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O brincar no contexto da psicomotricidade

El jugar en el contexto de la psicomotricidad

 

*Mestrando em Educação (linha educação e movimentos sociais), UFSC

Membro do Grupo de estudos LABOMÍDIA (Educação Física)

e do Grupo PANDORGA (Educação), ambos também vinculados a

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

**Acadêmica do 5 º período de Psicologia (UNIVALI)

Éliton Clayton Rufino Seara*

elitonseara@gmail.com

Eleane Zago**

eleanezago@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este pequeno escrito é fruto de uma pesquisa realizada por um Professor de Educação Física e uma acadêmica de Psicologia, que buscaram compreender dentro de seus contextos o conceito de psicomotricidade e do brincar, relacionando-os. Serão apresentados aqui de forma breve, alguns entendimentos sobre os dois temas tratados e a importância que podem receber no contexto psicossocial e educativo. Relevando que a psicomotricidade, considerada uma nova ciência e, que pode permear por vários campos e áreas do saber, pode ser considerada neste estudo sua valia nos campos da Psicologia e nas áreas da Educação.

          Unitermos: Psicomotricidade. Brincar.

 

Abstract

          This little writing is the result of research conducted by a Professor of Physical Education and an academic psychology, which sought to understand the contexts within their concept of psychomotor and play, linking them. Will be presented here briefly to some understandings about the two subjects dealt with and the importance it may receive in connection with psychosocial and educational. Noting that the psychomotor, and considered a new science, which can permeate several fields and areas of knowledge is considered here in this study its value in the fields of Psychology and in Education.

          Keywords: Psychomotricity. Playing.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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A psicomotricidade e o brincar

    Psicomotricidade, considerada uma nova ciência, nos revela sua origem advinda da medicina, no entanto notou-se que não se podia desvincular o ser humano do prisma social, cultural, histórico, ou seja, tratá-lo apenas como um ser biológico e mecânico.

    Sendo assim a psicomotricidade estuda a relação do homem, seu corpo e o meio físico e sociocultural que ele convive, o estudo da psicomotricidade esta pautado na Neurofisiologia, Psiquiatria, Psicologia e Educação.

    A partir destas diferentes áreas, que irão atuar com propósitos específicos, no entanto almejando um trabalho que visa o sujeito como um todo, é que a psicomotricidade vem agir com os componentes de ordem cognitiva, social e afetiva acompanhando o ato motor.

    Nas palavras de Defontaine: “La Psychomotricité est le désir de faire, du vouloir faire; lê savoir faire et le pouvoir faire” (DEFONTAINE apud LUSSAC, 2008, p. 1). “A psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer, de querer fazer; o saber fazer e o poder fazer” (ibidem, 2001, p. 34). Defontaine nos fala que só poderemos entender a psicomotricidade através de uma triangulação corpo, espaço e tempo. Este autor ainda define os dois componentes da palavra; psico significando os elementos do espírito sensitivo, e motricidade traduzindo-se pelo movimento, pela mudança no espaço em função do tempo e em relação a um sistema de referência (ibidem, 2008, p. 1).

    Sendo assim dentro da psicomotricidade, podemos nos remeter a diversos fatores que poderão contribuir para o desenvolvimento dos sujeitos. Tanto os componentes motores propriamente ditos, bem como os fatores sociais e afetivos que englobam a agir de cada pessoa.

    Na infância, fase da vida onde preponderam os maiores desenvolvimentos, notamos inúmeras possibilidades para que este assim se faça. Uma dessas possibilidades é o brincar. No entanto notamos alguns equívocos no trato deste conceito. Dessa forma faz-se necessário compreender qual atribuição que devemos lhe dar e qual a verdadeira importância do brincar e do brinquedo para o desenvolvimento sócio cognitivo motor das crianças.

    Este conceito poderá nos remeter á diversas situações cotidianas, inclusive na forma com que tratamos essa expressão comunicativamente no espaço social. Quando por exemplo falamos: não fica brincando com isso, aqui não é lugar de brincadeira, chega de brincar vamos trabalhar. Estamos de certa forma desqualificando o brincar, pois se há desenvolvimento e aprendizagem quando o realizamos, ao expressar das formas acima citadas nos parecem tirar sua importância. Mas afinal então, como podemos entender o brincar?

    O brincar é um ato social que permite uma comunicação através de gestos, mesmo que não haja comunicação verbal. É no brincar que a criança tem a oportunidade de expressar o que está sentindo ou necessitando; é através das brincadeiras, do faz de conta, que a criança constrói o seu mundo imaginário situado em experiências vividas. A criança utiliza-se do brincar para construir sua aprendizagem, porque é na brincadeira que ela explora situações usando a imaginação e libera seu eu criativo, realizando seus desejos mais íntimos. (Goretti, p. s/d)

    Ao observamos este conceito, notamos que o brincar entrelaça o prazer com o aprender e, que ao interagir com o outro cria-se motivações e experiências que se tornaram formas de entendimento do circulo social, ao visar possíveis regras e determinações do espaço de interação.

    Ao trazer os conceitos de psicomotricidade e do brincar notamos suas relações podem ser recíprocas, visto que ao brincar a criança ao mesmo tempo tem o prazer, aprende, e ainda socializa-se com diferentes sujeitos e objetos, dessa forma podemos fazer valer a seguinte reflexão: “a psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e representativo do “ser-em-ação” e da “coexistência” com outrem” (Chazaud apud Alves, 2003, p. 15).

    É brincando que a criança aprende a trabalhar suas frustrações na medida em que perde ou ganha. Esse fator torna-se inerente ao crescimento e fortalece emocionalmente o indivíduo e as relações com o outro. Neste caso ganham importância vital, pois a criança necessita compartilhar momentos coletivos para satisfazer a vontade de jogar e aprender a conviver no grupo (Kishimoto, 1996 apud Goretti, p. s/d).

    Ainda no trato deste conceito, observarmos que o brincar envolve diferentes linguagens corporais das crianças, favorecendo também para o desenvolvimento destas linguagens, que podem ser representativas, simbólicas. Pode-se notar este contexto na fala sobre o brincar, onde o autor diz que: Por fim podemos ver que:

    O brincar promove a comunicação, a verbalização, a criação e o desenvolvimento da função simbólica: a capacidade de representar formas conscientes (casa, objetos e situações) e a capacidade de expressão da fantasmática. A representação simbólica é vivenciada de forma verbal e não verbal, através de associações com as experiências vividas. Ex: Um menino e uma almofada. A almofada representa o carro e ele o motorista e a ação total a identificação do pai dirigindo o automóvel. Com a boca ele produz o barulho do motor e o seu corpo se ativa psicomotoramente. (Aucouturier, 2005)

    Por fim analisamos que, o brincar como componente do desenvolvimento social e afetivo, podemos também observar sua importância no desenvolvimento motor, já que dentro da psicomotricidade o movimento faz parte de todo o agir dos sujeitos, e o comportamento motor é expressamente relevante para o desenvolvimento destes.

Referências bibliográficas

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