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Corrida de orientação: um desporto interdisciplinar por natureza

Carrera de orientación: un deporte interdisciplinario por naturaleza

Orienteering race: an interdisciplinary sport by nature

 

* Graduados em Educação Física pela FAN/BA.

** Professora co-orientadora, mestre em Ciência da Motricidade Humana

pela Universidade Castelo Branco, RJ

***Professora orientadora. Mestre em Educação Física

pela Universidade Católica de Brasília

(Brasil)

Luiz Américo da Silva Campos*

Antonia Eliene Gonçalves*

Silvânia Matheus de Oliveira Leal**

Cíntia Mota Cardeal***

americosam@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi observar as contribuições do Desporto Orientação como atividade interdisciplinar no aprendizado entre estudantes do ensino fundamental II do Colégio da Polícia Militar-Diva Portela em Feira de Santana, Bahia. Foram selecionados 38 discentes do 6º ao 9º ano, com idades entre os 10 e 16 anos, com conhecimento teórico-prático prévio do desporto. As aulas foram planejadas para ocasionar a interdisciplinaridade entre as disciplinas integrantes do currículo da escola e foram aplicadas em um período de 10 semanas. A metodologia utilizada foi um estudo de caso, onde os dados foram coletados através de uma entrevista estruturada e analisados de forma qualitativa. Os resultados da pesquisa apontaram para a existência de janelas interdisciplinares entre o Desporto Orientação e a Disciplina Geografia, além de mostrar aportes para outras disciplinas. Ao final, pode-se concluir que o Desporto Orientação se coloca como uma atividade capaz de contribuir no aprendizado dos discentes, propiciando, além da correlação de conteúdos com as outras disciplinas, a práxis educacional ao fazer com que o educando interaja ativamente com o meio ambiente, colocando o seu desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo-social em constante problematização.

          Unitermos: Aprendizagem. Desporto Orientação. Educação. Interdisciplinaridade.

 

Abstract

          The aim this study was to observe the contributions of the Sport Orienteering as an interdisciplinary activity in the learning of elementary school students from the School of Military Police Diva Portela in Feira de Santana Bahia. 38 students from 6th to 9th grade were selected, aged between 10 and 16 years, with previous theoretical and practical knowledge of this sport. The classes were planned to bring interdisciplinary among the subjects members of the school curriculum and were applied in a period of 10 weeks. The methodology used was a case study, where data were collected through a structured interview and analyzed qualitatively. The survey results pointed to the existence of windows interdisciplinary between orienteering sport and discipline Geography, besides showing contributions to other disciplines. In the end, It can be concluded that sport orienteering arises as an activity that can contribute to the learning of students, providing, in addition to the correlation of content with other disciplines, the educational praxis by making the learner actively interacts with the environment, by putting their cognitive, motor, affective-social constantly questioning.

          Keywords: Learning. Sport Orienteering. Education. Interdisciplinarity.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente trabalho vem oferecer uma proposta que visa observar as contribuições do Desporto Orientação como atividade interdisciplinar no aprendizado entre estudantes do ensino fundamental II do Colégio da Polícia Militar da Bahia - Diva Portela em Feira de Santana, Bahia.

    A escolha do Desporto Orientação para desenvolvimento dessa pesquisa se deu com base nos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998a), os quais recomendam a interdisciplinaridade nas escolas e da Política Nacional para o Desenvolvimento do Desporto Orientação da Confederação Brasileira de Orientação (CBO, 2001). O recorte com a disciplina Geografia foi estimulado pelo resultado de uma pesquisa realizada pelo professor Carlos Giovani D. Pasini (2007), durante uma etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação de 2003, para saber quais as disciplinas que os praticantes da modalidade e seus familiares julgavam abrangidas pelo Desporto Orientação. Naquela oportunidade a matemática se apresentou como a mais vista pelos pesquisados, obtendo um total de 24%, enquanto a Geografia ficou em segundo lugar com 21% e a Educação Física com 13,5%. Embora a diferença não seja significativa, tal resultado causou inquietação; pois, como poderia a Matemática ser a mais vista que a Geografia e a própria Educação Física, já que a atividade em questão se utiliza de um mapa com as características do terreno representadas e referenciadas com o norte magnético e também pelo fato de se tratar de uma atividade desportiva.

    Contemplando esse desafio, os autores que já possuem vivência com o Desporto Orientação, tanto dentro da perspectiva educacional como da competitiva, enxergaram possibilidades de interdisciplinarizá-lo com a disciplina Geografia, haja vista que ambos contemplam em seus conteúdos programáticos assuntos como: mapas, escalas, convenções cartográficas, direções, bússolas, tipos de relevo e vegetação, entre outros.

