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Apontamentos ao professor de Educação Física 

para a inserção das mídias no contexto escolar

Notas para el profesor de Educación Física para la inserción de los medios de comunicación en el ámbito escolar

 

*Acadêmica do Curso de Educação Física – Licenciatura do CEFD/UFSM, 2010

**Professora Adjunta do DMTD do CEFD/UFSM. Orientadora do Artigo/TCC

Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação e Mídia

na Educação Física e Esporte, NEP/COMEFE

(Brasil)

Gabriela Scalcon Brusque*

gabrielabrusque@hotmail.com

Marli Hatje Hammes**

hatjehammes@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo traz apontamentos sobre as possibilidades de inserir as mídias no contexto educacional, especialmente, nas aulas de educação física, bem como o novo perfil do professor frente ao avanço tecnológico. A discussão, a partir de uma revisão teórica e de observações durante o estágio profissionalizante do Curso, contempla as relações entre a formação profissional e o conceito de educação na sociedade contemporânea, mediadas pela TV, Computador, Jornal, Revistas e Rádio, principalmente. A era da globalização e o próprio avanço tecnológico recomendam o comprometimento dos professores quanto ao uso das mídias como ferramentas metodológicas que podem melhorar e ampliar o processo ensino-aprendizagem, sob pena de ficarem à margem do processo educacional. Mas, como a escola e o professor de educação física se comportam frente a realidade? As mídias já estão no ambiente da educação física escolar? Trazer essas questões à discussão é o que se propõe com este artigo, pois as mídias podem ser utilizadas como ferramentas metodológicas e pedagógicas que estimulam a criação de ambientes educativos mais dinâmicos, interativos e desafiadores.

          Unitermos: Mídias. Educação Física. Contexto educacional. Avanço tecnológico.

 

          Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Educação Física Licenciatura do Centro de Educação Física e Desportos, da Universidade Federal de Santa Maria, como requisito parcial para a conclusão do Curso.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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(...) quando eu era adolescente, nos anos 80, nós falávamos ao telefone o dia todo. Agora, a interação é via Orkut e mensagens de texto. As novas gerações são mais sociáveis do que as anteriores. Pensam em mídia, em primeiro lugar, como uma experiência social, e não como uma relação passiva de consumo (Johnson, 2007).

1.     Considerações iniciais

    A globalização gerou a ascensão das novas tecnologias, condicionando o sucesso no mercado de trabalho, nas interações sociais e mesmo nos relacionamento pessoais. As tecnologias se tornaram uma importante ferramenta de trabalho primeiramente das empresas, para logo em seguida integrar o elenco de preocupações das instituições formadoras do ser humano por excelência, e da escola. O final do século XX assiste uma verdadeira revolução em relação à construção do conhecimento e da cidadania. A sociedade contemporânea está cada vez mais marcada pela presença de uma evolução tecnológica que muda a vida das pessoas de modo tão rápido que não há tempo suficiente para incorporação e assimilação das mesmas na vida cotidiana do cidadão antes que novas tecnologias surjam.

    Segundo MITRULIS (2002), a escola é o lugar em que se cultiva a relação com o conhecimento. Lugar em que o aluno deve ter oportunidade de confrontar seu saber de vida espontâneo com o saber sistematizado, e de construir esquemas intelectuais e de ação para interpretar, compreender e participar intencionalmente das relações sociais e da prática produtiva. Essa concepção de saber contempla o desenvolvimento geral do aluno, em suas múltiplas dimensões. Esta que até duas ou três décadas se restringia ao uso da mídia impressa, mimeógrafo, quadro, giz e o próprio professor começa a descobrir e a incorporar, mesmo que lentamente, outras mídias disponíveis (computador e TV/Vídeo e data show, principalmente).

    Assim, BELLONI (2005) destaca que as TIC’s (tecnologia da informação e comunicação) representam a “fusão de três vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas, sendo que suas possibilidades são infinitas e inexploradas [...]”.

    Já mídia consiste em um conjunto dos meios de informação e comunicação como: imprensa, rádio, televisão, cinemas, cartazes, etc. É todo o procedimento que permite distribuição difusa ou comunicação das obras intelectuais, escritas, sonoras ou visuais. (Grande Enciclopédia Larousse Cultura, nº16, Editora: Nova cultura, 1999).

    Para OLIVEIRA (2002), apud Sampaio, “estamos cercados pelas tecnologias e pelas mudanças que elas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas consequências”. FREIRE (1994), completa que os educadores não devem temer a comunicação e as novas tecnologias e sim fazer uso desses instrumentos para formar cidadãos críticos e conscientes do meio em que vivem.

