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Exercício físico e hipertensão arterial sistêmica

Ejercicio físico e hipertensión arterial sistémica

 

*Instituto Passo 1. Uberlândia, MG

**NEPAGE, Faculdade Atenas, Paracatu

FISIOEX – Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC – Unerlândia

***NEPAGE -Faculdade Atenas – Paracatu

Universidade de Brasília – UNB

(Brasil)

Hércules Antônio da Silva Souza*

herculesgate@hotmail.com

Thiago Montes Fidale**

thiagofidale@hotmail.com

Msc. Alexandre Gonçalves***

profalexandre09@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A Hipertensão Arterial é uma doença altamente prevalente em nosso meio, sendo considerada como um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares. Seu alto custo social é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho em nosso país. Este trabalho de revisão bibliográfica teve como objetivo verificar a influência do exercício físico na hipertensão arterial, tendo em vista tratar-se de um método terapêutico não-medicamentoso, que vem demonstrando grande proficiência, quando da sua aplicação, no processo de mitigação dos índices pressóricos do paciente hipertenso. O referencial teórico, contido nesse trabalho, possibilitou-nos uma melhor compreensão acerca dos tipos de exercícios mais convenientes a serem prescritos, seus principais efeitos e os cuidados a serem tomados com relação ao paciente, observando que os resultados dependem essencialmente do sinergismo entre o paciente e os exercícios prescritos, exclusivamente, pelo Professor de Educação Física.

          Unitermos: Hipertensão Arterial. Exercício físico. Prescrição de exercício físico.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Estudos epidemiológicos consideram a Hipertensão Arterial (HA), um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares. Trata-se de uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cárdicas e vascular), que acomete cerca de 15 a 20% da população adulta brasileira, com mais de 18 anos, chegando a índices de 50% das pessoas idosas, possuindo também considerável prevalência em crianças e adolescentes (DUNCAN & Col. 1999).

    A HA, é definida como tendo valores de pressão arterial sistólica (PAS) > 160 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD)  > 95 mmHg. A hipertensão limítrofe é aquela com valores sistólicos de 140 a 160 mmHg e diastólicos de 90 mmHg. A normatização é a pressão arterial sistólica < 140 mmHg e diastólica < 90 mmHg (KOCHAR & WOODS, 1990). 

    No Brasil, de acordo com estudo realizado por Lima & Col. (2000), as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas, sendo que, HA foi reconhecidamente o fator que mais contribui para a etiologia desses eventos. Por este motivo, a identificação e o tratamento de pacientes com HA passou as ser considerado um problema de saúde pública do país.

    Dentre os esforços emanados no sentido de mudar este panorama, destacamos os trabalhos realizados pelo Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (CBHA) que no seu III encontro, realizado em 1999, produziu um documento contendo diretrizes que permitem os profissionais da saúde elaborar estratégias voltadas para o diagnóstico e tratamento da HA. Neste caso, uma das medidas a serem adotadas trata-se da terapia não-medicamentosa, com base nas modificações no estilo de vida, tendo como vetor a prática de Exercício Físico (EF).

    A prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde do mundo, como American College of Sports Medicene, os Centers for Disease Control and Prevention, a American Heart Association, o National Instites of Health, O US Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), entre outras.

    Sendo assim, o objetivo desta revisão bibliográfica consiste em demonstrar a influência do EF na HA, seus efeitos fisiológicos, bem como a quantidade e modalidade de exercícios necessários para esse fim.

2.     Exercício físico e hipertensão arterial.

    O EF é uma atividade realizada com repetições sistemáticas de movimentos orientados, com conseqüente aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular, gerando, portanto, trabalho (BARROS, 1999). Wilmore & Costill (2003) consideram o EF como um subgrupo de atividade física planejada com a finalidade de manter o condicionamento.

    Brum et al. (2004) define o EF como a situação que retira o organismo de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada e conseqüentemente, do organismo como um todo. Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular durante o EF.

    Estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado efeitos benéficos da prática de EF sobre a pressão arterial (PA) em indivíduos de todas as idades. O EF realizado regularmente provoca adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular (RONDON & BRUM, 2003). Há, portanto, aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade (ARAÚJO, 2001).

    Programas bem elaborados de EF atestam essas afirmativas, uma vez que, observa-se em seus resultados, a diminuição significativa da PAS e PAD, tanto de indivíduos hipertensos como normotensos (WHELTON & Col., 2002). Entretanto, é importante ressaltar que a elaboração desses programas leva em consideração alguns fatores considerados bastante relevantes, sobre os quais discorreremos a seguir.

