Vantagens e desvantagens do exercício aeróbio para adultos hipertensos Ventajas y desventajas del ejercicio aeróbico para adultos hipertensos |
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* Licenciado em Educação Física **UninCor, Universidade Vale do Rio Verde Campus Betim (Brasil) |
Walisson Francisco Ferreira* Profª. Ms. Renata Mônica Silva Amaral** Prof. Dr. Sérgio Ricardo Magalhães** |
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Resumo Caracterizada pela manutenção elevada dos níveis pressóricos a hipertensão arterial é considerada um grande problema de saúde pública, foco de muitas discussões, representa um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade cardiovascular. Além do tratamento medicamentoso, a prática regular de exercícios físicos, principalmente os aeróbios vem sendo indicada por profissionais da saúde como meio bastante efetivo para o controle dos níveis elevados de pressão arterial. Diversos estudos relatam que o efeito hipotensor do exercício aeróbio pode ser observado após a realização de uma única sessão de treinamento, provocando reduções na pressão arterial por várias horas após sua realização. Se praticado regularmente, o exercício físico aeróbio é capaz de prevenir e auxiliar o tratamento da hipertensão arterial, entretanto, é preciso saber quais são os riscos e benefícios da prática do exercício aeróbio para os hipertensos, desta forma, abordaremos nesta revisão quais são as vantagens e as desvantagens desta prática. Unitermos: Exercício aeróbio. Hipertensão. Hipotensão pós-exercício. Pressão arterial.
Abstract Characterized by sustained high blood pressure hypertension is considered a major public health problem, the focus of much discussion, is a major risk factor for cardiovascular morbidity and mortality.Besides drug treatment, regular physical exercise, especially aerobic has been recommended by health professionals as a very effective means for control of elevated blood pressure. Several studies report that the hypotensive effects of aerobic exercise can be observed after the completion of a single training session, leading to reductions in blood pressure for several hours after its completion. If practiced regularly, aerobic exercise can help prevent and treat hypertension, however, one must know what are the risks and benefits of practicing aerobic exercise for hypertension, thus this review will discuss what are the advantages and disadvantages of this practice. Keywords: Aerobic exercise. Hypertension. Post-exercise hypotension. Blood pressure.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Considerada um grande problema de saúde pública a hipertensão arterial tem sido foco de muitas discursões, cerca de 25% da população adulta brasileira é acometida pela doença que representa um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade cardiovascular. É responsável por 40% das mortes por acidente vascular e 25% das mortes por doença arterial coronariana (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006). A hipertensão Arterial e suas doenças relacionadas são responsáveis por alta freqüência de internações representando custos médicos e socioeconômicos elevadíssimos para o país.
Diante dessa realidade, se evidencia a necessidade de intervenção na tentativa de prevenir e tratar a hipertensão arterial. Além do tratamento medicamentoso, as medidas não-farmacológicas vêm sendo indicadas por profissionais da saúde para a redução dos níveis pressóricos, o exercício aeróbio tem recebido grande atenção e aplicabilidade pelo seu efeito hipotensor.
O objetivo desta revisão é identificar as vantagens e desvantagens da prática dos exercícios aeróbios por seu efeito hipotensor, conscientizando a sociedade sobre a sua importância.
Metodologia
Na busca de artigos para esta revisão o procedimento utilizado foi o modelo sistêmico de pesquisa na base de dados BIREME, feito a pesquisa por palavras, considerados artigos encontrados no LILACS, MEDLINE e SciELO. Para tanto, foram utilizados os seguintes termos: hipotensão pós exercício (33 artigos); hipotensão, exercício aeróbio (9 artigos); pressão arterial, exercício aeróbio (39 artigos), totalizando 81 artigos. Foram considerados os artigos datados a partir de 1998 até 2010, objetivando o trabalho com informações mais recentes e os artigos com relevância direta com o tema proposto. Foram excluídos 56 artigos que não apresentaram relevância direta com o tema, sendo aproveitados para esta revisão 22 artigos. Ainda foram utilizados na revisão 2 livros de fisiologia do exercício 1 livro de Fisiologia e 1 trabalho de conclusão de curso.