Uma educação interdisciplinar

    No século XXI, mais do que nunca, a educação vem sendo apontada como ferramenta eficaz de transformação de uma sociedade, pois acredita que só assim os indivíduos estarão preparados para as mudanças políticas, econômicas, sociais, ambientais, religiosas, científicas e outras que possam ocasionar melhoria dos seus níveis qualitativos de vida.

    O Plano Nacional da Educação (PNE) lembra que a educação se dá em todo o convívio quer seja na família, na comunidade ou nas instituições (BRASIL, 2001). Logo, pode-se fazer uso de dois modelos de educação: a formal e a não-formal. Ambas são importantes para formar um cidadão justo ou não; solidário ou não; competente ou não. Isso depende do poder influenciador tanto de uma como de outra. Entende-se, portanto, que ao adquirir uma consciência crítica e inovadora, o indivíduo será capaz de cobrar de si e dos outros, atitudes que transformem beneficamente o meio em que vivem.

    No entanto, tal transformação se depara ainda com raízes fortificadas do ensino tradicional nas escolas que, além de compartimentar o saber, propicia facilidades às respostas. Porém, a educação que transforma é aquela que dialoga e respeita os saberes prévios dos educandos, atuando com criticidade em todo processo educacional (Freire, 1996). Essa, talvez seja a condição necessária para que o homem comece a se interdisciplinarizar com o meio ao seu redor.

    Buscando alcançar esse propósito, diversos autores apontam soluções revolucionárias para a melhoria da educação (BRASIL, 1998a; CURY, 2003; DEMO, 2004, 2005; REGO, 2007; TIBA, 2008), que tende a começar com o reconhecimento da necessidade de transformação individual para depois atingir a coletividade. Em linhas gerais, os indivíduos diretamente responsáveis pela educação, pais, mestres, sociedade e governo, devem rever seus conceitos, nortear a bússola do conhecimento e unidos participarem desse processo de mudança educacional. Dessa forma, família, escola e poderes públicos juntos, mais do que nunca, farão com que a educação se torne de fato a mola propulsora para uma transformação eficaz da sociedade.

    Sendo assim, o educador deve instigar a busca do conhecimento e ainda se tornar parceiro do estudante à medida que orienta e participa da descoberta (DEMO, 2004). Entende-se, portanto, que as Instituições de Ensino Superior são co-responsáveis por essas transformações na educação do país, pois não basta formar professores, e demais profissionais, por formarem; é preciso formar para mudar. Pois, “a qualidade do professor é fator crucial para a qualidade da aprendizagem do aluno”. (DEMO, 2007, p. 204).

    Nesse sentido, Fazenda (1994, p. 42) aponta que “a palavra de ordem é interdisciplinaridade na educação”, ou seja, deve ocorrer uma mudança do pensar disciplinar para o pensar interdisciplinar. No entanto, Maheu (2002) chama atenção que a ação interdisciplinar tem sido mascarada com práticas multidisciplinares e/ou pluridisciplinares. Essas práticas, por sua vez, não tem objetivos comuns que venham ocasionar a inter-relação entre as disciplinas envolvidas. Dessa forma, entende-se que para ocorrer à relação interdisciplinar é preciso que duas ou mais disciplinas se inter-relacionem. Entretanto, pensar interdisciplinar é “respeitar o território de cada campo do conhecimento, bem como distinguir os pontos que unem e os que os diferenciam”. (FERREIRA, 2006, p. 32).

    No caminho desse prisma percebe-se um fato complicador: desde a segunda metade da década de 90 que os PCN´s suplicam por uma educação ativa, compromissada com a formação da cidadania (BRASIL, 1998a), porém, passados mais de 10 anos, pouca coisa mudou; no ensino público, essa mudança foi insignificante, haja vista a redução simplória do analfabetismo funcional (IBGE, 2008). Nota-se, portanto, que muitas instituições de ensino buscam melhorar o aprendizado dos seus educandos, contudo poucas são aquelas que elaboram um planejamento e o execute de forma satisfatória. (FAZENDA, 1994).

    Acredita-se que, através da interdisciplinaridade, podem ocorrer estimulação e provocação no ato de pensar e assim ocorrerá a problematização dos conteúdos transmitidos. Conteúdos esses que simplesmente não devem ser passados adiante, mas questionados e até mesmo transformados. Dessa forma, surgirão dúvidas e consequentemente a necessidade de respostas, a busca pela solução do problema. (CURY, 2003; DEMO, 2005).

