A qualidade física ‘velocidade’ no treinamento desportivo La cualidad física ‘velocidad’ en el entrenamiento deportivo |
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*Grupo de Estudos em Biodinâmica do Movimento Humano da Universidade do Estado do Pará **Programa de Mestrado da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Portugal ***Coordenador do Grupo de Estudos em Biodinâmica do Movimento Humano da Universidade do Estado do Pará (Brasil) |
Marcelle Silva dos Santos* Marcos Afonso Queiroz de Moura* Mauro Lucio Mazini Filho** Dihogo Gama de Matos** Dates Brito da Silva Junior* Carlos Magno Gomes Matos* André Luiz Zanella*** |
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Resumo O treinamento desportivo moderno adquiriu características físicas completamente diferentes de trinta ou quarenta anos atrás. O desenvolvimento da força, velocidade e agilidade mudaram muito se comparados aos atletas destas décadas. Para se desenvolver a velocidade é necessário fundamentalmente a presença de exercícios específicos e de competição, normalmente executados sobre condições simplificadas, relativamente ás de competição. A velocidade nos esportes é destinada aos atletas que procuram o máximo em uma competição. Assim sendo o objetivo deste trabalho é o de contribuir através de uma revisão da literatura existente, nas formas e métodos de desenvolvimento da velocidade bem como mostra sua importância no treinamento e rendimento de atletas. Unitermos: Treinamento. Velocidade. Esportes.
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http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Segundo Barbanti (1996), a velocidade é definida como a máxima rapidez de movimentos que pode ser alcançado. (BANGSBO, 1994) afirma ainda que a velocidade no esporte é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular.
Segundo Gobbi et al (2005) afirma que o conceito de velocidade em educação física em especial nos esportes está associado ao de velocidade máxima. O investigador afirma ainda que velocidade máxima é o limite superior de velocidade que um indivíduo consegue desenvolver ao realizar uma tarefa motora.
Divisões da velocidade
A velocidade normalmente é dividida em: velocidade de reação, velocidade máxima de movimentos cíclicos e acíclicos, velocidade de locomoção (máxima) e velocidade de força (MATVEEV, 1991). Sendo que a velocidade de reação é o tempo gasto entre a resposta (movimento) muscular e o estímulo ou sinal recebido pelo organismo (BARBANTI, 1996). Sendo que neste artigo iremos dar ênfase a velocidade de movimentos cíclicos e acíclicos.
Segundo (GOBBI ET AL, 2005), a velocidade é capacidade de poder correr velozmente e também a capacidade de coordenar os movimentos que podem ser cíclicos e acíclicos.
Segundo o autor a velocidade de movimentos cíclicos consiste em atos motores os quais obtêm repetições periódicas, sendo que os movimentos se caracterizam por repetirem suas partes as quais deverão apresentar as mesmas fases durante os ciclos, como por exemplo a corrida, a natação, a caminhada.
O mesmo autor ainda afirma que em relação a velocidade de movimentos acíclicos o mesmo autor afirma que esta consiste em atos motores sem repetições periódicas, pois os movimentos não se repetem em suas partes, pois não apresentam nenhuma repetição de partes de fase no processo de movimento. Esta velocidade segundo o autor esta presente em um lançamento de dardo e saltos exceto a corrida de aproximação, esta presente também no disco, exceto em giros, dentre outros.
A velocidade e sua avaliação
Segundo Bompa (2002), grande parte da capacidade de velocidade é determinada geneticamente, pois quanto maior for a proporção de fibras de contração rápida em relação às fibras de contração lenta, maior será a capacidade de contração rápida e explosiva do organismo. Porém, apesar da relação da velocidade com a genética, ela não é um fator limitante.
Schnabel e Thieb (1993) consideram a velocidade uma capacidade de condicionamento fundamental ao desempenho, a fim de que a atividade motora possa se realizar num menor período de tempo em menor ou maior intensidade.
Segundo Weineck (1991), a velocidade pode ser observada em três elementos: tempo de reação, freqüência de movimento por unidade de tempo e a velocidade com que se percorre uma determinada distância, onde a correlação entre eles determinam a performance de um exercício que requer velocidade.
Bompa (2002) faz uma abordagem do conceito de velocidade baseada no aspecto coordenativo, onde diz que, crianças e jovens que não desenvolvem sua coordenação de membros superiores terão prejudicado seu desempenho de velocidade de corrida. O desenvolvimento multilateral durante a infância auxiliará no desenvolvimento desta capacidade física.
