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Análise das mudanças no desempenho das habilidades 

esportivas na intervenção, utilizando a metodologia 

da iniciação esportiva universal (IEU)

Análisis de los cambios de rendimiento en las habilidades deportivas en la 

intervención, utilizando la metodología de iniciación deportiva universal (IDU)

 

Especialista em Metodologia do Ensino dos Esportes, UFRGS

Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física; ULBRA

(Brasil)

Marcelo Borba Guimarães

mbg_@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo, analisar a possibilidade de haver mudanças no desempenho das habilidades esportivas utilizando a Metodologia IEU. Foram selecionados meninos de 12 e 13 anos de idade de um colégio particular da cidade de Esteio, sendo divididos em dois grupos de igual número, num período de 20 encontros tendo como esporte selecionado o Handebol. Conforme os resultados obtidos nas avaliações, todos os alunos submetidos ao processo deste trabalho apresentaram mudanças significativas nas habilidades esportivas, proporcionando assim uma melhora na qualidade do ensino-aprendizado.

          Unitermos: Metodologia IEU. Habilidade esportiva. Habilidade motora.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No âmbito escolar, há grandes dificuldades encontradas pelos professores de educação física no ensino das habilidades esportivas aos alunos.

    Segundo GRAÇA (2004), esse problema com a abordagem tradicional ao ensino do desporto e dos jogos desportivos coletivos em particular aumentam pela manifesta falta de progresso das aprendizagens, aquilo que Siedentop (1983) denominou overexposure, ou seja um ensino das modalidades marcado pela superficialidade, brevidade, descontextualização, ausência de significado, alienação do jogo, trivialidade, repetição e pelo aborrecimento.

    Com isso a aula de educação física está perdendo o seu significado educacional e se tornando somente um momento de lazer, onde o professor(a) larga uma bola e um pequeno grupo utilizam-se desta, tirando o mínimo de proveito da aula, enquanto o restante da turma fica ociosa sem ter nenhum aproveitamento significativo. Ressalta-se também outra situação, onde o professor desenvolve o conteúdo de aula tendo com o pressuposto de um paradigma do esporte de alto rendimento, onde o gesto motor é imposto, é colocado como algo que precisa de imediato ser reproduzido com a técnica correta. Para isso, as atividades propostas devem visar apenas aquele comportamento previamente estabelecido pelo professor, ou seja, o gesto técnico.

    Ocorrendo assim uma grande lacuna existente dentro da quadra, onde a educação física passa de ser um momento de aprendizado das habilidades esportivas.

    Como podemos mudar esse quadro que se encontra na Educação Física atual? E como torná-la novamente atrativa para os alunos e para o aprendizado das habilidades esportivas?

    Com essa preocupação que venho trazer e mostrar uma nova perspectiva para o ensino da Educação Física, mudando o foco que o ensino tradicional traz para um ensino onde a bola é o grande motivador do aprendizado.

    Segundo FONSECA (1999), é preciso mudar, retornar o prazer da vivência do movimento, buscar a interação entre os alunos, mediados pela bola, abrir o espaço onde a sucessão de movimentos e jogadas possibilitem a manifestação do gesto subjetivo e a elaboração coletiva do conhecimento. Aí não haverá lugar para insucessos ou exclusões, pois todos poderão ser agentes na construção de suas aprendizagens e na conquista de autonomia e no exercício da cidadania, no caminho de uma sociedade efetivamente democrática.

    Através de uma nova metodologia, onde o jogar é uma forma de liberdade vivenciada pelos alunos, que serve como base para as variadas quantidades e qualidades de experiências motoras que lhes será apresentado e exigido no aprendizado das habilidades esportivas coletivas.

    Segundo KRÖGER (2005), confirma uma nova metodologia para a educação física afirmando que o jogar, objetiva diretamente a redução dos déficits, que se apresentam pela falta da “cultura do jogo da rua”.