    Portanto, a interdisciplinaridade precisa estar presente na vida cotidiana das pessoas e a escola é o lugar ideal para que essa semente seja plantada, germinada e cultivada, a fim de que a sociedade tenha em seu seio um indivíduo que possua participação ativa. Sendo assim, um elemento que se torna forte aliada de uma educação interdisciplinar é a práxis. Entende-se práxis como uma relação recíproca entre a teoria e a prática, onde há uma colaboração mútua para a construção das ações dos indivíduos. (ARANHA, 1989).

Um desporto interdiscipinar

    Nesse sentido, a Educação Física talvez seja a disciplina que mais permita uma ação pedagógica voltada para a práxis. (FERREIRA, 2006). Dessa forma, o professor de Educação Física e/ou Desportos tem a oportunidade de motivar e trabalhar com todas as áreas do desenvolvimento humano, as quais vem sendo debatidas há décadas por diversos teoristas da cognição, do motor e do sócio-afetivo. (FERREIRA, 2006). Entende-se, portanto, a importância desse profissional desde o ensino fundamental I. (BRASIL, 1997).

    Freire (1997) já chamava a atenção para a pouca importância que se dava a uma relação entre a Educação Física e as demais disciplinas curriculares. De fato, raramente encontram-se escolas que consigam promover um entendimento entre os conteúdos das disciplinas integrantes do programa de ensino, mesmo com o advento dos PCN’s que recomendam a interdisciplinaridade, além de apontar os temas transversais a serem trabalhados com os alunos. (BRASIL, 1998b, 1998c).

    Pasini (2004, p. 125) ratifica esse argumento ao lembrar que ainda existem instituições de ensino que não entendem e/ou não aceitam “a praticabilidade de uma educação através de um desporto”.

    A finalidade de uma ação interdisciplinar é tornar a aprendizagem eficaz e prazerosa, levando o educando a ser um cidadão com idéias próprias e com capacidade de tomar decisões para a melhoria da sociedade (DEMO, 2005). Portanto, o professor de Educação Física e/ou Desportos deve atentar-se para os pontos comuns às outras disciplinas, não com a obrigatoriedade de assessorá-las, mas para fazer o discente perceber que há uma interligação com o mundo ao seu redor: a trajetória e/ou ângulo de uma bola arremessada à cesta; o deslocamento para interceptar um passe; a cobrança de uma falta com barreira; o lado que nasce ou se põe o sol; a leitura de mapas; uso de bússola para determinar uma direção a ser seguida enfim, são algumas nuances que são oportunizadas numa aula de Educação Física e/ou Desportos e que podem estar se interligando com outras disciplinas. (FERREIRA, 2006).

    Agindo dessa forma o professor estará fazendo com que sua aula se interdisciplinarize com todas as vertentes do desenvolvimento humano: cognitivo, motor e sócio-afetivo. Ferreira (2006) salienta que a Educação Física tem a seu favor o maior e melhor recurso didático que se pode ter: o corpo em movimento. Isso a torna uma componente importante à educação escolar e por isso não pode ficar isolada das demais disciplinas.

    Diversas atividades podem ser utilizadas para promover a interdisciplinaridade. Dentre essas, destaca-se o Desporto Orientação, pois ele oferece possibilidades de se interdisciplinarizar com uma gama de conteúdos integrantes do currículo escolar.

    O Desporto Orientação é uma modalidade esportiva que visa desenvolver a capacidade do praticante de orientar-se em um terreno qualquer, utilizando-se de um mapa e uma bússola, testando, além do seu preparo físico, as capacidades cognitivas, éticas, autocontrole e tomada de decisão. Tudo isso em um contato direto, lúdico e bastante atrativo com a natureza, podendo ser praticada por todas as idades, pois há várias categorias com diferentes graus de dificuldade. Salienta-se que o objetivo principal do praticante do desporto é encontrar os pontos de controles (PC’s) que estão designados no mapa e locados no terreno. (CBO, 2000; PASINI, 2004).

    Tal visão interdisciplinar pode, inicialmente, assustar o professor de Educação Física; fazê-lo pensar que é preciso ser um mestre eclético, entendedor de todas as disciplinas integrantes do currículo escolar. Contudo, esse não é o caminho; basta o professor se aprimorar no conhecimento sobre o Desporto Orientação e escolher uma técnica adequada para transmití-lo. Assim, será capaz de suscitar dúvidas nos jovens aprendizes, pois esse Desporto, além de conteúdos de Geografia, envolve também assuntos de outras disciplinas, como se pode vê abaixo, na tabela 1:

Tabela 1. Possibilidades interdisciplinares do Desporto Orientação com as demais disciplinas curriculares.

Fonte: Adaptado de PASINI, Carlos G. D. Corrida de orientação: esporte e ferramenta pedagógica para a educação. 2. ed. Três Corações-MG: Gráfica Excelsior, 2004.