Segundo zanella et al (2009) a avaliação e o controle do processo de treino é essencial para que o atleta obtenha um bom êxito , possibilita verificar se os objectivos definidos, estão pertos de serem alcançados, permite conhecer o resultado dos esforços e dedicação ao treino e também comprovar o desempenho em competição.
O investigador afirma ainda que a avaliação deva ser efetuada de forma regular e sistemática, ao longo do processo de treino e de competição, através de vários testes que avaliem as diferentes formas de expressão de velocidade e os movimentos específicos de cada especialidade desportiva.
Semenick (1994) afirma que podem ser utilizados como componentes do teste de avaliação os seguintes componentes:
Validade: grau de medição real de uma dada qualidade física.
Consistência: nível de exactidão e reprodução de uma avaliação para outra.
Ordem de execução dos teste;
Local, hora e meio envolvente;
Estado de saúde física e mental do desportista;
Administrador dos teste;
Registo detalhado do sucedido em cada teste
Aplicabilidade: Motivo pelo qual, quando e como se realiza o teste;
Economia e facilidade: Aplicação, execução e avaliação, recursos materiais/temporais e humanos;
Exactidão dos procedimentos: descrição do teste, adequada execução;
Segurança: adequação dos testes à idade e nível de desempenho físico.
Zanella et al., (2009) ainda afirma que a frequência do teste é um fator crucial e importante a ter em conta, pois para determinar este aspecto, devemos ter em consideração as adaptações metabólicas, funcionais e orgânicas que ocorrem nos indivíduos, através do processo de treino. Sendo que a realização de cada teste deve estar relacionada com os períodos de treino e surgir nos momentos adequados, isto é, onde as adaptações aos esforços ocorreram.
Segundo Baumgartner e Jackson (1975), os objetivos de um teste de avaliação consistem em:
Relacionar os dados dos testes com a(s) capacidade(s) motora(s) especifica(s) e determinante(s) para a obtenção do rendimento nessa modalidade desportiva;
Comparar os resultados e tirar conclusões, relativamente aos distintos jogadores e as suas posições especificas;
Identificar as potencialidades e debilidades dos sujeitos;
Aferir o risco potencial de ocorrência de lesão (descompensação muscular, baixo nível de velocidade, flexibilidade, força, …)
Assegurar o desenvolvimento do atleta até ao objectivo requerido;
Avaliar a evolução da capacidade de prestação ao longo da carreira desportiva;
Individualizar ou dar possibilidade de individualização do processo de treino;
Determinar a qualidade do programa de treino;
Identificar as orientações passadas, presentes e futuras do processo de treino,
Motivar os desportistas.
Segundo Gobbi et al (2005) a velocidade máxima se torna importante pelo fato de a mesma contribuir em esportes de alto rendimento e também auxiliar na realização das atividades da vida diária em todas as fases do ciclo vital.
Zanella et al (2009) ainda afirma que a avaliação e o controle do processo de treino é essencial para que o atleta obtenha um bom êxito , possibilita verificar se os objectivos definidos, estão a ser alcançados, dar a conhecer o resultado dos esforços e dedicação ao treino e também comprovar o desempenho em competição. Afirma ainda que a avaliação deva ser efetuada de forma regular e sistemática, ao longo do processo de treino e de competição, através de baterias de testes que avaliem as diferentes formas de expressão de velocidade e os movimentos específicos de cada especialidade desportiva.
Almeida e Rogatto (2007) afirmam que a velocidade máxima se torna importante principalmente para os indivíduos que praticam esportes de alto rendimento, pois, a mesma contribui para o sucesso da equipe. Sendo que segundo o autor do livro a velocidade máxima esta presente em todas as fases do ciclo vital, pois a mesma auxilia na realização das atividades da vida diária em todo o ciclo, onde na infância o mesmo é essencial em atividades e jogos, enquanto que nos idosos, este serve de suporte para o desenvolvimento nos níveis de agilidade.
Andreotti et al (1998) afirmam que a velocidade tem um papel muito importante para a maioria das pessoas,pois a mesma contribui tanto para altas performances como para as atividades do cotidiano, onde a todo instante estamos recebendo e processando estímulos para obtenção de uma melhor resposta em determinada situação e quanto mais rápido uma pessoa responder as demandas ambientais, mais fácil ela se adapta as novas exigências.
Segundo Zakharov (1992), a velocidade máxima no treinamento ao longo do ciclo vital na elaboração de programas de condicionamento físico para crianças e adolescentes não se deve dar ênfase apenas a algumas capacidades motoras e sim considerar o treinamento como todo, pois para um melhor desenvolvimento do indivíduo é necessário que outras capacidade estejam envolvidas tais como a flexibilidade, coordenação, ritmo e agilidade, pois a evolução de uma auxilia na evolução da outra.
