, 1cm); diâmetro ósseo (punho, joelho e cotovelo – paquímetro, 1mm); estatura (estadiômetro, FILIZOLA 1mm) e massa corporal total(balança eletrônica FILIZOLA, 50g).

    A partir destas, foram calculados diversos parâmetros, sendo considerados no estudo: o Índice de Massa Corporal (IMC = massa corporal total/estatura², kg/m²) (COLE, 2000) e o percentual de gordura (%G) (SLAUGHER, 1988).

    O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do CEULJI/ULBRA (Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná/ Universidade Luterana do Brasil) obtendo-se número de protocolo 232/09, cumprindo a determinação da resolução do conselho nacional de saúde nº 196/96, de 10 de outubro de 1996, incluindo a assinatura do termo de consentimento livre (TCLE)e esclarecido pelo participantes.

    Todos os avaliadores foram submetidos a um treinamento prévio para aplicação dos questionários e padronização da tomada de medidas antropométricas, obtendo-se um erro técnico aceitável (PERINI et al, 2005; NORTON & OLDS, 2000) garantindo a fidedignidade da pesquisa.

    A estatística descritiva dos dados, os cálculos dos parâmetros, prevalência das variáveis, parâmetros e dos questionários aplicados foram realizados no programa Excel (Microsoft 2000).

Resultados e discussão

    Estão dispostos na Tabela 1, abaixo, os valores médios, mínimos, máximos e desvio padrão de diferentes variáveis antropométricas, bem como as que caracterizam o grupo de bailarinas.

Tabela 1. Valores da média, desvio-padrão, mínimo e máximo, de diferentes 

variáveis antropométricas e gerais que caracterizam o grupo de bailarinas clássicas

Variáveis

Bailarinas (n= 12)

Media DP

Idade (anos)

14,3 ±1,8 Min:12,0 Máx:19,0

Estatura (cm)

160,2 ±6,4 Min:150,0 Máx:172,0

Massa Corporal Total (kg)

55,1 ±8,7 Min:44,5 Máx:67,0

Percentual de gordura corporal (%)

21,1 ±3,0 Min:16,4 Máx:26,2

Índice de Massa Corporal (Kg/m2)

21,4 ±3,0 Mín. 17,6 Máx.26,4

Idade de Menarca (anos)

13,0 ± 1,5 Min:11,0 Máx:16,0

Tempo de Treinamento/ensaio (anos)

7,4 ± 2,7 Mín. 2,0 Máx.12,0

Treinamento/ ensaio semanal (h/sem)

8,9 ± 4,9 Min 3,0 Máx.15,0

Classificação do IMC (COLE, 2000) e %G para adolescentes (SLAUGTHER, 1988).

DP= desvio padrão; Min=mínimo; Máx= máximo; n= nº de indivíduos

Valores positivos e negativos em percentual (%)

    Comparando-se os dados apresentados pelas rondonienses avaliadas neste estudo, com os valores obtidos em um estudo com jovens paulistas estudantes de ballet clássico de mesma faixa etária, pode-se afirmar que a carga horária de ensaio semanal apresentada pelas jovens rondonienses está abaixo da apresentada pelas bailarinas paulistas(22,5h/s), o que justifica o mais elevado percentual de gordura apresentado pelas mesmas(SILVA et al, 2009). Quanto às demais variáveis antropométricas as bailarinas paulistas apresentaram IMC e massa corporal total de 18,4 Kg/m2, 44,9 Kg respectivamente, abaixo dos apresentados pelas bailarinas rondonienses e mais próximos dos valores de bailarinas profissionais.

    Um outro estudo realizado da cidade de Florianópolis com bailarinas clássicas de nível intermediário, de 9,53 anos de ensaio, maior do que no presente estudo, evidenciou que as jovens avaliadas apresentaram índice de massa corporal e massa corporal total mais baixos que as bailarinas avaliadas neste estudo, com valores de 19,6kg/m2 e 51,32kg, respectivamente(NASCIMENTO E SIMAS, 2006).

    Considerando que as bailarinas rondonienses são submetidas a uma carga horária de ensaio semanal baixa, os valores médios antropométricos das mesmas já eram esperados, retratando a pouca interferência dos ensaios nas características físicas das praticantes.

    Em relação ao perfil preconizado do bailarino clássico, como leveza, precisão e coordenação dos seus movimentos e beleza corporal, pode-se afirmar que o grupo avaliado não possui características antropométricas necessárias e específicas para este fim. Este resultado pode justificar-se pelo fato de estas praticantes não serem profissionais, onde o rigor à adequação aos quesitos do ballet clássico não serem evidentes.

