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Atividades de lazer de acadêmicos de um curso de educação 

física e as políticas públicas de lazer na cidade de Guarapuava, PR

Actividades de tiempo libre de los estudiantes de un curso de educación 

física y políticas públicas de recreación en la ciudad de Gurapuava, PR

 

*Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Paraná

**Faculdade Guairacá / Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná

***Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Paraná

(Brasil)

Marluci Mayer*

Fernando Augusto Starepravo**

Schelyne Ribas da Silva***

malumayer@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Esta pesquisa teve como objetivo identificar as atividades de lazer praticadas por acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), do município de Guarapuava – Paraná. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo. A amostra foi constituída de 73 acadêmicos de ambos os sexos com idade entre 17 e 36 anos. Através desta pesquisa foi possível detectar que não há diferenças significativas entre as práticas de lazer destes acadêmicos, porém quando comparado por gênero, as acadêmicas do sexo feminino tem uma preferência diferente dos acadêmicos do sexo masculino. Em relação às políticas públicas, a cidade é carente nos aspectos de esporte e lazer e, os acadêmicos deixam claro que gostariam de uma maior variedade de esportes não tão comuns em nossa cultura como beisebol, rugby e outros. Observa-se ainda uma insatisfação em relação à pequena diversidade de campeonatos.

          Unitermos: Lazer. Jovens. Políticas públicas.

 

Abstract

          This research aims at identifying the leisure activities practiced by Physical Education students from first to fourth year of the Universidade Estadual do Centro Oeste in Guarapuava – Parana. To reach the results a field research classified as descriptive with a quantitative approach was done. The sample was constituted by 73 Physical Education students both gender, aged between 17 and 36 years old. Through this research could be detected that there are no important differences between the leisure activities practiced by these students, though, when comparing by gender, female students have different preferences related to male students. Concerning to public policies the city lacks leisure facilities and sports, the students stated that they would like to have a bigger variety of sports that are not so popular in our culture such as baseball, rugby and others. The students seemed to be dissatisfied with the championships because there is not diversity of modality.

          Keywords: Leisure. Young people. Public policies.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Ao pesquisar sobre lazer encontram-se diversas dificuldades, principalmente por não haver um consenso sobre o seu significado. Segundo Pessoa (2007), as preocupações com o lazer no Brasil surgiram na década de 1970 nas universidades. A partir desse momento o lazer deixa de ser visto como uma oportunidade de descanso e entretenimento, passando a ser visto também como uma forma de consumo e direito social de todo o povo brasileiro. Na década de 1980, o lazer passa a fazer parte, mais efetivamente, de programas governamentais e adquiri uma forma mais estruturada em debates acadêmicos. Atualmente, o lazer continua ganhando seu espaço tanto na política em que ele é considerado “uma problemática social de grande relevância” e no campo de investigação, como um objeto amplo e multidisciplinar.

    Foi em meados da década de 1980 que as produções de alguns autores começaram a fornecer contribuições significativas para os estudos do lazer. Entre esses autores estavam Luiz Octávio de Lima Camargo (1986, 1998) e Nelson Carvalho Marcellino (1983, 1987, 1990).

    Os estudos nessa área estão aumentando, devido à especulação de vários pesquisadores que buscam saber até onde as políticas públicas e o poder privado estão voltados para o lazer nos municípios. O lazer vem ocupando um espaço significativo nos jornais, periódicos de informações gerais, e no mundo acadêmico como um todo. Vale ressaltar a organização de grupos de pesquisas oriundos de diversas áreas de conhecimento, como a própria Educação Física, a Antropologia, a Psicologia, Economia, Turismo, entre outras.

    Além do lazer, estudos com a juventude também estão aumentando. Pessoa (2007) afirma que é necessário estudar a juventude dentro da escola, pois é lá que passa a maior parte de seu tempo, é um ambiente onde há muitas manifestações e relacionamentos diferentes. Isso é também visível em relação a este estudo, porém realizado em uma Universidade, mas que é também um lugar onde os “jovens adultos” ou até mesmo “adultos jovens” passam a maior parte do seu tempo.

    Apesar da faixa etária dos sujeitos da pesquisa variar bastante, nota-se uma predominância de jovens, e aqueles que já são considerados adultos podem ser também comparados aqui, pois a convivência com estes jovens faz com que este adulto provavelmente tenha hábitos e maneiras mais próximas a de um jovem.

    Esse estudo foi realizado na Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), situada na cidade de Guarapuava, no estado do Paraná. A UNICENTRO é uma instituição pública de ensino superior mantida pelo governo do estado do Paraná. Essa instituição oferta 53 cursos de graduação em seus campus e extensões. Oferece também cursos de pós-graduação lato sensu, stricto sensu e seqüenciais. A Universidade surgiu através da fusão de duas faculdades públicas do estado do Paraná, a FAFIG, de Guarapuava, e a FECLI, de Irati. Seu reconhecimento como Universidade ocorreu em 8 de agosto de 1997, e com isso é considerada a universidade estadual mais jovem do estado. O curso de Educação Física Bacharelado é novo na Universidade sendo a turma de 2006 a primeira a cursá-lo. O curso é integral e possui duração de quatro anos.

    O principal objetivo deste trabalho foi identificar e analisar quais são as atividades de lazer praticadas pelos acadêmicos do 1º ao 4º ano do Curso de Educação Física do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), do município de Guarapuava-PR, relacionando às políticas municipais de lazer.

    A temática deste trabalho é, portanto, o lazer e a juventude, assunto o qual é recente nos campos de estudos e que até algum tempo era considerado de menor importância. Além disso, torna-se importante visualizar as atividades de lazer dos acadêmicos guarapuavanos, e verificar se as atividades realizadas são promovidas ou não pelo poder público, e se há carências de atividades de lazer na cidade.

    Segundo Cavichiolli (2004, p. 188), “[...] o estudo do lazer não deve se pautar apenas pelas exigências ou demandas do mundo do trabalho, porque os motivos pelos quais as pessoas necessitam de lazer são muito mais complexos”. Nessa citação o autor demonstra que estudar o lazer é demasiadamente importante, a partir da motivação pessoal dos indivíduos, para além do contraponto ao trabalho.

    Bramante (1992) afirma que o lazer deve ser debatido tanto no âmbito do senso comum como na da própria universidade para que todos possam compreender sua importância na vida do individuo e na sociedade contemporânea.

Lazer

    O lazer segundo Gomes (2003), começou a ser investigado a partir da metade do século XIX, e nessa época o lazer foi entendido como um “tempo disponível depois das ocupações”. Depois de alguns anos, por volta de 1930, outro significado foi dado ao lazer, que passou a ser visto como distrações, ocupações as quais o indivíduo poderia se entregar de espontânea vontade durante aquele tempo livre do trabalho. Com isso compreende-se que o lazer é o tempo/espaço dedicado a vivência de uma multiplicidade de experiências afastadas do mundo do trabalho.