    Portanto, a interdisciplinaridade, com o Desporto Orientação, torna-se fascinante porque ele permite na prática visualizar no terreno a ser explorado aquilo que é dito na sala de aula por outros professores. Esse Desporto consente que o conhecimento seja transformado em experiência, e segundo Cury (2003, p. 57) “apenas a experiência é registrada de maneira privilegiada nos solos da memória”. Ainda faz com que o discente seja fiel a sua consciência, pois o coloca diante da ocasião de ter coragem para andar por lugares desconhecidos. Consequentemente, ele se vê diante de um dilema intrigante: onde estou? para onde vou? e por onde vou?

    Em cada percurso realizado os alunos são convidados a se concentrarem, a entenderem o problema que lhe é proposto e a repensarem as suas atitudes. Eles também tem a oportunidade de recordarem emoções vividas ou vistas e isso os ajudará na (re)construção das soluções, o que sem dúvida melhorará o seu desempenho no processo de aprendizagem.

    Percebe-se, ainda, que o professor desse Desporto tem um outro excelente recurso ao seu favor: o meio ambiente. Esse será a sua sala de aula; uma sala interdisciplinar que promove através de formas novas e criativas o aprendizado a todo instante, pois o discente é convidado a manter-se em raciocínio e diálogo constante com essa ‘sala de aula’, potencializando o seu desempenho cognitivo, motor e afetivo. (CBO, 2000; PASINI, 2004).

    Por isso, esse Desporto vem obtendo uma relevância junto à Educação Física, pois além de auxiliar na conservação da saúde física e mental dos alunos, se coloca como uma excelente ferramenta pedagógica a fim de promover a interdisciplinaridade. (PASINI, 2004).

    No Desporto Orientação, situações de alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, saltos e tropeços, risos e choros, contatos diretos com a flora, decisões acertadas ou não, são provocadas constantemente e isso vai ajudando o educando a moldar o seu ser para o viver em sociedade.

Metodologia

    Essa pesquisa utilizou-se de uma abordagem hipotético-dedutivo, amparando-se do método de procedimento monográfico ou estudo de caso para observar os efeitos sócio-educativos entre a amostra pesquisada. A técnica utilizada foi a observação direta intensiva através de uma entrevista estruturada (MARCONI; LAKATOS, 2006). A pesquisa buscou respaldar-se em análises de livros, artigos, revistas, regras oficiais e demais teorias relacionadas ao tema abordado.

    A instituição escolhida para a realização da pesquisa foi o Colégio da Polícia Militar da Bahia – Diva Portela na cidade de Feira de Santana (CPM-Diva Portela). Para o qual, encaminhou-se um ofício informando os objetivos e a metodologia da pesquisa. Essa escolha se deu porque o Desporto Orientação vem sendo praticado naquele estabelecimento de ensino desde 2008.

    A amostra foi dividida em duas categorias: 1ª categoria, discentes dos 10 aos 12 anos de idade que estivessem cursando o 6º ou 7º ano do ensino fundamental; 2ª categoria, estudantes do 8º ano e 9º ano com idade entre os 13 e 16 anos. Foram aceitos como participantes do projeto alunos, de ambos os gêneros, que estavam devidamente matriculados na escola selecionada e que foram voluntários para o desenvolvimento da pesquisa. Os voluntários tinham que ter um conhecimento mínimo do desporto a ser tratado. Em contrapartida, não se aceitou discentes que estavam com idades destoantes às séries mencionadas, bem como aqueles que faltaram quatro aulas consecutivas.

    Assim sendo, selecionou-se 38 educandos interessados em fazer parte do projeto. No entanto, os dez alunos do 6º ano retiraram-se do processo devido a mudança ocorrida no calendário da Educação Física Escolar, o que levou a um choque de dias e horários com a pesquisa, já que as aulas de Educação Física e/ou Desporto aconteceram no turno oposto das demais disciplinas. Além dessa situação, outros três alunos foram afastados da coleta de dados por terem quatro faltas consecutivas ou mais e dois outros discentes também não foram computados por possuir idade destoante à série que estavam cursando. Ademais, todos os participantes se ajustavam aos critérios de inclusão. Destarte a pesquisa findou com 23 discentes, sendo nove do 7º ano; três do 8º ano e 11 do 9º ano. As aulas aconteceram às quartas-feiras das 7h30min às 8h20min com a 1ª categoria e das 8h30min às 9h20min com a 2ª categoria, na área verde do 1º Batalhão da Polícia Militar da Bahia, situado à Avenida Transnordestina, s/n, Feira VI, Feira de Santana-Ba, instituição conveniada ao CPM-Diva Portela.