    O excessivo número de informações existentes hoje e veiculadas pelas por diferentes mídias geram problemas não apenas na forma, mas também na interpretação consciente e crítica dos alunos. E onde, então, entra o papel da educação e dos professores, de inserir as mídias e as tecnologias na escola. Para que os alunos possam conhecer o que é veiculado nos meios de comunicação e possam ser críticos diante de certas notícias ou matérias, pois muitas atitudes, na maioria dos adolescentes, são absorvidas por eles através das mídias e são adquiridas pela falta de conhecimento sobre aquele assunto. Segundo FREIRE (1996), a educação não deve ser uma mera transmissão de conhecimento, mas deve criar a possibilidade do educando construir o seu próprio conhecimento baseado com o conhecimento que ele trás de seu dia-a-dia familiar.

    Com o avanço tecnológico, a escola, mais do que nunca, deve considerar a aprendizagem situada (DEMO, 2008), que acontece a partir do interesse da criança. Segundo o autor, a criança não lê aquilo que o adulto quer que ela leia na escola. “Quando é do interesse dela, lê sem problemas. A criança se interessa por coisas da vida, e aquilo que ela aprende na internet são coisas da vida”. Ainda nesse contexto, DEMO (2008) refere-se uma um novo conceito de cultura popular, que passa a integrar tecnologias, como o mp3, o DVD, a televisão e a internet, além do texto escrito.

    Na sociedade atual os recursos midiáticos influenciam as nossas escolhas, nossos gostos, nosso jeito de olhar os diferentes acontecimentos sociais, embora não possamos definir o quanto eles influenciam. A educação física, que BETTI e ZULIANE (2002) coloca como objetivo “integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida. A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena – é efetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, que é a integração de sua personalidade”. Assim, a educação física como as demais disciplinas do currículo escolar, deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de se posicionar criticamente diante de sua realidade social e das novas formas de cultura corporal de movimento.

    Segundo HATJE ET AL (2004), essa emergente realidade requer do professor, novas e constantes aprendizagens, pois, pairam sobre ele características como um dos principais mediadores entre a sociedade e as novas mídias. É o professor de educação física diante dessa revolução, que tem também o papel de transformar as tecnologias em algo produtivo, que se torne um instrumento a mais para a educação. A mídia veicula a imagem de um corpo perfeito, uma maciça programação esportiva, falam sempre das novas pesquisas relacionado ao bem estar e a saúde. O professor deve utilizar as informações para ampliar sua atuação pedagógica e efetivar ações desafiando suas possibilidades de ensino e desbravando um território ainda muito pouco habitado no contexto atual da educação física escolar.

    Os recursos da mídia podem ser incorporados pela Educação Física como um dos meios para promover o debate sobre as influências exercidas pelas mídias na cultura corporal de movimento, bem como, a reflexão dos alunos diante das mídias, porque, como destaca PALMA (2004), a educação física como área do conhecimento, através de sua prática e ação pedagógica, pode influenciar na formação, construção e desenvolvimento do ser humano. Se efetivando através das trocas comunicativas entre professor e aluno, contribuindo para o desenvolvimento do aspecto motor, afetivo, social, cognitivo, etc.. Entende-se então que o papel como educadores é expor as relações entre exercício físico, saúde, esporte, cultura corporal e como esses assuntos são trabalhos, apresentados por meio da mídia. COSTA & BETTI (2006), apontam um caminho interessante para a Educação Física que é a incorporação, nas aulas, de possibilidades de interação com as diversas mídias eletrônicas e, então, a construção de um olhar crítico e sensível sobre esses elementos da cultura.

2.     As mídias no contexto escolar

    Segundo BELLONI (2001) a escola deve integrar as novas tecnologias de informação e comunicação, visto que elas estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social. Assim, se torna indispensável despertar no professor a consciência de que os jovens estão vivendo em um mundo cada vez mais da tecnologia e, cabe a esses buscar através das mídias novas alternativas metodológicas para que possam acompanhar o desenvolvimento dos alunos.

    A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação. Deve utilizá-los em sala de aula, incentivando a análise crítica e a discussão de modo a perceberem os aspectos positivos e negativos sobre cada assunto. Precisamos estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca de informações.

    As mídias e os avanços tecnológicos tornaram-se um meio dinâmico de interação, fazendo com que as informações circulem mais rapidamente entre as pessoas, encurtando distâncias, possibilitando discussões e debates sobre assuntos e acontecimentos que ocorrem pelo mundo inteiro. O envolvimento com a mídia acontece gradualmente e principalmente nos mais velhos. Para os jovens, isso já faz parte do cotidiano, já nasceram nesse boom tecnológicos. São verdadeiros experts. Segundo KENSKI (2007) “Acostumamo-nos com alguns confortos tecnológicos e vivemos diferentemente dos nossos antepassados”.