    Ainda segundo essa autora, o lazer só foi considerado tema para estudos a partir da década de 1970, momento em que passa a ser visto como uma área capaz de impulsionar pesquisas, projetos e ações multidisciplinares, daí o fato da década de 1970 ser considerada um marco para a organização do lazer como campo de estudos sistematizados e de intervenções.

    Para Marcellino (1987), entre todos os autores que estudam o lazer, não há um consenso sobre o seu conceito, mas é possível distinguir duas grandes linhas, que são: a que enfatiza a atitude, que considera o lazer como um estilo de vida independente de um tempo determinado e a que privilegia o aspecto tempo, encarando-o como livre do trabalho, ou ainda como tempo livre das obrigações. A segunda linha, que entende o lazer como um tempo determinado, afirma que uma pessoa pode num certo período desenvolver mais de uma atividade (ouvir musica enquanto trabalha), e esse tempo talvez devesse ser entendido como tempo disponível e não tempo livre.

    Ainda seguindo Marcellino (1987), mesmo com todas as tendências observadas no Brasil sobre o lazer, a referência mais utilizada para o conceito de lazer no Brasil é do francês Joffre Dumazedier, que assim define o lazer como:

    ...conjunto de ocupações às quais o individuo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntaria, ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (DUMAZEDIER, 1973 apud MARCELLINO, 1987, p.30).

    Requixa (1980) apud Marcellino (1987 p.30), por sua vez, entendo que o lazer sendo uma “... ocupação não obrigatória, de livre escolha do individuo que a vive, e cujos valores propiciam condições de recuperação psicossomática e de desenvolvimento pessoal e social”. Essa concepção significa dizer que o lazer tem funções para um homem contemporâneo, que seria o repouso, a diversão e o desenvolvimento pessoal.

    Marcellino (1987 p.31) de maneira resumida entende o lazer como “a cultura – compreendida em um sentido mais amplo – vivenciada no ‘tempo disponível’”. Para o autor uma das características importante realmente do lazer é o seu caráter “desinteressado”.

    Segundo Camargo (1998) o termo lazer (do latim licere “ser permitido”) não é recente, surgiu na civilização greco-romana, para indicar o oposto ao trabalho, o cidadão livre dos afazeres. Afirma ser essa a civilização que inventou a cultura do lazer.

    Ainda segundo o autor acima, o divertimento como lazer foi muito condenado pelas igrejas que acreditavam que o lazer deveria ser utilizado como momento para realizar a prece, rezar e não para se divertir. Isso fez com que o lazer tivesse um pequeno espaço no cotidiano das pessoas, mas de lá para cá ocorreram muitas mudanças e o tempo de lazer aumentou e vem aumentando cada vez mais. Com esse aumento e a diminuição da jornada de trabalho acreditava-se que as pessoas iriam se dedicar mais aos estudos, a religião e a política, porém isso não aconteceu, as pessoas apenas deixaram o seu tempo livre para a diversão, o entretenimento e o descanso ou ainda para dedicar-se mais ao trabalho em busca de um nível econômico elevado.

    O lazer é a forma mais buscada de ocupação no tempo livre de cada individuo, seja o lazer para se divertir, para repousar apenas ou para se auto-desenvolver, é aquele tempo em que as pessoas buscam situações agradáveis que durante o trabalho ou durante seus afazeres não pode buscar, afirma Camargo (1998).

    Segundo Pessoa (2007) o conceito de lazer mais adequado é aquele visto como um momento disponível para a prática de atividades que proporcionem aos seus praticantes o prazer e o bem estar, que não tenha obrigação nenhuma a não ser o divertimento. É considerado um refúgio, algo indispensável para o homem quanto as suas necessidades humanas, sensações e seus desejos mais íntimos muitas vezes desconhecidos por ele mesmo.

    Voltando a Marcellino (1987) ele contrapõe a visão do lazer como instrumento de dominação aquela que o entende como um fenômeno gerado historicamente e que destes emergem valores questionadores da sociedade como um todo. Através desses valores são exercidas influências da estrutura social vigente. Assim é possível encarar o lazer como um tempo privilegiado para a vivência de valores que contribuam para as mudanças de ordem moral e cultural. Para o autor é fundamental a busca do prazer no lazer, mas deixa claro que isso não impede sua caracterização cultural. Ressalta ainda que o lazer ocorre também em um tempo a parte das obrigações do cotidiano não só do trabalho, mas também da família, religião e outros fatores sociais.

    Para Bruhns (1997) citado por Pessoa (2007) o lazer é considerado como um tempo de recuperação para o trabalho, pode ser encarado como compensação do trabalho alienado e como tempo de paz social, sempre buscando atender as necessidades do homem junto ao trabalho. Esse é um entendimento muito isolado das praticas do lazer, pois se acontecesse assim os problemas pessoais e sociais estariam resolvidos ou “compensados” através das possibilidades de lazer. No entanto, é necessário pensar o lazer como contribuinte para mudanças de ordem moral e cultural, que não seja limitado e sempre seja voltado a resolver injustiças sociais. As práticas de lazer voltadas à vida social são manifestações cheias de significados, com inúmeros valores e símbolos, sendo que estas práticas sofrem modificações conforme a sociedade contemporânea evolui, e por isso encontramos um processo de ruptura e continuidade em algumas práticas que desaparecem e outras que persistem ou transformam-se.

    Elias e Dunning (1992) citado por Almeida e Gutierrez (2004) entendem o lazer como um tipo de atividade que se insere no tempo livre, colocando o individuo como transformador da sua realidade, o homem enquanto sujeito social procura na atividade um “descontrole medido” ou ainda um “descontrole controlado”.

    Em Oliveira (2004) podemos encontrar uma divisão de lazer em quatro principais categorias para descrevê-los: a primeira é chamada compensatória e tem por objetivo compensar o que o trabalho retira do individuo e do grupo através do lazer; a segunda é chamada utilitarista, esta procura recuperar a força de trabalho do sujeito através do lazer desconsiderando qualquer outra variável que possa influenciar nesta recuperação; a terceira categoria é a moralista que afasta as pessoas através do lazer das drogas licitas e ilícitas e dos pensamentos e práticas consideradas perigosas, esse discurso é muito utilizado em segmentos religiosos; por fim a quarta e última categoria, porém também importante, é a romântica que tem um entendimento sobre o lazer que resguarda as práticas de lazer mantendo uma postura conservadora e às vezes retrograda.

