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Exercício em intensidade autoselecionada: aspectos fisiológicos,

perceptuais e afetivos relacionados à efetividade 

e aderência a atividade física

Ejercicios de intensidad autoseleccionada: aspectos fisiológicos, perceptivos 

y afectivos relacionados con la efectividad y la adherencia a la actividad física

 

Centro de Pesquisa em Exercício e Esporte (CEPEE)

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná

(Brasil)

Hassan Mohamed Elsangedy

Ragami Chaves Alves

Kleverton Krinski

Sergio Gregorio da Silva

ragami1@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem como objetivo descrever as teorias os principais achados pertinentes ao exercício realizado em intensidade autoselecionado e fatores intervenientes associados a aderência ao exercício. Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada na literatura especializada através de consulta a artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo, bireme, Medline e Lilacs. Os estudos encontrados relacionado as teorias autoseleção, teoria “Dual Model” e teoria hedônica. Os estudos referenciados nesta revisão sugerem que o sentimento de posse sobre a atividade, gerada pela autoseleção, pode favorecer a adesão a programas de atividade física, baseando-se nas teorias acima citadas. Foi verificado ainda que a caminhada em intensidade autoselecionada encontra-se próximo ao limiar anaeróbio. Além disso, os achados destes estudos apresentam contribuições teóricas e praticas, demonstrando que a autoseleção pode proporcionar um estimulo fisiológico adequado para gerar modificações orgânicas benéficas a saúde, promovendo ainda respostas perceptuais e afetivas positivas, as quais contribuiriam para uma menor probabilidade de abandono em programas de atividade física.

          Unitermos: Autoseleção. Afeto. Intensidade.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O crescente aumento da inatividade física representa um problema na saúde de diversos países industrializados e tal fato tem sido responsável por aproximadamente 1,9 milhões de mortes. (1)

    Segundo a revisão final do programa Healthy People 2000, foi constatado que nos Estados Unidos a proporção da população ativa fisicamente manteve-se inalterada e com progresso limitado. (2)

    No Brasil, Monteiro et al. (3)demonstraram que somente 18,2% homens e 8,2% mulheres sujeitos com idade média de 20 anos apresentam executar um mínimo de 30 minutos de atividade física um dia na semana, e somente 3,5% dos homens e 3,2% das mulheres revelaram realizar o recomendado de 30 minutos de atividade física 5 ou mais dias da semana. Além disso, outro problema associado aos elevados índices de inatividade física se deve ao grande numero de desistências.

    Segundo alguns autores, a desistência dos praticantes aos programas de atividade física é de aproximadamente 50% ao longo dos primeiros meses.(4)

    Estudos têm demonstrado uma relação direta entre a desistência com a intensidade do exercício normalmente prescrita por profissionais da área. Desta forma, ao longo das últimas três décadas, investigadores (6,7,8,9,10,11) têm considerado a preferência individual ao prescrever a intensidade em programas de exercícios, possibilitando aos indivíduos um sentimento de posse sobre seu comportamento físico. Os aspectos favoráveis da utilização da intensidade autoselicionada têm sido sustentados por algumas teorias, como a teoria da auto-determinação (Self-Determination Theory(12) , teoria “Dual Model” e teoria hedônica. (13)

    Desta maneira o presente estudo tem como objetivo descrever as teorias, os principais achados pertinentes ao exercício realizado em intensidade autoselecionado e fatores intervenientes associados à aderência ao exercício.

Teoria da auto-determinação

    A teoria da auto-determinação originou-se a partir do contexto onde a prescrição da intensidade ou duração do exercício propiciaria a manifestação de um desconforto, ressentimento, desagrado advindo da idéia de perder o controle da circunstância, com um efeito negativo sobre o comportamento futuro na atividade. (14,15,16)

    Assim, a teoria da auto-determinação fornece um quadro motivacional que apóia a inclusão da preferência no meio do exercício. Este controle percebido em si, colaboraria com uma experiência afetiva mais positiva, reforçando níveis de satisfação e motivação intrínseca. (17)

Teoria “Dual Model”

