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O perfil do profissional de academia de 

atividades físicas da microrregião de Ubá, MG

Características del profesional del gimnasio de actividades físicas de la microrregión de Ubá, MG

The profile’s professional academy of physical activity in the microregion of Ubá, MG

 

*Acadêmico do curso de Educação Física (Bacharelado) – FAGOC – Ubá/MG

**Docente do curso de Educação Física – FAGOC – Ubá/MG

(Brasil)

Anderson de Andrade Vieira*

Miguel Araújo Carneiro Júnior**

anderson_vieira.bad@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Neste trabalho realizou-se uma investigação sobre o perfil do profissional de Educação Física que atua em academias de atividades físicas da microrregião de Ubá/MG. Participaram da pesquisa, 60 profissionais atuantes em diversas modalidades em 24 academias. Como fundamentação metodológica, optou-se pela abordagem de uma pesquisa descritiva, utilizando como instrumento de coleta de dados e informações um questionário contendo 14 perguntas fechadas. Constatou-se que a maioria dos profissionais que atuam nessas academias não tem registro no Conselho Regional de Educação Física (CREF) e muitos deles não têm formação adequada para exercer a função e nem para atender à demanda nessa área. Faz-se necessário buscar formação, atualização e capacitação profissional para que essa profissão seja valorizada e para que haja reorganização desse mercado de trabalho.

          Unitermos: Academias. Atividade física. Perfil profissional.

 

Abstract

          This work was carried out an investigation on the professional profile of Physical Education which operates in the academies of physical activities of microregion Ubá/MG. The research involved 60 professionals working in various forms in 24 academies. As methodological reasons, we opted for a descriptive approach, using as an instrument to collect data and information a questionnaire containing 14 questions. It was found that most professionals who work in these academies has no record in the Regional Council of Physical Education (CREF) and many of them do not have adequate training to perform the function and not to meet the demand in that area. It’s necessary to seek training, upgrading and job training for the profession is valued and that there is reorganization of the labor market.

          Keywords: Gym. Physic activity. Professional profile.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A cada época valoriza-se um determinado padrão de beleza e toma-se como modelo uma determinada compleição física do ser humano. Os padrões atuais de beleza pedem um corpo perfeito. Essa busca obsessiva pelo corpo escultural tem levado muitas pessoas à prática de atividades físicas com acompanhamento de profissionais da área de Educação Física. Prova disso é o aumento considerável de academias oferecendo atividades físicas variadas e que se encontram espalhadas por várias cidades, sejam elas de grande ou pequeno porte.

    Sabe-se que a prática de exercícios físicos proporciona benefícios consideráveis à saúde em todas as faixas etárias. Assim, o profissional de academia desponta como mediador da prática de atividades físicas, tendo um papel relevante na promoção da saúde e da qualidade de vida, mas para isso é necessário que os profissionais que atuam nessa área tenham uma formação superior adequada.

    Segundo Novaes e Vianna (1998), o crescente aumento do número de participantes nos programas de atividades físicas em academias, fez com que os profissionais atuantes na área passassem a ter maior preocupação com o embasamento científico e consciência das necessidades e expectativas dos seus alunos. Muito embora não se saiba ao certo, o grau de qualificação destes profissionais.

    Chiesa (2004) chama atenção para um fato de grande importância; que a população antes de contratar os serviços na área da atividade física, procure tomar conhecimento se os mesmos são realmente oferecidos por um profissional que tenha formação e capacitação adequadas.

    De acordo com Barros (1996), para que as orientações quanto à prática de atividades físicas sejam bem disponibilizadas à comunidade, os cursos de Educação Física oferecidos pelas instituições de ensino superior, são organizados em duas modalidades: a licenciatura, que segundo Nunes (2004) prepara o profissional para atuar na área da educação formal (escola), fornecendo os conhecimentos específicos que tratam de todos os aspectos que envolvam o movimento humano; e o bacharelado, no qual o profissional é preparado para dominar os conhecimentos científicos e os conceitos básicos com agregação de conhecimentos pedagógicos necessários para atuar diante da sociedade, exercendo funções em outras áreas como clubes, hotéis, academias e outros (TOJAL, 2004).

    Os profissionais de Educação Física têm hoje a sua profissão regulamentada pelo sistema CONFEF/CREFs – Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física (órgãos responsáveis pela fiscalização do exercício profissional da Educação Física em nível nacional e estadual, respectivamente) criados em 1998 (BARROS, 2004).

    O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2002) juntamente com as Diretrizes Curriculares esperam que o profissional no processo de intervenção seja capaz de: diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o funcionamento orgânico, condicionamento e desempenho fisiocorporal.

