Imagem corporal em universitários brasileiros Imagen corporal en estudiantes universitarios brasileños |
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*Universidade Federal de Santa Maria **Universidade Federal do Paraná (Brasil) |
Tatiana Rodrigues da Silva* Guilherme Saenger* Érico Felden Pereira** Maria Amélia Roth* |
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Resumo Objetivo: Realizar um levantamento de estudos sobre percepção da imagem corporal em universitários brasileiros e discutir os principais fatores associados à insatisfação com a imagem corporal neste grupo. Método: Artigos selecionados nas bases de dados PubMed, Scielo e em revistas nacionais da área da Educação Física, sem limite de data de publicação, com amostras de universitários brasileiros. Resultados: Verificou-se que grande parte dos universitários estava insatisfeita com sua imagem corporal, mesmo que considerados eutróficos. Esta insatisfação esteve associada ao sexo, ou seja, as universitárias foram mais insatisfeitas pelo excesso de peso do que o sexo oposto e apresentaram maior desejo de reduzir as medidas corporais. Já no sexo masculino a insatisfação pela magreza leva ao desejo de aumentar as dimensões corporais. Os estudos mostraram altas prevalências de distúrbios alimentares associados bem como distorções na percepção da imagem corporal nos grupos investigados. Conclusões: Os resultados dos estudos com universitários corroboram com as dados apresentados em análises com adolescentes em geral. Altas prevalências de insatisfação com a imagem corporal foram observadas revelando que os universitários formam um grupo de risco para o desfecho analisado. Destaca-se a importância da implementação de ações de promoção da saúde e qualidade de vida nos campus. Unitermos: Imagem corporal. Universitários. Educação em saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
De acordo com Branco et al. (2006), ao retroceder na história, pode-se observar a figura feminina sendo valorizada e representada nas artes com volumosas curvas corporais, ao contrário do que se preconiza atualmente em que a magreza é sinônimo de beleza e aceitação social. O medo de engordar e o desejo persistente de emagrecer, conforme exploram Alves et al. (2008) e Pereira et al. (2009), desencadeiam uma preocupação excessiva com a aparência física levando a distúrbios alimentares, desajustamento social e a busca crescente por procedimentos cirúrgicos, com fins estéticos, em todas as faixas etárias, inclusive na adolescência.
Conforme enfatizam Magalhães et al. (2005) a auto-percepção corporal pode ser influenciada por diversos fatores como: influência familiar; a freqüência de uso de dieta restritiva, que quanto maior mais indicativa de preocupação com o peso corporal; a prática de atividade física; a leitura de revistas que exaltam a utilização de dieta restritiva e a magreza como símbolo de poder e de beleza. Esses indicadores podem predizer a abertura de condutas impróprias na tentativa de "perda de peso" e da "busca do corpo considerado como ideal”.
Para Bosi et al. (2006) as mulheres jovens, por serem mais vulneráveis às pressões dos padrões socioculturais, econômicos e estéticos, constituem o grupo de maior risco para desenvolver distúrbios alimentares. Segundo destacam Nunes et al. (2001) a percepção do peso corporal mostrou um papel mais importante na determinação dos comportamentos alimentares anormais do que o índice de massa corporal (IMC sobrepeso/obesidade). Para Slade et al. (1994), a imagem corporal pode ser definida como uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, da aparência e da forma do corpo, assim como das respostas emocionais a ele associados, sendo que a formação desta imagem está relacionada ao grau de precisão com que o tamanho do corpo é percebido e ao nível de satisfação ou rejeição corporal. Diante do exposto, considerando a lacuna na literatura e a importância dos estudos que investiguem a percepção de imagem corporal em universitários para a implementação de programas de saúde e qualidade de vida nos campis bem como a escassez de trabalhos que sintetizem essa temática, o presente estudo objetivou realizar uma revisão sistemática para analisar a percepção da imagem corporal em universitários.