    Para isso, no entanto, a escola deve se readequar quanto aos conteúdos e a forma de ensiná-lo; ela precisa, mais do que nunca, caminhar ao lado dos interesses da sociedade e dos alunos que recebe, pois esses chegam á instituição como uma gama muito grande de informações. Mas, o que fazer com as informações que antes eram repassadas pelo professor? A elas deve ser dado um tratamento diferenciado, que passa entre outros aspectos pela análise, pela valoração e pela hierarquização. Mas para isso, escola e mídia devem caminhar lado a lado.

    Segundo MORAN (s/d), os níveis que podem ser pensados entre a escola e os meios de comunicação, ou as mídias, são:

Organizacional

Uma escola mais participativa, menos centralizadora, menos autoritária e mais adaptada a cada individuo.

Conteúdo

Uma escola que fale mais da vida, dos problemas que afligem os jovens. É importante buscar nos meios de comunicação abordagens do quotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas.

Comunicacional

Conhecer e incorporar todas as linguagens e técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens audiovisuais, junto com as convencionais.

    As tecnologias recentes permitem maneiras diferenciadas de aprendizagem e a escola é primordial para crianças e adolescentes, sendo assim insubstituível, mas deve se adequar às mudanças tecnológicas que estão ocorrendo. Pois o que se percebe é que o ensino tradicional, já não oferece os modelos adequados para a construção de uma educação que atenda às necessidades do momento em que vivemos hoje e vamos ter daqui pra frente, ou seja, classes enfileiradas dentro de uma sala, quadro negro, giz e explicação não vão ser mais suficientes para a educação futura.

    As tecnologias exigem que saibamos utilizá-las, manuseá-las; que nos apropriemos delas, pois são ferramentas que facilitam a vida e o fazer pedagógico. A inserção efetiva das tecnologias na escola, no entanto, é um caminho longo e difícil. “Na história da comunicação nunca houve transformação tão rápida e profunda como a que se observa neste momento”. A velocidade da tecnologia, pela primeira vez, é maior do que a capacidade do ser humano de assimilar as mudanças como parâmetros culturais de uma nova era. (RABAÇA & BARBOSA, 2001).

    As tecnologias estão presentes em praticamente todos os momentos do nosso cotidiano seja para estudar, trabalhar, obter informações, se comunicar, se divertir, transportar para outros lugares em tempo real. Deste modo, é praticamente impossível não perceber que a progresso da tecnologia e a nossa relação com ela tem sido fator determinante na evolução da humanidade e responsável por uma série de mudanças em todas as esferas da vida, de tal maneira, podemos compreender que toda tecnologia traz questões positivas e negativas.

    Nenhuma tecnologia é neutra, e uma vez aceita por uma determinada pessoa ou estabelecimento, acarreta mudanças imediatas neste que aceitou, ou seja, tão importante quanto saber como e o que as pessoas farão com uma determinada tecnologia, está o fato de que a partir de uma tecnologia, as pessoas poderão utilizá-la da forma que entenderem. Com isso, a maneira como nos relacionamos com os aparatos tecnológicos também se modifica com o passar do tempo e trazem novas mudanças sobre as formas de ensinar, aprender, se comunicar, trabalhar, etc..

    O fato é que os professores não podem ignorar as tecnologias, pois elas há muito tempo, deixaram de ser uma opção, são uma necessidade e interferem profundamente na nossa relação com o mundo. As tecnologias vêm transformando as formas de comunicar, de trabalhar, de discutir, de pensar, e sem dúvida, de viver, uma vez que estamos cercados pelo progresso tecnológico, do qual se torna impossível fugir, pois as tecnologias estão em todos ambientes públicos e privados e ignorar sua sentença significa, no mínimo, ignorar viver no mundo atual. Se a tecnologia hoje causa inquietações e incertezas envolvendo as formas de comunicação entre as pessoas, por outro lado amplia nossos conhecimentos, habilidades e experiências.

    O uso das mídias quando bem planejado, pelos professores, consegue promover um intercâmbio de informações e experiências, permitindo que o aluno conquiste outros espaços, além daquela tradicional aula, onde o professor fala e os alunos escutam. Essas mudanças que as tecnologias promovem vêm ao encontro dos objetivos de aprendizagem crítica e permitem o desenvolvimento de ações educacionais, a partir de concepções de aprendizagem que visam formar sujeitos sociais autônomos e críticos. Uma das principais características da educação, envolvendo as tecnologias é o de promover o acesso às informações que acaba provocando uma descentralização do poder de comunicar em sala de aula, anteriormente, centrado na figura do professor.