    É possível ainda entender o lazer através de uma visão materialista-dialética, que se apresenta unicamente como uma possibilidade de aspiração e não enquanto uma realidade histórica, após apresentar o lazer da maneira acima Oliveira (2004) tenta sucintamente definir o que é lazer da seguinte forma:

    ...perspectivar o lazer enquanto tudo aquilo que se constitui em valor positivo, fim ou objetivo da ação humana. Como qualquer atitude e/ou atividade que proporcione bem-estar, vivenciada no tempo disponibilizado para tal. Tanto seja uma atitude/ação prática quanto contemplativa e que, referente aos conteúdos que a envolve, venha abranger os propósitos que formam a globalidade do ser humano como os aspectos lúdicos, intelectuais, interativos, criativos, estético, físico-esportivos, artísticos, sócio-culturais, afetivos, político, econômicos e todos se inter-relacionando.

    Para Pessoa (2007) uma das principais características do lazer é o seu caráter lúdico, é esse caráter que dá o sentido de estar desprovido de qualquer obrigação e fazer as atividades por apenas desejar.

    Segundo Bracht (2003) citado por Pessoa (2007), a ludicidade é uma ação sentida e vivida, ela é a fantasia, a imaginação e os sonhos que se constroem.

Lazer, juventude e políticas públicas

    Pessoa (2007) descreve a juventude como a transição entre o ser criança e o ser adulto. Além disso, é considerada um tempo de liberdade e prazer, marcada por um período de crise e fase difícil geradora de diferentes conflitos. Porém é também considerada uma maneira limitada e parcial de descrever, que acaba por construir uma definição negativa dos jovens, sendo assim podemos considerar a juventude como parte de um processo mais amplo na construção dos sujeitos, mas com suas especificidades, ela é um momento determinado e não se reduz a uma passagem, pois assume uma grande importância em si mesma.

    Essa mesma autora diz que o lazer é muito comum na juventude, e a indústria cultural vem buscando manipulá-los e submetê-los à situações de opressão e dominação, a partir disso os jovens correm sérios riscos de ser formar pessoas individualistas, que não se preocupam com os problemas sociais, as lutas de classes e os assuntos políticos.

    Pinho (2007) aponta através de uma pesquisa realizada pela UNICEF (2002) “A voz dos adolescentes”, valores da população de adolescentes no Brasil, que é de aproximadamente 21.249.557 que resulta em 12,5% da população e cerca de 10.546.314 são do sexo feminino (49,6%) e 10.703.243 são do sexo masculino (50,4%). Com isso as iniciativas do poder público em relação a esses adolescentes estão aumentando e visando o atendimento dos anseios relacionados ao lazer. No entanto, esse público se torna alvo de propagandas e modismos, transmitidos pelo setor privado, que transforma o lazer destes em mercadoria e o comercializa, restringindo a prática deste lazer apenas aos que possuem condições de comprá-lo. Nesse sentido o autor afirma que o consumo dos hábitos de lazer diferencia-se entre as realidades sociais, sendo um fator de distinção entre os grupos sociais.

    Ao se tratar de políticas públicas, independente do setor, devemos ter em mente que é o Estado quem as elabora, e de modo sucinto podemos dizer que políticas públicas é uma estratégia de intervenção e regulação do Estado, que busca alcançar resultados ou produzir efeitos, segundo Menicucci (2006) citado por Reis e Starepravo (2008).

    Segundo Almeida e Gutierrez (2004), a discussão a respeito de políticas públicas de lazer é muito distinta da discussão sobre o objeto de pesquisa lazer, pois enquanto a pesquisa teórica busca ampliar conhecimentos a respeito do assunto, a prática política busca ampliar o poder dos agentes e o controle político de suas bases. Assim o investimento na área de lazer entra em disputa com outras secretarias, tornando o lazer uma opção fraca politicamente, sendo considerado na visão política um segundo plano. O caráter educativo e pedagógico é o qual justifica a inserção do lazer nas políticas publicas já que ele é muito representado em jogos e brincadeiras e através disso proporcionam um desenvolvimento pessoal e cognitivo.

    A política publica de lazer, assim como qualquer outra, deve seguir uma postura critica e compartilhar objetivos e recursos, além de adotar incentivos à sociabilidade espontânea e o desenvolvimento da sensibilidade e do autoconhecimento segundo Almeida e Gutierrez (2004).

    Ferreira (2006) afirma que poucos são os investimentos quando se trata de políticas publicas de lazer. O Estado deixa que o indivíduo construa e supra suas necessidades de lazer que atualmente estão intimamente ligadas ao consumo e ao entretenimento, mas se olharmos apenas por esta ótica podemos dizer que o lazer seria algo que poucos teriam acesso, mas há outras manifestações relacionadas ao lazer como as atividades circenses e as atividades das “ruas de lazer”.

    A política de lazer deveria ser entendida como manifestação dos direitos à cidadania e o acesso ao patrimônio público, segundo Ferreira (2006), mas na maioria das vezes esses patrimônios ficam desocupados e abandonados.

    Reis e Starepravo (2008) afirmam que há uma confusão em relação aos setores que o lazer é inserido dentro das políticas públicas, pois ele não tem uma secretaria, departamento ou setor próprio, geralmente divide espaço com a cultura, a educação, o turismo, isso indica que o lazer é inter-relacionado com vários setores e também indica que para resolver problemas relacionados ao lazer são necessárias ações e políticas públicas de outros setores.

    Em relação às políticas públicas é levantado um problema por Cavichiolli (2006) citado por Reis e Starepravo (2008) que é a excessiva preocupação com a quantidade de pessoas atingidas e a quantidade de eventos realizados.

    Com isso o que é possível notar nas políticas públicas para o lazer são na maioria das vezes:

    [...] as soluções imediatistas, os eventos passageiros, que dizem zelar pela saúde e qualidade de vida da população pela promoção de atividades físicas e esportivas. Outra forma também conhecida é a doação de material, doação de uniformes ou construção de quadras, ginásios, pistas de skate e outros, principalmente em épocas de campanhas eleitorais. Mas de que adianta essa oferta de materiais e estrutura (que muitas vezes é precária e não recebe nenhum tipo de manutenção), se não há políticas voltadas para a participação popular, a oferta e disponibilidade de modalidades não excludentes e que atendam a todos? (FERREIRA, 2004 apud REIS e STAREPRAVO, 2008).

    A participação democrática da população nas decisões sobre as políticas públicas para o lazer é também uma questão enfatizada por Reis e Starepravo (2008), que afirmam que deveriam ser oferecidos e ampliados os mecanismos e as situações de participação popular, para que as opiniões e as demandas pudessem ser traduzidas em ações equivalentes às necessidades locais.

