Handebol: importância do esporte na escola El balonmano (handball): la importancia del deporte en la escuela |
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*Ms. em Psicologia Universidade Federal de Santa Catarina Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina **Especialista em Fisiologia do Exercício Físico Professor da UNISUL. Técnico de Handebol |
Patrícia Barbosa Martins Trichês* José Roberto Trichês** (Brasil) |
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Resumo Este estudo tem como objetivo mostrar a importância do desenvolvimento esportivo dentro do ambiente escolar. O esporte tem com finalidade pedagógica vários tipos desenvolvimentos na criança, um desenvolvimento global, biopsicossocial e o handebol pode ser utilizado para este mesmo fim. O handebol é muito praticado nas escolas e pode proporcionar o desenvolvimento das habilidades motoras que são essenciais para um bom crescimento infantil. Este trabalho mostra esta importância do esporte na escola através de uma breve revisão de literatura. Unitermos: Importância do esporte na escola. Desenvolvimento biopsicossocial. Handebol.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Cada vez mais os esportes vêm revolucionando as escolas do país. A preocupação no ensino vem crescendo e uma maneira de incentivo aos alunos é buscar o desenvolvimento nos esportes. Por isso, a importância do esporte na educação.
A prática esportiva como instrumento educacional visa o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adolescentes, capacita o sujeito a lidar com suas necessidades, desejos e expectativas. Bem como, as necessidades, as expectativas e os desejos de pessoas próximas, de forma que o aluno possa desenvolver as competências técnicas, psico-cognitivas, sociais e comunicativas, essenciais para o seu processo de desenvolvimento individual.
O esporte como instrumento pedagógico, precisa se integrar às finalidades gerais da educação, como o desenvolvimento das individualidades, a formação para a cidadania e a orientação para a prática social.
O campo pedagógico do esporte além de ampliar o campo experimental do aluno, cria obrigações, estimula a personalidade cognitiva e física, e oferece chances reais de integração social.
Na Declaração de Punta del Este – 1999, na III Conferência de Ministros de Esportes, no qual foi discutido a importância do esporte, concluíram que a Educação Física e Esporte é como um elemento essencial e uma parte integral do processo de educação continuada e desenvolvimento humano e social.
Estas atividades podem também contribuir para coesão social, tolerância mútua e a integração de etnias diferentes e minorias culturais. Eles enfatizam a importância da Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas como ponto principal para Educação Física e Esporte no Sistema das Nações Unidas.
Nesta era da globalização, os ministros notam a necessidade de esforço renovado para o diálogo e cooperação entre o Norte-Sul. E, assim sendo, estimula países doadores e as entidades financeiras internacionais para reconhecer a Educação Física e Esporte como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento com vistas a reduzir as diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, e mobilizar recursos através de programas oficiais de desenvolvimento assistencial.
Eles também notam a necessidade, e pedido de ajuda da UNESCO, para a inclusão da Educação Física e Esporte como indicador de Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas no mesmo nível da Educação, Saúde e Meio-ambiente.
Estão profundamente interessados em notar que, apesar de programas de esporte de elite e Esporte para Todos, em anos recentes, as oportunidades para crianças participarem em Educação Física tem sido significativamente reduzida. Isto é verificado no tempo requerido para a Educação Física escolar que não tem sido respeitado e da mesma maneira vem sendo substancialmente reduzido em muitos países em razão de outras prioridades.
A redução de programas de Educação Física, além disso, tem contribuído para um aumento significativo da delinqüência e violência juvenil e aumento de custos médicos e sociais.
Estudos indicam que em níveis internacionais para $ 1 investido em atividade física tem-se uma economia de $ 3.2 em custos médicos. Neste contexto, eles endossam a Agenda de Berlim para a Chamada à Ação adotada pela “World Summit on Physical Education” em 1999, e encorajam os Estados Membros a assegurar que a Educação Física e Esporte esteja incorporada em programas escolares ou, no mínimo, que seus requerimentos legais com respeito aos programas de Educação Física no currículo escolar sejam encontradas.
Os ministros identificam que, embora um progresso substancial têm sido produzido em todo mundo, as mulheres ainda estão pouco representadas como participante, treinadoras, árbitras e dirigentes no esporte.