    Segundo o BIANCHI & HATJE (2007), as vantagens de utilizar as tecnologias na escola são:

A

As TIC’s podem ser utilizadas como ferramentas metodológicas e pedagógicas que podem ser introduzidas no processo de ensino-aprendizagem, estimulando a criação de ambientes educativos mais dinâmicos, interativos e desafiadores;

B

As TIC’s provocaram uma reconfiguração do tempo e do espaço, através das suas características (interatividade, instantaneidade, boa qualidade técnica e dinamicidade);

C

Promoveram a ampliação da Inclusão Digital através, da democratização de acesso às TIC’s e da simplificação do manuseio;

D

Contribuem para o desenvolvimento da independência do aluno.

E

Promovem transformações nas formas de aquisição do conhecimento científico e nas condições de trabalho docente, descentralizando o ensino da figura do professor como fonte principal de informação, ao mesmo tempo “tirando” o professor do comodismo habitual, levando-o a repensar a sua prática pedagógica.

    A tecnologia facilita o acesso à informação e aos acontecimentos que ocorrem em todo o mundo, mas não garante a qualidade destas das informações. Há pessoas que vão construir um conhecimento a partir das mídias, selecionando o que há de bom e de ruim, o que merece e o que não merece atenção, enquanto outras pessoas apenas vão reproduzir essas informações.

    A escola precisa se atualizar, precisa se tornar um desafio ao aluno. As atividades devem desencadear situações que permitam a investigação, a análise, a crítica e, inclusive, a valoração e a hierarquização das informações disponíveis nas mídias. O uso dessas possibilidades favorece a manutenção de um compromisso com a paixão pelo aprender, pela investigação, pela imaginação, pela reflexão, pela criação. A mídia deve ser considerada, pois é produtora de cultura, muda comportamentos e atitudes. Ela influencia a sociedade.

    Para BELLONI (2001) seria ingênuo pensar que a mídia se adaptará aos objetivos da escola, porém é também ilusório pensar que as famílias têm condições de conscientizar para uma leitura crítica sobre os conteúdos oferecidos pela mídia. Cabe a escola, sobretudo, um importante papel, que é o de transformar o espectador passivo em espectador ativo, levando o aluno a compreender o sentido explícito e implícito das informações onde efetuará uma reflexão crítica sobre os conteúdos midiáticos. É fundamental que os conteúdos da mídia sejam analisados e contextualizados antes de serem apresentados pelas implicações que provoca na sociedade, principalmente no período da infância (SBORQUIA & GALLARDO, 2002).

    Entendemos ser fundamental, nos dias atuais, inserir as mídias no processo pedagógico, tanto como ferramenta de estudo, como para despertar a percepção crítica sobre elas. São as mídias que hoje invocam um jeito diferente de aprender, de forma divertida, curiosa. A integração desses meios nos currículos escolares não é tarefa fácil. A escola ainda tem dificuldade em associar as tecnologias às propostas pedagógicas, mantendo-se ligada as técnicas e tecnologias tradicionais da educação (retroprojetor, quadro, giz, livros didáticos, oralidade, um comunicador (professor) – muitos ouvintes, provas e testes para avaliar o desempenho dos alunos).

    Mas, não basta transitar pela informação. O fundamental é saber transformar informação em conhecimento próprio através de procedimentos adequados de aprendizagem. Para FANTIN (2006) educar com, sobre e através das TIC’s é fundamental para a formação educacional das crianças e jovens no século XXI, fundamentando-se, sobretudo, na construção do pensamento crítico e que garantem as crianças e aos jovens direito à cultura, à crítica, à criação e à cidadania, que devem permear as ações pedagógicas no âmbito escolar.

    Mais do que incentivar alunos a acessar e buscar material na internet precisa juntos com eles explorar esses meios, aprendendo também a produzir, veicular e fazer circular informações e significados construídos nesse espaço de convivência. A escola e mais especificamente a escola pública, precisa garantir aos alunos o acesso às mídias de forma ativa e produtiva, favorecendo a comunicação. Novos objetivos, em qualquer campo de conhecimento, só podem ser valorizados, analisados e utilizados de forma crítica e inovadora quando, de fato, compreendidos.

    Contudo é necessário, primeiro, mudar a postura do professor, sua atitude em relação à educação e incorporar, no seu planejamento e na sua atuação, novas formas comunicacionais com seus pares, adquirir competência em relações às diversas mídias que podem ser utilizados em sua prática pedagógica e, então, incorporá-las em sua atuação na sala de aula. A perspectiva em relação aos alunos é que deixem de ser, depositários de informações para serem interlocutores e construtores de um novo conhecimento significativo tanto individual como coletivamente.