    Falar numa política de lazer significa falar não só de uma política de atividades, que na maioria das vezes acabam por se constituir em eventos isolados, e não em política de animação como processo; significa falar em redução de jornada de trabalho – sem redução de salários, e, portanto, numa política de reordenação do tempo, numa política de transporte urbano etc.; significa, também, falar numa política de reordenação do solo – urbano, incluindo aí os espaços e equipamentos de lazer, o que inclui a moradia e seu entorno; e, finalmente numa política de formação de quadros, profissionais e voluntários para trabalharem de forma eficiente e atualizada. Resumindo: o lazer tem sua especificidade, inclusive como política pública, mas não pode ser tratado de forma isolada de outras questões sociais. (Marcellino,2001)

    Marcellino (2001) citado por Reis e Starepravo (2008) afirma que o lazer enquanto políticas públicas deve ser encarado amplamente e não apenas em relação a eventos isolados. O lazer deve possuir uma especificidade e ser tratado assim como o as outras questões sociais.

Metodologia

Tipo de estudo

    Seguindo Thomas, Nelson e Silverman (2007) este estudo é classificado como uma pesquisa descritiva (survey), que visa determinar as práticas e opiniões presente na população determinada.

    E quanto a Dyniewicz (2007) o estudo terá uma abordagem quantitativa, a pesquisa será descritiva com o propósito de descrever, explorar, classificar e interpretar as diferentes atividades de lazer praticadas pelos acadêmicos, buscando a freqüência, a característica, relação e associação entre as variáveis.

População e amostra

    A população do estudo foi de 99 acadêmicos de ambos os gêneros matriculados no curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Estadual do Centro Oeste- UNICENTRO. Desses a amostra foi constituída por 73 acadêmicos. Os indivíduos da pesquisa serão na maioria das vezes divididos em séries (turmas ou ano) ou ainda por gênero (masculino e feminino). No 1º ano foram aplicados questionários com 28 acadêmicos o que corresponde a 38,4% da amostra total, no 2º ano obtivemos um total de 21 acadêmicos equivalente a 28,8%, enquanto no 3º ano obtivemos 13 acadêmicos totalizando 17,8% e por fim 11 acadêmicos matriculados no 4º ano do curso que equivale a 15,5% dos sujeitos.

    Foram aplicados 73 questionários, o que equivale a um questionário por acadêmico presente, todos foram devolvidos para o pesquisador e foram utilizados na pesquisa.

    Não foi possível realizar a pesquisa com todos os acadêmicos pelo fato de que durante os dias em que os questionários foram aplicados alguns acadêmicos não compareceram as aulas.

    Como critério de inclusão, os acadêmicos da amostra deveriam estar matriculados em qualquer um dos 4 (quatro) anos do curso de Educação Física do Setor de Ciências da Saúde da Universidade.

Instrumentos e procedimentos

    Cada acadêmico assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE, o qual esclarecia dúvidas e objetivos sobre o presente trabalho e por fim buscava uma autorização para utilizar os dados de cada sujeito durante todo o processo garantindo um anonimato e a privacidade.

    Os acadêmicos responderam um questionário misto (com perguntas abertas e fechadas) sobre seu cotidiano adaptado de Cavichiolli (2006), a fim de identificar as atividades desenvolvidas em seus horários de lazer.

    Foi escolhido o questionário como instrumento porque este possibilita atingir um grande número de pessoas, garantindo o anonimato e por não expor os entrevistados às influencias do pesquisador.

Análise dos dados

    Os dados coletados foram analisados utilizando o programa SPSS 15 for Windows.

    A partir disso os dados obtidos foram dispostos em tabelas e gráficos para uma melhor visualização. Esses dados foram comparados entre si, procurando mostrar diferenças e semelhanças entre os acadêmicos em relação ao gênero e ao ano que cursa até então.

    As análises utilizadas foram o Kolmogorov-Smirnov apresentando distribuição normal dos dados, análise descritiva de média e desvio padrão, a freqüência absoluta e relativa e o teste estatístico para análise de variância One Way “ANOVA”.

Resultados

    Ao analisar os sujeitos dessa pesquisa, os resultados da primeira questão abordada, que se referia às atividades praticadas pelos acadêmicos durante seus finais de semana pode-se observar abaixo na Figura 1, que 46,6% ficam em casa seguido de 12,3% que preferem praticar esportes e 12,3% que praticam outras atividades que não constam no questionário.

Figura 1. Divisão das atividades realizadas pelos acadêmicos durante os finais de semana

    Dando seqüência, a quantidade de estabelecimentos mais conhecidos pelos acadêmicos na cidade de Guarapuava, de maneira geral foram os restaurantes apresentando média aproximada de 7 por acadêmico, os ginásios esportivos apresentaram média de 6 por acadêmico e as academias média 6 também, como visto na Figura 2. Isso deve-se provavelmente ao fato dos ginásios esportivos e academias estarem inteiramente ligados à essa profissão, por isso são amplamente conhecidos pelos acadêmicos de educação física.

Figura 2. Média de estabelecimentos conhecidos pelos acadêmicos do curso de Educação Física

    Quando questionados onde praticavam suas atividades recreativas os acadêmicos relataram os seguintes resultados da Figura 3.

Figura 3. Lugares freqüentados para realizar atividades recreativas pelos acadêmicos

    Os lugares mais freqüentados para realizar as atividades recreativas são os parques públicos (32,9%) e logo em seguida os espaços privados (23,2%).

    A realidade do município permite que seus moradores freqüentem clubes privados e parques públicos. A cidade dispõe de três grandes parques públicos muito freqüentados geralmente por jovens e ainda alguns clubes privados que principalmente em períodos de férias, feriados e finais de semana disponibilizam de algumas atividades recreativas, como atividades esportivas, aquáticas, colônias de férias, tardes de recreações através da Rua do Lazer entre outras.

    Em relação às práticas de lazer mais importantes para os acadêmicos obteve-se os resultados apresentados na Figura 4.

Figura 4. As práticas de lazer consideradas mais importantes para os acadêmicos

    As práticas de lazer consideradas mais importantes para os acadêmicos de modo geral são as festas universitárias e reuniões em casas de amigos (24,7%), o computador (16,4%) e o descanso (12,3%). Ao observar essas principais atividades apontadas como mais importantes pode-se destacar que essas são também características de uma população jovem e universitária. A cidade é conhecida por ser universitária e com isso surgem inúmeras festas, tanto em casas noturnas como em repúblicas e isso é visível nos momentos livres de lazer dos acadêmicos e para aqueles que não freqüentam festas o melhor programa é utilizar o computador para jogos e acesso a internet ou ainda aproveitar para descansar.

    Em relação aos organizadores de atividades esportivas os acadêmicos demonstraram que a maioria das atividades por eles praticadas são realizadas pelos clubes privados (24,7%) e por outros (37%) que no caso foram apontados como amigos, família e o departamento de educação física da universidade, como identificado na Figura 5.