3.     Prescrição de exercício físico

    McArdle & Col. (1998) sugerem que na prática, a prescrição de EF com o objetivo de obter efeito fisiológico de treinamento, seja na melhora do condicionamento físico ou a prevenção e tratamento de doenças, como a HA, devem ser levados em consideração quatro princípios básicos, sendo eles:

  1. Princípio da sobrecarga: para que haja uma resposta fisiológica ao treinamento físico, é necessário que esse seja realizado numa sobrecarga maior do que se está habituado, a qual pode ser controlada pela intensidade, duração e freqüência do exercício.

  2. Princípio da especificidade: caracteriza-se pelo fato de que modalidades específicas de exercício desencadeiam adaptações específicas que promovem respostas fisiológicas específicas;

  3. Princípio da individualidade: a prescrição do EF deve respeitar a individualidade biológica de cada indivíduo, pois a mesma sobrecarga e modalidade de exercício irá provocar respostas de diferentes magnitudes em diferentes indivíduos;

  4. Princípio da reversibilidade: caracteriza-se pelo fato de que as adaptações fisiológicas promovidas pela realização de EF retomam ao estado original de pré-treinamento quando o indivíduo retorna ao estilo de vida sedentário.

    Após ter sido considerado cada um desses princípios, o passo seguinte consiste em identificar o tipo de EF mais apropriado para a prescrição. Neste caso, a demanda metabólica é quem determina a natureza ou característica do EF havendo, portanto, uma dicotomia que classifica o EF em exercício físico aeróbio (EFA) e anaeróbio (EFAn).

    É imperativo que o significado da cada um destes exercícios, bem como a influência de suas variáveis – intensidade e volume - seja objeto de conhecimento e de domínio por parte do profissional de saúde que irá prescrever e/ou até mesmo administrar a terapia não-medicamentosa a um sujeito hipertensivo.

3.1.     Exercício físico aeróbio (EFA)

    O EFA é aquele que se refere ao uso de oxigênio no processo de geração de energia dos músculos. Esse tipo de exercício trabalha uma grande quantidade de grupos musculares de forma rítmica. Andar, correr, nadar e pedalar são alguns dos principais exemplos de EFA (WIKIPÉDIA, 2009).

    Os EFA típicos são contínuos e prolongados, realizados com movimentos não muito rápidos. Esta categoria de exercício vem demonstrando grande eficiência quanto a aquisição de índices reduzidos de doenças cardiovasculares.

    Uma metanálise de 54 estudos longitudinais randomizados controlados, examinando o efeito do EFA sobre a PA, demonstrou que essa modalidade de exercício reduz, em média, 3,8mmHg e 2,6mmHg a PAS e PAD, respectivamente (WHELTON & Col., 2002).

    Reduções de apenas 2mmHg na PAD podem diminuir substancialmente o risco de doenças e mortes associadas à hipertensão Cook & Col. (1995), o que demonstra que a prática de EFA representa importante benefício para a saúde de indivíduos hipertensos.

3.2.     Exercício físico anaeróbio (EFAn)

    É um tipo de EF em que predomina o fornecimento de energia por processos metabólicos que não evolvem o oxigênio. São atividades breves de alta intensidade nas quais o metabolismo anaeróbio acontece nos músculos (WIKIPEDIA, 2009).

    Há dois tipos de sistema de geração de energia anaeróbia: o ATP-CrP (adenosina trifosfato e creatina fosfatada) como principal fonte de energia, e o ácido lático (ou glicólise anaeróbia) que usa glicose na ausência de oxigênio.

    Exemplos de EFAn incluem exercícios contra-resistência (musculação), sprints, saltos; qualquer exercício que consista de movimentos rápido de alta intensidade.

    Mesmo que o exercício mais prescrito visando reduzir a HA seja o aeróbio, o exercício contra-resistência vem sendo cada vez mais indicado, sendo especialmente benéfico no controle ponderal de pessoas mais velhas, que comumente sofrem conseqüências devido à perda de massa magra (ACSM, 2002).

    No entanto, o comportamento da PA logo após o exercício contra-resistência permanece pouco definido na literatura. Alguns estudos como os de autoria de Hardy & Tucker (1999) e Fischer (2001), mostram reduções na PA após o esforço, mas outros dados Roltsch et al. (2001) não reportam alterações ou mostram aumento (O’CONNOR & Col., 1993).

    Outrossim, existe um consenso de que o programa de exercício contra-resistência seja progressivo em relação a certos parâmetros, como intensidade, seleção e ordem dos exercícios, número de séries e duração do intervalo de repouso.

