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A importância da atividade física para os deficientes físicos

La importancia de la actividad física para las personas con discapacidad

 

Graduação em andamento em Licenciatura Plena em Educação Física

Universidade do Estado do Pará

(Brasil)

Jeane Alves Monteiro

Magna Sales da Silva

magnaxingu@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A atividade física desde a antiguidade vem alcançando seu lugar em nossa sociedade por ser de fundamental importância para o desenvolvimento motor e psicológico de cada indivíduo e visar uma melhor qualidade de vida para seus praticantes, prevenindo contra as doenças crônico-degenerativas e auxiliando no combate ao sedentarismo, que é considerado fator de risco para as doenças cardiovasculares. Principalmente nos deficientes físicos que possuem sua mobilidade reduzida o que vem a dificultar sua interação com os demais praticantes de atividade física. Diante das dificuldades encontradas pelos deficientes físicos na prática de atividade física faz-se necessário tanto criar como adaptar exercícios, principalmente nas escolas, com o auxilio do profissional de educação física, para que as pessoas com deficiência física sintam o mesmo prazer que as pessoas ditas normais sentem, ao realizar uma atividade física e fazendo assim a verdadeira inclusão desses indivíduos na sociedade como um todo.

          Unitermos: Deficiente físico. Atividade física. Adaptação. Saúde. Inclusão.

 

Abstract

          Physical activity since antiquity has gained its place in our society to be of fundamental importance for the motor and psychological development of each individual and seek a better quality of life for its practitioners, preventing against chronic diseases and assisting in the fight against sedentary lifestyle, which is considered a risk factor for cardiovascular disease. Mainly in the disabled who have limited mobility which is hampering its interaction with other physically active. Given the difficulties encountered by disabled people in the practice of physical activity is necessary both to create and adapt exercises, mainly in schools with the help of the professional physical education for people with disabilities feel the same pleasure that people said feel normal, when performing a physical activity and thus making true inclusion of these individuals in society as a whole.

          Keywords: Disabled. Physical activity. Adaptation. Health. Inclusion.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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    O presente artigo vem relatar a trajetória e/ou as dificuldades encontradas pelos deficientes físicos em que estão inseridos na sociedade e principalmente em poder realizar atividades físicas, bem como os benefícios que as práticas de atividades físicas podem proporcionar aos seus praticantes.

    Através de pesquisa bibliográfica, podemos observar as dificuldades encontradas, tanto pelos deficientes como pelos profissionais de educação física em adaptar os exercícios para que as pessoas com deficiência física se sintam realizados, não só em conseguir movimentar-se melhor como também interagir com a sociedade.

    Desde a antiguidade, a prática de atividade física é de grande importância para a vida de todo e qualquer ser humano. Pois é através de pequenos movimentos que descobrimos a capacidade de nossos corpos em realizar desde os movimentos mais simples aos mais complexos.

    Segundo Carmo (1991) durante a antiguidade as pessoas que possuíam alguma anomalia, seja ela física auditiva visual ou mental, eram consideradas incapazes de lutar por sua própria sobrevivência e eram abandonadas em locais desertos para serem devoradas por animais ferozes.

    Nas culturas primitivas que sobreviviam basicamente da caça e da pesca, os idosos, doentes e portadores de deficiência eram geralmente abandonados, por um considerável número de tribos em ambientes agrestes e perigosos, e a morte se dava por inanição ou por ataques de animais ferozes. O estilo de vida nômade não somente dificultava aceitação e a manutenção destas pessoas, consideradas dependentes, como também colocava em risco todo o grupo, face aos perigos da época. (CARMO, 1991, p. 21)

    Para Rosadas (1991) a rejeição ao deficiente sempre existiu, e sempre foi alvo de discussões. E isso decorre do fato de que em tempos passados, os deficientes viviam isolados em asilos, que eram mantidos com esmolas da população. Os mesmos eram privados de todos os seus direitos. E só a partir da revolução cristã, o homem pôde mudar seus gestos, atitudes e buscar o amor, pois só o amor era capaz de gerar o amor. E assim, criar condições para ajudar esses deficientes, reconhecendo sua importância dentro da sociedade.

