Organização e aspectos ambientais que influenciam na disciplina de Educação Física nas escolas de Criciúma, SC La organización y los aspectos ambientales que influyen en las clases de Educación Física en las escuelas de Criciuma, SC |
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*Professor do Curso de Educação Física/UNESC Doutorando em Ciências do Movimento Humano/UFRGS **Acadêmica do curso de Educação Física- Licenciatura/UNESC (Brasil) |
Victor Julierme Santos da Conceição* Renata Rocha Costa** |
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Resumo Este estudo objetivou descrever e analisar a organização e a influencia dos aspectos ambientais, físicos e materiais destinado nas aulas de Educação Física nas escolas da rede pública de ensino na cidade de Criciúma-SC. O instrumento de pesquisa foi um questionário e os dados foram analisados a partir da retirada de indicadores para através da análise de conteúdos, identificar as idéias que respondem ao objetivo deste artigo. Fizeram parte desta pesquisa 11 professores de educação física das escolas da rede urbana que atendem acadêmicos em situação de estágios curricular supervisionado. As informações mostram que um descontentamento em relação ao material disponível para trabalhar e quanto à infra-estrutura das escolas. As turmas infladas, o número de aulas por semana são pontos levantados pelos professores que causam desconforto para exercer seu trabalho pedagógico. Estes dados demonstram uma visão resumida da realidade, mas com grandes possibilidades de discussões sobre as condições de trabalho dos professores de Educação Física da cidade de Criciúma-SC. Unitermos: Educação Física. Aspectos organizacionais. Trabalho pedagógico.
Artigo decorrente da pesquisa A Educação Física Escolar em Criciúma-Sc: em busca de um diagnóstico. Fomentado pelo Programa de Iniciação Científica da Universidade do Extremo Sul Catarinense/UNESC
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Discussões iniciais
Compreendendo que a sociedade passa por constantes transformações sociais, políticas e econômicas, acredita-se que a Educação, sendo parte deste contexto, também está sujeita á este movimento.
Diante deste panorama, faz-se necessário realizar, periodicamente, coleta de informações da realidade, para que se repense as problemáticas inerentes à Educação, e conseqüentemente se possa efetivar uma prática pedagógica, visando intervir nesse processo de transformação da sociedade em busca de um sujeito emancipado.
Atualmente, dentro do contexto da Educação, vive-se um momento de desafios em relação à Educação Física e de inquietações referentes à prática do professor, como a atuação docente nas instituições escolares, a regulamentação da profissão e os campos de trabalho conquistados pelo professor de Educação Física, entre outras.
Estas inquietações foram impulsionadas, principalmente, a partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, quando fez-se necessário demonstrar a real importância da Educação Física no contexto escolar.
Desta forma, julga-se importante realizar um diagnóstico da Educação Física escolar, no sentido de valorizá-la. O desconhecimento das condições objetivas e subjetivas de realização de sua práxis pedagógica tem impedido a execução de um trabalho planejado com objetivos elaborados a partir do conhecimento de prioridades, capaz de identificar fatores sobre os quais é necessário atuar para alcançá-los. A superação deste fato, que tem levado a Educação Física para uma situação de improvisação, ocorrerá a partir do momento em que o primeiro passo seja dado em direção a um trabalho consistentemente planejado.
Neste sentido, propõe-se um projeto com o objetivo de diagnosticar a condição em que se encontra a Educação Física nas escolas.
Destacamos que o propósito de um diagnóstico é reunir elementos de avaliação em quantidade e qualidade. Que permitam, de modo objetivo e racional, definir as metas de um desenvolvimento desejável, assim como identificar os fatores sobre os quais é necessário atuar para alcançá-lo. Isto implica na realização de uma pesquisa instrumental, com fins operativos e com sentido programático.
Assim, é de tal maneira fundamental para o diagnóstico, um esforço de quantificação, mesmo de modo aproximado, dos fatores envolvidos na problemática. Incluindo aqueles considerados previamente de dimensionamento complexo, pois, sem um mínimo de dados que expressem o contexto será difícil determinar a situação atual, suas deficiências e necessidades.