    A teoria “dual model” é um quadro conceitual desenvolvido para explicar a variabilidade inter-individual nas respostas afetivas correspondentes para cada domínio de intensidade do exercício, propiciando um avanço para o entendimento da relação dose-resposta.(18,13) A mensuração da valência afetiva (conforto/desconforto, prazer/desprazer) pode ser obtida pré, durante e pós-exercício onde é levado em consideração três domínios tipológicos para intensidade (moderado, severo ou vigoroso). (19)

    O centro da teoria é a interação dos processos cognitivos (objetivos, eficácia, personalidade, etc.) e as sugestões interoceptivas (sinais de barorreceptores e termorreceptores que permitem ao cérebro tomar conhecimento do que acontece nos órgãos internos) dentro de cada domínio.

    No domínio moderado (abaixo do limiar ventilatório), os processos cognitivos não são ameaçados pelos sinais interoceptivos, desta forma, as respostas afetivas tendem a permanecer predominantemente positivas (prazer e/ou conforto) na maioria dos indivíduos.(20) No domínio pesado, que compreende a faixa de intensidade próximo ao limiar ventilatório até a maior taxa de trabalho em que o lactato sanguíneo permanece estável (também referido como máxima fase estável do lactato), a atividade pode ser mantida por um longo período, contudo esta é limitada por um tempo determinado. Neste domínio, as mudanças ocorridas geram várias respostas interoceptivas, alertando a critica potencialidade de perturbação da homeostase do corpo.

    Desta forma, é esperado que os fatores cognitivos propiciarão respostas afetivas variáveis de indivíduos a indivíduo, podendo ser interpretada como intensidade prazerosa/confortável em alguns indivíduos, e em outros como desprazer/desconfortável.

    No domínio muito pesado ou severo (intensidade que se estende da máxima fase estável do lactato até a máxima capacidade de realizar o exercício) o consumo de oxigênio e o lactato sanguíneo aumentam constantemente até o término da atividade pela exaustão. Quando esta noção é aplicada a respostas afetivas advindas do exercício passam a depender quase que exclusivamente das vias somatosensorias aferentes diretamente relacionadas ao cérebro, não permitindo a influência dos fatores cognitivos. Este processo tornará as respostas afetivas advindas deste domínio com uma limitada variação onde predominantemente os indivíduos experienciaram desprazer associado ao exercício.

    A maioria dos estudos sobre o “dual model” tem envolvido adultos saudáveis, relativamente ativos. Portanto, algumas das relações postas ainda não são adequadamente testadas entre pessoas de diferentes idades, níveis de experiência de exercício e estado de saúde.(6) Desta maneira, para indivíduos sedentários e que não tem experiência com exercício, estados cognitivos negativos podem levar ao descontentamento ate mesmo em resposta ao exercício de baixa intensidade. Em um estudo realizado previamente com participantes sedentários sugere que a variabilidade na resposta afetiva ao exercício pode ocorrer em intensidades abaixo do limiar ventilatório, assim como intensidades no limiar ventilatório.(21) Pesquisas adicionais são necessárias para examinar as relações postuladas na teoria “dual model” entre as populações sedentárias e clínicas.

Teoria Hedônica

    A teoria hedônica ou teoria da motivação proposta Solomon sugere que quando as pessoas derivam prazer de uma atividade, uma sensação de energia ou prazer elas provavelmente procurarão repetir a atividade. Em outro contexto, se houvesse desprazer, desconforto, dor ou sensação de exaustão as chances de repetirem a atividade ou aderirem por um longo tempo deveria ser diminuída.(22) Conforme Bentham (2007) afirma “a natureza colocou a humanidade sob o governo de dois mestres soberanos, a dor e prazer... Eles nos governam em tudo que fazemos, em tudo o que dizemos, em tudo o que pensa”. Essa idéia de que as pessoas procuram melhorar ou prolongar o prazer e evitar ou minimizar dor é muitas vezes referida como o princípio de prazer. (23)