    No Brasil durante a colonização, era raro encontrar pessoas com algum tipo de deformação corporal dentre a população indígena e quando existiam, era resultado de guerras entre os povos e/ou ataques de animais ferozes. Mas com a vinda dos negros africanos para o Brasil as anomalias eram resultantes de maus tratos dos senhores com seus escravos (CARMO, 1991). No ano de 1950 se cria organizações para prestar assistência às pessoas que possuíam alguma deficiência, e após 1960, criam-se leis para beneficiar as pessoas deficientes. Tendo em vista a exclusão desses indivíduos das aulas de Educação Física, por possuírem alguma deformação física, acabava gerando sérios problemas em sociedade.

    Podemos afirmar que o Estado brasileiro, somente a partir de 1973, com a criação do Centro Nacional de Educação Especial, CENESP, junto ao ministério da educação e cultura, contemplou os “deficientes” com um órgão exclusivo para subsidiar formação da política nacional relativa a educação de excepcionais. Ela tinha como metas planejar, coordenar e promover o desenvolvimento da educação especial no período pré-escolar, nos ensinos de 1º e 2º grau, superior e supletivo, para deficientes visuais, auditivos, mentais, físicos, portadores de deficiências múltiplas, educandos com problemas de conduta e os portadores. (CARMO, 1991, p. 101)

    Já no período capitalista as indústrias passam a valorizar o trabalho e não o trabalhador, e os Deficientes Físicos eram discriminados como seres incapazes de participar dos meios de produção das indústrias, o que acabou levando o governo a investir, mais uma vez, na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, para que os mesmos pudessem participar da economia do País e promover, assim, a integração social entre a população (CARMO, 1991).

    O corpo humano está em constante evolução e sempre em busca de uma perfeição, e com as pessoas deficientes físicas não poderia ser diferente seja ela uma criança, adolescente ou adulta não importando sua idade, cor, raça ou etnia. Todo cidadão deve participar de atividades físicas para buscar um melhor desempenho físico, intelectual, sexual, etc. e para que isso seja possível é necessário que os governantes invistam na criação e complementação de instituições de ensino, clubes e áreas de lazer com equipamentos adaptados para possibilitar o acesso das pessoas com deficiência física e suprir a carência dessa população no que diz respeito aos seus direitos, já que estamos na era da inclusão e muito se fala em incluir não só o deficiente físico, mas também o deficiente visual, mental e auditivo dentro de uma sociedade como todo.

    Hoje uma das grandes preocupações dos profissionais de Educação Física, é como direcionar atividades físicas para pessoas com necessidades especiais, principalmente nas escolas, para que os mesmos tenham uma vida mais saudável. Tendo em vista as dificuldades que essas pessoas possuem, o que dificulta as realizações das práticas corporais, o que não deve ser visto como um obstáculo impossível de ser ultrapassada e sim como uma barreira que deve ser vencida tanto pelos deficientes como pela sociedade. Pois sabemos que os deficientes possuem algumas limitações, mas são seres tão capazes como qualquer outra pessoa.

    [...] a UNESCO estabelece que a prática da Educação Física é um direito fundamental de todos e que os programas devem dar prioridade aos grupos menos favorecidos no seio da sociedade (Carta Internacional de Educação Física de Desportos 1978); a Educação Física e o Desporto evidenciam o potencial das pessoas portadoras de deficiência, influindo positivamente no processo de alto-imagem e valorização das mesmas pela sociedade; as pessoas portadoras de deficiência têm demandado cada vez mais a participação em atividades de Educação Física, Desportos e Lazer [...] (CARMO, 1991, p. 145)

    O corpo humano é uma máquina, e como toda e qualquer máquina precisa estar em constante funcionamento e de reparos para que as peças não sofram alguns desgastes. E é aí que surge o papel principal dos exercícios físicos: manter essa máquina funcionando e em um bom nível de rendimento respeitando suas capacidades e percebendo suas limitações. Junto com as atividades físicas faz-se necessário seguir algumas medidas de higiene e postura frente a uma dieta equilibrada respeitando o período de descanso, entre uma prática e outra de exercícios físicos, para que seu corpo esteja sempre disposto para a próxima atividade (BARSA, 2001).