    Por tanto, o objetivo desse estudo é verificar a aquisição das habilidades esportivas através da aplicação da Metodologia da Iniciação Esportiva Universal (IEU), nos alunos do sexo masculino.

Mudança de rumo

    As brincadeiras e os jogos são uma constante na vida das crianças e de jovens, independente de sexo, cor, nível sócio-econômico ou de qualquer outro tipo de classificação.

    Porém, nem todos os responsáveis por crianças e jovens têm essa concepção, para FONSECA (2004), a incompreensão dos adultos em geral, de alguns pais e até professores em particular, podem chegar a extremos tais que coloque em perigo o desenvolvimento e/ou o equilíbrio do próprio jovem como pessoa.

    Até que ponto, estão pressionando os filhos, alunos e atletas para um mundo onde o ganhar a qualquer custo é imposto, sem trégua a idade ou amadurecimento, tornando um sacrifício sem igual, e criando seqüelas que serão levadas pelo resto da vida destas crianças e jovens.

    Para GRECO E BENDA (1998-v:1), deve-se conscientizar os professores e os alunos da importância da prática esportiva, tornando o indivíduo capaz de compreender e apreender a modalidade esportiva, de discernir diferentes situações-problema e agir, de forma independente e inteligente, para a solução das tarefas-problema no esporte. A base será dada pelos princípios éticos, educativos, formativos e de importância para o desenvolvimento da criança e do adolescente; do indivíduo como um todo e não com uma soma das partes.

    Há também outros pensadores na área da educação física, que se questionam sobre como está sendo aplicado o conhecimento para o desenvolvimento esportivo nas aulas de educação física, tais como: TANI (2004) ressalta que a educação física tem o enorme privilégio de ser uma das poucas disciplinas do currículo escolar, que tem a possibilidade de desenvolver o seu conteúdo promovendo uma aprendizagem que envolva, de forma integrada, todos os domínios do comportamento (motor, cognitivo, afetivo e social), e, portanto deve explorar ao máximo essa característica bastante peculiar. Necessita-se, no entanto, de uma nova concepção de prática, adequada ao propósito da disciplina, que é possibilitar o acesso ao conhecimento sistematizado. O domínio desse conhecimento sistematizado, disseminado pela educação física escolar, é que leva as pessoas a tomarem decisões conscientes e refletidas acerca do seu envolvimento com a prática sistemática de atividades físicas fora dela.

    Já VOSER (1999), confirma também as novas tendências pedagógicas para a educação física, hoje proporcionar à criança a experimentação de várias possibilidades de movimentos corporais a partir de sua criatividade e autoconstrução. Nesta abordagem, a criança participa intensamente das decisões de todo o processo educativo.

    Está claro que a educação física escolar vem passando um momento de transição na sua estrutura e concepção de aprendizado.

    Os autores citados anteriormente, nós levam a uma reflexão de que até esse momento o ensino e aprendizado da educação física escolar precisam ser repensados e mudados, para trazer novamente o prazer nos alunos da prática na educação física.

Metodologia da Iniciação Esportiva Universal

    Para isso, GRECO E BENDA (1998-v:1) trazem uma nova proposta, que visa iniciar um processo de ensino-aprendizagem-treinamento com crianças que não têm bom conhecimento tático e ainda possuem pouco ou limitado repertório motor. A proposta leva em consideração as atuais pesquisas nas áreas da coordenação e da aprendizagem motora, do treinamento técnico e do treinamento tático. Procurando integrar conceitos da psicologia educacional, de diferentes teorias do desenvolvimento humano, apresentando uma metodologia avançada e diferente. O processo de ensino-aprendizagem-treinamento nos jogos esportivos coletivos deve estar orientado para a formação de um corpo de conhecimentos teóricos (vindo da prática) que capacitem o indivíduo a melhorar seu rendimento. Isto ocorrerá através da compreensão e da vivência de atividades que apresentem situações do jogo que o levem, tanto o domínio dos elementos coordenativos geral-básicos (possibilitando a aquisição da técnica e servindo de apoio à decisão tática) como também ao domínio dos processos psicológicos cognitivos e sociais envolvidos nas atividades que se ofereçam.