Referencial teórico
Pressão arterial
Pressão arterial é a pressão que o sangue exerce no interior das paredes arteriais, fluindo de uma área de pressão mais alta para outra de pressão mais baixa, existindo sempre gradientes de pressão. Quando o ventrículo esquerdo se contrai, o mesmo passa a exercer uma pressão mais alta a existente na artéria aorta, então o sangue flui do coração para esta artéria passando pelos demais vasos sanguíneos e chega ao lado direito do coração devido ao gradiente de pressão que existe na vasculação sistêmica (McARDLE, 2002).
Os valores da pressão arterial flutuam no sistema cardiovascular, durante a sístole (contração) do ventrículo esquerdo são apresentados os valores mais altos, denominados pressão arterial sistólica. Durante a diástole ventricular (relaxamento) o sangue é drenado a partir das artérias até os demais vasos sanguíneos, a pressão arterial diminui atingindo seus valores mínimos, sendo chamada pressão arterial diastólica (McARDLE, 2002).
Hipertensão
É considerado hipertenso, o indivíduo que mantêm seus níveis pressóricos cronicamente em valores iguais ou superiores a 140 mmHg para a pressão arterial sistólica e/ou 90 mmHg para a pressão arterial diastólica na ausência da terapia anti-hipertensiva (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006). Conforme o quadro 1, existe uma classificação sistematizada de acordo com os níveis pressóricos para adultos acima dos 18 anos.
Quadro 1. Classificação dos estágios da pressão arterial para adultos acima dos 18 anos
Adaptado de: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
Quando as pressões sistólica e diastólica de um indivíduo se encontram em estágios diferentes de acordo com o quadro 1, sua classificação é feita utilizando a pressão que se encontra no estágio mais elevado.
A manutenção elevada dos níveis pressóricos ao longo da vida pode levar ao surgimento, muitas vezes de forma assintomática, de lesões em órgãos-alvo (LATERZA, 2007). A hipertensão arterial apresenta grande fator de risco para a mortalidade cardiovascular, se não for tratada pode resultar em insuficiência cardíaca congestiva, o músculo cardíaco é enfraquecido ficando incapaz de manter seu bombeamento normal. Os vasos em desgeneração podem obstruir o fluxo sanguineo ou até se romper, desencadeando um acidente vascular (McARDLE, 2002).
A hipertensão arterial é responsável por de 40% das mortes por acidente vascular e 25% das mortes por doença arterial coronariana (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006).
Resposta da pressão arterial durante o exercício físico
Segundo McArdle (2002), durante a atividade física a demanda energética provoca a dilatação dos vasos sanguíneos dos músculos ativos provocando o aumento do fluxo sanguíneo para maior oferta de oxigênio. O fluxo aumentado durante o exercício moderado eleva a pressão sistólica nos primeiros minutos de exercício ocorrendo um nivelamento por volta de 140 a 160 mm Hg. A pressão diastólica sofre pequena oscilação.
Estudos encontraram níveis mais elevados durante exercícios máximo em atletas saudáveis de endurance, atingindo valores de 200 mm Hg para pressão sistólica, reforçando a idéia de quanto maior a intensidade do exercício, maior é o aumento da pressão arterial (McARDLE, 2002).
Os exercícios resistivos acarretam um aumento de tensão, elevando drasticamente a pressão arterial (figura 1), com a força exercidas nas contrações dos músculos ativos, ocorre uma compressão das arteríolas periféricas, ocasionando um aumento na resistência do fluxo sanguíneo elevando bruscamente a pressão arterial. Estas elevações agudas na pressão transferem grande carga de trabalho ao coração, não sendo aconselhada este tipo de prática para indivíduos com hipertensão. Já os exercícios aeróbios de intensidade baixa a moderada apresentam elevações mais baixas na pressão arterial durante a sua execução, trazendo menos riscos e maiores benefícios para os hipertensos. (McARDLE, 2002).