    Um profissional de academia capacitado para exercer as suas atividades poderá promover o bem-estar e a motivação do indivíduo, orientando-o na prevenção contra várias doenças, e ajudá-lo no restabelecimento de capacidades físicas, promoção e manutenção da sua qualidade de vida. Dessa forma, a qualidade dos serviços prestados e a credibilidade dos instrutores de academia tendem a ser valorizadas e respeitadas.

    Sabe-se que hoje os profissionais das academias precisam estar preparados para atender uma clientela diversificada; não se tratando apenas de pessoas que desejam ter um físico invejável, mas também, aquelas que estão ali por determinação médica, utilizando a atividade física como tratamento para diversas patologias como hipertensão, diabetes, depressão, desequilíbrios posturais, reabilitação, entre outros.

    De acordo com Freire (2002, p. 43), “o profissional precisa valorizar a busca de conhecimentos, lutar pelo desenvolvimento da profissão, levar seus serviços a toda população, sem qualquer tipo de discriminação, visando o bem-estar do seu aluno/cliente”.

    Devido a esses fatores supracitados, os profissionais de Educação Física devem estar cientes do grande leque de oportunidades de atuação, para o qual necessitam estar em constante atualização e aperfeiçoamento no exercício de sua profissão (GODOY, 1994).

    Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil dos profissionais que atuam nas academias de atividades físicas da microrregião da cidade de Ubá/MG.

Materiais e métodos

    A abordagem metodológica dessa investigação enquadra-se na perspectiva da pesquisa descritiva. Segundo Thomas e Nelson (2002), a pesquisa descritiva é aquela que observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.

    Para obtenção das informações quanto ao perfil dos profissionais de academias de atividades físicas que atuam na microrregião da cidade de Ubá/MG, foi aplicado um questionário (Anexo) composto de 14 questões fechadas, a 60 profissionais atuantes em 24 academias.

    No que concerne às questões éticas que envolvem a pesquisa numa abordagem quantitativa, optou-se por não revelar nomes dos profissionais pesquisados e tampouco os nomes das academias.

    Para a apresentação dos dados, utilizou-se apenas procedimentos estatísticos descritivos.

Resultados e discussão

    Os resultados referentes ao perfil dos profissionais de academias de atividades físicas que atuam na microrregião da cidade de Ubá/MG, estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Perfil dos profissionais de academias de atividades físicas da microrregião da cidade de Ubá/MG

Sexo

Masculino

60%

Feminino

40%

Formação

profissional

Não possui

___

Está graduando

48%

Graduado

29%

Pós-graduado

23%

Outros

___

Área específica de

formação

Licenciatura

12%

Bacharelado

10%

Licenciatura plena

7%

Licenciatura e bacharelado

71%

Outros

___

Quantidade de academias em que trabalha

Uma

77%

Duas

20%

Três

3%

Outros

___

Atualização profissional

Opções:

Utiliza-se de:

 

Jornais e revistas

Somente uma

24%

Publicações científicas

Duas opções

25%

Livros

Três opções

30%

Cursos

Mais de três

21%

Outros

__________

___

Tempo de formação acadêmica

Não é formado

5%

Ainda está cursando

45%

Menos de 1 ano

14%

De 1 a 3 anos

20%

De 3 a 5 anos

9%

Mais de 5 anos

6%

Mais de 10 anos

1%

Tempo de atuação em academia

Menos de 1 ano

25%

De 1 a 3 anos

42%

De 3 a 5 anos

19%

Mais de 5 anos

10%

Mais de 10 anos

4%

É registrado no CREF

Sim

30%

Não

70%

Programação das aulas

Sim

85%

Não

7%

Às vezes

8%

Base de dados para formulação das aulas

Opções:

Baseiam-se em:

 

Avaliação física

Somente uma

42%

Dados científicos

Duas opções

20%

Feeling (percepção)

Três opções

35%

Outros

Mais de três

3%

Área de atuação em academia

Opções:

Atuam em:

 

Musculação

Somente uma

50%

Ginástica aeróbia

Duas opções

22%

Ginástica localizada

Três opções

22%

Outros

Mais de três

6%

Quanto à formação profissional

    De acordo com o resultado obtido, pôde-se constatar que 60% são do sexo masculino e 57% atuam somente na área de musculação. Dos entrevistados, 48% ainda estão freqüentando o curso de graduação; 29% possuem formação acadêmica (graduação) e 12% não estão aptos para atuar em academias, pois possuem somente o curso de licenciatura.