    Uma pessoa que não tem costume de praticar alguma atividade física deve iniciar com exercícios simples e orientados por um especialista respeitando sempre seus limites e a postura adequada para exercitar-se. Já as pessoas com deficiência física além de serem acompanhadas por um especialista e iniciarem com exercícios simples, é preciso observar qual a melhor maneira de executar sua atividade física e de forma gradativa para que a mesma não sofra nenhum desconforto durante as práticas de exercícios. E quanto mais exercícios físicos uma pessoa com mobilidade reduzida fizer, melhor seu corpo irá responder aos movimentos, possibilitando assim, uma vida mais saudável e independente bem como a melhoria de sua auto-estima e o desenvolvimento das habilidades motoras e funcionais para uma melhor realização das atividades diárias, aprimorando sua coordenação motora e superando as situações de dificuldades (BARSA, 2001).

Qual o profissional mais indicado a promover a prática de atividades físicas para os deficientes físicos?

    Segundo Rosadas (1991) a Educação Física, por sua vez, vem ganhando seu espaço a cada dia frente às práticas corporais na sociedade. Por apresentar um amplo leque de opções, nas realizações dos exercícios físicos, como criar e adaptar exercícios para que as pessoas com deficiência física sintam o mesmo prazer que as pessoas ditas “normais” sentem, ao realizar uma atividade física, mas a formação corporal dos indivíduos não é papel apenas do profissional de educação física podendo ser trabalhado com outras disciplinas para se alcançar um melhor resultado na formação do corpo. E um dos locais mais adequados para a realização dessas práticas é a escola, por ser uma grande formadora de opiniões e personalidades, influenciando direta ou indiretamente na formação dos cidadãos.

    Desse modo, o processo educacional deve ser composto por ações concretas nas quais o aluno que faz é o mesmo que compreende, e a escola estabelece assim uma inter-relação entre suas atividades práticas e atividades simbólicas, que são necessárias em uma formação para a autonomia. (DUCKUR, 2004, p.46)

    Para Sivadon (1988) é durante a infância que nossos corpos passam a se organizar através das ações e coordenações entre as diversas sensações e movimentos e é na escola que as crianças passam a interagir com outras crianças da mesma faixa etária e a respeitar as diferenças e passam a hierarquizar seus movimentos, criando e inovando seus movimentos corporais. Gerando assim os seus sentimentos afetivos seja ele de amor, ódio, simpatia e/ou antipatia.

    A personalidade se estrutura num conjunto de comportamentos psicomotores articulados e hierarquizados em relação com o corpo próprio, pessoas, lugares, objetos, mundo. O corpo se afirma na pessoa à medida que a rede de atitudes se torna complexa, e à medida que é tomado pela linguagem para prosseguir a ação própria nas inventividades dos jogos, nas imitações desenvolvidas, nas iniciativas mais ou menos harmoniosas. As emoções nas quais o corpo evolui e que servem de “banho de afetos” para a pessoa, obtêm sua regulação através de uma fonte dupla: endógena ou intra-corporal e exógena ou inter-pessoal. (SIVADON, 1988, p. 117)

    Toda criança deve ter os mesmos direitos nas práticas corporais para que os mesmos descubram suas necessidades e sintam o prazer do contato do seu corpo com o mundo, e cabe ao profissional de educação física encontrar qual a melhor maneira de se trabalhar, tanto com crianças normais quanto com as crianças com deficiência física trabalhando com exercícios adaptados, fazendo assim uma interação entre os indivíduos (SIVADON, 1988).

