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Comparação da tendência empreendedora 

entre acadêmicos de educação física e fisioterapia

Comparación de la tendencia emprendedora entre estudiantes de educación física y kinesiología

Comparison of the entrepreneurial trend among students of physical education and physiotherapy

 

*Acadêmico do Curso de Graduação em Administração

pelas Faculdades Santo Agostinho – FASA - Montes Claros, Minas Gerais

**Pós graduada em Saúde Mental e Atenção Psicossocial

pela Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI e em

Psico oncologia pelas Faculdades de Ciências Médicas de Minas Gerais

Pós graduanda em Educação à Distância

pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

***Acadêmico do Curso de Graduação em Sistema de Informação

pela Faculdade de Ciência da Computação de Montes Claros – FACOMP

****Pós graduado em Emergências de Saúde na Educação Inclusiva

pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMOC

Pós graduando em Saúde Coletiva com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família

pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMOC

Professor dos Cursos de Graduação em Biomedicina, Fisioterapia, Nutrição

e membro do Núcleo de Trabalho de Conclusão de Curso

nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE, Montes Claros

Danilo Lima Carreiro*

Laura Tatiany Mineiro Coutinho**

Rômulo Fernando Cordeiro de Melo Júnior***

Wagner Luiz Mineiro Coutinho****

wagner.coutinho@funorte.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Empreendedor é o sujeito que apresenta capacidade de criar, de inovar, de sonhar e buscar transformar seu sonho em realidade e assim, de determinar o seu futuro. Dentre os vários fundamentos para desenvolver a habilidade empreendedora, destacam-se as Instituições de Ensino Superior, onde os docentes têm papel importante a desempenhar na formação de líderes pensadores e empresários, capazes de gerar novas idéias. Considerando essa premissa, o presente estudo propôs comparar a tendência empreendedora entre acadêmicos de cursos de graduação em educação física e fisioterapia. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com amostra constituída por 101 acadêmicos matriculados nos cursos de Educação Física e Fisioterapia. Utilizou-se como instrumentos para coleta de dados o Teste de Tendência Empreendedora Geral e o Critério de Classificação Econômica Brasil. Os dados foram analisados por estatística descritiva e pelo teste não-paramétrico de correlação de Spearman. O estudo foi autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas. Encontraram-se médias que caracterizam alguma tendência empreendedora somente na categoria impulso e determinação entre os acadêmicos de ambos os cursos. Não verificou-se correlação significativa entre nível socio econômico e tendência empreendedora. Concluiu-se que os graduandos em educação física e fisioterapia apresentaram tendência empreendedora para a categoria impulso e determinação.

          Unitermos: Empreendedorismo. Universidade. Educação Física. Fisioterapia.

 

Abstract

          Entrepreneur is the guy who has ability to create, innovate, and dream and try to transform your dream into reality and thus to determine their future. Among the several reasons to develop the entrepreneurial ability, there are the institutions of higher education, where teachers have an important role to play in the formation of leading thinkers and entrepreneurs can generate new ideas. Given this premise, the present study was to compare the entrepreneurial trend among students of undergraduate courses in physical education and physiotherapy. This is a descriptive, cross-sectional sample of 101 students enrolled in courses for Physical Education and Physiotherapy. Used as instruments for data collection the General Enterprising Tendency Test and Brazil Economic Classification Criterion. Data were analyzed using descriptive statistics and by the non-parametric Spearman correlation. The study was approved by the Ethics and Research of the Faculdades Unidas do Norte de Minas. We found averages that characterize some enterprising trend category only impulso and determination among the students of both courses. There was no significant correlation between socio economic and entrepreneurial trend. It was concluded that the students in physical education and physiotherapy tended to category entrepreneurial impulse and determination.

          Keywords: Entrepreneurship, University, Physical Education, Physiotherapy.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A palavra empreender significa prender, agarrar, perícia ou habilidade. Nesse sentido, empreendedor é o sujeito que apresenta capacidade de criar, de reorganizar os meios de produção, de assumir riscos, de sonhar e buscar transformar seu sonho em realidade e de determinar o seu futuro (Menegasso, 1998; Uriarte, 2000; Peloggia, 2001; Dolabela, 2006).