Figura 1. Resposta da pressão arterial durante o exercício aeróbio rítmico e o treinamento de resistência pesado
de uma pequena e grande massa muscular. Adaptado de: Fundamentos de fisiologia do exercício, McARDLE, 2002.
Exercício aeróbio
Entre as medidas não-farmacológicas para o tratamento da hipertensão arterial, a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos vem sendo indicada por profissionais da saúde como a maneira mais efetiva para reduzir os níveis de pressão arterial em pacientes em estágios 1 e 2 (LATERZA, 2007).
A resposta fisiológica, da pressão arterial pós-exercício, pode ser modulada por diversos fatores, entre eles o nível inicial da pressão arterial, a freqüência, duração e a intensidade do exercício físico realizado (MACDONALD JR, 2000).
Existe uma estreita relação quanto a HPE com a pressão inicial, quanto maior o nível inicial da pressão arterial em repouso, maior a queda pressórica observada no período pós-exercício. (LATERZA, 2007).
Em um de seus estudos Fagard (2001) analizando 44 artigos randomizados e controlados, concluiu que a intensidade para prescrição de treinamento aeróbico aos hipertensos, pode variar de 40% a 70% do VO2 máximo, pois, as diferenças da resposta da pressão arterial não são significativas neste intervalo e esta intensidade é muito segura para a prescrição dos exercícios aeróbios, mesmo para os hipertensos.
A freqüência semanal também é importante para a prescrição, evidências comprovam que o treinamento de três a cinco sessões semanais tem resposta muito similar, para outros tipos de prescrição, parece não haver dados suficientes. (FAGARD, 2001), esta resposta pode ser explicada pelo fato ao qual desde a primeira sessão podemos observar o efeito hipotensor do exercício aeróbio, que ultrapassa 24 horas, chegando até aproximadamente 48 horas (VIECILI, 2008).
A duração de exercício aeróbio para hipertensos deve ser de 30 a 60 minutos por sessão (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006), porém em recente estudo, Viecilli (2008) constatou uma diminuição da pressão já após a primeira sessão de treinamento, com apenas 20 minutos de atividade, aumentando a queda gradativa até a quinta sessão com tempo de duração de 20 minutos. A partir desse período, houve um aumento na duração da atividade chegando até 40 minutos, que não contribuiu com maiores efeitos hipotensores significativos, o que sugere 20 minutos por sessão são suficientes para o efeito hipotensor.
Mecanismos que norteiam hipotensão pós – exercício
Vários mecanismos trabalham como reguladores da pressão arterial, dentre eles o débito cardíaco, a resistência vascular periférica, ou ambos, poderiam estar envolvidos na hipotensão pós-exercício (HPE) (LATERZA, 2007). Alguns autores apontam a menor resistência vascular periférica como um dos principais fatores da HPE, por outro lado Rueckert et al (1996) apontaram que, na fase inicial pós-exercício, era observada uma diminuição da resistência vascular periférica e posteriormente, após 50 minutos do término do exercício, era observada uma diminuição no débito cardíaco, entretanto, não é possível descartar a possibilidade de que fatores neuro-humorais e endoteliais possam influenciar nas alterações pressóricas observadas após uma única sessão de exercício físico dinâmico em pacientes hipertensos (KRIEGER , 1999).
A atividade nervosa simpática e a subseqüente liberação de noradrenalina norteiam respostas no aumento da freqüência cardíaca e do débito cardíaco e respostas vaso constritoras provocam um aumento na resistência vascular periférica. Dessa forma, existe a possibilidade de que a diminuição do tônus simpático para o coração e os vasos poderia estar associada à diminuição dos níveis pressóricos (SHOJI, 2000).