    Acerca da atuação desses profissionais foi observado que apenas 40% são do sexo feminino; entretanto, além da musculação, elas atuam em outras áreas da academia, como a ginástica localizada e a aeróbica. O que mostra que as mulheres são mais versáteis em academias de atividades físicas em relação ao profissional masculino.

    Por si só, a regulamentação da profissão de Educação Física não tem sido suficiente para seu reconhecimento e valorização. A competência e a capacitação profissional, embasadas em um corpo de conhecimentos técnico-científicos que dêem suporte à prática do profissional que atua nas academias de ginástica e musculação são consideradas mais relevantes. Para conseguir essa posição, os educadores físicos devem ser capazes de oferecer serviços confiáveis e de qualidade e ter uma boa postura ética e profissional (BARROS, 2000; ANTUNES, 2003).

    O fato de 48% dos instrutores entrevistados ainda estar cursando Educação Física mostra um sério problema, porque se não houvesse necessidade de concluir o curso para atuar nessa área, ou seja, se os conhecimentos a serem ensinados não fossem tão importantes para a atuação do profissional, esses cursos não fariam sentido. Tal atitude é inadmissível ética e legalmente em outras áreas profissionais e precisa ser mudada também, na Educação Física; é o que se espera que aconteça com a regulamentação da profissão, e mais ainda, com uma fiscalização eficiente por parte do CONFEF/CREFs, já que os mesmos possuem autonomia suficiente para executar tal finalidade.

Quanto à área específica de atuação

    Dos entrevistados que já são graduados, 12% são licenciados; 10% bacharéis e 71% licenciados e bacharéis.

    O que se observa através dos dados acima é que estes 12% dos entrevistados não poderiam atuar nas academias de acordo com o CONFEF/CREFs (2002), pois os mesmos possuem apenas licenciatura, o que os habilita apenas para atuar em instituições escolares.

    Autores como Gawryszewski (2005), Nozaki (2004), Schmidt (2001), Soeiro (2003), são unânimes em afirmar que a regulamentação do profissional de Educação Física passa pela exigência de se ter um especialista para atuar na área informal (academias, clubes, dentre outros) e na área formal (escolas), garantindo assim um espaço de mercado definido para os profissionais com formação de nível superior; inclusive com a fiscalização de diferentes órgãos, como o CONFEF/CREFs (área informal) e o Conselho Nacional de Educação (CNE), que regulamenta a licenciatura.

    Corroborando com o que dizem os autores acima, fica bem claro que os graduados em licenciatura devem ter condições de planejar e executar programas adequados para os alunos dentro da escola, para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Já os graduados em bacharelado devem estar preparados para atuar na manutenção e promoção da saúde, assim como elaborar, executar, avaliar e coordenar projetos e atividades físicas para diferentes públicos, visando rendimento, performance, dentre outros. São duas áreas distintas de atuação, em dois cursos também distintos. Dessa forma, os graduados em licenciatura, não possuem capacitação para atuarem fora do âmbito escolar, como nas academias de atividades físicas.

Em quantas academias trabalham e quais os meios que utilizam para atualização de suas aulas

    Dos profissionais entrevistados, 77% trabalham em apenas uma academia, enquanto 23% atuam em duas ou mais.

    Para atualização de suas aulas, a maioria utiliza dois ou três meios de informação. Das opções pré-estabelecidas, as menos utilizadas foram jornal e revista, e as que mais se destacaram foram publicações científicas, internet, congressos, simpósios e cursos de atualização/capacitação.

    Para Marques (1992), a formação profissional em Educação Física não se encerra na formação acadêmica, e sim, estende-se por todo seu exercício profissional. Para manter a competência profissional, segundo Matos (1994), há necessidade em fazer reciclagens, e a formação profissional deve ser potencializada face às necessidades sentidas pelos diretamente interessados.

    A leitura de livros, revistas, artigos e outros impressos sobre ginástica e musculação é sem dúvida uma das mais eficientes formas de adquirir conhecimentos. A participação em eventos científicos (cursos, simpósios, congressos, etc.), também é uma importante forma de adquirir conhecimentos. Contudo, o profissional precisa saber selecionar os que têm objetivos verdadeiros de transmissão e troca de conhecimentos e experiências, pois atualização é fundamental na profissão. Assim, os profissionais de Educação Física devem desenvolver uma atitude científica, analisando criticamente os conhecimentos produzidos, assim como entender a natureza dinâmica do conhecimento e a necessidade de uma constante atualização, para garantir o desenvolvimento profissional.