Eles advertem os Membros de Estados e grupos esportivos a empreenderem um curso de ação para aumentar o envolvimento de meninas e mulheres na educação física e esporte em todas as capacidades de nível regional, nacional e local, usando a Convenção das Nações Unidas de 1979 na Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra Mulheres e a Declaração de Brighton sobre Mulheres e Esporte como documentos de referência.
Os valores éticos do esporte devem ser enfatizados e desejam que todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, trabalhem juntos para combater o comportamento antiético, sobretudo quanto ao doping no esporte.
História do handebol
A bola é sem dúvida um dos instrumentos desportivos mais antigos do mundo e vem cativando o homem há milênios. O jogo de “Urânia” praticado na antiga Grécia, com uma bola do tamanho de uma maçã, usando as mãos, mas sem balizas é citado por Homero na Odisséia.
Também os Romanos, segundo Cláudio Galero (130-200 DC), conheciam um jogo praticado com as mãos, “Hasparton”. Mesmo durante a Idade Média, eram os jogos com bola, praticados como lazer por rapazes e moças. Na França, Rabelais (1494-1533) citava uma espécie de handebol (“esprés jouaiant à balle, à la paume”).
Em meados do século passado (1848), o Prof. dinamarquês Holger Nielsen criou no Instituto de Ortrup, um jogo denominado “Haaddbold” determinando suas regras. Na mesma época dos tchecos conheciam jogo semelhante denominado “Hazena”.
Fala-se também de um jogo similar na Irlanda, e no “Sallon”, do uruguaio Gualberto Valetta, como precursor do handebol. Todavia, o handebol como se joga hoje, foi introduzido na última década do século passado, na Alemanha, como “Raftball”. Quem o levou para o campo, em 1912, foi o alemão Hirschmann, então secretário da Federação Internacional de Futebol.
O período da primeira Grande Guerra (1915 a 1918) foi decisivo para o desenvolvimento do jogo, quando o Prof. de ginástica Berlinense Max Heiser, criou um jogo ao ar livre para as operárias da Fábrica Siemens, derivado do “Torball” e quando os homens começaram a praticá-lo o campo foi aumentando para as medidas do futebol.
Em 1919, o Prof. Alemão Karl Schelenz reformulou o “Torball”, alterando seu nome para “Handball” com as regras publicadas pela Federação Alemã de Ginástica, para o jogo com 11 jogadores. Schelenz levou o jogo como competitivo para a Áustria, Suíça além da Alemanha. Em 1920 o Diretor da Escola de Educação Física da Alemanha tomou o jogo como desporto oficial. Cinco anos mais tarde, Alemanha e Áustria fizeram o 1º jogo internacional, com vitória dos austríacos por 6 a 3.
Na reunião de agosto de 1927 do Comitê de Handebol da IAAF adotaram as regras alemãs como as oficiais, motivando a que na 25ª sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizado no mesmo ano, fosse pedida a inclusão do handebol no programa olímpico.
Como crescia o número de países praticantes, o caminho foi a independência da IAAF, o que aconteceu no dia 4 de agosto de 1928, no Congresso de Amsterdã, quando 11 países escolheram o americano Avery Brundage como membro da Presidência da FIHA.
O COI então decidiu em 1934 que o handebol seria incluído nas olimpíadas de Berlim de 1936, o que realmente aconteceu com a participação de 6 dos 26 países então filiados, com a Alemanha vencendo a Áustria no jogo final por 10 a 6, perante 100.000 pessoas no Olympia Stadium de Berlim.
Dois anos mais tarde, também na Alemanha, foi disputado o primeiro campeonato mundial, tanto no campo (8 participantes) como no salão (apenas 4 concorrentes). Tão logo terminou a Guerra Mundial, os dirigentes de handebol reuniram-se em Copenhague e fundaram a atual Federação Internacional com sede na Suécia sob a presidência do sueco Costa Bjork. Em 1950 a sede da IHF mudou-se para a Basiléia, na Suíça.
Mesmo sem a participação dos alemães, criadores do jogo, os campeonatos mundiais foram reiniciados no campo em 1948 (para homens) em 1949 (para mulheres). No salão, já com os alemães, os certames foram reiniciados em 1954.