    Segundo Rodrigues (2006) a atividade física adaptada tem por objetivos proporcionar alegria e prazer aos seus participantes. Pois o mesmo considera a alegria como o elemento básico e fundamental dessas atividades, proporcionando com que os participantes se sintam realizados em vencer sua própria deficiência. E a cooperação entre os profissionais de diversas áreas, é de fundamental importância, neste novo século, para a melhoria do ensino da atividade física adaptadas, além, da formação básica sobre a atividade física adaptadas para todos os profissionais da saúde, estudante em educação, ciências do desporto e fisioterapia e terapia ocupacional.

    Para Rodrigues (2006, p.65) “a deficiência é uma condição em grande parte construída socialmente”, ou seja, a deficiência é como se fosse fruto dos valores decorrentes da sociedade e da cultura. E se falando dos deficientes em si, Rosadas (1991) vem colocar que os deficientes apresentam ou possuem as mesmas necessidades que os ditos normais precisam, como por exemplo, as necessidades afetivas, sociais, físicas e intelectivas. Acrescenta, ainda, que essas crianças têm um grande potencial e que o mesmo deve ser despertado e acreditado. A partir daí, surge a figura do professor de educação física especializado, que vem proporcionar condições especiais para estimular o desenvolvimento motor e funcional para essa população com necessidade especial.

    Rodrigues (2006) vem colocar que ao se aprofundar em estudos acerca da atividade física para deficientes, percebe-se uma grande preocupação em relação à saúde dos mesmos, em seu aspecto mais amplo, como o fisiológico, social e o emocional. O autor considera a questão social como uma busca à qualidade de vida, pois o mesmo continua ao dizer que a qualidade de vida deixou de representar apenas uma vida sem doenças passando assim a ser uma busca da felicidade e satisfação pessoal.

    Segundo Carmo (1991) é através das práticas corporais que os indivíduos buscam uma perfeição que satisfaça seus desejos e um padrão que a mídia impõe para a sociedade. E muita das vezes esse padrão acaba influenciando de tal maneira que as pessoas esquecem sua própria identidade buscando um corpo alheio. E então nos perguntamos qual será o corpo perfeito? E como trabalhar para fazer com que as pessoas que possuam alguma deficiência corporal possam entender que só porque elas não possuem um “corpo perfeito”, não quer dizer que elas não tenham seu lugar dentro da sociedade? E que elas são tão capazes como qualquer outra pessoa. E nas atividades físicas como devemos trabalhar diante de tanta influência da mídia? E qual corpo trabalhar para alcançar os objetivos depositados ao profissional de educação física?

    Diante de tanta diferença fica praticamente impossível encontrarmos o corpo perfeito. Pois somos iguais por sermos diferentes. E ao iniciarmos qualquer trabalho com pessoas deficientes, devemos saber o que elas entendem por corpo perfeito, e logo após iniciarmos, em primeira mão, um trabalho de conscientização, principalmente devido a influência da mídia que acabam por mostrar o corpo físico “perfeito” não valorizando assim a individualidade, e mostrar sua verdadeira importância dentro da sociedade. Para que se sinta livre para expressar seus sentimentos (CARMO 1991). E diante de tanta influencia deve-se trabalhar corpo e mente junta. Sendo que um depende do outro para se obter um corpo saudável e autônomo.

    [...] um homem que se sinta livre para expressar, para criar, para lutar por seus interesses e por aquilo em que ele acredita, um homem que cresça dentro dos seus propósitos de vida, enfim, um homem que seja ele próprio, sempre em busca do seu eu verdadeiro. (BRUHNS, 1994, p.13)

    Para Bruhns (1994) o corpo para exercer suas funções necessita das influencias do meio no qual vive para um melhor funcionamento e, determinando assim, as resposta ativamente de seu corpo com o mundo. E devemos nos preocupar, diariamente, com o nosso corpo para ver como ele estar reagindo diante dos estímulos causados pelo meio no qual ele vive. E se isolarmos os corpos, principalmente os deficientes, das atividades físicas ele irá definhar e aos poucos perder seus movimentos e se tornar um corpo inválido, sem muita utilidade na sociedade. E paralisando, esse corpo, ele não terá como lutar contra as doenças causadas pela falta de exercícios físicos.