    O processo de ensino-aprendizagem-treinamento nos jogos esportivos coletivos tem como intuito criar no aluno a cultura do jogo, levando ao aprendizado através da prática esportiva. Assim, o aluno aprende o jogo taticamente, passa a compreendê-lo, para depois haver a identificação, ou seja, a escolha para os caminhos do esporte, nas diferentes áreas de expressão do mesmo. O jogo constitui sempre uma situação de aprendizagem.

    Conforme GARGANTA (2004), nesta perspectiva, trata-se de formar “jogadores inteligentes” (Greco, 1999), com capacidade de decisão, dotados de recursos, experiências e conhecimentos para solucionar diferentes situações do jogo, sendo que “o importante é formar jogadores, não repetidores” (Greco, 1988, p.30).

    Portanto será através de brincadeiras e jogos e suas adaptações, que ocorrerá a interação entre o aluno e o professor, levando o aluno a refletir sobre a sua própria aprendizagem, e o professor mudar sua visão e perspectiva do ensino, formando um elo de amizade, confiança e segurança em suas práticas esportivas.

Confrontando os métodos de ensino na iniciação esportiva

    Segundo BARBANTI (1994), o método de ensino é a transmissão de capacidades, de habilidades, do saber, do conhecimento e de atitudes a um aprendiz. O ensino e a aprendizagem são os alicerces do relacionamento educacional (interação professor-aluno). No contexto institucional, método de ensino se tornou sinônimo de instrução. No esporte, as atividades do técnico durante o treino podem ser consideradas como ensino.

    No entanto, para GRECO (1998-v2) a função de toda metodologia de ensino-aprendizagem-treinamento é de proporcionar ao indivíduo (que não consegue executar “por insight” uma determinada ação) os meios, caminhos e ferramentas que facilitem e tornem possível a obtenção de um novo nível de rendimento.

    O método escolhido deverá facilitar o ensino-aprendizado, bem como, preparar o iniciante para o processo de treinamento, sem, contudo, tornar-se maçante ou desmotivador. Deve ainda proporcionar situações-problemas ou oferecer tarefas a executar que estejam adequados à capacidade do aluno, propiciando-lhe, assim, momentos de prazer e alegria.

    Por ter essa importância que será confrontado os mais utilizados métodos de ensino da prática da educação física, para averiguar seus pontos positivos e negativos dentro do contexto do ensino-aprendizado-treinamento.

A.     Método de Ensino Analítico-Sintético (Tecnicista)

    Para COUTINHO E SILVA (2009), este método é construído sobre as bases do treinamento desportivo, os professores focalizam seu trabalho no ensino de técnicas desportivas individuais e sistemas de jogos coletivos, em geral usando modelos que repetem e imitam os modelos de treinamento dos adultos com certas adaptações para as crianças.

    Este método apresenta algumas vantagens como: possibilita o domínio da técnica, ocorrendo, às vezes, o sucesso nas experiências, na obtenção do rendimento; as informações são diretas facilitando a compreensão pelo aluno; dificilmente é criada uma situação de conflito entre os alunos. E algumas desvantagens como: não saciar o desejo de jogar dos alunos; aulas com pouca motivação para alguns alunos e um alto grau de exigência para outros; não relacionamento da tarefa realizada com sua utilização à realidade do jogo.

Figura 1. Representação gráfica do método analítico (GRECO e BENDA, 1998-v2 p.42)

B.     Método de Ensino Global-Funcional

    Caracteriza-se pela intenção de adequar toda a complexidade do jogo esportivo (técnica, regras, conceitos táticos etc.) através da apresentação de uma seqüência de jogos recreativos acessíveis à faixa etária e à capacidade técnica do aluno iniciante. Assim, para chegar à prática do esporte o aluno passará por vários jogos preparatórios.