Barbanti, (1997) afirma também que a velocidade máxima assim como a agilidade são herdadas, ou seja, são determinadas geneticamente, as quais são de extrema importância para a execução de altos níveis de desempenho. O mesmo autor ainda afirma que mesmo uma criança ou um adolescente treinando essas capacidades físicas, mais não possuir característica genética favorável, estes dificilmente poderão ser atletas de alto rendimento.
Gobbi et al. (2005) Afirma que qualquer criança e adolescente poderá evoluir dentro de certos limites com estímulos adequados, apesar da velocidade estar relacionada com os aspectos orgânicos, funcionais,estruturais e hereditários, elas podem evoluir especialmente pelo desenvolvimento das qualidades musculares, relativas a velocidade de contração.
O autor ainda afirma que os indivíduos que não possuem uma carga genética favorável, também podem ser beneficiados pelos seus efeitos quando os mesmos se submeterem a um treinamento de velocidade máxima e agilidade.
De acordo Zanella et al. (2009) as crianças diminuem o seu tempo de reação muita rápido, sendo que dos 3 aos 5 anos de idade, já no transcorrer da idade cronológica vai acontecendo uma melhora. Mas ao compararmos as crianças com os adultos percebemos uma diferença em relação ao tempo de reação, onde as crianças apresentam um maior tempo de reação devido a sua incompleta maturação neurológica, sendo menor e mais demorada a capacidade e o processamento de informação, apresentando dificuldades em analisar com perfeição as demandas do ambiente.
GobbI et al. (2005) afirma que com o avançar da idade cronológica e do processo maturacional tanto o sexo feminino quanto o sexo masculino apresentam desempenhos melhores em relação a velocidade máxima e agilidade até aproximadamente 13 anos. Porém aos 14 anos de idade os meninos continuam apresentando melhoria crescente nos níveis dessa capacidade, já as meninas tendem a manter ou te mesmo regredir rapidamente em seus níveis.
O autor ainda afirma que esse fenômeno acontece devido os meninos obterem maior ganho de força no transcorrer da idade cronológica e maturacional, pois a ação do hormônio testosterona aliada ao hormônio de crescimento, provoca um aumento da massa muscular e menor percentual de gordura nesses indivíduos e como existe uma relação direta entre a força e a velocidade, conseqüentemente aumento nos níveis de força provocam aumento nos níveis de velocidade.
Em relação as meninas Stein (2000), afirma que com a puberdade há liberação de estrogênio e progesterona, os quais provocam modificações na distribuição de gorduras, ocorrendo uma maior retenção dos líquidos e um aumento na gordura corporal contribuindo para um prejuízo na sua performance em velocidade.
Já na fase adulta o autor afirma que a melhoria da velocidade máxima esta diretamente ligada ao treinamento, pois um adulto ele apresenta maiores desempenhos na velocidade máxima, na força e agilidade, isso devido um adulto possuir maior massa muscular e maiores níveis de hormônio testosterona.
Nesta fase percebemos que a mulher em relação ao homem possui uma capacidade limitada, pois as mulheres apresentam menores níveis de velocidade máxima do que os homens, elas apresentam maiores elasticidades e flexibilidade nos músculos e, portanto há diferenças em seus treinamentos.
Para que os idosos obtenham um aumento na sua velocidade e agilidade, os programas de condicionamento devem possuir primeiramente um caráter generalizado, pois há uma relação intima entre agilidade, força, velocidade, coordenação e flexibilidade (PINTO, 2000). Portanto há uma interdependência entre as capacidades funcionais do idoso e por isso é necessário que se trabalhe no primeiro momento um programa de caráter generalizado e posteriormente um trabalho de atividades mais específicas, para que de certa forma aconteça uma melhoria nos seus níveis de velocidade e agilidade, contribuindo com isso para um bom desempenho em várias atividades da vida diária e até mesmo para sua performance.
Conclusão
Concluímos com este trabalho que a velocidade possui uma direita relação com outras valências como a agilidade.
O que é importante de ser trabalhado dentro do treinamento desportivo é o desenvolvimento harmonioso de ambas as velocidades: reação, cíclicas, acíclicas entre outras para que o atleta não saia com deficiências no componente velocidade, que pode vir a prejudicar seu rendimento desportivo.
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ZAKHAROV, A. Ciência do Treinamento Desportivo. Rio de Janeiro: Palestra Sport, 1992.
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