Educação Física: um olhar sobre a concepção crítico-superadora Educación Física: una mirada sobre la concepción crítico-superadora |
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Licenciados em Educação Física pela Universidade do Vale do Itajaí Mestrando em Educação: Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) |
Eliton Clayton Rufino Seara Antonio Luis Fermino |
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Resumo Apresentaremos aqui de forma sucinta algumas considerações sobre a concepção de ensino Crítico Superadora. Este pequeno escrito é fruto de um trabalho realizado na Graduação no ultimo período do curso de EF. Tentara-se aqui apresentar um pouco sobre o pensamento dos autores que promoveram a discussão desta abordagem, relacionando-a com a prática da Educação Física. Esgotar este debate é impossível, visto que podemos nos aprofundar cada vez mais nas discussões acerca desta tematica. Unitermos: Educação Física. Concepção crítico-superadora.
Abstract Here we present briefly some considerations on the design of educational super critical. This little essay is a result of work done in Graduate in the last period of the course of EF. Tried to present here a bit about the thinking of authors who have promoted the discussion of this approach, linking it to the practice of Physical Education. Deplete this debate is impossible, since we can delve more discussions on this subject. Keywords: Physical Education. Educational super critical.
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http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Educação Física e a abordagem crítico-superadora
Em busca de questionamentos acerca da realidade em que vivemos, temos que ter um olhar crítico de nossa educação. Em relação a Educação Física, nota-se que ainda vem procurando seu espaço na escola. Fala-se muito que esta área de conhecimento não tem objetivos concretos, que é só um momento de recreação durante as outras disciplinas. Nesta discussão Santin procura analisar estas questões da seguinte forma:
Em primeiro lugar, precisa-se salientar que, com a predominância das ciências naturais e exatas, o eixo sobre qual gira a escola passa das matérias humanísticas para as disciplinas ditas profissionalizantes. Já não se ensinam línguas, História, Filosofia, etc., mas se reduz tudo ao ensino da matemática, física, química e biologia. As universidades operam dentro de suas atribuições à mesma inversão. Os alunos já sabem que precisam de ciências e não de poesia. Pouco adianta, dizem, saber arte, português, literatura, história ou música; o importante é saber aritmética, álgebra, geometria, física e química. É isto que o vestibular exige. E dentro deste novo quadro, onde se situa a Educação Física? Onde está o espaço que lhe é reservado? (SANTIN, 2003, p.23).
Para debater sobre estes questionamentos se faz necessário entender a Educação Física em uma perspectiva crítica. A Educação Física pode ser entendida como uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Neste sentido de uma concepção de Educação Física como cultura corporal, deve-se não apenas satisfazer um discurso pedagógico, mas sim promover a prática da teoria e poder teorizar a prática.
A cultura corporal assim definida esta:
Configurada com temas ou formas de atividades, particularmente corporais, nomeados : jogo, esporte, ginástica, dança ou outras, que constituirão seu conteúdo. [...] O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua intencionalidade para o lúdico, artístico, o agonístico, o estético ou outros, que serão representações, idéias, conceitos produzidos pela consciência social e que chamaremos de “significações objetivas” (COLETIVOS DE AUTORES, 1992 p. 62)
Tratada nestes significados objetivos podemos considerar segundo o coletivo de autores que a cultura corporal na escola, expressa um sentido/significado onde se interpenetram, dialeticamente, a intencionalidade/objetivos do homem e as intenções /objetos da sociedade.
Ainda neste pensamento podemos destacar que o objeto da Educação Física “[...] está relacionada com a função ou com o papel social a ela atribuído e que define, em largos traços, o tipo de conhecimento buscado para sua fundamentação” (BRACHT, 2003 p. 43).
Nessa visão de uma Educação Física transformadora é que a concepção de ensino crítico superadora se embasa: no discurso da justiça social, no contexto da sua prática. Busca levantar questões de poder, interesse e contestação; faz uma leitura dos dados da realidade à luz da crítica social dos conteúdos. Ela pode ser tida como uma reflexão pedagógica e desempenha um papel político-pedagógico, pois encaminha propostas de intervenção e possibilita reflexões sobre a realidade dos homens. Tratar desse sentido/significado abrange a compreensão das relações de interdependência que jogo, esporte, ginástica e dança, ou outros temas que venham compor um programa de Educação Física, têm com os grandes problemas sócio-políticos atuais como: ecologia, papéis sexuais, saúde publica, relações sociais do trabalho, preconceitos sociais, raciais, da deficiência, da velhice, distribuição do solo urbano, distribuição de renda e outros (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Ao elaborar esta abordagem, o que se ressalta é buscar entender com profundidade o ensinar, onde não significa apenas transferir ou repetir conhecimentos, mas criar as possibilidades de sua produção crítica, sobre a assimilação destes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos fatos, do resgate histórico e, a viabilização da leitura da realidade estabelecendo laços concretos com projetos políticos de mudanças sociais.
Dessa forma podemos citar aqui Freire (1996 p.33) ao falar que ensinar exige respeito aos saberes dos educandos: Por isso neste sentido coloca-se o professor ou, mais amplamente, a escola, no dever de não só respeitar os saberes com os educandos, sobretudo os das classes populares.
Refletindo sobre esta abordagem nota-se que nas aulas de Educação Física decorrem momentos de debates sobre a identidade dos movimentos, das danças, lutas, jogos, entre outros. Assim é positivo discutir com os educandos como surgiram essas manifestações que fazem parte do dia-dia escolar e da vida dos sujeitos.
Referências
BRACHT, V. Educação Física e ciência: cenas de uma casamento (in)feliz. 2° ed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
FREIRE Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: Saberes necessários à prática pedagógica. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
SANTIN, Silvino. Educação Física: uma abordagem filosófica da Corporeidade. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2003.
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Octubre de 2010 |