Método
A revisão sistemática de literatura foi realizada considerando as bases de dados PubMed e Scielo. A busca foi complementada na base Lilacs, e em revistas brasileiras de Educação Física, que ainda não estão indexadas nas bases de dados indicadas. A pesquisa foi realizada sem recorte de período ou de idioma, utilizando os descritores: percepção da imagem corporal (body image) e estudantes universitários (university students). Na primeira busca foram listados 11 artigos. A partir dessa primeira etapa, os artigos selecionados para análise deveriam preencher aos seguintes critérios de inclusão: apresentar dados originais, não serem voltados à investigação de populações com patologias específicas, ou exclusivamente com gestantes, e apresentarem análises de imagem corporal em universitários. Foram selecionadas sete publicações para análise. Os artigos excluídos não apresentaram análises de imagem corporal utilizando-se do tema apenas em contextualizações inicias.
Resultados
A busca de estudos, realizada de acordo com os critérios de seleção, revelou uma lacuna de conhecimento evidenciando um tema pouco explorado pela literatura nacional. Entre os estudos listados, poucos abordaram diretamente a análise da imagem corporal em universitários.
Muitos dos estudos utilizaram como procedimentos de análise da imagem corporal as figuras de silhuetas corporais e questionários, assim como de outros procedimentos como questionário sobre distúrbios alimentares e indicadores antropométricos, como o IMC e dobras cutâneas. Entre os grupos mais suscetíveis a desenvolverem insatisfação da imagem corporal e distúrbios alimentares podem ser apontadas as mulheres, mesmo que os homens também apresentem crescentes indicadores de insatisfação. A seguir foram apresentados maiores detalhes sobre os estudos com os universitários investigados.
A amostra do estudo de Bosi et al. (2006), foi formada de 193 universitárias com média de idade de 20,9 anos (± 2), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fizeram parte do estudo diferentes cursos de graduação: nutrição, medicina, psicologia, educação física, letras e engenharia. Os autores verificaram que as universitárias apresentaram uma média de IMC adequado e com tendências a limites inferiores. Esta tendência do IMC para limites inferiores deve-se os pesos corporais e as estaturas consideradas ideais para as universitárias que divergiram do peso corporal e estatura real, ou seja, as universitárias gostariam de ser mais altas e mais magras. Quanto a análise dos níveis de preocupação com a imagem corporal (BSQ) foi apontado que 59,6% das universitárias não apresentavam alteração da auto-imagem corporal, enquanto 6,2% possuíam distorção grave. Observou-se que 91,7% das universitárias que apresentaram resultado do BSQ normal/leve eram eutróficas, assim como aquelas com resultado do BSQ moderado/grave (82,9%). Das universitárias com resultado de BSQ moderado/grave, 11,4% estavam acima do peso (p=0,026). Com relação à insatisfação com o peso, foi encontrado que 58,7% das alunas com BSQ normal/leve gostariam de perder dois ou mais quilos. Já entre as universitárias que apresentaram BSQ moderado/grave, 94,3% queriam perder dois ou mais quilos (p<0,001).
Coqueiro et al. (2008), analisaram um grupo de 256 universitários, igualmente divididos entre os sexos, com média de idade para o grupo masculino de 22,7 e para o feminino de 23,6 anos em uma universidade pública da região de Florianópolis – SC. Os autores verificaram que a maioria dos universitários (78,8%) estavam insatisfeitos com a própria imagem corporal e que a maior prevalência de insatisfação com a imagem corporal foi nos universitários do sexo masculino. Entre os universitários, uma grande percentagem (49,2%) apresentaram desejo de reduzir o tamanho da silhueta e esta proporção foi maior no sexo feminino; 26,6% dos universitários do sexo masculino desejavam aumentar as dimensões corporais. Quando se analisou um modelo múltiplo, ajustado por sexo, o Σ5DC inadequado foi preditor significante de insatisfação com a imagem corporal entre os universitários que demonstraram inadequação nutricional, possuindo, segundo esse indicador, duas vezes e meia mais chances de serem insatisfeitos com o próprio corpo (IC95% 1,36-4,80) do que aqueles que possuíam adiposidade corporal dentro dos níveis adequados à saúde. Logo os resultados sugerem que o Σ5DC foi o indicador com melhor poder de predição da insatisfação com a imagem corporal em universitários quando comparado ao IMC.