    Dentre os vários processos para se desenvolver a habilidade empreendedora, Pantzier (1999) e Erdmann (2009) destacam a Educação Superior, onde os docentes têm importante desafio a desempenhar nessa perspectiva: o de formar líderes pensadores e empresários capazes de gerar novas idéias. Com os crescentes avanços sociais, sobretudo no campo do conhecimento, torna-se necessário que as universidades superem os padrões pedagógicos tradicionais, possibilitem um novo paradigma focado em uma metodologia instigadora de novas possibilidades e prepararem os acadêmicos para a lógica concorrencial do mercado de trabalho. Dessa forma, os universitários devem ser instigados a agir de forma empreendedora, inovadora, corajosa e criativa em espaços diversos sobre suas próprias ações de sustentabilidade. Esse enfoque metodológico não tira os méritos do conteúdo programático, mas sim, procura elevar o nível de interesse dos acadêmicos de forma que esse desenvolva novas habilidades em diferentes áreas de trabalho, seja capaz de promover competências sociais e políticas e adquira habilidades através do processo de ensino aprendizagem de modo criativo e construtivo (Erdmann, 2009).

    Considerando essas premissas, o presente estudo propôs comparar a tendência empreendedora entre acadêmicos de cursos de graduação em educação física e fisioterapia.

Material e métodos

    O delineamento do presente estudo caracterizou-o como pesquisa comparativa, de abordagem quantitativa e corte transversal. A população foi composta por acadêmicos dos Cursos de Graduação em Educação Física e Fisioterapia de uma Instituição de Ensino Superior em Montes Claros, MG. A amostra constituiu-se por 101 acadêmicos, de ambos os gêneros, com idade acima de 18 anos, selecionados de forma intencional e criteriosa. Como critério de inclusão determinou-se que comporiam a amostra, sujeitos presentes em salas de aula quando da aplicação dos instrumentos propostos para coleta dos dados. Nesse momento, foram passadas informações referentes ao estudo e em seguida os acadêmicos receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação na Pesquisa. Consentida a participação, responderam aos instrumentos descritos a seguir:

    Critério de Classificação Econômica Brasil-2010 (CCEB). Trata-se de um instrumento validado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2010), sua finalidade é estimar o poder de compra dos sujeitos e famílias urbanas. A soma dos pontos obtidos no questionário classifica os sujeitos nas classes econômicas: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, e E, onde a classe “E” refere-se aos sujeitos com condições econômicas menos favoráveis. Para avaliação da tendência empreendedora utilizou-se o Teste TEG –Tendência Empreendedora Geral- constituído por 54 questões objetivas. Esse instrumento pondera a tendência empreendedora através da reação dos sujeitos em relação às afirmações que descrevem os estilos empreendedores. Foram utilizadas as cinco categorias relacionadas à pessoa empreendedora, com as respectivas pontuações: “necessidade de sucesso” (pontuação máxima 12, pontuação média 9); “necessidade de autonomia/independência” (pontuação máxima 6, pontuação média 4); “tendência criativa” (pontuação máxima 12, pontuação média 8); “capacidade de assumir riscos” (pontuação máxima 12, pontuação média 8); impulso e determinação (pontuação máxima 12, pontuação média 8). Esse teste foi desenvolvido na Unidade de Formação Empresarial e Industrial da Durham University School (atual detentora dos direitos autorais) por C. Johnson & Sally Caird (1988), tendo sido validado para cultura e língua nacional segundo Gaião et al (2009). Obteve-se a análise dos dados por estatística descritiva. Para análise da relação entre os valores das tendências empreendedoras com os cursos e nível sócio econômico aplicou-se o teste não-paramétrico de correlação de Spearman com nível de significância de 0,05%, utilizando-se o software SPSS – 18 (Statistical Package for the Social Sciences). O estudo foi autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas (Cep-Funorte) sob o parecer consubstanciado nº 0148/10.

Resultados 

    A análise dos dados identificou que os acadêmicos de educação física apresentaram média de idade de 22,54 anos (±5,2) e os de fisioterapia de 23,68 anos (±4,2). Verificou-se que 62,9% (n=22) dos acadêmicos de educação física são do gênero masculino e 80,3% (n=53) dos estudantes de fisioterapia são do gênero feminino. Da amostra total 57,4% (n=58) encontram-se matriculados a partir do sexto período dos cursos em questão. A análise das classes econômicas identificou que dentre os acadêmicos de educação física, 34,3% (n=12) classificaram-se na classe “B2”; 22,9% (n=8) classe “C2”; 20% (n=7) classe “C1”; 17,1% (n=6) classe “D” e apenas 1 acadêmico na classe “A2” e outro na “B1”. Quanto aos acadêmicos de fisioterapia, 43,94% (n=29) classificaram-se na classe “B2”; 19,7% (n=13) na classe “C1”; 18,18% (n=12) na classe “C2”; 12,12% (n=8) na classe “B1”; 4,55% (n=3) na classe “D” e 1,52% (n=1) na classe “A2” (Gráfico 1).