Salientamos ainda que uma proposta de transformação da realidade implica, necessariamente, no conhecimento prévio desta mesma realidade em que se pretende atuar, ainda que esse conhecimento se tenha processado de forma assistemática.
A partir dessas premissas discriminadas origina-se o seguinte objetivo geral: descrever e analisar a organização e a influência dos aspectos ambientais, físicos e materiais nas aulas de Educação Física nas escolas da rede pública de ensino na cidade de Criciúma-SC.
Segundo PEDREIRA (2000) na história da humanidade, os homens sempre sofrem influências do meio em que vivem. Desde os tempos remotos até os dias de hoje, as condições ambientais, físicas e materiais sempre foram importantes para o aprendizado dos seres humanos.
Conforme AZEVEDO (1995) a Educação Física como fenômeno social, caracteriza-se por ser uma particularidade muito especial, de difícil compreensão, que é a sua prática enquanto agente de socialização. Neste enfoque a Educação Física atua dentro das necessidades de ações individuais do homem para alcançar um objetivo coletivo no grupo social.
Para KREBS (2000) a Educação Física escolar tem seus fundamentos nas concepções de corpo e movimento. Ou seja, a natureza do trabalho desenvolvido nessa área tem íntima relação com a compreensão que se tem dos dois conceitos. A Educação Física ao caracterizar-se como a disciplina que trata do movimento humano, deve possibilitar ao aluno a participação de diferentes conhecimentos. Essa participação implica partir do conhecimento de si mesmo, e o conhecimento do seu grupo social, proporcionando descobrir-se enquanto sujeito de sua própria história e não objeto dela. Somente neste pensar é que encontraremos a possibilidade de estarmos contribuindo na construção de sua personalidade, e na compreensão do universo que o cerca, desenvolvendo consciência crítica, onde ele possa manifestar suas idéias, anseios e vontades.
Entretanto, de acordo com AZEVEDO (1995), freqüentemente, constata-se a existência nas aulas de Educação Física nas escolas, problemas de origem ambiental, ou seja: ruídos/barulhos perturbadores; odores/cheiros desagradáveis; frio/calor intenso; etc. Estes problemas somados as diversas dificuldades de material/infra-estrutura inviabilizam a prática da Educação Física de forma continuada e prazerosa.
POZZOBON (1992) destaca que as escolas, em sua grande maioria, possuem instalações esportivas inadequadas, insuficientes e até mesmo inexistentes. Havendo uma grande dificuldade em desenvolver um planejamento adequado às necessidades dos educandos, afetando diretamente o processo de aprendizagem e prejudicando seu desenvolvimento motor.
Decisões metodológicas
Este estudo encontra-se substanciado pela abordagem sócio-cultural, aparado nos pré-supostos da pesquisa qualitativa, caracterizado como do tipo descritiva, definida por Cervo e Bervian (1996) como aquela que observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Além disso, é segundo os mesmos autores, acima citados, uma pesquisa exploratória, pois procura realizar descrições precisas das situações e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma.
Os sujeitos da investigação foram 11 professores de Educação Física das escolas de ensino fundamental da rede de ensino público da cidade de Criciúma (SC). Foram selecionados estes professores, pois são aqueles que recebem alunos em situação de estágio curricular supervisionado da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), atuando como supervisores de campo e contribuindo para a formação dos futuros professores de Educação Física. Destes 11 professores, seis são homens e cinco mulheres. 54% destes atuam apenas em uma escola e 67% são regentes de classe a mais de 11 anos.
O instrumento de pesquisa foi um questionário para os professores de Educação Física, contendo questões abertas e fechadas versando sobre o objetivo do estudo. As questões foram construídas para dar conta de obter informações sobre as condições de infra-estrutura das escolas para a disciplina de Educação Física e sobre a organização desta disciplina pelos professores e pela instituição de ensino.