Por razão climática, falta de espaço pela preferência do futebol e pelo reconhecimento de que era mais veloz, o handebol de salão passou a ter a preferência do público e a modalidade se impôs, a ponto de ser suspensa a realização de campeonatos mundiais de campo, desde 1966. Hoje, o handebol leva multidões aos ginásios, principalmente na Europa, onde os grandes astros são bem pagos e reconhecidos.
O handebol vem realizando a cada quatro anos seus campeonatos mundiais e olímpicos, estes desde 1972 no masculino e desde 1976 no feminino. União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Oriental e Ocidental, Suécia, Dinamarca, Hungria, Romênia e Espanha são destaques na Europa. Nos outros continentes a Coréia, Japão (Ásia). Argélia e Tunísia (África) e Cuba, Estados Unidos, Brasil (América) têm obtidos melhores resultados em ambos os sexos.
O Handebol é mais uma das modalidades desportivas que o Velho Mundo nos enviou. Anteriormente, o handebol já apresentou grandes distinções em termos de preferência entre o que se chamou Handebol de campo e handebol de Salão. Hoje, a carência de locais no Brasil, ou melhor, a maior disponibilidade de quadras e não de campos, fez prevalecer o handebol de salão, que absorveu a prática da modalidade em todo País.
No início, quando o desporto foi introduzido no Brasil, foram creditados ao handebol de campo os méritos da organização oficial e do reconhecimento da modalidade como desporto oficial no Brasil.
A primeira Federação de handebol foi a Federação Paulista e o primeiro campeonato oficial da modalidade, disputado no Brasil, ocorreu na cidade de São Paulo, não tendo sido, entretanto, certame estadual e sim um campeonato da capital.
Atualmente, nem a própria Federação Paulista de handebol promove competições de handebol de campo. Conseqüentemente, a Confederação Brasileira de Handebol destina-se, também, exclusivamente, ao handebol de salão.
Essa modalidade do desporto foi, em nosso País, a que mais fez sentir a influência das competições estudantis. Daí, o handebol ganhou o povo e pela prática reiterada alcançou foros de desporto comunitário de alto nível.
Suas características, facilidade de na aprendizagem e execução natural dos fundamentos, permitiram o emprego da velocidade, movimentação, força nos arremessos, habilidade no manejo da bola, além de proporcionar aos mestres a possibilidade de educar pelo jogo.
O handebol veio para o Brasil por volta de 1930. Difundiu-se inicialmente em São Paulo onde, em 16 de fevereiro de 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol. Inicialmente, o handebol foi praticado por onze jogadores isoladamente, por grupos de colônias estrangeiras e por alguns clubes classistas e equipes de firmas comerciais. Mais tarde, este esporte obteve grande difusão nos meios estudantis, graças aos professores de educação física, que desenvolveram um trabalho de profundidade nas escolas primárias.
Atualmente já se consolidou em grande numero de escolas secundárias e clubes.
A exemplo do futebol, o árbitro, por sorteio antes do inicio da partida, permitirá ao capitão da equipe favorecida no sorteio, que escolha entre a saída da bola ou a escolha do meio campo que pretende defender no primeiro tempo de jogo.
No momento da saída as equipes deverão permanecer com todos os seus jogadores no campo de defesa, devendo ser mantido um afastamento de três metros no mínimo da equipe adversária em relação á linha que divide a quadra.
A saída pode ser dada em qualquer direção, após a autorização do juiz. Nenhuma equipe pode iniciar o jogo sem que apresentem em campo no mínimo cinco jogadores e no máximo sete jogadores dos doze que compõem a equipe. Se ocorrer o fato de uma equipe não apresentar os cincos jogadores pelo menos, para iniciar o jogo, será desclassificada e a vitória será da equipe adversária por WxO.
O atleta de Handebol tem que ter um excelente preparo de suas capacidades físicas, psicológicas e técnicas para a sua prática.
Com a evolução técnica e tática da defesa, que cada vez mais procura forçar o erro adversário, pelas constantes saídas e pressão nos atacantes, hoje é imprescindível o bom domínio das técnicas de ataque e defesa, pois vence o jogo quem cometer menos erros técnicos (passe e recepção errada, duplo drible, falta de ataque, mais que três passos, arremesso, etc.).