    É importante salientar que os discentes já vinham tendo aulas do Desporto Orientação desde o mês de maio e que o cronograma previsto não sofreu alterações para se adequar à pesquisa. As aulas que eram ministradas à 1ª e à 2ª categorias envolviam os mesmos conteúdos, atentando-se para a adequação ao nível de compreensão escolar dos discentes.

    Foi realizada uma reunião com os pais ou responsáveis pelos sujeitos da pesquisa, onde preencheram e entregaram um termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa para seres humanos da Universidade Católica de Brasília, sob registro nº CEP/UCB 037/2009.

    A pesquisa com o Desporto junto aos discentes participantes teve início no dia 12 de agosto de 2009 e findou-se no dia 14 de outubro de 2009. Ao final das 10 semanas, coletaram-se os dados através de uma entrevista estruturada, aplicada e respondida individualmente por cada participante. As categorias responderam uma pergunta generalizada sobre a interação com as demais disciplinas, retirada de Pasini (2007, p. 30), o qual foi contactado por meio eletrônico e consentiu a utilização da mesma. Nessa entrevista, foi acrescentada mais uma pergunta, além das duas que foram propostas inicialmente à 1ª categoria, pois se percebeu a necessidade de elencar temas que se mostraram essenciais, totalizando, portanto, quatro perguntas para essa categoria; a 2ª categoria respondeu as quatro perguntas da 1ª categoria e mais duas perguntas exclusivas. Todas as perguntas realizadas envolveram o assunto abordado na disciplina Geografia e correlacionado com o Desporto dentro da série que estavam estudando ou já estudaram.

Apresentação e discussão dos resultados

    Os dados foram analisados de forma qualitativa, procurando-se verificar as janelas interdisciplinares que se relacionavam entre o Desporto Orientação e a disciplina Geografia, através dos discursos apresentados pelos estudantes durante a entrevista.

    Na 1ª questão: “Quais as disciplinas que você julga que a corrida de orientação abrange?”, os entrevistados colocavam quantas disciplinas que julgavam envolvidas com o Desporto Orientação, adotando-se, portanto, o mesmo critério utilizado por Pasini em seu estudo de 2007. No obstante, obteve-se o seguinte resultado expresso na tabela 2 abaixo:

Tabela 2. Disciplinas abrangidas pelo Desporto Orientação na visão de estudantes do Ensino Fundamental II.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Verificou-se que as respostas obtidas nesse estudo contrapõem-se aos resultados encontrados por Pasini (2007). O estudo atual apontou uma inversão das posições alcançadas pelas disciplinas Geografia (42,6%) e Matemática (35,18%), respectivamente. Enquanto na pesquisa de Pasini (2007) a Matemática colocou-se como a disciplina mais vista (24%) seguida da Geografia (21%). Todos os discentes que participaram desse estudo conseguiram fazer a uma relação imediata do Desporto Orientação com a disciplina Geografia, o que suscita a hipótese levantada nessa pesquisa. Entretanto, percebe-se que na visão dos pesquisados a Matemática e a Geometria (18,52%) são mais observáveis que a Educação Física (1,85%). Isso pode se dar pelo fato da bússola ser um instrumento novo que foi incorporado no cotidiano a ser manuseado pelos pesquisados e que é empregado para, principalmente, determinar direções, medir distâncias e ângulos. Particularmente a Geometria, ganha destaque devido à necessidade de localizar-se e deslocar-se de/para pontos no espaço, o que vem a ratificar o que Soares (2006) mencionou sobre a analogia das coordenadas cartesianas com as coordenadas geográficas. Uma outra disciplina mencionada foi a Física (1,85%), o que mostra a percepção de um dos discentes para a correlação da bússola não só com a Matemática e Geometria (medida de ângulos e distâncias), mas com a Física também, ao se tratar do magnetismo terrestre.

    Na pesquisa realizada por Pasini (2007) junto aos atletas e seus familiares durante uma etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação realizada na cidade de Varginha, Minas Gerais, no ano de 2003, encontrou-se, além das cinco disciplinas mencionadas nesse estudo, várias outras, tais como: artes, atletismo, biologia, cartografia, ciências, desenho geométrico, ecologia/meio ambiente, educação artística, fisiologia, história, informática, língua portuguesa, língua inglesa, política, topografia. Isso pode ter ocorrido pela diferentes faixas etárias e níveis de escolaridade da amostra pesquisa pelo autor supracitado.

    Tais dados vem corroborar com os estudos de Pasini e Dantas (2003) ratificando, portanto, o potencial interdisciplinar do Desporto Orientação com várias disciplinas do currículo escolar, conforme observado na tabela 2.