Apresentação e análise das informações
A análise dos dados coletados pelo questionário foi realizada a partir da retirada de indicadores das respostas dos informantes, relativos ao objetivo do estudo e a conseqüente utilização da freqüência percentual dos mesmos.
Como é organizada a disciplina de Educação Física
A partir das informações construídas com os sujeitos, os dados mostram que todos eles (100%) organizam os alunos em suas aulas não separando por sexo.
Em contraposição á estes dados Romero e Aguiar (1999) mencionam que grande parte das escolas ainda separa os alunos por sexo nas aulas de Educação Física, mantendo a ideologia sexista na condução das atividades práticas. Estas autoras sugerem melhor preparo docente e capacitação pedagógicas a fim de prepará-los a atuar melhor minimizando a ideologia sexista que reina na sociedade e igualmente, na escola.
Costa e Da Silva (2002) relatam a importância de refletir gênero no espaço escolar dentro do tema co-educação onde essa temática é fundamental para novas possibilidades de educação para ambos os sexos.
Os mesmo autores falam que antigamente uma das funções da educação tradicional, de forma geral, era apresentar condutas diferentes para os homens e para as mulheres. Sempre separados, os alunos eram encaminhados para funções distintas, onde essas ações contribuíram e fortaleceram o esteriótipo sexista da sociedade.
De maneira geral, as meninas e os meninos “escolarizados” recebem educação diferenciada, conseqüência dos diferentes papéis que eram requisitados para os mesmos, ou seja, para as meninas serem esposas e mães, e para os meninos bastava serem bons trabalhadores para sustentar a casa. (COSTA e DA SILVA, 2002, p 45).
Abreu (1990 apud LOUZADA, VOTRE E DEVIDE, 2007) em sua dissertação de mestrado defende a idéia de que as aulas teriam que ser somente mistas a fim de que as meninas tenham as mesmas oportunidades dos meninos. A mesma autora diz que as aulas separadas por sexo não fazem sentido, na medida em que é baseada em estereótipos culturais. Para Abreu, na prática tecnicista é normal que separe os alunos por sexo, mas na prática humanista não.
Segundo Costa e Da Silva (2002), quando se pensa em co-educação, pensa-se em igualdade de atenção e tratamento das meninas e dos meninos. A co-educação afirma a igualdade de oportunidades entre os gêneros, entretanto, é importante saber que escola mista não tem o mesmo significado de escola co-educativa. É nesse sentido que convém destacar que a Educação Física não aborda a igualdade entre os sexos, mas sim a equidade criando um clima que permita o desenvolvimento integral: afetivo, social, intelectual, motor, psicológico, sem o prejuízo em relação ao gênero. Ou seja, uma escola para a formação de ambos os sexos e que valorize as diferentes contribuições e habilidades, independente se for menina ou menino.
Quanto à quantidade de horas/aula semanais destinadas á disciplina de Educação Física, os professores questionados relatam que 81,81% apresentam duas aulas semanais, 36,36% três aulas semanais e 9,09% mais de três aulas semanais. Silva (1999) diz ser evidente as perdas verificadas pela disciplina de Educação Física em termos de número de aulas (Estado de São Paulo, Ensino Fundamental de 1ª à 4ª séries e no Estado do Paraná, Ensino Fundamental e Médio) e isto não deixa dúvidas das dificuldades porque passa a disciplina na escola. Todos os professores relatam que suas aulas ocorrem dentro do turno regular e apresentam duração de 45 minutos (90,90%) e 40 minutos (9,10%). De acordo com a Matriz curricular de Santa Catarina do Ensino Fundamental, de 9 anos, de 1ª a 5ª série (Anos Iniciais), nas disciplinas de Educação Física e Arte serão ministradas, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1ª a 5ª série), por professores das disciplinas citadas, com carga horária semanal de 03 (três) aulas de educação física e 02 (duas) de Arte. Neste sentido questões legais permeiam as decisões quanto ao número de aulas, cabe saber o motivo que a maioria das escolas organizam esta disciplina com duas horas semanais.