    Estudos afirmam, que para melhor rendimento no ballet clássico é necessário que a praticante adolescente, apresente um reduzido percentual de gordura corporal, entre 8 e 10%, índice preconizado por instrutores, mais evidentemente das categorias profissionais (PUJOL, 2000). Este quadro é capaz de tornar a bailarina vulnerável ao desenvolvimento de TA, um dos três componentes da TMA, principalmente durante a fase de temporada com apresentação de sucessivos espetáculos, onde deverá apresentar as habilidades específicas do ballet clássico que em sua maioria estão relacionadas com a magreza (SIMAS E GIMARÃES, 2002). Ressalta-se que as avaliadas do presente estudo embora classificadas como bailarinas clássicas não-profissionais, onde as pressões pela redução do peso corporal são menos evidentes, apresentaram prevalência de insatisfação com a auto-imagem corporal, como disposto na Tabela 3.

    Um estudo realizado por Pierce e Daleng (1998), com o objetivo de avaliar a insatisfação e distorção da imagem corporal em um grupo de 10 bailarinas clássicas de uma companhia profissional, verificou que é evidente a presença de distorção e insatisfação da imagem corporal entre elas, semelhante ao foi detectado no presente estudo. Isso remete ao fato de que mesmo entre níveis não-profissionais, onde não é comum observar a rigorosidade quanto a magreza, nota-se igualmente a insatisfação com a autoimagem corporal entre essas bailarinas.

    Um estudo realizado com 43 bailarinas da região sul do Brasil, observou que 76,8% delas apresentaram-se insatisfeitas com sua forma física e desejavam emagrecer (NASCIMENTO E SIMAS, 2006). Da mesma forma, foi observado no presente estudo que entre 75% das bailarinas insatisfeitas com sua autoimagem corporal, 66% delas, relatam o desejo de emagrecer (Tabela 4).

    Para Vaisman e colaboradores (1996), o ballet clássico pode vir a impulsionar seus praticantes a buscarem subsídios para que venham alcançar um peso corporal abaixo do considerado normal, podendo estimular condutas inadequadas para o emagrecimento e conseqüente TA.

Tabela 2. Prevalência de respostas positivas e negativas referentes 

à presença de disfunções menstruais e osteoporose de bailarinas clássicas

Distúrbios Ósseos (Osteoporose)

Disfunções Menstruais

Grupo

Comprovada por Exame

Histórico de

Fratura por estresse

Amenorréia

Primária

Amenorréia

Secundária

Oligomenorréia

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Bailarinas

(n= 12)

0%

100%

41,6%

58,4%

0%

100%

33,3%

66,7%

66,7%

33,3%

    A partir dos dados dispostos na Tabela 2, pode-se inferir que o grupo de bailarinas apresentou-se em risco de estar com o distúrbio ósseo, como osteoporose, haja vista que no mesmo foi observada elevada prevalência de fraturas (41,6%) ósseas nos últimos dois anos (igual ou maior que três) entre as bailarinas. Similarmente, as bailarinas apresentam elevada prevalência de distúrbios menstruais, entre eles a oligomenorréia (66,7%), e a amenorréia secundaria (33,3%), esta última a mais agravante. Este resultado pode em parte justificar pela presença de fraturas freqüentes observadas nas avaliadas.

    Segundo Boleas et al (2002) a associação de elevada prevalência de fraturas por estresse entre jovens praticantes de atividade física sistemática e disfunções menstruais pode ser um indicativo da presença ou desenvolvimento da osteoporose precoce, resultante de um treino intenso e/ou alimentação restrita, podendo contribuir para o aumento da fragilidade óssea. O fato das bailarinas rondonienses terem apresentado uma carga horária semanal de 8,9 horas de treino/ensaio pode ter contribuído para a presença de disfunção e fragilidade óssea. Esta assertiva é ratificada por Torsveit e Sundgot-Borgen (2005), que afirmam que entre mulheres submetidas à atividade física intensa com anormalidades menstruais há um risco de desenvolvimento de fraturas ósseas 7 vezes maior do que a população normal.

    Segundo Oliveira e Perini (2009), a prevalência quanto à presença de amenorréia primaria é 2 a 8,5% na população em geral e 3,4 a 66% entre mulheres submetidas a atividade física sistemática, sendo as bailarinas, foco deste estudo, mais propícias a fraturas decorrente a estresse, como constatado neste estudo.

    Sabe-se que a estrutura óssea, sofre alterações no decorrer das fases da vida, e que durante a maturidade sexual um elevado percentual da massa óssea é adquirido, haja vista que nesta fase o acúmulo de cálcio é triplicado, podendo alcançar de 80 a 85% de sua massa óssea até os 18 anos de idade (WEST, 1998; OLIVEIRA & PERINI, 2009).