    Esta teoria deriva de dois processos co-determinantes (processo-a e processo-b) com sinais opostos de valência. Durante a realização de um que provoque uma sensação de desagrado (ex. exercício vigoroso), o processo-a é carregado com a valência afetiva negativa (refletindo possivelmente a função de um sistema responsável por nocicepção interociptiva ou viceral). Entretanto, quando há uma atividade que propicie uma sensação agradável, o processo-b é carregado com a valência afetiva positiva (refletindo possivelmente do sistema endógeno opiáceo).(24) Assim, o efeito resultante em qualquer ponto durante e após a exposição a um estímulo é teorizado para refletir a soma algébrica dos dois processos de uma função que Solomon atribuía para uma hipotética soma de afeto. Um mecanismo desse tipo é necessário porque, apesar de serem processos distintos, estes são necessários para compreensão do padrão de respostas a um estímulo afetivo, a experiência do afeto, provendo uma resposta unitária.

Recentes avanços conceituais e metodológicos

    Ekkekakis e colegas (13,20,25,26) apresentaram uma série de visões críticas sobre as proposta da relação do exercício, afeto e aderência. Buscando o aprimoramento da utilização do afeto no exercício, (25,26) defendem uma abordagem dimensional para mensurar o afeto ao invés de uma abordagem categórica. Especificamente, o modelo “circumplex” é recomendado como um conceitual quadro para mensurar a “base” ou “parte central” do afeto por meio de duas dimensões: o prazer / desprazer e alta / baixa ativação.(26)

    Existem pelo menos duas razões para utilização deste modelo. Primeiro, uma abordagem dimensional pode capturar uma variação maior da resposta afetiva básica ao exercício.(26) Segundo, abordagens dimensionais tendem a envolver avaliação de um único item de dimensões afetivas básicas que são mais facilmente administradas, várias vezes, antes, durante e após uma sessão de exercícios, enquanto que várias medidas categóricas de diferentes estados afetivos são mais difíceis de administrar durante o exercício.(26) Na verdade, a medida da resposta afetiva somente antes e após o exercício tem levado à conclusão de que as sessões agudas de atividade física de maneira uniforme melhoram os estados afetivos.(27) No entanto, de acordo com a teoria de aprendizagem, respostas imediatas quanto ao comportamento de exercício, devem ser mais preditivas ao futuro comportamento de exercício que comparado a experiências afetivas ocorridas após o exercício. (28), (26), (29)

    As posições conceituais e metodológicas descritas acima têm criado algumas controvérsias.(30) Sem dúvida, há merecimento de abordagem alternativa. Particularmente, como indicado por Ekkekakis e Petruzzello, (25, 26) o uso de abordagens categóricas para medir distintos estados afetivos é preferível a abordagem dimensional se o objetivo é descrever e compreender os sentimentos ou emoções específicas em resposta aos estímulos do exercício. Por exemplo, a abordagem categorial pode ser mais útil para determinar o melhor estímulo de exercício para aliviar os sintomas de depressão clínica e / ou ansiedade. Além disso, o uso de abordagens categóricas e dimensionais não deve ser vistas como mutuamente excludentes. Tellegen, Watson e Clark(31) têm argumentado que a experiência afetiva é organizada hierarquicamente, com cada experiência afetiva básica, sendo mais compreendidas pelas mais distintas experiências afetivas categóricas. Estudos recentes têm incorporado essa abordagem hierárquica na análise da resposta afetiva ao exercício. (32), (33) No entanto, se a finalidade, como é aqui, é compreender a ligação entre exercício, afeto e aderência, então, pelas razões acima expostas, uma abordagem dimensional tem vantagens claras. Assim, esta revisão se concentra em estudos que empregaram uma abordagem dimensional para avaliação afetiva. Além disso, a análise concentra-se na valência afetiva (ou seja, prazer / desprazer) em resposta ao exercício, devido à ligação da valência afetiva e adesão ao exercício. (22,34)

Fatores que afetam as respostas da autoseleção e afeto

    Dentre os estudos que avaliaram a resposta afetiva durante o exercício (20) observou-se que no domínio moderado ao pesado de intensidade (abaixo até o limiar ventilatório), é caracterizado por resposta afetivas variáveis, podendo ser interpretada como intensidade prazerosa em alguns indivíduos em outros como desprazer.