Figura 5. Organizadores das atividades esportivas realizadas pelos acadêmicos

    A faixa etária dos acadêmicos variam de 17 à 36 anos, apesar de nem todos serem considerados jovens perante a faixa etária, nessa pesquisa isso será relevado, pois acreditamos que a convivência com os menos fazem com que os adultos tenham pensamentos e atitudes semelhantes.

    Não foi possível avaliar e comparar as atividades de lazer segundo a renda familiar, pois muitos dos sujeitos alegaram não ter idéia de quanto seria. É possível perceber algumas diferenças entre os acadêmicos do sexo masculino e feminino e também entre os quatros anos.

    Ao analisar as atividades mais praticadas pelos acadêmicos do sexo masculino de 1º a 4º anos e também pelas acadêmicas do sexo feminino do 1º a 4º anos durante os finais de semana identificamos que a preferência dos acadêmicos do sexo masculino do 1º ano pautaram-se em praticar esportes (41,7%) ou ficar em casa (33,3%). Já acadêmicos do 2º ano preferem praticar atividades ao ar livre (45,5%) e visitar parentes (27,3%). Os acadêmicos do 3º ano preferem ficar em casa (50%) seguido por outras atividades (25%) e os acadêmicos do 4º ano dividem opiniões entre ficar em casa (25%), atividades ao ar livre (25%), outras que não constavam no questionário (25%). Em relação a estes dados pode-se concluir que os acadêmicos do 1º ano possuem mais praticas do que em relação aos outros três anos que preferem atividades mais calmas e também consideradas domésticas.

    Ao se tratar das acadêmicas do sexo feminino, houve um consenso na atividade mais realizada apontada como ficar em casa (com as seguintes porcentagens: 1º ano 56,6%; 2º ano 40%; 3º ano 80% e 4º ano 66,6%), exceto essa atividade as acadêmicas do 1º ano demonstraram preferência também por outras atividades (18,7%) e por ir visitar parentes (12,5%). Grande parte das acadêmicas do 2º ano praticam atividades ao ar livre (30%) e visitam parentes (20%). No 3º ano as acadêmicas que não ficam em casa é porque praticam esportes (20%). E por fim, as acadêmicas do 4º ano que não permanecem em casa é porque geralmente visitam parentes (33,3%).

    Quando questionados a respeito de quantos estabelecimentos daqueles citados os acadêmicos conheciam na cidade de Guarapuava, os acadêmicos do sexo masculino e feminino de 1º a 4º ano relataram conhecer em média a mesma quantidade sendo que os mais conhecidos para os acadêmicos do 1º ano são os restaurantes (média 6,6 para os acadêmicos do sexo masculino e 6,4 para as acadêmicas do sexo feminino), as academias (em média 6,0 em relação ao sexo masculino e 5,2 para o sexo feminino) e os ginásios esportivos (média de 6,4 para os acadêmicos do sexo masculino e 5,9 para as acadêmicas do sexo feminino). No 2º ano os acadêmicos também afirmaram conhecer mais restaurantes entre os estabelecimentos conhecidos (para os acadêmicos do sexo masculino média de 7,1 e para as acadêmicas do sexo feminino 6,8), logo após as Lan Houses (média de 7,4 para os acadêmicos do sexo masculino e 6,2 para as acadêmicas do sexo feminino) e ainda os ginásios esportivos (média de 7,1 para os acadêmicos do sexo masculino e 4,4 para as acadêmicas do sexo feminino). Dando continuidade, no 3º ano os restaurantes também foram apontados como os mais conhecidos (apresentando em média 6,6 por acadêmico do sexo masculino e 5,7 pelas acadêmicas do sexo feminino), logo em seguida apareceram as Lan Houses (média de 6,2 por acadêmicos do sexo masculino e 5,0 por acadêmicas do sexo feminino) e o terceiro estabelecimento com maior conhecimento dos acadêmicos do 3º ano foram as academias (média de 5,3 tanto para os acadêmicos do sexo masculino quanto para as acadêmicas do sexo feminino). Por fim, no 4º ano, assim como nos demais, os acadêmicos apontaram os restaurantes como os estabelecimentos mais conhecidos (com média de 7,8 pelos acadêmicos do sexo masculino e 7,0 pelas acadêmicas do sexo feminino), seguido pos ginásios esportivos (média de 6,8 para os acadêmicos do sexo masculino e 6,0 para as acadêmicas do sexo feminino) e o terceiro estabelecimento muito conhecido pelos acadêmicos foram as Lan Houses (com média de 6,9 para os acadêmicos do sexo masculino e 5,7 para as acadêmicas do sexo feminino).

    Ao serem questionados em relação aos lugares mais freqüentados para realizar as atividades recreativas os acadêmicos do sexo masculino do 1º ano afirmaram preferir os parques públicos (33,3%) seguido pelas praças esportivas (16,7%). Para o 2º ano os acadêmicos do sexo masculino mostraram que também preferem os parques públicos para realizar as atividades esportivas (54,5%), seguido por clubes e espaços privados ou alugados (36,4%). Os acadêmicos do 3º ano freqüentam mais os clubes e espaços privados ou alugados para realizar suas atividades recreativas (37,5%) seguido por parques públicos (12,5%). E para o 4º ano os acadêmicos do sexo masculino utilizam-se também mais de clubes e espaços privados ou alugados para realizar suas atividades (62,5%) seguido pelos parques públicos (12,5%).

    Já as acadêmicas do sexo feminino do 1º ao 4º ano ao serem questionados em relação aos lugares mais freqüentados para realizar as atividades recreativas apontaram no 1º ano a preferência por praticar atividades recreativas nos parques públicos (25%) ou em outros lugares que não constavam no questionário (18,7%). Assim como as acadêmicas do 2º ano também demonstraram preferência por realizar as atividades recreativas em parques públicos (60%) seguido por clubes e espaços privados ou alugados (30%). No 3º ano as acadêmicas praticam suas atividades recreativas na grande maioria em clubes e espaços privados ou alugados (40%) seguido pelas praças esportivas (20%) e por outros lugares que não constavam no questionário (20%). Por fim as acadêmicas do 4º ano opinaram por parques públicos (33,3%) e praças esportivas (33,3%).

    Pode-se dizer que as práticas de lazer consideradas mais importantes para os acadêmicos do sexo masculino do 1º ano foram as festas e os encontros com os amigos (33,3%), para o 2º ano são consideradas as práticas de lazer mais importantes as festas e encontro com os amigos (36,4%), já grande parte dos acadêmicos dos sexo masculino do 3º ano preferem realizar atividades que estejam relacionadas ao computador (50%), e para os acadêmicos do 4º ano a principal prática de lazer são as festas e os encontros com os amigos (37,5%). Atividades como gastronomia, viagem, atividades relacionadas a comunidade religiosa, teatro, artesanatos, leitura e cursos profissionalizantes ou de línguas não foram escolhidas por nenhum dos acadêmicos como a mais importante, mas através do instrumento de pesquisa não foi possível identificar o real motivo do desinteresse por essas atividades.