    Para Wiggins e Wiggins(1997), o pico de massa óssea na população geral de ambos os gêneros ocorre entre 18 e 25 anos de idade. Precisamente, no sexo feminino, ocorre por volta dos 20 anos entre jovens que não apresentaram puberdade precoce (menarca anterior há 12,6 anos) e aos 16 anos entre aquelas que apresentam menarca anterior à média populacional.

    Foi desenvolvido um estudo longitudinal com adolescentes da cidade de Florianópolis a fim de verificar a idade precisa do pico de massa óssea com jovens femininas com idade variando de 12 a 30 anos. Para tanto, foi avaliada a densidade mineral óssea (DMO) vertebral entre as avaliadas e constatado um aumento significativo da mesma até os 17 anos e após esta idade nenhuma mudança foi observada, identificando esta idade como a de pico ideal (OLIVEIRA & PERINI, 2009). Pode-se observar que as bailarinas avaliadas no presente estudo podem estar vulneráveis ao desenvolvimento da osteoporose precoce, em uma fase de vida que seria favorável ao ganho de massa óssea, já que estas possuem idade média de 14, 3 anos (Tabela 1).

    Para Crebs (2001), a vulnerabilidade a fraturas é comum somente após os 30 anos, onde é normal ocorrer um processo de depleção ou perda da massa óssea, em torno de 0,3% a 0,5% por ano, podendo ser aumentado 10 vezes, após a menopausa, chegando até 3%. Porém, ressalta-se que neste estudo foi constado que quase 50% das bailarinas avaliadas apresentaram tal fragilidade, mesmo estando em uma fase do desenvolvimento não propícia a tal ocorrência, o que pode estar relacionado à presença de disfunção menstrual, já que um levado percentual destas jovens apresentou igualmente amenorréia secundária, o mais agravante.

    De acordo com uma pesquisa realizada no Japão com 64 bailarinas profissionais, 15,6% delas eram oligomenorréicas e 18,7% amenorréicas secundárias, disfunções igualmente constatadas neste estudo (TO et al., 1997).

    West (1998) ressalta que entre as jovens amenorréicas há uma perda de massa óssea anormal, em torno de 2% a 6% por ano, sendo consideravelmente acelerada a partir dos 30 anos, podendo nesta fase apresentar a massa óssea semelhante à de uma mulher de 60 anos, pelo fato destas jovens atingirem um pico de massa óssea aquém do esperado durante a adolescência. Esta assertiva torna mais agravante os resultados obtidos neste estudo, pois durante o período da adolescência já foi verificada fragilidade óssea, que provavelmente impossibilitou que maior parte das adolescentes atingisse o pico de massa óssea ideal, talvez por apresentam pelo menos uma das disfunções no ciclo menstrual, tornando-as susceptíveis, a dois dos três componentes da Tríade da Mulher Atleta.

Tabela 3. Prevalência de respostas normais e anormais aos instrumentos: EAT-26 e BSQ de bailarinas clássicas

Valores em percentual (%); BSQ= Body shape questionnaire; EAT-26= Eating Attitudes Test; AIC= autoimagem corporal

    Mediante a análise dos dados expostos na Tabela 3 acima, pode-se afirmar quanto à distorção de autoimagem corporal, que mais da metade no número de avaliadas (58,4%) apresentaram algum tipo de distorção nos graus: leve, moderada e grave, sendo o segundo grupo o mais prevalente.

    Para Hoek et al (1995), há uma relação direta entre a pressão para reduzir a massa corporal total e o desenvolvimento de transtornos alimentares, sendo a distorção da autoimagem corporal apontada como uma predisposição para a adoção de condutas inadequadas de controle de massa corporal total. Porém, neste estudo, não foram observados valores de prevalência elevada para condutas que retratam a presença de transtornos alimentares. É notório observar, que embora a minoria das avaliadas apresente positividade para esta análise, ressalta-se que estas jovens são praticantes de ensaios sistemáticos, com carga horária pré-definida (Tabela 2), o que poderia ser agravado com a adoção deste tipo de conduta, mesmo de forma principiante. Constata-se que grande parte das bailarinas deste estudo apresentou-se em risco, ou seja, estão na iminência de desenvolver tais condutas alimentares, incompatíveis com a saúde (Tabela 3).

    Segundo o American College Sports Medicine(2007) indivíduos submetidos à exercícios sistemáticos há uma exigência energética compatível com o mesmo. O fato de estas jovens apresentarem restrição energética compromete seu desempenho no ballet e sua saúde em geral.