Em um de seus estudos, Laterza (2007) utilizando a técnica de microneugrafia, demonstrou que a hiperatividade simpática observada em pacientes hipertensos avaliada através da medição direta da atividade nervosa simpática muscular, foi normalizada nesses pacientes após um período de quatro meses de treinamento físico aeróbio, entretanto, no grupo controle onde os indivíduos permaneceram sedentários, não foi observada redução na atividade nervosa simpática.
Dessa forma é reforçada a idéia a qual a diminuição na ativação do sistema nervoso simpático em pacientes hipertensos contribui com a queda da pressão arterial após um programa de treinamento físico aeróbio, contudo, o mecanismo responsável por esta diminuição após o treinamento físico nos pacientes hipertensos não é totalmente conhecido. (LATERZA, 2007).
O treinamento aeróbio regular promove a queda da pressão arterial pela diminuição da atividade simpática periférica e do tônus simpático cardíaco, que por sua vez, determina diminuição da freqüência cardíaca e a conseqüente queda do débito cardíaco (O'SULLIVAN, 2000).
Adaptações crônicas e agudas do exercício aeróbico com efeito hipotensor
Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos (MONTEIRO, 2004). Os efeitos agudos estão relacionados a uma única sessão de exercício, os efeitos agudos imediatos são os que ocorrem nos períodos peri e pós-imediato do exercício físico, como a elevação da freqüência cardíaca, da ventilação pulmonar e sudorese. Já os efeitos agudos tardios são os que acontecem ao longo das primeiras 24 ou até 48 horas após uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, na expansão do volume plasmático, na melhora da função endotelial (ARAÚJO, 2001). Por último, os efeitos crônicos, denominados adaptações, resultam do treinamento freqüente e regular às sessões de exercícios e representam aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário, tendo como exemplos típicos a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia muscular, a hipertrofia ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) (HAMER, 2006).
A HPE é observada tanto em indivíduos normotensos (MACDONALD JR, 2000) e principalmente em indivíduos hipertensos ( FORJAZ, 2007).
Segundo Laterza (2007) a queda da pressão arterial sistólica varia de 18 a 20 mmHg e a diastólica de 7 a 9 mmHg, enquanto em indivíduos normotensos a pressão arterial sistólica varia de 8 a 10 mmHg e a distólica de 3 a 5 mmHg. Os resultados evidenciam quanto maior o nível inicial da pressão arterial em repouso, maior a queda pressórica observada no período pós-exercício.
Apenas uma única sessão de exercício físico aeróbio é suficiente para levar comportamentos hipotensores transitórios, podendo durar mais que 24 horas e pelo menos até 48 horas (VIECILI, 2008). Essa resposta fisiológica, da pressão arterial pós-exercício, no entanto, pode ser modulada por diversos fatores, entre eles o nível inicial da pressão arterial, a duração e a intensidade do exercício físico realizado (FORJAZ, 2007).
A realização de várias sessões de exercício produz adaptações crônicas, denominadas de respostas ao treinamento físico (HAMER, 2006). A prática regular de exercícios físicos resulta em importantes adaptações que influenciam o sistema cardiovascular, atuando diretamente na prevenção e no tratamento de diversas patologias, entre elas a hipertensão arterial (LATERZA, 2007), portanto, o treinamento físico figura como um elemento inquestionável na prevenção e auxiliando o tratamento da hipertensão arterial.
Como adaptações agudas com efeito hipotensor relacionadas ao exercício aeróbio, podemos destacar a diminuição do débito cardíaco e da resistência vascular periférica pós-exercício (LATERZA, 2007). Entre as adaptações crônicas com efeito hipotensor, podemos destacar o maior volume de ejeção e redução da freqüência cardíaca em repouso (FOSS, 2000). O'Sullivan (2000) sugere ainda que treinamento aeróbio regular promove a queda da pressão arterial pela diminuição da atividade simpática periférica e do tônus simpático cardíaco, que por sua vez, determina diminuição da freqüência cardíaca e a conseqüente queda do débito cardíaco.