    Para as acadêmicas do sexo feminino as práticas de lazer mais importantes no 1º ano foram apontadas como as festas e encontro com os amigos (25%), no 2º ano as acadêmicas preferem as atividades religiosas (20%) e o descanso (20%), no 3º ano assistir a televisão, DVD e vídeos (20%) assim como no 4º ano em que a principal pratica de lazer é assistir a televisão, DVD e vídeos (33,3%). As atividades que não foram escolhidas por nenhuma das acadêmicas foram: teatro, artesanato, leitura, gastronomia e grupo de escoteiros.

    Quanto aos organizadores das atividades esportivas realizadas pelos acadêmicos do sexo masculino pode-se dizer que a cidade não proporciona muitas opções para estes, por isso geralmente organizam sozinhos ou com amigos e familiares as atividades, aqueles chamados “futeboizinhos de finais de semana”.

    Para os acadêmicos do 1º ano as atividades esportivas praticadas por eles são realizadas principalmente por amigos, familiares e faculdade (outros 41,7%), seguido pelas ligas municipais (33,3%). Os acadêmicos do 2º ano também realizam atividades esportivas principalmente realizadas por outros (54,5%) seguido pelos clubes privados (27,3%). Os acadêmicos do 3º ano também realizam atividades esportivas realizadas principalmente por outros (37,5%) ou ainda realizadas por clubes privados (37,5%) e por fim, os acadêmicos do sexo masculino do 4º ano praticam atividades esportivas realizadas principalmente por outros (37,5%), seguido das ligas municipais (25%).

    Vale ressaltar que os acadêmicos, indiferente da série matriculada, não possuem relações e até mesmo não procuram a comunidade religiosa, nota-se que nenhum deles participam dos eventos e campeonatos beneficentes realizados pela mesma.

    Em relação as acadêmicas do sexo feminino nessa mesma questão que buscou identificar os idealizadores das práticas esportivas dos acadêmicos, também encontramos uma ausência dos poderes públicos ficando visível a procura também dos amigos, familiares ou ate mesmo por conta própria para realizar atividades esportivas e também a procura de clubes privados, academias. As acadêmicas que por ventura praticam atividades segundo as ligas municipais são ou eram até pouco tempo atletas e por isso possuem essa facilidade.

    No 1º ano pode-se chegar a conclusão que a maioria das acadêmicas do sexo feminino praticam esportes através dos clubes privados (31,1%). As acadêmicas do 2º ano praticam atividades realizadas pelo governo (30%) e por outras pessoas (30%). Já as acadêmicas do 3º ano praticam atividades esportivas realizadas pelos clubes privados (60%). No entanto, grande maioria das acadêmicas do sexo feminino do 4º ano praticam esportes através de outros idealizadores (66,7%).

    Ao contrário dos acadêmicos do sexo masculino, aqui podemos perceber uma pequena participação na comunidade religiosa na organização das atividades esportivas praticadas pelas acadêmicas nos períodos iniciais da faculdade.

    Ao identificar as atividades que os acadêmicos gostariam de praticar, mas que não a praticavam por não ser disponibilizada pelo poder público, as mais pedidas foram os esportes não tão populares como o futebol americano, golfe, pára-quedismo, beisebol, rugby, pólo aquático, ciclismo, natação, tênis, squash e bocha, em seguida os acadêmicos pediram por mais campeonatos municipais e até estaduais envolvendo os esportes mais comum, como atletismo, basquetebol e natação, principalmente para o sexo feminino. Algumas outras atividades como treinamentos esportivos, aulas de danças (axé, gaúchas e folclóricas), aulas e peças teatrais, shopping, um espaço especifico para dançar (gafieiras) e atividades recreativas para todas as faixas etárias, também foram citadas pelos acadêmicos, sujeitos dessa pesquisa.

    Por fim, os acadêmicos responderam a uma questão que buscava identificar quantas pessoas praticaram aquelas atividades listadas dentro do último ano. Para os acadêmicos do 1º ano as atividades mais praticadas foram o handebol (82,1%), as festas ou baladas (67,9%), o futebol (64,3%), assistir televisão ou vídeos (64,3%) e o atletismo (57,1) as atividades esportivas handebol e atletismo foram mais praticadas devido a grade curricular do curso, que abrange essas duas modalidades e o futebol apareceu em grande número devido a quantidade de garotos presentes, assistir à televisão e ir em festas já era resultados prováveis, pois são atividades comuns em meio aos jovens. No 2º ano as atividades mais praticadas no último ano foram o voleibol (95,2%), a natação (95,2%), o basquetebol (90,5%), ouvir música (85,7%), ir à festas ou baladas (71,4%) e assistir a televisão ou vídeos (61,9%), assim como no primeiro ano, as modalidades esportivas são quase que praticadas por todos dessa turma pelo motivo da grade curricular do curso que no segundo ano disponibiliza aos acadêmicos a vivência com o voleibol, o basquetebol e a natação. Os acadêmicos do 3º ano apontaram o futebol como a atividade mais praticada no ultimo ano (92,3%), logo em seguida apareceram opções como ouvir música (69,2%), internet para pesquisas (61,5%), videogame (53,8%) e voleibol (46,2%), mais uma vez fica evidente que a maior prática desses acadêmicos é disponibilizado pela faculdade através da grade curricular que no 3º ano possui o futebol como prática, ainda nesse grupo podemos perceber um certo “comodismo” nas atividades praticadas, ou com outras palavras um certo sedentarismo, buscando sempre atividades com pouca movimentação e muita tecnologia. Na última turma, a do 4º ano, a atividade mais praticada é a internet para pesquisas (90,9%), seguido por futebol (63,6%), caminhada (63,6%), ouvir música(63,6%) e assistir à televisão (63,6%), com relação a esses dados, pode-se dizer que a internet é muito procurada por esses acadêmicos devido a quantidade de teoria que é abordada nessa fase, o futebol é muito praticado principalmente pelo fato da maioria dos indivíduos dessa turma serem do sexo masculino e as outras atividades são consideradas rotineiras e que estão visíveis nos quatro anos estudados.

    Não houve diferenças entre as respostas dadas pelos acadêmicos de 1º ao 4º anos em relação a questão que tinha como objetivo identificar as atividade mais realizada pelos acadêmicos durante os finais de semana, que era a questão de número 1 (F=0,898; p= 0,447). Também não houve diferenças na terceira questão que procurava identificar os locais que os acadêmicos realizavam suas atividades recreativas(F=0,956; p=0,419). A próxima questão (número 4) que procurava identificar as atividades de lazer consideradas mais importantes pelos acadêmicos não apresentou diferenças significativas (F=0,432; p=0,731). E a questão número 5 que buscava identificar quem realiza as atividades esportivas praticadas pelos acadêmicos do curso de educação física assim como as outras também não mostrou diferenças nas respostas obtidas (F=0,525; p=0,666).