2.1.     As mídias na Educaçâo Física Escolar

    A educação física que OLIVEIRA (2006) define como uma disciplina que deve viabilizar (à aluna/o aluno) a aprendizagem referente a conhecimentos específicos sobre o movimento humano que permita-lhe, individual e intencionalmente, a utilização de potencialidades para movimentar-se, genérica ou especificamente, de forma habilidosa e, em correspondência, a capacitação para, em relação ao meio em que vive, agir (interagir, adaptar-se, transformar), na busca de benefícios para a qualidade de vida.

    Assim, a educação física sempre esteve entre os componentes curriculares preferidos dos alunos, e há algum tempo vem ocupando espaços significativos em programas e páginas de diferentes mídias1. Porém, o professor de Educação Física ainda encontra várias dificuldades em relacionar aspectos envolvendo mídias e aproveitar o espaço, ou seja, aliar e relacionar o gosto dos alunos pelas aulas de educação física à exposição de alguns de seus conteúdos na mídia.

    Um dos possíveis motivos que levam ao não uso das salas de aula e também salas informatizadas por parte da Educação Física pode estar relacionado ao fato dos professores estarem arraigados aos modos convencionais de ensinar e aprender, por isso possuem dificuldades de lidar com situações novas, que geram instabilidade. Outro motivo que pode justificar o distanciamento das TIC’s é a carga de trabalho excessiva somada ao pouco tempo para participar de cursos de formação continuada e de aperfeiçoamento. Quando não conhecem o objetivo de estudo, optam por não tematizá-lo ou abordá-lo na aula.

    Um exemplo dessa relação ocorre quando os alunos trazem para o espaço da aula assuntos vistos na televisão, na internet ou no jornal que poderiam ser problematizados pelo grupo e são ocultados pelo professor, que evita entrar na questão da tematização do discurso produzido pelas TIC’s e, principalmente na produção de mídias. O professor nem sempre se sente preparado e capacitado para a inovação e porque as TICs, enquanto objeto de reflexão e investigação, não fazem parte do seu planejamento de trabalho, não são objeto de estudo comum aos professores e suas práticas. É importante reconhecer que, quando estimulados e preparados, os professores tendem a realizar bons trabalhos envolvendo as TIC’s.

    Então o que se vê na educação física escolar são conteúdos que se repetem a cada ano, com poucas modificações nas formas de ensinar, em que a única novidade, muitas vezes, trata-se da aquisição de alguns materiais como bola, redes, e estafetas (principalmente, materiais específicos para aulas de esporte, ou seja, bolas e mais bolas) ou a pintura da quadra poliesportiva. Acreditamos que ao requerer as TIC’s nas aulas de Educação Física, estaria esta tentando se conectar a mesma linguagem dos alunos, que têm interesse e curiosidade em conteúdos veiculados pelas mídias (e que dizem respeito à vida). Ao discutir e reconstruir seus significados e inovando nas estratégias de ensino-aprendizagem dos conteúdos da Educação Física, todo contexto escolar e não escolar é beneficiado. Não se trata de substituir a aula de Educação Física pela sala informatizada e pelas TIC’s, mas de integrar este componente curricular no espaço de aprendizagem, até agora paralelos: Educação Física e a sala informatizada.

    A tarefa de inserir as TIC’s na prática pedagógica da Educação Física não é fácil, porém também não é impossível. Uma sugestão é planejar interlocuções pedagógicas com os conteúdos de Educação Física agregando outros materiais (os tecnológicos), outros espaços e novas metodologias, para mais tarde inseri-las. O importante é analisar cada caso em particular, envolvendo a participação dos alunos no processo, e não perder de vista a possibilidade de experimentar diferentes estratégias. Desta forma e, através dos ajustes requeridos durante as experiências com TIC’s é que surgirão as possibilidades de atuação da Educação Física nesses novos ambientes de aprendizagem, sempre considerando o uso das tecnologias de forma colaborativa, associada ao componente curricular, nunca em substituição aos conteúdos específicos. Assim, entendo que é urgente a aproximação da Educação Física escolar e as TIC’s.

    A importância e a necessidade da inserção das mídias na educação está consolidada e profundamente justificada por teóricos, como bem destacado nesse artigo. Mas, como o professor de educação física da escola, particularmente, pode utilizar as mídias em suas aulas? Há, de fato, uma relação possível entre a educação física escolar e as mídias? No que uma ajuda a outra para seu desenvolvimento? O que os (grandes) eventos esportivos veiculados na e pela mídia tem a ver com a educação física escolar? Respondendo a última questão, a partir do senso comum, diria-se que os grandes eventos esportivos, que privilegiam a performance e o rendimento, não fazem parte do contexto da educação física escolar2.