    Diante desses resultados, percebe-se a possibilidade de integrar a Educação Física com as demais disciplinas curriculares através de conteúdos afins. Ferreira (2006) visualiza na Educação Física nuances interdisciplinares que podem colaborar no aprendizado de outras disciplinas. A análise da questão a seguir, tabela 3, ressalta tais apontamentos.

Tabela 3. Desporto Orientação e Geografia e pontos cardeais.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Nos resultados encontrados na tabela 3, percebe-se que o Desporto Orientação auxiliou os discentes a identificar a direção correta dos pontos cardeais, haja vista que é preciso estar com o mapa de orientação norteado para realizar o percurso e encontrar os PC’s. Destarte, uma janela interdisciplinar foi aberta com êxito, sem contudo, perder o foco do Desporto, posição essa que é sustentada por Ferreira (2006) quando menciona que a Educação Física não perderá sua identidade ao se interdisciplinarizar com as demais disciplinas. Ademais, todos os participantes da pesquisa estudaram esse assunto, pontos cardeais, na disciplina Geografia quando fizeram o 6º ano do Ensino Fundamental conforme se vê em Moreira e Auricchio (2006). Demonstrando, portanto, que a aprendizagem realizada se torna significativa quando há correlação entre os conteúdos estudados, de acordo com Ausubel (1968 apud PELIZZARI et al, 2002), ocasionando também uma relação interdisciplinar perante esses conteúdos, conforme resultados mencionados nos estudos de Pasini e Dantas (2003) e Torrezam (2005). A análise realizada pode ser ratificada pelo discurso de um aluno do 7º ano com 11 anos de idade e cinco meses no esporte, relatado abaixo:

    “Pois nos ajudou, porque em Geografia fala sobre isso, mas não fazemos na prática e a corrida de orientação ajuda a identificar os pontos cardeais.”

    A localização dos pontos cardeais pode ser melhor compreendida com o auxílio da bússola. Nesse sentido, a análise da 3ª questão, tabela 4, detectou-se o seguinte:

Tabela 4. Desporto Orientação e manuseio da bússola.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Nessa questão, cerca de 82,6% conseguiram perceber uma relação interdisciplinar com o manuseio da bússola, pois é diante desse instrumento que os discentes podem verificar as direções a serem seguidas em conformidade com os ângulos (graus) obtidos, além de medirem a distância a ser percorrida e de fazerem uma correlação com o magnetismo terrestre. Esses conteúdos, abordados no Desporto Orientação, se interdisciplinarizam com a Matemática, Geometria e Física, respectivamente, à medida que cria um ambiente que suscite a detecção, a investigação e a resolução de problemas que vão além do somar e dividir conforme os achados de Picciguelli e Ribas (2007). Contudo, 17,4% não conseguiu obter essa relação. Nesse sentido, verificou-se que três dos quatros discentes que não perceberam uma relação interdisciplinar com o manuseio da bússola, também não apontaram a Matemática como uma disciplina abrangida pelo Desporto Orientação e, curiosamente, eles indicaram a Geometria. Talvez pelas formas dos objetos representados no mapa e/ou associação da bússola com o transferidor utilizado no processo de construção de ângulos como salientado por Soares (2006). Isso sugere que esses discentes podem estar apresentando dificuldades no aprendizado da Matemática, o que convém um olhar apurado dos professores, bem como uma intervenção pedagógica eficaz que possam estimulá-los. Essa situação, se não acompanhada pode acometer em repetência ou “uma autocategorização negativa”, pois o discente passando para uma série ascendente com essa dificuldade poderá comparar-se aos alunos bem-sucedidos, fato esse alertado por Del Prette e Del Prette (2003, p. 168).

    O conhecimento do manuseio da bússola ofertado pela prática do Desporto e evidenciado nessa pesquisa, vem a ratificar o que Ferreira (2006) menciona sobre o potencial da Educação Física no auxiliar do aprendizado, o que pode ser visto no argumento do aluno do 9º ano com 14 anos de idade e praticando o Desporto a cinco meses.

    “Na aula de Geografia aprendemos só o básico, e no Desporto Orientação eu aprendo a teoria e na prática o uso da bússola.”

    Além da bússola, um outro instrumento utilizado pelos praticantes do Desporto é o mapa de orientação. É nele que estarão representadas as características do terreno, além do percurso a ser realizado pelos discentes. Nessa perspectiva, a análise da 4º questão expressa na tabela 5, obteve o seguinte resultado:

Tabela 5. Mapa de orientação: uma relação do abstrato com o concreto.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Diante dessa questão, 95,65% dos discentes conseguiram realizar a correlação das simbologias do mapa de orientação com os objetos e características existentes no terreno, ou seja, enquanto caminhavam e/ou corriam pelo terreno, eles identificavam os objetos representados no mapa. O que os coloca espacialmente situados, pois estão sabendo onde estão, para onde vão e por aonde vão, ratificando os achados de Feitosa e Azevedo (2006, p. 01) quando afirmam que essas oportunidades ocasionarão um melhoramento no “desenvolvimento da noção espaço-temporal”.