Discussão

    Atualmente o lazer está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas seja ele para descanso, para o divertimento. Com isso, Paim et al (2004) afirmam que apesar de uma série de impedimentos sócio-econômicos, as atividades de lazer estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, isto devido a difusão das práticas de lazer pelos meios de comunicação de massa. Quando trata-se de possibilidades de lazer, obtemos diversas ocupações ou funções que buscam preferencialmente atitudes ativas, balanceando diversão, repouso, criticidade e criatividade.

    Na Figura 1 fica evidente a preferência dos acadêmicos por permanecer em casa (para descanso, em frente a televisão ou computador) e a prática de esportes, que já era prevista pelo fato dos jovens escolherem um curso superior que é inteiramente ligado a esportes no geral.

    Para defender esses dados pode-se utilizar Pessoa (2007) que em sua pesquisa, chega a resultados semelhantes, em que os jovens preferem ficar as suas horas de lazer em casa assistindo à televisão, vídeos, conversando com amigos, essas são atividades calmas e de grande convívio social, que não trazem nenhum tipo de perigo até então. A autora diz que apesar de ser uma ótima base para a construção do ser humano essa troca de experiências dentro de casa, se o jovem se restringir a somente isso ele perderá contatos enriquecedores o que poderá causar um risco de segregação cultural.

    Além de falta de informação outro aspecto que pode fazer com que o jovem utilize suas horas de lazer somente em casa é a questão financeira, pois muitas vezes o lazer é consumista o que gera muito gasto, segundo Pessoa (2007).

    No caso dessa pesquisa, isso fica evidente na questão em que os acadêmicos pedem por atividades culturais (dança, teatros) e esportes não tão populares (golfe, squash, natação) gratuitamente, pois a cidade fornece muitas dessas atividades, mas com um alto custo, o que acaba não sendo disponível para todos.

    Enquanto permanecem em casa, segundo Pessoa (2007), os jovens acabam sendo influenciado pela mídia. A televisão “entra” na vida das pessoas e vai moldando elas, os gostos, as atitudes, a maneira que ela ira viver e se relacionar, isto acontece de uma forma descontrolada devido as exigências do mercado. Assim como a autora citada, não pretendo aqui com esse trabalho fazer com que os jovens deixem a televisão e a mídia de lado, mas fazer com que cada jovem seja consciente e a utilize da melhor maneira possível em seu crescimento cultural.

    Em relação a televisão na Figura 4, ela aparece como uma das práticas mais realizadas pelos acadêmicos. Paim et al (2004) consideram que isto ocorra pela comodidade de ter acesso às informações e acontecimentos das regiões mais diversas sem precisar sair de casa, aproveitando a comodidade.

    Camargo (1998) afirma que em geral, a maior parte do tempo livre das pessoas é consumido dentro da própria casa, e desse tempo quase a metade é ocupada pelos “meios de comunicação de massa”. Isso porque um jovem atualmente passa mais tempo diante de uma televisão ou computador do que na escola ou faculdade. Esses meios de comunicação de massa são utilizados até como “pano de fundo” durante as refeições e conversas.

    Quando não há presença desses meios, mas o tempo livre ainda é aproveitado em casa, Camargo (1998) afirma que as atividades realizadas são receber visitas, atividades manuais de reparos domésticos, jardinagem, decoração, cuidados com animais domésticos ou outros hobbys nessa mesma perspectiva.

    Esse mesmo autor defende a prática do lazer em casa dizendo que ela é um símbolo do nosso “eu”, e é em casa que se pode ler, conversar, receber amigos, cuidar de plantas entre outras atividades de maneira mais “a vontade”.

    Essa pesquisa aproxima-se do estudo de Camargo (1998), pois a realidade guarapuavana permite aos acadêmicos visitar e receber amigos devido a facilidade de ir e vir, as atividades manuais como reparos na casa, atividades domesticas e até mesmo artesanatos também são realizadas pelos indivíduos dessa pesquisa, devido a necessidade por morar sozinhos e não ter o auxilio constante dos pais.

    Camargo (1998) afirma ainda que há inúmeras possibilidades de aproveitar os momentos de lazer fora de casa e até mesmo fora da cidade, mas essas práticas são menos usadas, abrangendo geralmente os feriados, finais de semana e férias.

    Em uma pesquisa mais recente Camargo (2006) diz que a metade to tempo livre das pessoas é ocupado com um lazer produzido pelo campo da indústria cultural, vindo a televisão em primeiro lugar, logo após o rádio e depois livros, discos, jornais e revistas, isso faz com que fique confirmado que a prática mais utilizada pelos jovens e adultos é realizada dentro da própria casa. O autor usa a frase “consumo de lazer e não prática ativa de lazer” para descrever isso.

    Pinho (2007) ressalta que a falta de certos conteúdos no lazer dos adolescentes, deva-se principalmente pelo pouco incentivo ou então pela dificuldade de encontrar e realizar. O autor defende que isso ocorre primeiramente pela falta de uma educação para o lazer e também pela falta de interesse do poder público.

    Esse mesmo autor citado anteriormente defende que as práticas de lazer são mais executadas dentro da própria casa por causa da violência que é encarada como uma ameaça.

    Além de ficar em casa os acadêmicos afirmaram praticar esportes também durante os finais de semana, como identificado na Figura 1. Em relação aos esportes Lima (2009) afirma que o esporte é um dos meios mais baratos para ocupar o tempo livre dos jovens e que através do esporte o governo desvia a atenção das massas trabalhadoras, utilizando-o de uma forma mascarada e ilusória para dominá-los e repassar os valores.

    Em relação aos estabelecimentos mais procurados e conhecidos pelos acadêmicos pesquisados (Figura 2) é possível perceber que esses dados não podem ser utilizados de maneira generalista, eles retratam apenas a realidade dos jovens guarapuavanos. Rosa (2006) abordou essa mesma questão em sua tese realizada no Rio Grande do Sul e os resultados foram totalmente diferentes os jovens dessa tese afirmaram procurar e conhecer mais os circos, cinemas e show’s, mostrando a diferença de cultura de uma região para outra. A semelhança nessa questão foi a ausência do conhecimento de teatros entre os jovens e ambos possuem curiosidades mas não possuem disponibilidade.

    Em relação aos espaços de lazer, Silva (2007) afirma que as primeiras praças de esporte e centros de recreação surgiram nas décadas de 1920 e 1930 e tinham como objetivo oferecer à comunidade espaços para a prática de atividades físicas e esportivas e ainda reforçar a produtividade promovendo a recuperação causada pelo desgaste do trabalho.