    Começamos a nos preocupar sobre como esse corpo reage, como se sente, como guarda a sua vivência emocional, sensorial e etc. De um enfoque mecanicista, onde o organismo biológico depende diretamente da estimulação externa, que o faz funcionar e que determina as suas respostas, passamos para o organismo que se auto-regula e auto-orienta ativamente. Se tirarmos o organismo das condições ambientais normais e o colocarmos, por exemplo, num quarto fechado, sem sol, sem luz, sem nenhuma estimulação, esse organismo aos poucos deixará de reagir, de funcionar. Perdendo as sensações orgânicas, o organismo começará a perder a noção do que está acontecendo com ele. Com a paralisação dos impulsos internos a nossa mente cria as fantasias, as alucinações, e no final a loucura. (BRUHNS, 1994, p.13)

    Segundo Pitanga (2004) nos últimos anos percebem-se as vantagens e a importância da atividade física na vida do ser humano, apesar dessa importância sempre ter existido, apenas não tinha o reconhecimento que merecia. Pois a mesma vem nos proporcionar melhores condições de vida, reduzindo a incidência de doenças crônico-degenerativas e recuperar a massa muscular no caso dos deficientes que possuam alguma doença degenerativa muscular.

    Vale ressaltar a importância, que atualmente a atividade física, tornou-se de fundamental importância para se combater o sedentarismo, que é considerado fator de risco para as doenças cardiovasculares.

    Pitanga (2004) vem nos dizer, que “historicamente nunca ouve um período em que a relação entre atividade física, exercício e saúde fosse tão explorada”. Isso decorre do fato de que é impossível notar os benefícios e as vantagens de se praticar atividades e exercícios físicos. Uma vez que reduz a incidência de doenças degenerativas, proporcionando uma qualidade de vida melhor e mais saudável. Com isso Pitanga (2004) vem conceituar e/ou definir a atividade física como “qualquer movimento corporal, produzido, pela musculatura esquelética”, a exemplo disso temos a dança, os jogos, as lutas, etc. vem tratar, ainda, da relação existente entre atividade física, exercício físico, saúde e qualidade de vida. Podendo caracterizar o exercício físico como parte da atividade física, visto que a mesma tem maior amplitude. A saúde e a qualidade de vida estão ligadas também aos aspectos ambientais e a determinados condicionantes como: moradia, alimentação, educação, lazer, atividade física, etc.

    Para Duarte (2003) “somente a partir da última década, os cursos de educação física colocaram, em seus programas curriculares, conteúdos relativos às pessoas portadoras de necessidades especiais”, entretanto há dificuldades em adquirir materiais didáticos que facilitem as formas de trabalhar com esse público.

    Pitanga (2004) apresenta os exercícios adaptados e a inclusão social que aparentemente são temas distintos, mas que acaba um completando o outro. Uma vez que ao se falar em inclusão é preciso fazer adaptações tanto no aspecto social quanto pessoal.

    Segundo Pitanga (2004) a educação física adaptada vem apresentar aspectos positivos, na medida em que os alunos passam a assimilar e a conviver com suas necessidades. Nesse contexto o autor adota a adaptação como “a capacidade da pessoa estar apta a atender as demandas exigidas pela vida”. Se considerarmos essas demandas como detalhes de nosso cotidiano, essa adaptação será mais fácil, pode-se dizer que nós nos adaptamos a todo o momento. No entanto é necessário saber se adaptar em cada fase, principalmente quando se trata do ponto de vista emocional. Para o autor, neste contexto, a inclusão está relacionada aos “padrões da normalidade (física, fisiológica, comportamental e social), e que necessitam de superação e compreensão dos ditos ‘normais’ para serem aceitos”. Essa compreensão se dá no momento em que a sociedade transmite seus conhecimentos e passam a ter uma boa relação com os deficientes físicos.