Quanto ao tempo de formação acadêmica e de atuação em academias

    Dos entrevistados, 45% ainda estão cursando Educação Física e 61% já atuam na área entre 1 e 5 anos.

    O que se pode inferir dos dados da presente questão é que os dirigentes das academias preferem contratar estagiários ainda não formados em virtude da redução de custos.

    Quanto à atuação dos profissionais, pode-se observar que 61% dos entrevistados exercem a profissão entre 1 e 5 anos e 10% trabalham há mais de 5 anos, enquanto que apenas 4% trabalham em academias há mais de 10 anos. O que se pode observar é que a perenidade dos profissionais de academia é muito curta em relação a outras profissões.

    No que diz respeito a essa questão, Coelho Filho (1999) e Antunes (2003) mostram com base no discurso de profissionais de ginástica em academias do Rio de Janeiro e de cidades paulistas, que o tempo de trabalho desses profissionais vai aproximadamente até os 40 anos, com exceção daqueles que controlam seus processos de envelhecimento.

    De acordo com o presente estudo, pudemos observar que a média de idade dos instrutores de academias não ultrapassa os 25 anos, assim como, nenhum entrevistado possuía mais de 40 anos, ou seja, o número de instrutores é crescente até por volta dos 30 anos; dos 30 a 35 anos há uma visível queda desse número. Pelos dados observados, parece que a graduação em Educação Física e a experiência profissional não são primordiais para a atuação profissional nesse mercado de trabalho. Assim, a competência profissional não tem sido valorizada, visto que 21 anos é a idade mínima ideal para o indivíduo se inserir no mercado de trabalho. O que se pode inferir dos dados obtidos é que a permanência desse profissional no mercado de trabalho é em média de 10 anos apenas; tornando assim, um grande problema para o profissional de Educação Física que se dedica a esse ramo de atividade, pois se ele não conseguir vencer esta barreira da idade, provavelmente ficará desempregado.

    Claro que as pessoas devem se cuidar e ter uma boa condição física em idades mais avançadas, entretanto, por uma questão sócio-cultural, observa-se uma ênfase exagerada na aparência física, principalmente no ambiente das academias, que é muito influenciado pela mídia, pelos modismos e pelo culto ao corpo de nossa sociedade (CARVALHO, 1995; COURTINE, 1995; ANTUNES, 2003).

Quanto ao registro no CONFEF/CREFs

    De acordo com os dados obtidos, 70% dos entrevistados não são cadastrados no CREF, o que está em desacordo com o que diz o Conselho Federal de Educação Física: “O profissional de Educação Física, pela natureza e características da profissão que exerce, deve ser devidamente registrado no Sistema CONFEF/CREFs – Conselho Federal/Conselhos Regionais de Educação Física e possuidor da cédula de identidade profissional, sendo interventor nas diferentes dimensões de seu campo de atuação profissional, o que supõe pleno domínio do conhecimento da Educação Física (conhecimento científico, técnico e pedagógico), comprometido com a produção, difusão e socialização desse conhecimento a partir de uma atitude crítico-reflexiva” (CONFEF, 2002, p. 134).

    Quanto à regularização dos profissionais junto ao sistema CONFEF/CREFs; deve ser iniciativa dos próprios órgãos, pois os mesmos possuem poderes e autonomia para intervir junto a esses profissionais na sua respectiva área de trabalho; fiscalizando e aplicando as penas cabíveis aos não cumpridores das normas. Assim, os freqüentadores de academias poderão contar com serviços de profissionais devidamente habilitados e qualificados.

Quanto à programação e formulação das aulas

    Dos profissionais participantes, 85% disseram programar suas aulas, 8% nem sempre planejam e 7% não planejam as aulas. De acordo com Vasconcellos (1995, p. 35), “planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o real ser comandado pelo ideal”.

    Na questão da formulação das aulas, 42% dos entrevistados utilizam somente um método; 20% de dois métodos e 38% baseiam-se em três ou mais métodos para o preparo das aulas. A maioria utiliza-se de dados científicos, e há ainda uma minoria que se utiliza apenas das avaliações físicas para formular suas aulas, o que é considerado um fator preocupante.

    Pensar que a avaliação é um ato final do julgamento e não de um meio para se observar o progresso, algumas vezes é um engano. Outro conceito errôneo é pensar em avaliação como sinônimo de medida, o que na realidade, é apenas uma parte do processo da avaliação. Para determinar se os objetivos estão, ou não, sendo alcançados, diferentes técnicas e instrumentos de avaliação devem ser empregados, para se poder medir e avaliar o indivíduo como um todo (MARINS e GIANNICHI, 2003).