    A análise descritiva do Teste TEG obteve as seguintes médias por categoria e curso:

    Pôde-se constatar que ao se desconsiderar o desvio padrão das médias obtidas entre acadêmicos de ambos os cursos, apenas a categoria “impulso/determinação” obteve média acima da esperada.

    Verificou-se ainda que entre os acadêmicos de educação física, a tendência com maior pontuação foi “impulso e determinação”. Dentre os acadêmicos de fisioterapia, a maior pontuação correspondeu à tendência de “assumir riscos” (Tabela 2).

    O teste de correlação de Spearman verificou que não houve correlação significativa entre nível socio econômico e tendência empreendedora. Observou-se correlação significativa entre curso e a categoria “impulso e determinação” (p=,213) e as demais correlações, entre as categorias do Teste TEG são descritas na Tabela 3:

Discussão

    Destaca-se que os estudos de tendência empreendedora existentes na literatura envolvendo estudantes dos cursos de graduação em educação física e/ou fisioterapia são escassos o que delimitou a discussão dos resultados levantados nessa pesquisa. A pesquisa de Bronosky (2008) referente à ação empreendedora entre acadêmicos, inclusive de educação física e fisioterapia, apurou o potencial empreendedor a partir da afirmação do estudante quanto ao ensejo em abrir negócios próprios, em detrimento de trabalhar como empregado, constatou que entre os acadêmicos de educação física 100% apresentaram potencial empreendedor e entre os de fisioterapia 55% apresentaram tal potencial. Segundo a autora, esses dados foram surpreendentes, não conclusivos e podem ser explicados pelo fato desses cursos não serem consolidados e acrescenta ainda que possivelmente, no decorrer dos cursos, essa intenção diminuirá. O estudo de Ferreira (2008) que analisou o perfil empreendedor de graduados em engenharia de produção mecânica de uma universidade pública e que também utilizou o Teste TEG, identificou que a amostra de estudantes apresentou tendências empreendedoras somente na categoria relacionada a impulso/determinação, com média 9,1 (média esperada 8). Dados que corroboram com os encontrados no presente estudo, onde os acadêmicos de educação física apresentaram média 8,06 e os de fisioterapia 8,86. Outro estudo que utilizou esse mesmo instrumento foi desenvolvido por Roncon e Munhoz (2009) tendo como amostra acadêmicos de enfermagem e constatou que 14% dos estudantes apresentaram as 5 tendências, 12% apresentaram as 4 tendências e 80% apresentaram fraquíssimas ou nenhuma tendência empreendedora, sendo que para essa última classe os sujeitos teriam que apresentar de 0 a 3 tendências. No presente estudo, ao se adotar o mesmo ponto de corte dos autores acima verificou-se dentre os estudantes de educação física que 2,86% desses, apresentaram 5 tendências; 8,57% apresentaram 4 tendências e 88,57% apresentaram fraquíssimas ou nenhuma tendência empreendedora. Os estudantes de fisioterapia por sua vez, obtiveram resultados da seguinte maneira: 3,03% apresentaram 5 tendências; 12,12% apresentaram 4 tendências e 84,85% apresentaram fraquíssimas ou nenhuma tendência empreendedora. O resultado referente à presença de 4 tendências empreendedoras entre os acadêmicos de fisioterapia aqui levantados corroboram com o estudo de Roncon e Munhoz (2009). Estima-se que os valores superiores encontrados entre os acadêmicos de fisioterapia podem relacionar-se com o fator de que é comum nessa área os profissionais abrirem as suas próprias clínicas quando formados.

Conclusão

    O estudo com graduandos em educação física e fisioterapia concluiu que os mesmos apresentaram poucas tendências empreendedoras.

    Diante de uma tendência de mercado cada vez mais competitivo e com um número crescente de profissionais, estima-se que esses estudantes venham enfrentar dificuldades quando formados ao se inserirem no mercado de trabalho.

    Desta maneira, para que seja preenchida essa lacuna, espera-se o implemento de estratégias de ensino diferenciadas dos métodos convencionais atuais, onde os acadêmicos possam participar efetivamente no processo de construção do conhecimento como sujeitos ativos, inovadores, criativos, determinados e assim, aptos à inserção no novo paradigma mercadológico.

Referências

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