    Tal situação pode ser observada no argumento de um aluno do 8º ano, com 14 anos de idade e 14 meses praticando o Desporto: “Sim. Agora consigo interpretar o mapa de orientação e suas simbologias, identificando, por exemplo, onde há uma cerca, um muro, uma casa ou até mesmo uma ponte”.

    Esses dados apontam, também, para a finalidade prática da Geografia descrita por Mauri e Valls (2004, p. 346), “ajudar o aluno a compreender melhor sua experiência do espaço e do território e a solucionar os problemas que estes lhe propõem”. À medida que o Desporto Orientação se interdisciplinariza com a Geografia corrobora para uma riqueza de aprendizagem que vai além da sala de aula. Tais resultados corroboram com as informações de KREBS et al, 1995 sobre o desenvolvimento cognitivo, à medida que amplia o pensamento lógico e abstrato dos indivíduos. Essa capacidade de correlacionar o abstrato com o concreto vem a ser sustentada pelos achados de Pasini e Dantas (2003, p. 10), pois auxilia na aquisição da habilidade de orientar-se, na escolha do caminho mais eficaz até os PC’s, a partir do momento que projeta-se mentalmente o terreno que vai passar. Esses resultados sugerem ainda que a capacidade de relacionar o abstrato com o concreto encontra-se em uma fase compatível com as idades dos pesquisados.

    Contudo, cerca de 4,35% não conseguiu fazer a correlação das simbologias do mapa com as respectivas características do terreno, o que pode indicar a não familiarização e/ou possíveis erros de interpretação, conforme indicação de Feitosa e Azevedo (2006).

    Uma dessas características que são representadas do mapa de orientação é o relevo da região que servirá de cenário para a práxis esportiva. Sendo assim, diante da 5ª questão, tabela 6, constatou-se o seguinte:

Tabela 6. O relevo na práxis do Desporto Orientação.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Essa pergunta foi destinada somente aos integrantes da 2ª categoria, discentes do 8º e 9º ano, por estarem abordando esse assunto na disciplina Geografia. Verificou-se que todos os pesquisados conseguem perceber as diferentes formas de relevo com a prática do Desporto Orientação, (100%). Significa dizer, que os alunos ao perceber as curvas de níveis no mapa de orientação conseguem mensurar os aclives e declives que terão que passar, bem como identificar as elevações existente no percurso. Essas mensurações podem auxiliar na economia de esforço, ou seja, evitar subir uma elevação, optando por contorná-la. Ratificando situação apontada por Pasini (2004), onde o praticante ao observar o mapa identifica duas elevações sendo uma maior e outra menor, na qual está o PC.

    Ademais, ao compreender as curvas de níveis, os discentes estarão entendendo as formações de planícies, montanhas e assuntos afins abordados em sala de aula na disciplina Geografia. Como se pode ver na argumentação feita por um aluno do 9º ano, com 16 anos de idade e há 15 meses praticando o Desporto Orientação: “Sim. Pois devido as aulas eu consigo saber olhando pelo mapa se o lugar por onde estou passando é plano ou não”.

    Uma outra característica representada do mapa de orientação é a vegetação da região, o que pode indicar a predominância e o tipo existente no cenário da práxis esportiva. Atento a essa situação, analisou-se a 6ª questão, tabela 7, e observou-se o seguinte:

Tabela 7: A vegetação na práxis do Desporto Orientação.

Fonte: Dados da pesquisa.

    Essa pergunta também foi exclusiva para a 2ª categoria, diante da qual, percebeu-se que todos os seus integrantes, (100%), conseguiram identificar o tipo de vegetação que predominava nos locais aonde os percursos foram montados. É importante salientar que embora a predominância da vegetação da região de Feira de Santana, Bahia, seja, teoricamente, a caatinga, os discentes puderam perceber a devastação que esse tipo de vegetação vem sofrendo nos arredores da cidade, dando espaço para pastagens, plantios diversos e mais recentemente, condomínios. Esse fato é pontuado por Anastácio, Silva e Plácido (2009) como uma questão mínima de sobrevivência que a sociedade adota frente à natureza, ou seja, o homem busca conquistar o espaço em que se insere. Porém, esta mediação entre homem e natureza, leva a uma transformação que parece ter um único beneficiado. Esses resultados chamam atenção também, para a correlação entre o conhecimento prévio dos alunos sobre as situações ambientais da sua região, o que Ausubel (apud PELIZZARI et al, 2002) aponta como uma maneira de motivar os discentes, sendo fato relevante para instigação à pesquisa e consequentemente mudanças de conceitos. Conceitos esses, que façam o homem adotar uma atitude preservacionista e/ou solidária junto à natureza, o que leva a entender uma educação ambiental de forma interdisciplinar, ou seja, todos preocupados com o meio ambiente. Nesse sentido, essa análise evidencia oportunidades para criar possibilidades de uma ação eficaz que leve há uma consciência crítica e ao respeito à natureza, conforme observado por Guimarães et al (2007).