Costa et al. (2010), investigaram 220 universitários, de 55 cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, com média de idade de 20,2 (2,75) anos. Os autores verificaram que 8,3% dos universitários do primeiro ano apresentaram prevalência de atitudes alimentares inadequadas. Estas atitudes alimentares inadequadas apresentam uma prevalência significativamente maior entre os universitários insatisfeitos com a imagem corporal (34,2%), quando comparados com o grupo de universitários satisfeitos com a imagem corporal (2,3%). Os universitários insatisfeitos com a sua imagem corporal apresentaram prevalência de atitudes alimentares inadequadas 13,5 vez maior do que aqueles satisfeitos com a sua imagem corporal. Os universitários considerados eutróficos apresentaram maior prevalência de atitudes alimentares inadequadas (10,3%) quando comparados com aqueles que estavam abaixo do peso (2,9%). No presente estudo apenas a insatisfação com a imagem corporal apresentou associação significativa com a presença de atitudes alimentares inadequadas.
Gonçalves et al. (2008) analisaram dados de 227 estudantes de uma universidade de Taubaté – SP, de ambos os sexos, sendo 149 estudantes de nutrição, com idade média de 22,57 anos, e 78 alunos do curso de educação física, com idade média de 23,65 anos. Os autores observaram na avaliação da percepção corporal que 75,8% dos estudantes de nutrição e 78,2% de educação física encontravam-se insatisfeitos com a forma corporal. A maioria dos alunos se "sentiam" com excesso de peso. Verificou-se diferença entre insatisfação corporal entre os alunos dos sexos masculino e feminino (p<0,05), ou seja, 57,4% e 8,9% dos universitários homens dos cursos de educação física e nutrição, respectivamente; assim como 42,6% e 91,2% das universitárias dos cursos de educação física e nutrição, respectivamente estavam insatisfeitos com a imagem corporal. A proporção de alunos do curso de nutrição que desejavam ser eutróficos foi maior do que no grupo de educação física, que apresentaram maior desejo de aumento da massa muscular (p<0,05). Verificou-se também relação entre a insatisfação corporal e a presença de sintomas de anorexia nervosa.
A amostra do estudo de Kakeshita et al. (2006) foi formada por 106 universitários de universidades públicas ou particulares da região de Ribeirão Preto – SP. Os universitários eram de ambos os sexos e maiores de 18 anos. Com relação à insatisfação com a imagem corporal, expressa pelo desvio entre a meta de IMC desejado e o IMC indicado como atual no método da escolha, a analise mostrou efeito significativo dos fatores classe (p<0,001) e sexo (p<0,01), além da interação entre eles (p<0,01). Os resultados do questionário sobre a imagem corporal mostraram efeitos significativos dos fatores gênero (p<0,001) e classe (p<0,001), mas não da interação entre estes fatores. A análise mostrou que as mulheres apresentam maiores escores quando comparadas aos homens (p<0,05) e que os escores aumentam à medida que aumenta a classe do IMC (p<0,05) para a amostra masculina, mas não para a feminina.
Secchi et al. (2009) conduziram um estudo com 278 universitárias dos cursos de graduação de psicologia, educação física e moda, das cidades de Lages e Florianópolis – SC. A média de idade das universitárias foi de 21,7 (5,4) anos. Os autores identificaram que na análise da percepção do próprio corpo não houve diferença significativa entre os cursos, ou seja, as universitárias dos três cursos perceberam-se acima do ideal. Na análise da satisfação com o corpo não houve diferença significativa entre os cursos, ou seja, as universitárias dos três cursos apresentam-se descontentes com o corpo. A insatisfação com a imagem corporal aumentou de acordo com o aumento do IMC. Os resultados mostraram que as alunas de psicologia realizaram mais frequentemente dietas, uma vez que a maioria delas (78%) já realizou ao menos uma dieta; já as alunas de educação física foram as que recorreram a dietas com menor frequência, sendo que grande parte delas (61,6%) já realizou ao menos uma dieta restritiva, com o objetivo de perda de peso. 49,8% das universitárias pretendem realizar cirurgia no futuro, sendo que 10,4% da amostra já havia se submetido a este tipo de procedimento, percentual que não variou de modo significativo entre os grupos de formação acadêmica.