    No entanto, não podemos deixar de considerar que estes eventos, veiculados pela mídia, alteram o cotidiano da sociedade em todas as suas dimensões. O esporte, que tem se caracterizado como um fenômeno social é, por exemplo, uma das maiores expressões da informação especializada, ocupando inclusive espaço maior na mídia impressa e eletrônica do que aquele destinado a outros assuntos (BAHIA, 1990).

    Diante de aparelhos, equipamentos e ferramentas cada vez mais sofisticados muitas escolas ainda têm a televisão e o vídeo como as principais ferramentas pedagógicas para desenvolver diferentes metodologias que se aproximam da realidade e da sensibilidade dos alunos. São essas ferramentas metodológicas e pedagógicas que estimulam a criação de ambientes educativos mais dinâmicos, interativos e desafiadores.

    O professor pode incentivar e orientar os alunos a produzir filmes e vídeos para depois analisar em suas aulas. A partir delas podem ampliar a reflexão teórica sobre variados temas. Gravar materiais veiculados pela TV também são importantes para discussões e planejamento de estratégias para inserir a mídia em situações de aula. São atividades dinâmicas, interessantes, mobilizadoras e significativas para o ensino.

    Falar em Educação Física e computador soa paradoxal considerando a internalização de um conceito que liga essa disciplina à ideia de constantes ações físicas. No entanto, a Educação Física pode e deve se beneficiar da informática e da internet, usando-as como alternativas a mais para levar conhecimentos através de aulas diferenciadas. Criar e atualizar um blog com conteúdos relacionados a educação física pode ser uma atividade desafiadora. Além de estimular a autoria, o Blog , se torna motivador, pela sua dinamicidade, para todos aqueles que queiram debater um tema específico. Esta atividade pode ficar restrita a escola ou poderá se tornar um projeto interinstitucional, em que várias escolas interagem.

    O rádio, também pode ser usado como uma ferramenta a mais nas aulas de Educação Física para veicular o que a disciplina está promovendo na escola. Pode ser utilizada para transmissão de entrevistas e debates, músicas e informações. O rádio pode, inclusive, viabilizar espaços chamados por SOARES (2007) de ecossistemas comunicativos, onde professores, alunos, funcionários e pais sentam, dialogam e discutem os problemas da escola e da comunidade usando os recursos tecnológicos para potencializar essas relações.

    As revistas e jornais também são mídias eficientes capazes de promover ações de aprendizagem diferenciadas. Qualquer uma das mídias permite projetos e atividades interdisciplinares no contexto escolar. O professor de Educação Física e o professor de Português, por exemplo, podem produzir junto com os alunos revistas ou jornais para divulgar ações e eventos esportivos da escola. O professor de Ciências pode se inserir para produzir informações sobre saúde, alimentação e corpo. Relacionar essas atividades a eventos esportivos mundiais como Copa do Mundo de Futebol, Jogos Olímpicos, que conseguem mobilizar milhões de pessoas, ajuda não somente na discussão dos temas e conteúdos (como a ética e a pluralidade cultural, por exemplo), mas incentivam a leitura, e auxiliam na busca de novas informações.

    Em projetos interdisciplinares a inserção das linguagens multimodais que integram diferentes tipos de linguagem, como texto escrito, imagens, animações e som, são fundamentais para que a escola e a comunidade estejam comprometidas com a própria linguagem do século XXI, fortemente vinculada à linguagem digital.

    A utilização dos jogos eletrônicos, no meio escolar, e, sobretudo, nas aulas de educação física, como uma metodologia que busca desenvolver virtudes intelectuais e cognitivas ainda não se consolidou. Para JHONSON (2007), os jogos de computador, a internet e mesmo a televisão possuem virtudes intelectuais e cognitivas diferentes, mas não inferiores às da leitura.

    Eles representam não só o moderno e inovador em matéria de diversão eletrônica, mas também são expressões culturais do processo de mundialização. Os jogos eletrônicos são um dos objetos mais consumidos no mundo, ultrapassando 2,8 milhões de produtos comercializados apenas em nosso país (MENDES, 2005). Nenhum professor pode ignorar uma realidade como essa. O contexto dos alunos influencia o desenvolvimento e o resultado das ações pedagógicas

    Os jogos eletrônicos são definidos, pelo senso comum, como violentos, antipedagógicos, viciantes e por não incorporarem um olhar educativo sobre o mundo. Por outro lado, autores como ALVES (2004) apontam que os games podem se constituir em espaços de aprendizagem e ressignificação de desejos, sem necessariamente levar os jogadores a comportamentos e atitudes hediondas e socialmente inaceitáveis. JHONSON (2007), quando aborda a questão da violência presente nos games e no cinema, destaca que nenhuma violência é boa, “não acho que games violentos sejam adequados a crianças pequenas. Mas, como acredito que os jogos nos fazem pensar, considero que são bem melhores do que os filmes, nos quais se fica sentado diante de uma tela vendo as pessoas atirar umas nas outras”.