    A função da educação nessa sociedade é recuperar e adaptar o indivíduo à sociedade, reintegrando-o, no sentido de manutenção da ordem. A educação deve redimir a sociedade de seus males e desvios, tornando-a mais próxima do modelo de perfeição social idealizado. (DUCKUR, 2004, p.8)

    Os conhecimentos a cerca da inclusão social bem como os direitos firmados em lei, não devem ser apenas teorias, mas sim posto em prática. Pois assim, estaremos nos adaptando e fazendo assim a verdadeira inclusão desses indivíduos na sociedade, proporcionando alegria, diversão, saúde e qualidade de vida para essas pessoas e sempre seguindo o ritmo da atividade física.

Considerações finais

    Diante das abordagens acima citado pôde-se constatar que as dificuldades encontradas pelos deficientes em praticarem atividade física sempre existiram, mas os mesmos sempre lutaram pelos seus direitos até os dias atuais, e sempre em busca de melhorias e qualidade de vida. Sua trajetória foi marcada, em nossa história, pelas dificuldades encontradas tanto pelos deficientes como pelos profissionais de educação física que tiveram que buscar meios para adaptar os exercícios físicos para que os deficientes físicos pudessem interagir com o restante da população.

    Pôde-se verificar, também, a grande importância das atividades físicas tanto para os deficientes quanto para as pessoas ditas “normais” na prevenção contra as doenças crônico-degenerativas e auxiliando no combate ao sedentarismo, pois o mesmo é considerado um grande causador das doenças cardiovasculares.

    Verificou-se a importância em se adaptar os exercícios para facilitar a inclusão social dos deficientes seja ele físico, mental, auditivo ou visual. Mas para que ocorra a verdadeira inclusão social faz se necessário uma adaptação não apenas nos exercícios como também nas instituições de ensino, nas áreas de lazer como: praças, clubes, etc.; em repartições públicas, meios de transportes, etc., porém, ainda, há muitas barreiras às quais os deficientes físicos deverão percorrer em relação a esse processo de inclusão. Pois sabemos que apesar dos deficientes terem alcançados muitas, conquista no que diz respeito a sua inclusão nas atividades físicas, sabemos que ainda há muito a se fazer para que os deficientes se sintam realizados e possam usufruir de seus direito como todo e qualquer cidadão.

    Acredita-se que a inclusão desses deficientes nas atividades físicas só será possível no momento em que haja uma conscientização da sociedade da importância dos exercícios físicos, para os deficientes físicos, a usufruírem seus direito e dos prazeres que a vida possa lhe oferecer. E isso seria fácil se houvesse adaptação em todos os espaços públicos, e fossem oferecidas atividades físicas para toda sociedade ensinando desde a criança até o adulto a movimentar-se melhor, dominando assim seus movimentos seja ele um simples levantar de braço ou um giro de cento e oitenta graus. Assim nossa sociedade seria mais humilde e justa com toda a população, independente de sua cor, raça ou etnia.

Referências

  • BARSA, Enciclopédia. Temas Essenciais para a Vida: O Corpo em Forma. 2ª ed. São Paulo: Barsa Consultoria Editorial LTDA, 2001.

  • BRUHNS, Heloisa Turini (org.). Conversando Sobre o Corpo. 5ª ed. Campinas: Papirus, 1994.

  • CARMO, Apolônio Abadio do. Deficiência Física: A sociedade brasileira cria, “recupera” e discrimina. Brasília: Secretaria dos Desportos, 1991.

  • DUARTE, Edson; LIMA, Sônia Maria Toyoshima. Atividade Física para Pessoas com Necessidade Especiais: Experiências e Intervenções Pedagógicas. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003.

  • DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em Busca da Formação de Indivíduos Autônomos nas Aulas de Educação Física. Campinas: Autores Associados, 2004.

  • PITANGA, Francisco José Gondim. Epidemologia da Atividade Física, Exercício Físico e Saúde. 2ª ed. São Paulo: Phorte, 2004.

  • RODRIGUES, David. Atividade Motora Adaptada: A Alegria do Corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2006.

  • ROSADAS, Sidney de Carvalho. Educação Física Especial para Deficientes. 3ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991.

  • SIVADON, Paul. Corpo e Terapêutica: uma psicopatologia do corpo. Campinas: Papirus, 1988.

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