    Estudos têm demonstrado que o exercício em intensidade autoselecionada encontra-se em uma faixa de intensidade próxima ao limiar anaeróbio (35), (36), (36) demonstrou em seu estudo, que mulheres previamente sedentárias (idade 32,6 ± 8,6 anos) preferem exercitar-se em uma intensidade média de 57,3 ± 12,1% do consumo de oxigênio pico (VO2Máx) e 74,4 ± 9,3% da freqüência cardíaca pico (FCMáx), correspondente à 88,4 ± 19,8% e 85,6 ± 21,6% dos valores obtidos no limiar ventilatório (LV). Por esta razão, estudos buscando identificar os fatores que poderiam intermediar esta variação iniciaram-se algumas investigações nas principais variáveis intervenientes, bem como, composição corporal (índice de massa corporal e % de gordura), gênero, aptidão cardiorrespiratória, idade e ambiente (pista vs esteira).

    No estudo realizado por Elsangedy et al. (37) que buscou investigar o efeito do índice de massa corporal (IMC) sobre as respostas fisiológicas e perceptuais (percepção subjetiva do esforço) durante o exercício em intensidade autoselecionada. Foi demonstrado que embora sujeitos com obesidade tenham apresentado uma menor velocidade de caminhada comparativamente aos sujeitos com peso normal e sobrepeso, apresentando uma similar resposta fisiológica. Além disso, as respostas perceptuais também não diferiram entre os grupos experimentais. Desse modo, pode-se concluir que independente do IMC, mulheres adultas apresentam respostas fisiológicas e perceptuais similares durante caminhada em ritmo autoselecionado, mesmo caminhando em velocidades diferentes.

    Além disso, Elsangedy et al. (38) buscando investigar o efeito do IMC sobre a resposta afetiva, observaram que em um teste similar em intensidade autoselecionada, foi observado um efeito significativo do tempo e da massa corporal sobre a sensação de conforto/prazer advindo do exercício. Desta maneira, Elsangedy et al. (38) constatou que indivíduos obesos apresentaram uma menor sensação de prazer/desprazer em comparação com peso normal e sobrepeso durante a realização de 20 minutos de caminhada em intensidade autoselecionada, com uma redução significativa com o passar do tempo independentemente do IMC.

    Buscando confirmar o efeito do IMC sobre a resposta afetiva relacionada à intensidade do exercício baseada no limiar ventilatório (LV), Da Silva et al. (39) comparou a resposta afetiva de indivíduos com peso normal, sobrepeso e obesos em três intensidades: abaixo do LV, no LV e acima do LV. As respostas afetivas obtidas abaixo do LV não diferiram entre os grupos e permaneceram positivas. Contudo, nas intensidades no LV e acima do LV todos os grupos reportaram um menor prazer, sendo que o grupo obeso apresentou uma resposta afetiva mais baixa em comparação aos indivíduos com peso normal e sobrepeso. O grupo com peso normal não se diferenciou do grupo com sobrepeso. Estes resultados reforçam que a prescrição da intensidade do exercício em uma intensidade abaixo do LV pode promover uma experiência mais prazerosa, o que poderia facilitar a aderência ao exercício principalmente para sujeitos obesos, os quais apresentam uma maior sensibilidade à intensidade do exercício.

    Além disso, no estudo realizado por Da Silva et. al. (40) foi verificado que a adiposidade corporal apresenta-se como fator influenciador sobre as respostas fisiológicas, perceptuais e afetivas obtidas durante caminhada em intensidade autoselecionada em mulheres adultas, sedentárias. Neste estudo foi evidenciado que a velocidade de caminhada autoselecionada foi similar entre os grupos independentemente do percentual de gordura. Entretanto, o grupo com um percentual de gordura mais elevado se exercitou em uma maior intensidade relativa do exercício (%VO2Máx) comparado com os outros grupos. Por outro lado, a resposta afetiva não sofreu influencia do percentual gordura, sendo similarmente positiva entre os grupos experimentais durante a realização dos 20 minutos de caminhada em intensidade autoselecionada.