    Embora não se pretende aqui discutir a importância ou a necessidade da inserção dos jogos eletrônicos nas aulas de educação física, é importante destacar que se o professor souber utiliza-los adequadamente em seu fazer pedagógico, poderá obter bons resultados, inclusive, em relação a motivação dos alunos em participar das aulas, porque eles fazem parte da vida do aluno.

3.     Considerações finais

    Não há mais como negligenciar a presença e as implicações das mídias e o próprio avanço tecnológico no contexto escolar. A escola precisa, cada vez mais, cumprir seu papel de instância formadora por excelência do ser humano, considerando as conquistas e expectativas da sociedade e acompanhando cada passo as necessidades e descobertas do mundo moderno. Neste viés, precisa manter-se aberta ao uso de novas tecnologias, desde que tal utilização se faça de forma planejada, refletida e criativa, envolvendo educadores e educandos na construção de conhecimento significativo.

    A inserção da tecnologia no meio educacional requer um aluno mais comunicativo, participativo e que interaja com o professor e a escola; um professor mais dinâmico, criativo, que leve novas metodologias de estudar, um mediador das informações. É fundamental que os professores das escolas tenham consciência para aceitar novas possibilidades de comunicação e interação, pois todas as formas de comunicação são válidas, desde que seja compreendida e aceita em todos os contextos, mas, sobretudo, que estejam preparados para estabelecer limites às novas formas de comunicação. Não se trata de se opor os meios de comunicação às técnicas convencionais de educação, mas de integrá-los, de aproximá-los para que a educação seja um processo completo, rico, estimulante.

    Os modelos de educação tradicionais estão em discussão frente ao novo conceito de educação e de escola que a sociedade vem adotando. Educar com novas tecnologias é desafio um que até agora não foi enfrentado com profundidade. Adaptações e mudanças devem ser implementadas sob o risco de viver uma educação cada vez mais monótona, cansativa e de nenhum interesse por parte do aluno.

    A escola de forma alguma pode ignorar e mídia. Devem, sim, promover discussões e ações que concretizem sua inserção definitiva no contexto educacional. A gestão escolar, através da Direção, é a mola propulsora dos avanços tecnológicos que podem e devem acontecer na escola. O desenvolvimento tecnológico coloca, para as escolas, a necessidade de ensinar novas habilidades básicas tão importantes quanto saber ler e escrever é agora, também, saber mexer com as mídias e as novas tecnologias. A mediação pedagógica exige de toda a escola reflexão e investigação sobre o seu papel diante destas mudanças.

    É importante destacar que a educação para e com as mídias tem sentido quando se faz a educação por meio das mídias. Nesse sentido, considero que seja necessário aprender a operacionalizar tais recursos como TV, VHS, DVD, rádio, computador e internet e entender a linguagem com vista à criação de situações que favoreçam ao aluno integrá-las por meio de roteiros e estratégias criativas, contribuindo significativamente aos processos de ensino e aprendizagem.

    A inserção das mídias no contexto educacional não se dá através de uma disciplina específica, nem da exposição de equipamentos audiovisuais na sala de aula. Para garantir trocas de informações em igualdade de condições, pressupõem-se meios e pessoas qualificadas, além de metodologias reflexivas. Para que isso ocorra, devemos atentar para um importante aspecto que é o domínio do uso das diferentes tecnologias. Outro aspecto, bem mais complexo, é estar preparado para fazer uma análise crítica do uso técnico das diferentes mídias, das diversas informações, em vários campos afins e das formas de comunicação possíveis.

    As mídias são importantes ao contexto da educação física pela possibilidade que oferecem para atividades alternativas, principalmente quando a escola carece de espaço físico, quando o ambiente externo compromete as atividades e a própria qualidade de vida do aluno e do professor (calor, frio, chuva). Mas, é importante ratificar que as mídias não devem substituir as atividades físicas na escola, já que é nesta fase que o aluno deve ser conscientizado da importância da prática regular durante toda a vida. A mídia é apenas uma ferramenta pedagógica alternativa e de complementação.

    A mídia, segundo CAPINUSSÚ (2005), apresenta vantagens no convencimento do público em adotar certas posturas indicadas para a preservação da saúde, sobre a conveniência de seguir hábitos alimentares saudáveis e no conhecimento mais amplo do movimento olímpico. Para viabilizar um entrosamento entre a escola e a mídia, nesse sentido, é importante considerar a interação entre mídia e educação, a partir da educomunicação, que segundo o pensador Mário Kaplum, é o estudo da aplicação dos recursos da multimídia no processo educativo. Ele desenvolve um ecossistema comunicacional, tratando das relações entre professor e aluno, escola e comunidade, a mídia e seu público. “Evolução ininterrupta e vertiginosa da mídia cria “educomunicadores”3 e obriga a escola a rever modelos pedagógicos”, afirma MELO (1998).