Os professores relatam que 27,27% das aulas são ministradas em dias consecutivos, 63,63% em dias alternados e 9,10% duas ou mais aulas no mesmo dia, consideradas aulas faixa. Em contraposição á este dado Canfield e Jaeger (1994) em seu estudo intitulado “Aulas de Educação Física: o professor e suas ações” observaram que nas escolas estudadas da cidade de Santa Maria (RS) a distribuição da carga horária da disciplina é normalmente em dias alternados, sendo que existem casos de “dobradinhas”, que são duas aulas consecutivas.
Sobre o número de alunos nas aulas, 27,27% dos professores relatam ministrar aulas para turmas com 20 a 25 alunos, 36,36% para 30 a 35 e 27,27% para turmas com mais de 35 alunos. Estas informações estão condizentes com as recomendações legais (LDB 9394/96) que mesmo não estipulando um número de alunos por professor se ampara na discussão sobre a qualidade do ensino, onde em seu Art. 25 destaca: Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançarem relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.
Dos conteúdos trabalhados 81,81% dos professores trabalham com esportes coletivos e atletismo 9,09% esta distribuídos em jogos de mesa, dança, luta, natação e 9,09% não responderam.
Sobre este assunto, observamos uma tendência histórica de se tratar na disciplina de Educação Física os conhecimentos do esporte hegemônico. Isto é abordado por Betti (1999), quando este comenta que somente o futebol, basquetebol e voleibol fazem parte desta disciplina, ficando as outras manifestações esportivas, como atletismo e ginástica, pouco difundidas no ensino fundamental. O mesmo autor ainda coloca que o processo de compreensão destas modalidades esportivas como conhecimentos a serem tratados na Educação Física, não pode ser esquecido.
Aspectos ambientais que interferem nas aulas
Quando questionamos os professores quanto a algum fator ambiental como ruídos, sons, cheiro, odores, frio calor que atrapalham as aulas de educação física, 100% das respostas mostraram que existem problemas pertinentes que atrapalham as aulas. Todos os professores relataram dois itens, que foi constantemente citado entre outras opções de escolha barulho do trem e desníveis no terreno.
Este dado é justificado por Azevedo (1995) que relata a existência de barulhos perturbadores, odores desagradáveis, frio, calor intenso e chuva. São os fatores ambientais que freqüentemente atrapalham as aulas de Educação Física escolar. Ainda destaca que muitas vezes, também, devido à localização das escolas próximas de ruas ou avenidas com trânsito intenso, ocorre o problema de barulhos que atrapalham as aulas. Este fato contribui como entendimento sobre tais fatores, pois todos os professores sujeitos da pesquisa afirmam ministrar suas aulas nas dependências da escola onde são regentes. Concluídos que a localização da escola ou a sua distribuição geográfica, aumenta a ocorrência de ruídos que interferem no andamento da aula, por tanto, no processo de ensino aprendizagem.
Perim (2001) diz que estudamos o espaço como se a sua constituição física (a sua paisagem, objetos e a forma com que estão organizados) tivesse nela mesma a explicação para si, quer dizer, acreditamos que o espaço tem o seu fim em si mesmo. Entretanto, a constituição do espaço é o resultado de múltiplas determinações, cuja origem situa-se em diferentes níveis e escalas, indo do simples lugar à dimensão globalizada. O espaço em si – ou a sua geografia – deixou de ter um simples papel funcional, passando a carregar (intencionalmente) símbolos e representações de conteúdos e valores que não lhes são próprios. Neste sentido, 36,36% dos professores mostram que as condições da escola que trabalham são ruins, 36,36 relatam serem boas e 27,27 diz estar ótimo para realização das aulas de educação física.