4.     Variaveis condicionantes ao exercício físico

    Na elaboração de um plano de treinamento voltado para o sujeito com HA além dos princípios básicos que dão fundamentação ao EF, já mencionados, outro aspecto deve merecer atenção especial em razão do grau de influência que exerce sobre o resultado almejado. Trata-se, portanto, do controle de fatores variáveis como a intensidade do exercício, o volume e o intervalo de recuperação.Veremos, a seguir, a definição que alguns estudiosos dão a cada uma dessas variáveis.

a.     Volume

    Kraemer & Häkkinen (2004), alegam que o volume dá uma indicação da quantidade total de trabalho completada durante o treinamento. Numa semelhante definição Bompa (2002) enfatiza que volume significa a quantidade total da atividade realizada no treinamento.

b.     Intensidade

    A intensidade do treinamento está relacionada tanto à força da ação muscular (isto é, treinamento de força) quanto ao estresse imposto ao sistema cardiovascular (isto é, treinamento aeróbio) (WILMORE & COSTILL, 2001).

    Considerado um importante fator do treinamento, a intensidade é a quantidade máxima de trabalho que o sujeito realiza em uma unidade de tempo (BOMPA, 2002).

    Wilmore e Costill (2001), afirmam que do ponto de vista prático, em geral relacionamos a intensidade do esforço com a capacidade de geração de energia ou com uma porcentagem do VO2máx do indivíduo. Isto significa que quando a força muscular é baixa, a demanda de energia é baixa e, na medida em que a intensidade do treinamento aumenta a depleção energética também aumenta.

c.     Recuperação e freqüência de treinamento

    Um treinamento, para ser efetivo, tem que contar com o emprego constante e permanente dos métodos de recuperação (BOMPA, 2002). A recuperação facilita a restauração após o treinamento e mantém o estado de capacidade física e psicológica dentro dos níveis considerados ideais. Daí a importância de se periodizar a freqüência de treinamento, para que não ocorra “estafa” ou síndromes crônicas de sobrecarga.

5.     Exercício físico ideal

    Tem sido preconizado, que a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física (podendo ser formal ou de lazer, de maneira contínua ou acumulada em sessões de pelo menos 10 minutos), de intensidade no mínimo moderada (nível 12 na escala de Borg1 - fig. 1), realizada na maioria dos dias da semana (de preferência todos), em que haja um dispêndio total de 700 a 1.000kcal (quilocalorias) por semana, possibilita a manutenção da saúde e prevenção de uma grande variedade de doenças crônicas degenerativas (PATE & Col., 1995).

    No entanto, para que os benefícios e segurança à saúde da prática regular de atividade sejam maximizados, é necessário que haja uma prescrição de exercícios que considere as necessidades, metas, capacidades iniciais e história do paciente (POLLOCK & WILMORE, 1993).

    A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos iniciem programas de exercício físico regular, desde que submetidos à avaliação clínica prévia. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizados com freqüência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio (IV DBH, 2002).

Figura 1. Escala de Borg de percepção subjetiva de esforço

    A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos iniciem programas de exercício físico regular, desde que submetidos à avaliação clínica prévia. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizados com freqüência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio (IV DBH, 2002).

    Em relação aos EFA, tem sido recomendado que eles sejam realizados de três a seis vezes por semana, com intensidade de 40 a 85% da FCR2 (40 a 85% do VO2 máx. ou 55 a 90% da FCmáx ou nível 12 a 16 na escala de Borg), e duração de 20 a 60 minutos (ACSM, 1998).

    Este mesmo órgão enfatiza o fato de que maiores intensidades de exercício estão associadas à maior risco cardiovascular, lesão ortopédica e à menor aderência a programas de EF, recomendando para o caso de indivíduos sedentários e com fatores de risco para doença cardiovascular exercícios com intensidade moderada (50 a 70% da FCR e níveis 12 e 13 na escala de Borg) e prolongada duração (30 a 60 minutos).

    EF muito intenso, realizado acima de 80% da freqüência cardíaca de reserva, ou 80% acima do consumo máximo de oxigênio, tem pouco efeito a PA de hipertensos (CBHA, 1999).

    Mormente aos exercícios resistidos Fletcher et al. (2001), Pollock & Wilmore (1993) e o ACSM (1998) recomendam uma série de oito a 12 repetições (10 a 15 para indivíduos acima de 50/60 anos), com intensidade de 50 a 70% da carga máxima3 (13 a 15 na escala de Borg), realizadas com oito a 10 exercícios que trabalhem todos os grandes grupos musculares, duas a três vezes por semana.

    É importante ressaltar que todas as sessões de EF, tanto aeróbio como resistido, devem ser precedidos por um aquecimento geral e, outro aspecto importante é que, além do exercício, outras condutas comumente utilizadas em sessões de EF, como o relaxamento também possuem efeito hipotensor após a sua realização (SANTAELLA, 2003).