    Este método apresenta algumas vantagens como: proporciona maior motivação aos alunos pela aproximação mais rápida do objetivo da aprendizagem – a prática do jogo; possibilita um relacionamento social mais rápido; a organização das aulas se torna mais fácil. E algumas desvantagens como: o número de variações e tão grande que dificulta o aluno a diferenciar o que é mais importante; as experiências de sucesso ocorrem em menor frequência; nas situações de competições podem surgir conflitos entre os alunos; erros técnicos e táticos podem ocorrer descontroladamente e confundir o aluno.

Figura 2. Representação gráfica do método global-funcional (GRECO e BENDA, 1998-v2 p.43)

C.     Método de Ensino Situacional

    Para COUTINHO E SILVA (2009), este método procura incorporar o desenvolvimento paralelo de processos cognitivos inerentes à compreensão das táticas do jogo e se compõem de jogadas básicas extraídas de situações padrões de jogo. O método de ensino situacional reúne, indiretamente, as vantagens dos métodos analítico e global em uma forma simples, deixando de lado as desvantagens que os mesmos apresentam.

Métodos

Técnica

Tática

Motivação dos jogadores

Seqüência de exercícios

(analítico)

+

-

-

Seqüência de jogos

(Global)

-

+

+

Situacional

+

+

+

Tabela 1. Confrontando os Métodos de Ensino (GRECO e BENDA, 1998-v2 p.55)

    Como podemos observar, todos os métodos de ensino-aprendizagem aplicados aos esportes possuem vantagens e desvantagens sendo cada um destes métodos mais adequado a uma determinada intenção tática. Por outro lado, ao confrontar todos eles, veem que o método situacional, quando aplicado paralelamente ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, séria o mais adequado.

Procedimento metodológico

    Recorreu-se ao um tratamento metodológico utilizando os princípios do estudo de casos. A população desta pesquisa foi de 40 alunos do sexo masculino, que se encontra no ensino fundamental possuindo educação física na grade curricular, com idade entre 12 e 13 anos. Os alunos foram divididos em dois grupos. O grupo A1 (grupo que será aplicado a Metodologia IEU) e o grupo C1 (grupo controle / Metodologia Tradicional). Com duração de 20 encontros, sendo selecionado um esporte para o processo de investigação deste projeto, o handebol. O procedimento adotado será aplicar um Pré-Teste (Pr.T) e Pós-Teste (Ps.T), para poder avaliar se haverá mudança significativa no desempenho das habilidades esportivas pelo grupo A1, ou C1. Foram selecionados dois testes de habilidade motora, 1º T.HM - Arremesso ao Gol e o 2º T.HM - Corrida Sinuosa com Condução de bola. Os dados da pesquisa foram tratados através do teste t pareado.

Resultado do estudo

    Nos gráficos seguintes, apresento uma visão geral a respeito dos resultados obtidos nos testes de arremessos ao Gol.

Gráfico 1. Total de acertos ao Gol grupo A1

Gráfico 2. Total de arremessos ao Gol grupo C1

    Já nos gráficos seguintes, apresento uma visão geral a respeito dos resultados obtidos nos testes da Corrida Sinuosa com Bola.

Gráfico 3. Corrida Sinuosa – grupo A1

 

Gráfico 4. Corrida Sinuosa – grupo C1

Discussão dos resultados dos arremessos ao gol

    Os resultados dos Arremessos ao Gol permitem afirmar que o grupo A1 (grupo que foi aplicado a Metodologia IEU), teve uma mudança significativa e positiva no desempenho da habilidade esportiva. Já o grupo C1 (grupo controle / Metodologia Tradicional), teve uma pequena mudança significativa e positiva no desempenho da habilidade esportiva. No Teste t Pareado os valores representados pelos dois grupos não chegam a ser significativos.

    Através da analise dos gráficos 1 e 2, podemos confirmar o ganho de habilidade esportiva pelo grupo A1, apesar de manter um número alto na área que equivale ao 0 ou fora (1), este valor é compreendido pelo grande aumento dos acertos das áreas que equivale 3 e 4 pontos (4;5), que compreende os ângulos superiores e inferiores do gol.