Vantagens
Por seu efeito hipotensor, a prática regular de exercícios físicos, principalmente os aeróbios é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso. (FERREIRA et al, 2005).
Apenas uma única sessão de exercício físico aeróbio é suficiente para levar comportamentos hipotensores transitórios, podendo durar mais que 24 horas e pelo menos até 48 horas (VIECILI et al, 2008).
A realização de várias sessões de exercício produz adaptações crônicas, denominadas de respostas ao treinamento físico (HAMER, 2006). A prática regular de exercícios físicos resulta em importantes adaptações que influenciam o sistema cardiovascular, atuando diretamente na prevenção e no tratamento de diversas patologias, entre elas a hipertensão arterial (LATERZA, 2007).
O exercício aeróbio potencializa o tratamento farmacológico diminuindo a quantidade de fármacos e consequentemente diminuindo a probabilidade de efeitos adversos e colaterais dos tratamentos medicamentosos (FERREIRA et al, 2005).
Apenas vinte minutos de treinamento por sessão, aplicado três vezes por semana são suficientes para otimização dos efeitos hipotensores do exercício aeróbio. (VIECILI et al, 2008).
Alguns estudos demonstram que a hipertensão arterial é inversamente relacionada ao nível da capacidade aeróbia. Pessoas com baixa capacidade aeróbia possuem risco 50% maior de tornarem hipertensas quando comparadas com pessoas com alta capacidade (LATERZA, 2007).
Exercícios aeróbicos regulares reduzem tanto a pressão arterial de ambulatório quanto a pressão sub máxima de esforço. (FERREIRA et al, 2005).
Desvantagens
Hipertensos em estágio 3 só devem iniciar o exercício após controle da pressão arterial (V diretrizes Brasileiras de pressão arterial, 2006).
Atividades aeróbicas com intensidade superior a 70% do VO2 Máx podem ser prejudiciais para hipertensos. (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006).
Uma parcela de hipertensos (25%) não são responsivos ao treinamento físico, uma vez que a hipertensão arterial sistêmica é uma síndrome poligênica e que pode ser influenciada pela herança genética (RONDON, BRUM, 2003).
Em pacientes que já tenham lesão em órgãos-alvo, com comprometimento cardíaco, da função renal ou com história prévia de acidente vascular cerebral, são necessários diversos cuidados e um acompanhamento criterioso passa a ser exigido. Dependendo do caso a atividade física, pode ser contra-indicada (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006).
Considerações finais
Considerando a vasta gama de vantagens é indiscutível a prescrição de exercícios aeróbios como prevenção e tratamento não-farmacológico da hipertensão. Apenas uma única sessão de exercício aeróbio é suficiente para levar comportamentos hipotensores transitórios, podendo durar mais que 24 horas e pelo menos até 48 horas, sua prática regular provoca adaptações crônicas que melhoram o funcionamento do sistema cardiovascular e apresenta implicações clínicas importantes no tratamento contra a hipertensão arterial.
Vários mecanismos trabalham como reguladores da pressão arterial, estando envolvidos na HPE, a diminuição do débito cardíaco e uma menor resistência vascular periférica são apontadas como principais fatores, porém, não é possível fatores neuro-humorais e endoteliais possam influenciar nas alterações pressóricas.
Para a obtenção dos melhores resultados hipotensores na prescrição do exercício a freqüência recomendada de treinamento é de 3 a 5 sessões semanais com intensidade de 40 a 70% do VO2 Máximo e duração de 20 a 60 minutos por sessão.
Por seu efeito hipotensor e suas diversas vantagens, a prática regular de exercícios físicos aeróbios é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso, entretanto hipertensos em estágio 3 só devem iniciar o treinamento com exercícios aeróbios após controle da pressão arterial.
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