    Para Oliveira e Perini (2009), a baixa ingestão energética associada a prática de atividade física sistemática ocasionará um balanço energético negativo, que poderá resultar na presença de distúrbios menstruais e outros componentes da tríade.

    Para Moura (2001) o ballet clássico ainda é muito mistificado na atualidade, e impositora de padrão corporal, que condiz com o que é preconizado pela sociedade moderna. Portanto, o fato de uma jovem está inserida nesta prática poderá torná-la mais aceita socialmente, haja vista, que vivemos em uma sociedade em que tais padrões de beleza parecem essenciais para grande parte da população, principalmente entre adolescentes do sexo feminino que se encontram ligadas a área do ballet, que precisam expressar livremente seus corpos em busca de boa performance estética. Dessa forma, esse processo tem um impacto negativo sobre à auto-imagem corporal entre praticantes de ballet clássico, que se sentem obrigadas a atenderem a tal padrão de um corpo magro, impostos pela preceitos dança clássica.

    Shilder (1999) ressalta, que a fim de obter um bom desempenho no bllet muitas jovens podem desenvolver uma obsessão pelo corpo magro podendo chegar ao extremo com a presença da distorção da imagem corporal, e possível desenvolvimento de transtornos alimentares.

    Um estudo desenvolvido por Nascimento e Simas (2006) com bailarinas não profissionais, como na presente pesquisa, com o objetivo de avaliar a presença de insatisfação e transtornos alimentares, comprovou que mais da metade do grupo expressou desejo de emagrecer (76,8%) retratando insatisfação com a forma física, mesmo não apresentando valores elevados para transtornos alimentares (9,2%), resultado semelhante ao deste estudo. Mesmo assim, ressalta-se que há uma grande prevalecia de jovens que estão em risco, resultado preocupante, pois podem vir a desenvolver este transtorno mais adiante.

Tabela 4. Prevalência de respostas que retratam a satisfação com a auto-imagem corporal de bailarinas clássicas rondonienses

Desejo

GRUPOS

GANHAR MCT

PERDER MCT

MANTER MCT

Bailarinas (n=12)

8,3%

66,7%

25,0%

    A predominância de jovens que expressam desejo de perder massa corporal total, exposta na Tabela 4 acima, demonstra que há uma grande insatisfação com a autoimagem corporal, que pode em parte está associada à distorção da mesma (Tabela 3). Esta constatação pode ser reflexo da busca incessante pela beleza perfeita, e desejo em obter um “corpo perfeito“. Isto impossibilita que estas bailarinas tenham consciência de sua real imagem levando-as ao grande confronto interno, ou psíquico, causado pelo distúrbio de sua verdadeira imagem corporal (MORGAN et al, 2002). A existência deste processo é reafirmada por Tosatti et ali (2007), que destaca que a distorção da imagem corporal impede uma percepção real de si mesma.

    A pretensão por uma imagem corporal perfeita e inalcançável, sustentada por idéias irracionais e percepções irreais, produz graves distorções  que levam a uma permanente insatisfação, principalmente quando a jovem está atrelada a um âmbito que valoriza a beleza, como o ballet, profissão que reforça a demanda por um corpo muito magro.

    Por meio da análise da Figura 1, abaixo é possível verificar que apenas uma bailarina apresentou a prevalência simultânea dos três componentes que caracterizam a síndrome da tríade da mulher atleta. O estudo constatou que grande parte das bailarinas avaliadas apresentou prevalência em pelo menos um, dos três instrumentos que compõe a tríade da mulher atleta.

Figura 1. Número de casos e prevalência de cada um dos três componentes da tríade da mulher atleta (TMA) 

(osteoporose; transtornos alimentares e distúrbios menstruais) em bailarinas clássicas.

    É necessário, portanto, que haja a divulgação e esclarecimento dos efeitos negativos do desenvolvimento da tríade da mulher atleta, a fim de que os órgãos competentes utilizem destas informações a fim de assumir uma ação intervencionista conscientizando e tratando os grupos profissionais de risco, aqueles que supervalorizam o padrão estético, minimizando e eliminando esta síndrome da sociedade.

Conclusão

    Embora neste estudo tenha sido constatada a presença da tríade por completo em somente uma bailarina, ou seja, a presença simultânea dos três componentes que caracteriza a tríade da mulher atleta, o fato destas jovens apresentarem em sua maioria pelo menos um destes fatores isoladamente é igualmente preocupante, pois este poderá desenvolver o segundo e possivelmente o terceiro componente, ou seja, a tríade por completo.

    Sugerem-se estudos do mesmo cunho em outros grupos profissionais com componentes do sexo feminino, a fim de mapear outros grupos de risco e possibilitar a comparação com os resultados obtidos neste estudo.

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