Considerações finais

    Diante dos resultados analisados, o Desporto Orientação se coloca como uma atividade capaz de contribuir no aprendizado da disciplina Geografia, embora, este estudo aponte outras disciplinas que são compreendidas e possuem conteúdos correlatos ao Desporto. Cabe ao professor de Educação Física, portanto, perceber as janelas interdisciplinares entre o Desporto Orientação e essas disciplinas para que possa estar dinamizando as suas aulas e consequentemente o aprendizado do educando.

    É importante que fique claro que ao ocasionar a interdisciplinaridade, o Desporto Orientação não perderá as suas características desportivas, pois tais assuntos são integrantes do seu conteúdo. Entretanto, para que essa inter-relação seja eficaz é preciso seguir uma sequência pedagógica, do mais fácil para o mais difícil, conforme frisado por Pasini (2007), só assim haverá uma progressão educacional significativa.

    Como ferramenta pedagógica, o Desporto Orientação se torna viável dentro das Instituições de Ensino. Entretanto, devem-se observar alguns pontos: I – pode-se iniciar o Desporto dentro das escolas, mesmo naquelas que não há pátios, pois as aulas teóricas podem acontecer em salas e as práticas serem propiciadas em praças ou espaços abertos próximas a essas instituições e mensalmente devem-se realizar encontros em áreas que permitam a observação das demais características de um mapa de orientação; II – os materiais podem ser adaptados ou adquiridos em conjunto com as escolas envolvidas no processo, visando reduzir custos; III – pode ser feito parceria com clubes de orientação e/ou instituições militares que adotem esse esporte nas suas instruções, para realizarem, principalmente, a confecção de mapas didáticos; IV – capacitar os professores de Educação Física para que possam lidar com o Desporto e perceber as nuances interdisciplinares, pois se trata de uma modalidade que ainda não se vê ou pouco se vê durante a formação acadêmica.

    O Desporto Orientação é um esporte que estimula o pensamento abstrato, o raciocínio lógico e rápido, pois ao interagir de forma ativa com o meio ambiente os discentes estarão colocando o seu desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo-social em constante aprendizado, potencializando, portanto, as suas capacidades biopsicossocias e físicas.

    Os educandos participantes da pesquisa puderam identificar na prática os pontos cardeais, a diferenciação do relevo e da vegetação da região, bem como manusear uma bússola e verificar a transformação que o meio ambiente local vem sofrendo. Esses assuntos são abordados na disciplina Geografia e a maioria das escolas, principalmente as públicas, não propiciam uma práxis aos seus alunos. A práxis possibilita o desenvolvimento de uma consciência crítica e desse modo, os discentes poderão, mais facilmente, ocasionar mudanças positivas na comunidade que participam.

    Destarte, a inserção do Desporto Orientação no currículo escolar permitirá que a Educação Física se integre de forma ampla com as demais disciplinas da grade curricular (CBO, 2000), além de dar um enfoque maior aos temas transversais citados pelos PCN’s (BRASIL, 1998c) permitindo, portanto, que os discentes adquiram uma visão holística da sua importância na comunidade em que estão inseridos. Desse modo, esse esporte se apresenta como uma atividade interdisciplinar por natureza, onde se pretende, por meio de sua vertente pedagógica, auxiliar na formação de cidadãos que transformem beneficamente o meio em que vivem.

    Portanto, conclui-se que o Desporto Orientação realmente se coloca como uma atividade capaz de contribuir no aprendizado dos discentes, propiciando, além da correlação de conteúdos com as outras disciplinas, a práxis educacional ao fazer com que o educando interaja ativamente com o meio ambiente. Dessa forma ele estará em constante problematização, o que pode levá-lo à busca de soluções para a resolução dessas questões, refletindo no desenvolvimento global. Permitindo, portanto, que esses jovens aprendizes adquiram uma visão holística da importância das suas ações na comunidade na qual estão inseridos.

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