    Observa-se também uma grande queda dos acertos na área que equivale a 1 ponto (2), e um aumento na área equivalente a 2 pontos (3), que nos atesta um aumento positivo da habilidade motora do arremesso ao gol do handebol.

    Já o grupo C1 obteve um pequeno aumento significativo da habilidade esportiva, apesar de ter um número menor de acertos na área equivalente ao 0 ou fora (1), houve uma redução de acertos na área equivalente a 3 pontos (4) e um pequeno aumento na área equivalente a 4 pontos (5).

    Conforme o grupo anterior, este grupo também teve uma queda pouco acentuada no acerto da área equivalente a 1 ponto (2), e se manteve muito auto o número de acertos na área que equivale a 2 pontos (3), confirmando assim uma estabilidade por áreas maiores e que desse segurança para o aluno testado, afirmando assim um pequeno aumento positivo da habilidade motora do arremesso ao gol do handebol.

    Segundo GRECO E BENDA (1998-v2) que cita ROTH (1993), o processo de ensino-aprendizagem-treinamento tem como objetivo a aquisição de um novo movimento. Este processo se apóia no prévio desenvolvimento das habilidades motoras por meio da melhoria das capacidades coordenativas. A nova aquisição, conforme ROTH (1993), se realiza pelo controle consciente da atenção, visando a posterior automatização do movimento. Nesse processo, ao se automatizar o movimento, seu controle ocorre em centros inferiores (provavelmente cerebelo), não requisitando o controle consciente da atenção. Portanto podemos confirma, que os alunos submetidos à intervenção dessas duas metodologias, obterão mudanças positivas e significativas na habilidade que foi testada.

Discussão dos resultados da corrida sinuosa com bola

    Os resultados da Corrida Sinuosa permitem afirmar que os grupos A1 (grupo que foi aplicado a Metodologia IEU) e C1 (grupo controle / Metodologia Tradicional), tiveram um aproveitamento significativo e positivo na aquisição da habilidade esportiva, que não chega a ser significativo pelos valores apresentados no Teste t Pareado. Mas analisando o pré e o pós-teste, ouve uma redução de tempo no dois grupos, como vimos nos gráficos 3 e 4.

    Destaca-se também no gráfico 3, o aluno nº: 16 do grupo A1, que teve uma grande mudança significativa e positiva no desempenho da habilidade esportiva da condução de bola. Confirmando assim as vantagens que a Metodologia IEU traz para os alunos que tenha uma grande dificuldade motora. Afirma-se também através dos dados coletados, que as duas metodologias confirmam sua eficiência no processo de ensino-aprendizagem-treinamento da habilidade motora condução de bola entre os cones.

    SANTINI E VOSER (2008) confirma que é importante salientar que todos os métodos têm suas vantagens e desvantagens, mas todos são operacionais e nenhum é desprezível.

    Não houve uma discrepância entre um método sobre o outro no que diz respeito ao ensino-aprendizagem-treinamento. A razão deste fato se encontra presente em algumas características semelhantes que existe entre o método tradicional e o situacional, que influenciaram os resultados obtidos no 2º T. HM. A principal característica encontrada entre as duas metodologias e o ensino da técnica. Por esse motivo os alunos foram obtendo conhecimento motor e aperfeiçoando o gesto técnico, em conseqüência obtiveram a redução nos tempos dos grupos.

Considerações finais

    O desenvolvimento das potencialidades do ser humano é uma tarefa altamente delicada, complexa, que solicita reflexões pedagógicas que sustentem teoricamente a sistematização dos processos de ensino-aprendizagem, especificamente nos esportes, na aquisição de habilidades ao longo do tempo escolar, bem como a prática por si só. Segundo BENTO (2004), a criança, a partir do seu corpo, aprenderá a lidar com o mesmo para ter a oportunidade de educação e formação.