    Buscando verificar o efeito do gênero sobre as respostas fisiológicas obtidas durante a caminhada em intensidade autoselecionada, Krinski et al.(41) avaliaram 17 mulheres e 17 homens jovens fisicamente ativos durante 20 minutos de caminhada e não observaram diferença significativa para o %FCMáx, %VO2Máx, %FCR e %VO2R entre os gêneros. Entretanto, verificou-se que a velocidade de caminhada autoselecionada foi superior entre os homens comparado as mulheres. A partir dos resultados obtidos foi sugerido que ambos os gêneros autoselecionam uma similar intensidade de caminhada considerada não efetiva para manutenção e melhora da aptidão cardiorrespiratória. Contudo demonstraram-se dentro do indicado para manutenção e redução do peso corporal. Em outro estudo realizado por Krinski et al. (41) evidenciaram que ambos os gêneros selecionaram uma intensidade abaixo do limiar ventilatório, demonstrando uma resposta afetiva similar e positiva durante os 20 minutos de caminhada.

    Por fim, buscando verificar o efeito da aptidão cardiorrespiratório (ACR), Buzzachera et al. (36) comparou as respostas fisiológicas e afetivas durante a caminhada em intensidade autoselecionada por mulheres sedentárias de três diferentes níveis de ACR. Os resultados apresentados demonstraram que a ACR foi inversamente relacionada aos valores percentuais e fisiológicos (%VO2Máx, %VO2 no LV, %FCMáx, e %FC no LV) e diretamente associada ao valor absoluto do VO2Máx durante caminhada em ritmo autoselecionado.

    Com relação às respostas perceptuais, a ACR foi relacionada à percepção subjetiva de esforço (PSE). Desse modo o estudo sugere que os sujeitos com menor ACR tendem a autoselecionar uma maior intensidade de exercício físico apresentando uma maior PSE. Posteriormente Buzzachera et al. (36), realizou outro estudo buscando comparar as respostas fisiológicas, perceptuais e afetivas durante caminhada em intensidade autoselecionado por mulheres adultas de três diferentes faixas etárias. Os resultados fisiológicos obtidos na intensidade autoselecionada foram adequados aos padrões estabelecidos pelo ACSM para a ocorrência de modificações orgânicas benéficas à saúde, independentemente da idade. Com relação a produção de respostas perceptuais e afetivas durante a realização da caminhada em intensidade autoselecionada, estas foram positivas, independentemente da idade. Assim sugerindo que as respostas fisiológicas, porém não as respostas perceptuais e afetivas durante caminhada em intensidade auto-selecionado por mulheres sedentárias, diferem entre as faixas etárias.

Conclusão

    Desta forma pode-se concluir em relação às teorias: a teoria auto-determinação parte do principio onde o individuo apresentará uma resposta afetiva positiva mantendo um controle sobre a circunstância. A teoria “dual mode” esta diretamente relacionada com a intensidade do LV, onde a realização de exercícios abaixo do mesmo propiciaria respostas positivas. E por fim a teoria hedônica sugere que os seres humanos derivam do prazer e se realizarem um exercício que lhe propicie esta sensação ele tornara a repetir a mesma ação. Neste contexto percebe-se que a autoseleção da intensidade do exercício esta fortemente associada à aderência do mesmo devido às respostas afetivas proporcionadas.

    A partir desta perspectiva pode-se concluir que os achados destes diversos estudos apresentam futuras contribuições teóricas e praticas evidenciando que a caminhada em intensidade autoselecionada pode proporcionar a ocorrência de um estímulo fisiológico adequado para gerar modificações orgânicas benéficas a saúde. Além disso, produzindo também respostas perceptuais e afetivas positivas, as quais contribuiriam para uma menor probabilidade de abandono em programas de atividade física. Entretanto, algumas questões permanecem sem total esclarecimento, bem como a variabilidade das respostas perceptuais e afetivas, apesar das diversas teorias tentarem elucidar esta questão, sendo necessárias pesquisas futuras.

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