Após a I Grande Guerra Mundial, um grande número de imigrantes alemães vieram para o Brasil estabelecendo-se na região sul por conta das semelhanças climáticas.
Dessa forma os brasileiros passaram a ter um maior contato com a cultura, tradição folclórica e por extensão as atividades recreativas e desportivas por eles praticadas, dentre os quais o então Handebol de Campo. Foi em São Paulo que ele teve seu maior desenvolvimento, principalmente quando em 26 de fevereiro de 1940 foi fundada a Federação Paulista de Handebol, tendo como seu 1° presidente Otto Schemelling.
O Handebol de Salão somente foi oficializado em 1954 quando a Federação Paulista de Handebol instituiu o I Torneio Aberto de Handebol que foi jogado em campo improvisado ao lado do campo de futebol do Esporte Clube Pinheiros, campo esse demarcado com cal (40x20m e balizas com caibros de madeira 3x2m).
Este Handebol praticado com 7 jogadores e em um espaço menor agradou de tal maneira que a Confederação Brasileira de Desportos - CBD órgão que congregava os Desportos Amadores a nível nacional, criou um departamento de Handebol possibilitando assim a organização de torneios e campeonatos brasileiros nas várias categorias masculina e feminina.
Contudo, a grande difusão do Handebol em todos os Estados adveio com a sua inclusão nos III Jogos Estudantis Brasileiros realizado em Belo Horizonte-MG em julho de 1971 como também nos Jogos Universitários Brasileiros realizado em Fortaleza-CE em julho de 1972. Como ilustração, nos JEB's/72 o Handebol teve a participação de aproximadamente 10 equipes femininas e 12 masculinas, já em 1973 nos IV JEB's em Maceió-AL tivemos cerca de 16 equipes femininas e 20 masculinas.
A atual Confederação Brasileira de Handebol - CBHb foi fundada em 1º de junho de 1979, tendo como primeira sede São Paulo e o primeiro Presidente foi o professor Jamil André.
Importância do handebol na escola
O handebol contribui e forma efetivo nas capacidades coordenativas dos seus praticantes, a percepção e conhecimento do seu próprio corpo, a percepção e estruturação espacial.
Inclusive ocasiona a aquisição das habilidades motoras fundamentais no processo de socialização da criança; assim como, o desenvolvimento das capacidades motoras.
Este esporte proporciona o desenvolvimento das habilidades de locomoção e de manipulação, o estímulo do padrão inicial e elementar.
Outro fator de destaque é que a modalidade do handebol sendo um jogo é de extrema importância na atividade motora da criança, no desenvolvimento da tomada de decisão, e no exercício do cumprimento de suas regras;na caracterização das noções espaciais e de espaço de jogo.
Conclusão
Pode-se perceber como o handebol pode ser um meio de grande importância no desenvolvimento biopsicossocial de seus praticantes, através do desenvolvimento necessário para a prática deste esporte.
Pode-se concluir inclusive que a prática esportiva como instrumento educacional visa o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adolescentes, capacita o sujeito a lidar com suas necessidades, desejos e expectativas.
O esporte como instrumento pedagógico, precisa se integrar às finalidades gerais da educação, como o desenvolvimento das individualidades, a formação para a cidadania e a orientação para a prática social.
O campo pedagógico do esporte além de ampliar o campo experimental do aluno, cria obrigações, estimula a personalidade cognitiva e física, e oferece chances reais de integração social e o Handebol que está incluído neste processo pode servir como um instrumento positivo dentro deste contexto importante para a área da Educação Física escolar.
Referências bibliográficas
EHRET, A. et al. Manual de Handebol: treinamento de base para crianças e adolescentes/; Organizado pela Confederação Alemã de Handebol (CAHb); tradução e revisão científica: Pablo Juan Greco, São Paulo: Phorte, 2002.
GARCÍA, Juan. Balonmano: Táctica Grupal Ofensiva, Concepto, estructura y metodología. Gymnos Editorial.
SANTOS, Ana. Manual de Mini-Handebol. São Paulo: Phorte, 2003.
Site da Confederação Brasileira de Handebol - cbhb.mundozero.com.br/
TENROLLER, Carlos. Handebol: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: 2ª Edição: Sprint, 2005.
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