Quadros et al. (2010) analisaram 874 universitários (504 do sexo masculino), de uma universidade pública da região Sul do Brasil. A média de idade para o sexo masculino foi de 20,4 anos e para o sexo feminino de 20,9 anos. Os autores verificaram que a maioria dos universitários encontrava-se com peso normal. Entretanto, uma parcela significante da amostra apresentou baixo peso (8,0%) e excesso de peso (15,4%). Este excesso de peso foi mais prevalente entre homens e o baixo peso entre as mulheres. Em relação á insatisfação com a imagem corporal a prevalência entre os universitários investigados foi de 77,6%, sendo que a maior a insatisfação por excesso de peso (46,1%) do que por magreza (31,5%). Os autores observaram que indivíduos do sexo masculino apresentaram maior prevalência de insatisfação por magreza, enquanto que seus pares do sexo feminino relataram maior insatisfação por excesso de peso. Grande percentual de universitários com IMC classificado como normal apresentaram insatisfação com a imagem corporal.
Análises
De acordo com Bosi et al. (2006) os valores do IMC informados e desejados sugerem um desejo de adequação ao padrão ideal de corpo na atualidade. O mesmo ocorre com os valores do peso e da estatura, levando a supor uma forte influência do imaginário referente aos ideais de beleza na sociedade brasileira sobre os universitários (incluindo futuras nutricionistas) no que se refere ao desejo de atingir o padrão das modelos expostas pela mídia. Esses dados confirmam que a percepção do peso corporal se sobrepõe ao IMC, ou seja, a forma como a pessoa se percebe é mais decisiva do que a massa corporal em si, podendo influenciar alterações importantes do comportamento alimentar.
Já para Coqueiro et al. (2008) tanto o sexo quanto o IMC não foram preditores significativos de insatisfação com a imagem corporal, já que grande parte dos indivíduos, independentemente da classificação do IMC (adequado ou inadequado), apresentaram insatisfação com o seu tamanho e forma corporais. Esta insatisfação com as formas corporais (silhuetas) pode ser explicada pelo fato de as mulheres superestimarem a imagem corporal e os homens a subestimarem (Kakeshita et al. 2006).
Costa et al. (2010) justifica que os diferentes percentuais encontrados para atitudes alimentares anormais pode ser parcialmente explicada pela diferença na faixa etária, formação cultural, diferentes níveis de exposição ao assunto, e fatores de risco. As atitudes alimentares inadequadas tiveram associação com a insatisfação com a imagem corporal. O aumento na prevalência da anorexia nervosa tem ocorrido no mesmo momento em que uma maior ênfase foi colocada na magreza da mulher como uma expressão de atração sexual tornando o sobrepeso e a obesidade altamente estigmatizada e condição rejeitada. Além disso, o modelo de beleza imposto pela sociedade moderna, o que corresponde a um corpo magro, não leva em consideração aos aspectos relacionados com a saúde e as diferenças na parte física da população.
Gonçalves et al. (2008) ratifica os achados de Costa et al. (2010) e destaca que a indústria cultural, pelos meios de comunicação, encarrega-se de criar desejos e reforçar imagens padronizando corpos. E que o sexo feminino, de maneira geral, é muito vulnerável à aceitação das pressões sociais, econômicas e cultural associada aos padrões estéticos.