    Como exemplo, podemos citar VILELA (2004), que utilizou a internet para promover conteúdos sobre qualidade de vida e atividade física durante seu doutorado, onde conteúdos sobre estes assuntos foram disponibilizados pelo site criado por ele, ou seja, aulas-tema. O desenvolvimento dos conteúdos para cada aula-tema ficava sob a responsabilidade dos grupos separados em trios. Periodicamente cada grupo responsável por uma aula-tema apresentava a todos o que estava sendo elaborado. Segundo ele “discussões, críticas e opiniões foram delineando, ao longo do processo, os conteúdos das aulas-tema. Assim tivemos o privilégio de vivenciarmos o que tanto defendemos neste projeto: a autonomia, que tem um sentido participativo; tínhamos liberdade durante o processo, mas tínhamos também responsabilidades perante o grupo”.

    O novo professor deve começar a utilizar as novas tecnologias, do mais simples às mais complexas. Experimentar, avaliar e experimentar novamente é a chave para a inovação e a mudança desejadas e necessárias. Observamos, ao longo da formação profissional no CEFD/UFSM, que a implementação das tecnologias necessita além de bons professores e domínio técnico, de infraestrutura, isto é, suporte de energia, rede de telefonia, equipamentos e espaço adequado. Em se tratando de tecnologias, não é suficiente ter as ferramentas tecnológicas, mas construir um ambiente de aprendizagem adequado a essa realidade; é investir também em capacitação e atualização do recurso humano (coordenadores, professores e gestores das escolas).

    Sendo assim cabe, principalmente, aos futuros profissionais de educação física estar preparados para tornar a mídia uma aliada das ações pedagógicas na escola para assim desenvolver uma cultura esportiva que torne os alunos capazes de agir, pensar e conviver em sociedade de forma mais crítica e autônoma.

    Os novos desenhos curriculares de educação física, de algumas universidades brasileiras e, entre elas, a UFSM, estão promovendo a inserção das mídias na formação profissional, preparando um profissional capaz de promover uma formação cultural esportiva autônoma em relação à indústria midiática. O professor de Educação Física, mais do que nunca, deve buscar durante sua formação, meios que o qualifiquem para atuar no contexto influenciado pelas mídias considerando que a editoria esportiva, dos meios de comunicação, é aquela que mais agrega pessoas em torno dela.

Notas

  1. O espaço que a área de Educação Física vem ocupando na mídia brasileira nos últimos anos deve-se, em boa parte, ao Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), que tem feito um trabalho para valorizar a área e o profissional de educação física. Tem-se observado que o profissional de educação física tem sido uma fonte constante para os jornalistas, quando abordadas questões envolvendo a educação física e os elementos que a articulam (esportes, dança, ginástica, lutas, etc.).

  2. Com o objetivo de discutir e promover ações pedagógicas inovadoras para a educação física escolar, a partir da mídia e de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação e Mídia na Educação Física e no Esporte (NEP-COMEFE), do CEFD/UFSM, através da Disciplina Complementar de Graduação Mídia e Temas Transversais produziu programas de Rádio e TV chamados “Esporte em Cena”, veiculados pela Rádio Universidade e TV Campus, da UFSM, de maio a julho de 2010. Estes programas envolveram os temas transversais (PCNs), a Copa do Mundo, a mídia e as educação física escolar. Os programas podem ser acessados pelo BLOG wwww.comefe.blogspot.com

  3. Segundo o prof. Ismar de Oliveira Soares, em entrevista ao Wikiducação (www.usp.br/nce/novidades), educomunicacão é o conjunto de atividades voltado para o conhecimento do uso dos meios de comunicação preocupados com a educação numa perspectiva de prática da cidadania. Destaca ainda, que o conceito era utilizado para identificar a área educação para a comunicação, isto é, a educação para a formação do chamado senso crítico frente à mídia, especialmente frente TV. Hoje, no entanto, as pesquisas apontam para uma nova realidade, representada pelas ONGs, que desde 70 vinham usando a comunicação de forma alternativa, que interferia tanto na comunicação quanto na educação. Herbert de Souza, o Betinho, começou a usar essa comunicação para grandes finalidades de cidadania e essa prática ganhou legitimidade. Em 1999, já existiam MC preocupados com a educação, especialmente na área do meio ambiente.

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