    Além disso, quando o relaxamento é associado ao EFA, a queda pressórica obtida é ainda maior e mais duradoura, sugerindo que a prática conjunta dessas intervenções deva ser aplicada.

6.     Precauções quanto a prática de exercícios físicos

    Antes de iniciar um programa de EF, qualquer indivíduo deve passar por uma avaliação clínica. Para a avaliação cardiovascular recomenda-se o teste ergométrico e, se porventura o teste apresentar alguma anormalidade, o indivíduo deve realizar outros exames de acordo com a necessidade e, a prescrição do exercício será de acordo com as recomendações do exame para indivíduos com doença cardiovascular (FLETCHER et al., 2001).

    Pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos que interferem na freqüência cardíaca (como, por exemplo, betabloqueadores) devem ser previamente submetidos à avaliação médica (CBHA, 1999).

    A verificação dos valores pressóricos é outro procedimento que em muito auxilia o profissional da saúde quando da avaliação clínica do paciente. Não obstante, esta prática deve ocorrer durante todo o decurso da terapia aplicada ao hipertenso, pois a cinética dos valores pressóricos é muito instável e encontra-se sob a influência de vários fatores, como por exemplo, o horário, a posição em que se encontra o corpo, a temperatura, o estado psicológico, entre outros; mesmo em se tratando de indivíduos normotensos.

    Pelo exposto, o CBHA (1999) considerou ser necessária, extrema cautela antes de rotular alguém como hipertenso, tanto pelo risco de falso-positivo como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o custo social resultante. E, para uma classificação da diagnose da hipertensão arterial para pessoas acima de 18 anos adota a seguinte tabela.

Tabela 01. Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (> 18 anos de idade)

    Além dos cuidados retromencionados, durante a prática do EF, deve ser dada atenção à vestimenta adequada, o uso de roupas leves e confortáveis é recomendado (camiseta, shorts ou calças de tactel ou contton). Quando a caminhada ou corrida é realizada, recomenda-se a utilização de calçados confortáveis, com solado macio e boa absorção de impacto (GUIMARÃES & Col., 2000).

7.     Considerações finais

    De acordo com as referências teóricas contidas no bojo da literatura científica, ao qual tivemos acesso, consideramos que o EF, indubitavelmente, consiste em uma ferramenta bastante eficaz no que concerne ao conjunto de práticas terapêuticas não-medicamentosas voltadas para a prevenção e/ou tratamento da HA.

    Além da sua eficácia, a literatura científica observa que a prática do EF representa uma alternativa bem mais econômica se comparada a outros métodos de prevenção e tratamento referente a tal moléstia. Contudo, essas fontes de estudos advertem que tais benefícios só podem ser obtidos se houver uma perfeita sinergia entre o paciente e os exercícios físicos a ele prescritos.

    Muito embora a análise das condições clínicas em que se encontra uma pessoa hipertensa sugere a participação de vários profissionais da saúde (trabalho multiprofissional), a prescrição do EF é uma atribuição exclusiva do Professor de Educação Física. Somente este profissional, devidamente qualificado, é que poderá elaborar um plano de treinamento onde os exercícios estarão concatenados com as exigências particulares de cada paciente.

    Desta feita, fica compreendido que a HA requer cuidados especiais, pois além de ser uma doença altamente prevalente em nosso meio ela possui uma característica heterogenia, multifatorial e que em detrimento disso, seu grau de complexidade apresenta-se muito elevado. É por este motivo que os esforços empreendidos no sentido de mitigar seus efeitos devem estar ancorados sob os rigorosos parâmetros que preceituam os mais recentes e atualizados estudos científicos, não se admitindo, sob nenhuma hipótese, outro tipo de procedimento.

Notas

  1. A escala de Borg de percepção subjetiva de esforço é uma ferramenta útil no monitoramento da intensidade em programas de exercício, pois correlaciona-se com a resposta da freqüência cardíaca, lactato sanguíneo, ventilação pulmonar e VO2 max ao exercício (fonte: Ciolac, E. G.; Guimarães, G. V.: Exercício físico e síndrome metabólica. Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 10, Nº 4 – Jul/Ago, 2004).

  2. FCR – freqüência cardíaca de reserva, que é calculada pela fórmula: FCR= (FCmáx – Fcrep) x I + FCrep, onde: FCmáx = freqüência cardíaca máxima; FCrep = freqüência cardíaca de repouso; e I = intensidade do exercício.

  3. Carga Máxima – maior peso levantado uma única vez usando boa forma e técnica do movimento.

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