Secchi et al. (2009) destacam que uma das formas de minimizar a dissonância entre a imagem atual e a ideal percebidas seria a realização de cirurgias estéticas. O contexto da representação relacionada à beleza e à aparência física como sinônimo de poder nas relações interpessoais é semanticamente próximo àquele que relaciona o corpo a um veículo da subjetividade e da personalidade identificado nos estudantes de moda. Oposto a esses contextos, organiza-se outro associado a estudantes de educação física, que aborda a existência de padrões de beleza relacionados ao corpo feminino, estipulados socialmente e simbolizados pela saúde e pela magreza. Portanto o corpo feminino é representado como algo que deve ser dotado de beleza, magreza, poder e status, exercer atração e, além disso, ser saudável.
De acordo com Kakeshita et al. (2006) a exaltação da magreza na sociedade contemporânea, com corpos tão esguios quanto inalcançáveis pela maioria da população, configura uma situação de permanente insatisfação pessoal. Tal insatisfação poderia ser um importante fator ambiental, contribuindo para o estresse característico da vida moderna, condição esta também fortemente associada ao quadro de morbimortalidade atual. O fato de mulheres, mesmo com peso adequado para a estatura, desejarem pesos ainda menores é preocupante. Certamente essa distorção da imagem corporal encontra raízes nos meios de comunicação de massa que privilegiam modelos de beleza que possuem pesos para estatura próximos ou mesmo semelhantes a pacientes portadores de distúrbios alimentares como anorexia nervosa e bulimia. Esses modelos de beleza divulgados pela mídia exercem efeitos sobre o comportamento e o estabelecimento de hábitos alimentares entre adolescentes do sexo feminino; as mulheres com sobrepeso estão provavelmente sujeitas a maior sofrimento psicológico quando comparadas às eutróficas ou mesmo obesas, conforme sugerem os resultados do questionário sobre imagem corporal.
Quadros et al. (2010) discutem que a insatisfação com a imagem corporal esta associada à depressão, baixa auto-estima e percepção negativa da qualidade de vida. Destaca que o excesso de peso tem sido apontado como um problema de saúde pública. No entanto, nota-se que uma grande proporção dos universitários investigados, classificada como peso normal de acordo com o IMC, relatou insatisfação com a imagem corporal, indicando contradições entre a avaliação de saúde e da estética. Essas divergências, possivelmente, estão relacionadas a uma preocupação exagerada com a estética corporal imposta pela mídia, fazendo com que o padrão de beleza idealizado não corresponda aos padrões considerados adequados para a saúde. E que o desejo das mulheres pela redução do tamanho da silhueta corporal pode contribuir para a ocorrência de distúrbios alimentares, e para os homens pode estimular um transtorno comportamental denominado vigorexia. Logo, a prevalência de insatisfação por excesso de peso é cada vez mais evidente em mulheres enquanto que uma maior proporção de homens relata insatisfação por magreza (traduzida como pouca massa muscular), independente do estado nutricional.
Embora esta temática tenha sido desenvolvida por um número restrito de estudos as tendências gerais encontradas revelaram insatisfação dos universitários com a imagem corporal, apesar de muitos serem considerados eutróficos. A insatisfação dos universitários com a imagem corporal esteve relacionada à presença de distúrbios alimentares, ao desejo de reduzir medidas (mais presente no grupo feminino), de aumentar dimensões corporais (mais presente no grupo masculino) e excesso de peso. Sendo assim destaca-se a importância de mais estudos abordando este tema nos meios acadêmicos, principalmente entre universitários da área da saúde, pois estes futuros profissionais atuarão diretamente na detecção de distúrbios alimentares, na promoção da saúde e da qualidade de vida da população. Sugere-se novos estudos investigando outras variáveis que possam estar associadas à insatisfação com a imagem corporal entre os universitários como: a influência da família e amigos, a escolha do curso, a pressão exercida pela mídia, hábitos alimentares, prática de exercícios físicos, nível socioeconômico, dentre outros. Além disso, intervenções em educação e saúde neste contexto são necessárias.
Referências
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Slade PD. What is body image? Behaviour Research and Therapy 1994; 32(5):497-502.
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