    Ainda em relação aos espaços de lazer mais utilizados para as práticas culturais e de lazer no tempo livre são divididos em quatro conjuntos por Hack e Pires (2007) que seriam os naturais (rios, praias, cachoeiras, cavernas) que os acadêmicos guarapuavanos não possuem acesso, os comerciais (lanchonetes, bares, sorveterias, clubes, boates) um dos mais frequentados pelos acadêmicos como visto na Figura 2, os relacionais (a casa, a casa de parentes e amigos, a igreja, grupos de escoteiro e folclóricos) que também são visíveis no cotidiano de alguns acadêmicos e por fim os públicos (escolas, universidade, rua, praças, estruturas esportivas), que na Figura 3 mostra ser o mais utilizado pelos acadêmicos.

    Hack e Pires (2007) ao se referir aos espaços utilizados para lazer, afirmam que estes são classificados a partir de critérios de acesso, sendo visível então as restrições econômicas aos espaços privados. Contanto os autores afirmam que os jovens demonstram uma certa resistência ao lazer “consumista”, atribuindo uma maior importância ao lúdico e ao lazer como experiência vivida, fazendo com que eles busquem os lugares (clubes, praças, entre outros) públicos.

    Rechia e França (2006) relatam que os espaços públicos de algumas cidades parecem ser espaços de lazer, esporte e cultura em que estes misturam-se ao cotidiano e a cultura local de diversas maneiras e acabam sendo lugares para movimentações intensas de pessoas, carros, bicicletas, animais, deixando de ser produtivo para passeio demorados, despreocupados, práticas corporais, lúdicas e culturais. Com isso pode-se dizer que muitas vezes os municípios disponibilizam de lugares públicos para as práticas de lazer, mas estes são “esquecidos” pela população.

    Para Stucchi (1999), os jovens procuram por clubes, praças e outros estabelecimentos para realizar esportes e atividades recreativas pelo fato de poderem escolher as práticas que irão realizar, buscando sempre aquelas que lhe dêem prazer, ou então buscam estes lugares por influências de amigos, familiares, mídia entre outros.

    Formiga, Ayroza e Dias (2005) destacam que um hábito de lazer geralmente está ligado ao que foi absorvido pelo sujeito durante seu desenvolvimento, fazendo com que este o repita e leve por fazer como um costume, como por exemplo, o gosto por leitura, práticas religiosas, participação em festas, etc. Porém isto faz com que o sujeito busque um equilíbrio entre o que quer fazer e o que ele pensa. Na Figura 4, pode-se observar que a preferência das atividades de lazer dos acadêmicos segue um costume antigo que são as festas universitárias e os encontros entre amigos, seguido pela tendência atual que seria os meios de comunicação de massa (computador, internet).

    Esses autores citados acima, defendem ainda que satisfazer as necessidades pessoais é de extrema importância, o que nos permite dizer que o lazer também pode ser aproveitado para o descanso, além da diversão, independente do espaço (dentro da própria casa ou em lugares públicos).

    Hack e Pires (2007) também afirmam que o descanso faz parte dos valores e funções do lazer da seguinte maneira:

    A maioria das percepções expressas pelos jovens acerca do lazer reflete os valores/funções de “descanso”, “divertimento” e “desenvolvimento pessoal”, além de percepções que remetem ao caráter de cultura lúdica. (Hack e Pires, 2007).

    Stucchi (1999) aborda a questão de que não há parcerias entre os poderes públicos e privados na realização e organização de atividades esportivas e de lazer como identificados na Figura 5, em que os acadêmicos desta pesquisa afirmam realizar atividades organizadas por outras pessoas ou órgãos que seriam os amigos, familiares e até mesmo a faculdade.

    Por fim, é possível observar em alguns pontos da pesquisa que a caminhada é bastante praticada pelos acadêmicos, Paim (2004) et. al. afirma que isto ocorre pela facilidade da prática da mesma, pela estimulação que ocorre pelos meios de comunicação e pelo baixo custo despendido.

Considerações finais

    Este estudo surgiu da busca por respostas e reflexões a cerca do lazer dos jovens acadêmicos guarapuavanos, para isso procurou-se responder a questões como: quais as vivências que constituem o lazer dos adolescentes em diferentes séries do curso de Educação Física? Há diferenças entre os acadêmicos do sexo masculino e feminino? As práticas de lazer correspondem com as políticas públicas da cidade?

    Para isto durante o estudo não foi restringido a faixa etária para apenas os jovens, observando existir alguns adultos na população escolhida, isso deve-se ao fato de que esses adultos tendem a agir de maneira muito semelhante aos jovens devido a convivência adquirida durante a semana em período integral. Tanto é que não procurou-se um consenso sobre a faixa etária que compreende a juventude.

    Pode-se identificar que as práticas de lazer mais realizadas pelos acadêmicos do curso de educação física (bacharelado) em seus horários são basicamente aquelas que podem ser executadas dentro da própria casa, as festas e reuniões em casas de amigos.

    Em relação às atividades praticadas por acadêmicos de diferentes séries não houve opiniões significativamente diferentes, concluindo que indiferente da idade os acadêmicos de maneira geral buscam as mesmas práticas. Já ao analisar por gêneros, observou-se algumas diferenças, já citadas neste trabalho, entre o masculino e o feminino.

    Quanto às políticas públicas conclui-se que os acadêmicos usufruem dos parques públicos na grande maioria para “passar o tempo”, relataram a ausência de estabelecimentos como museu, shopping e teatro na cidade, e ainda ressaltaram a falta de atividades acessíveis e gratuitas ou com valores mais populares como esportes (rugby, squash, beisebol, paraquedismo, ciclismo, natação, tênis, bocha...), as aulas de danças (axé, gauchas e folclóricas) e atividades recreativas.

    No presente estudo concluímos também uma ausência em relação às políticas públicas para o lazer na organização de atividades, pois os acadêmicos de modo geral relataram que suas atividades geralmente são organizadas por eles mesmo, pela família ou ainda pelos amigos.

    Pode-se observar entre os acadêmicos pesquisados que as atividades mais praticadas eram aquelas que constavam como disciplina prática na grade curricular do curso, que confirma o fato da faculdade ser uma das facilitadoras em relação as atividades de lazer de seus acadêmicos.

    O lazer deve ser entendido como uma construção individual e social, que procure ser livre e que mostre alertas para o perigo do modismo criado pela mídia. Nesse sentido, podemos concluir que há necessidade de outros estudos com essa temática em outros grupos específicos para fazer um mapeamento das práticas disponibilizadas pelos setores públicos, para se chegar a uma conclusão especifica sobre as políticas públicas de esporte e lazer da cidade de Guarapuava.

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