Estes dados são alicerçados a partir das colocações de Musskopf et al. (1999), muitas vezes, o critério para garantir uma melhor qualidade de ensino na Educação Física está associado ao número de espaços físicos desportivos disponíveis aos alunos para a sua prática. Segundo Farias, Shigunov & Nascimento (2001) vários estudos realizados em escolas indicam que existe uma falta de locais nas escolas, principalmente nas públicas, para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.
Quando questionados sobre a satisfação com as condições de trabalho 18,18% dos professores estão descontentes com condições de acesso a água potável, 63,63% dizem ter local apropriado para realização das aulas nos dias de forte calor, 100% dos professores relatam que os locais para realização das aulas ficam próximas salas de aula, 54,54% dizem ter materiais de trabalho de má qualidade. Estes materiais na maioria das vezes (45,45%) são distribuídos pelos órgãos públicos responsáveis pelas instituições, 9,09% são confeccionados pelos alunos, 27,27% comprados pela escola. Não sabemos se este compra realizada com recurso público ou são realizadas ações pontuais para arrecadar verba para a compra de material de uso coletivo para as aulas.
Este resultado assemelhou-se com os encontrados por Krug, Menezes Filho e Beltrame (1998) no estudo denominado “Diagnóstico dos problemas da prática pedagógica dos professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Santa Maria (RS)”, onde constataram que a baixa qualidade dos materiais e a falta destes é um problema que os professores enfrentam no desenvolvimento de suas práticas pedagógicas.
De acordo com vários estudos realizados em escolas (Xavier e Canfield, 1995; Farias, Nogueira e Afonso, 1996; Krug, Menezes Filho e Beltrame, 1998; Souza e Portela, 2000; Farias, Shigunov & Nascimento, 2001; Menezes Filho, 2002; Almeida e Fensterseifer, 2003) indicam que um dos fatores que interferem na prática pedagógica de professores de Educação Física é a falta de materiais disponíveis para a realização das atividades.
Considerações finais
Resgatando o objetivo deste artigo: descrever e analisar a organização e a influencia dos aspectos ambientais, físicos e materiais destinado nas aulas de Educação Física nas escolas da rede pública de ensino na cidade de Criciúma-SC, podemos concluir os seguintes pontos expostos abaixo.
A disciplina de Educação Física, ministradas pelos professores sujeitos da pesquisa, mostram uma organização voltada a atender amplamente a diversidade educacional. Isto é observado no momento que os professores relatam que existe uma preocupação em organizar as aulas onde meninos e meninas participem juntos.
De acordo com a Matriz Curricular de Santa Catarina, as aulas organizadas pelos professores precisam se adequar melhor, pois na grande maioria acontecem duas vezes na semana, contradizendo as questões legais que indicam aulas três vezes por semana para o ensino fundamental. Contudo, aquilo que nos é mostrado nas respostas, quanto ao tempo de aula, estas correspondem na sua maioria uma duração de 45 minutos. Outro dado importante é sobre a quantidade de alunos. As respostas mostram que existe uma transição para o aumento do número de alunos por turma.
Partindo do princípio que para dar conta das necessidades educacionais de uma determinada realidade é necessário que existam boas condições de trabalho, para que os professores possam exercer sua função pedagógica. Esta discussão ampara um novo grupo de dados, pois os professores relatam que existe um descontentamento sobre a infra-estrutura e materiais disponíveis para suas aulas.
Os dados mostram que existe um descaso por parte das secretarias de ensino em relação às condições de materiais, pois as escolas são as responsáveis na aquisição destes. Outro problema encontrado, é a localização das aulas e os problemas causados pelos ruídos e dificuldades de infra-estrutura da escola, que não contribuem para um bom andamento da disciplina.
Julgamos tais informações de extrema importância para que possamos compreender a realidade da Educação Física antes de traçarmos qualquer crítica, que normalmente são dirigidas aos professores.
Esperamos ampliar as escolas pesquisadas, buscando uma visão mais profunda sobre as condições de trabalho dos professores.
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