    De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, 15% dos instrutores entrevistados disseram que nem sempre planejam, ou, que nunca planejam as suas aulas. Para um profissional formado e instruído, seja em qualquer área profissional, o planejamento é fundamental, e na Educação Física não pode e nem deve ser diferente. O público frequentador de academias é muito distinto (heterogêneo); cada pessoa busca alcançar, através das atividades físicas, um objetivo diferente (estético, profilático, treinamento, etc.), e o instrutor deve estar preparado para atender a toda essa demanda. É importante que se façam avaliações periódicas dos clientes, para que os mesmos possam obter, através de exercícios adequados, benefícios físicos, fisiológicos e psicológicos. E o planejamento das aulas serve para que o profissional avalie se o treinamento está sendo adequado, se proporcionou o efeito esperado e o que precisa ser melhorado. A principal característica de um planejamento deve ser a sua flexibilidade, podendo ser mudado a qualquer momento, de modo a satisfazer as necessidades dos clientes.

Considerações finais

    De acordo com o objetivo proposto pelo trabalho, pode-se constatar que:

  • Há mais profissionais do sexo masculino atuando, porém, as mulheres são mais versáteis em seu desempenho em todas as atividades oferecidas pelas academias.

  • A média de idade para atuação na área é muito baixa, pois não ultrapassa os 40 anos de idade e 10 anos de profissão, uma vez que o profissional é valorizado pelo seu aspecto físico e jovialidade.

  • A maior parte dos profissionais entrevistados ainda está cursando Educação Física, portanto, sem a devida formação e registro para atuar na área. Isto significa a necessidade de uma atuação mais rigorosa por parte dos órgãos fiscalizadores da profissão.

  • Faz-se necessário que os futuros profissionais da área de Educação Física desenvolvam uma atitude científica, com o intuito de entender a natureza dinâmica do conhecimento e a necessidade de uma constante atualização como garantia de sua valorização e seu desenvolvimento profissional.

Referências bibliográficas

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  • SOEIRO, Maria Isaura Plácido. Educação Física, Profissão e Mercado: Um Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro: Ciências da Motricidade, v. 1, p. 120, 01 mar. 2003.

  • THOMAS, J. R. e NELSON, J. K. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. Trad. Ricardo Petersen [et al]. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

  • TOJAL, João Batista Andreotti Gomes. Diretrizes Curriculares – Um pouco de história. Revista do CONFEF. Rio de Janeiro. n. 12, p. 16-17, mai. 2004.

  • VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertad, p. 35, 1995.

Anexo

Questionário

1. Nome (opcional): ___________________________________________

2. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3. Idade: _____ anos

4. Academia(s) e Cidade(s) em que atua:

_ Academia(s): _____________________________________________

_ Cidade(s): _______________________________________________

5. Qual a sua formação profissional?

( ) Não possuo

( ) Estou graduando

( ) Graduado(a)

( ) Pós-graduado(a)

( ) Outros: _____________________

6. Qual a sua área específica em Educação Física?

( ) Licenciatura

( ) Bacharelado

( ) Licenciatura Plena

( ) Licenciatura e Bacharelado

( ) Outros: ____________________

7. Em quantas academias trabalha?

( ) Uma

( ) Duas

( ) Três

( ) Outros: ____________________

8. Quais são os meios que você utiliza para se atualizar perante as mudanças na área de academia (musculação, ginástica aeróbica e ginástica localizada)?

( ) Jornais e Revistas

( ) Publicações Científicas

( ) Livros

( ) Cursos

( ) Outros: _____________________

9. Há quanto tempo está formado(a) em Educação Física?

( ) Não sou formado(a)

( ) Ainda estou cursando

( ) Menos de 1 ano

( ) De 1 a 3 anos

( ) De 3 a 5 anos

( ) Mais de 5 anos

( ) Mais de 10 anos

10. Há quanto tempo trabalha em academia?

( ) Menos de 1 ano

( ) De 1 a 3 anos

( ) De 3 a 5 anos

( ) Mais de 5 anos

( ) Mais de 10 anos

11. É registrado no Conselho Regional de Educação Física (CREF)?

( ) Sim

( ) Não

_ Se SIM, há quanto tempo? _____ anos

12. Suas aulas são programadas?

( ) Sim

( ) Não

( ) Às vezes

13. Em que se baseia para formular as suas aulas?

( ) Avaliação Física

( ) Dados Científicos

( ) Feeling (percepção)

( ) Outros: _____________________

14. Em qual área você atua?

( ) Musculação

( ) Ginástica Aeróbica

( ) Ginástica Localizada

( ) Outros: _____________________

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