    A aprendizagem nos esportes, como toda aprendizagem do ser humano, consiste de um processo multifatorial, de adaptação às exigências que as situações com que se defrontam lhe solicitam. Um desses processos que influencia no aprendizado dos esportes é a metodologia empregada para o ensino da aquisição das habilidades esportivas. É através dela que o aluno se motiva, interessa, aprende, vivência e leva esse conhecimento para o resto de sua vida.

    Com esse intuito que o presente estudo teve como objetivo, analisar a possibilidade de haver mudanças significativas e positivas no desempenho das habilidades esportivas pelos meninos submetidos à intervenção utilizando a Metodologia IEU. Através da divisão de amostra em dois grupos de igual número, sendo um aplicado a metodologia IEU e outro grupo controle aplicado a metodologia tradicional, num período de 20 encontros. Ainda para fins de avaliação, os participantes foram submetidos a dois testes de habilidades motoras para verificar as possíveis mudanças significativas e positivas no desempenho das habilidades esportivas.

    Conforme os resultados anteriores apresentados, todos os alunos submetidos ao processo deste trabalho apresentaram mudanças significativas e positivas nas habilidades esportivas. Entretanto, ao analisar os resultados, constata-se que entre os dois testes que foram aplicadas, as metodologias IEU gerou ganhos superior ou igual no desempenho das habilidades esportivas, do que a metodologia tradicional.

    São, portanto, confirmadas no presente estudo, as mudanças significativas e positivas no desempenho das habilidades esportivas, promovendo assim um impacto no desenvolvimento integral, proporcionando um ensino de melhor qualidade e de maior impacto em suas vidas, levando este aprendizado para o restante de suas vidas, com um meio de lazer, saúde e prevenção de doenças.

Referencias

  • BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e do Esporte.São Paulo: Editora Malone, 1994;

  • BENTO, Jorge Olímpio. Desporto para crianças e jovens: das causas e dos fins. In: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizador Adroaldo Gaya, António Marques, Go Tani – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

  • COUTINHO, Nilton Ferreira; SILVA, Sheila Aparecida Pereira dos Santos. Conhecimento e Aplicação de Métodos de Ensino para os Jogos Esportivos Coletivos na Formação Profissional em Educação Física: Movimento. Porto Alegre, v. 15, n. 01, p. 117-144, janeiro/março de 2009;

  • FONSECA, António Manuel. O abandono das práticas desportivas: aspectos psicológicos. In: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizador Adroaldo Gaya, António Marques, Go Tani. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

  • FONSECA, Denise Grosso da. Educação Física: para dentro e para além do movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999;

  • GARGANTA, Júlio. A formação estratégico-táctica nos jogos desportivos de oposição e cooperação. In: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizador Adroaldo Gaya, António Marques, Go Tani. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

  • GRAÇA, Amândio. O Desporto na Escola: Enquadramento da Prática. In: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizador Adroaldo Gaya, António Marques, Go Tani. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

  • GRECO, Pablo Juan. (org.); BENDA, Rodolfo Novellino. (org.) Iniciação Esportiva Universal. V: 1. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998;

  • ___________________. Iniciação Esportiva Universal. V: 2. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998;

  • KRÖGER, Christian; ROTH, Klaus. Escola da Bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos / colaboração Daniel Memmert; tradução Pablo Juan Greco. – 2. ed. – São Paulo: Phorte, 2005;

  • SANTINI, Joares; VOSER, Rogério da Cunha. Ensino dos Esportes Coletivos: Uma Abordagem Recreativa. Canoas: Ed. ULBRA, 2008;

  • TANI, Go; MANOEL, Edison de Jesus. Esporte, educação física e educação física escolar. In: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizador Adroaldo Gaya, António Marques, Go Tani. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

  • VOSER, Rogério da Cunha. Iniciação ao Futsal, abordagem recreativa. 2ª ed. Canoas: ULBRA, 1999;

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