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Aptidão física relacionada à saúde de 

escolares da rede pública do estado do Amapá

Aptitud física relacionada con la salud de escolares de la red pública del estado de Amapá

 

*Graduando em licenciatura em Educação Física

Centro de Ensino Superior do Amapá, CEAP, AP, BR

**Mestre em Ciência da Motricidade Humana, UCB, RJ, BR

Centro de Ensino Superior do Amapá, CEAP

(Brasil)

Willian Roger Costa Alves

willianroger_17@hotmail.com

Paulo José dos Santos de Morais

paulojose@ceap.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi Verificar o nível da Aptidão Física Relacionada à saúde (ApFRS) de alunos da Escola Estadual do Sistema de Ensino do Amapá, com o intuito de contribuir com uma ação preventiva e educacional voltada à Saúde, sendo uma pesquisa descritiva do tipo transversal e estudo de caso, com uma amostra de 23 alunos sendo, 12 meninos e 11 meninas. Para a avaliação dos componentes de ApFRS utilizou-se testes e mediadas antropométricas, nas quais, obtenção do Índice de Massa Corporal, Relação Cintura Quadril, “sentar e Alcançar”, Flexão de Braço e o teste de 2400 metros, todos os resultados foram classificados utilizando como referencial Nieman, (1999 apud Nahas, 2003). Na Força e Resistência Muscular Localizada, as meninas e os meninos apresentaram-se, 63,63%, na faixa recomendável. Flexibilidade as meninas apresentaram 45,45%, já meninos 72,72%, no recomendável. No IMC e RCQ ouve uma diferença, os meninos se sobressaíram no IMC, e possuem mais probabilidade de risco no RCQ. Resistência cardiorrespiratória as meninas, estão todas classificadas em Ruim e Muito Ruim, os meninos 72,72% entre bom e excelente. Debilidades nestes componentes estão relacionadas a problemas posturais, dores lombares, doenças coronarianas, hipertensão, diabetes, osteoporose etc..

          Unitermos: Saúde. Aptidão física. Educação. Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O homem sempre foi muito ativo, desde o seu primórdio, há milhares de anos, viveu mais de 99% deste tempo como nômade, período no qual viveu da caça e da agricultura. Somente á pouco mais de um século sua atividade física e estilo de vida passou a apresentar mudanças importantes. Após o início da Revolução Industrial, fins do século XIX, a saída do homem do campo para as cidades passou a favorecer uma vida com menor atividade física, ou seja, com tendência ao sedentarismo (AZEVEDO, 2000).

    A partir da década de 80, começa a preocupação com a Aptidão Física Relacionada à Saúde (ApFRS), definida por Nahas (2001) como “a capacidade de realizar tarefas diárias com vigor”, tendo como componentes principais a resistência cardiorrespiratória, a composição corporal, a flexibilidade e a força/resistência muscular localizada que compreendem os fatores morfológicos, funcional, motor, fisiológico e comportamental do ser humano que devido à industrialização, passou a ter hábitos sedentários que estão associados ao risco de desenvolvimento prematuro de doenças crônico-degenerativas.

    A prevenção de doenças relacionadas ao sedentarismo deve ser iniciada desde a idade infantil, pois apesar dos sintomas provenientes das doenças degenerativas ainda não terem se manifestado, não significa que os jovens estão imunes aos fatores de risco, que futuramente, possam induzir a um estado de morbidez. No entanto muitos sintomas relacionados às doenças degenerativas apresentam período de incubação na infância e adolescência (GILLIAM & MacCONNIE, 1984; HOLLMANN & HETTINGER, 1983).

    Vários estudos (CARNEIRO & GIUGLIANO, 2004; GUEDES & GUEDES, 1993; NAHAS, 2003; OLIVEIRA, 2000; PAULA, 200; ROMAN, 2004; SERASSUELO JUNIOR; 2005) demonstram que níveis satisfatórios de ApFRS podem favorecer o individuo, promovendo a prevenção, manutenção e melhoria da capacidade funcional do organismo, reduzindo a probabilidade do desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis (DCDNT), tais como as metabólicas e vasculares, que têm seu aparecimento comumente associado à falta de atividades físicas regulares.

    Saúde, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993), “implica em um estado completo de bem-estar bio-psico-social (multidimensional) e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade”. Sendo um direito humano fundamental, os governos têm a responsabilidade pela saúde de seus povos, na qual será exercida mediante a aplicação de medidas sanitárias e sociais apropriadas, determinando que a prevenção deva ser prioritária na manutenção de um estado saudável que, sendo educável, deve começar no âmbito escolar.

    A VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986 definiu saúde como resultante das condições de educação, lazer, alimentação, habitação, renda, meio ambiente e acesso a serviços de saúde.

    Em 1978, a declaração de Alma-ata afirma que “todos os governos devem formular políticas, estratégias e planos nacionais de ação, para lançar e sustentar os cuidados primários de saúde em coordenação com outros setores”. Para esse fim, será necessário agir com vontade política, mobilizar os recursos do país e utilizar racionalmente os recursos disponíveis.

    De acordo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1990), a garantia da saúde implica garantir o acesso totalitário e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde, e em especial a formulação de políticas sociais e econômicas que atuem na redução dos riscos de adoecer, suas ações e serviços são constituídos para trabalhar pela promoção, proteção e recuperação da saúde.

    Entretanto na pratica muitas das vezes não acontece, pois os governos se preocupam mais com cuidados Secundários - Recuperação da saúde - do que com os cuidados Primários ou de prevenção. Logo, necessário se faz que a sociedade se utilize do princípio da Educação para a Saúde que preconiza sua preservação e/ou manutenção (ACSM, 2007), podendo a vir diminuir os gastos do governo em saúde.

    No contexto escolar, a utilização desse princípio consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à manutenção de seu bem-estar físico, social e mental, ecológico e econômico.

    Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s, 1997) preconizam que se deve proporcionar aos alunos a capacidade de conhecer e cuidar de seu próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida, agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e da comunidade, através de uma postura baseada na ética, pois a ausência de informação incapacita e/ou dificulta a tomada de decisão.

    Alunos nesse nível de ensino muitas das vezes possuem um estilo de vida inadequado, tais como sedentarismo, dieta inadequada, tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas, uso de drogas, estresse elevado, etc. Hábitos e atitudes apreendidos na adolescência ou na infância irão repercutir na fase adulta (GUEDES et al., 2001; MENDES et al. , 2006; ROCHA, 2003).

    A promoção de saúde, definida também pela mudança de comportamentos e atitudes relacionados ao modo de vida dos homens, está diretamente relacionada com o processo educativo, e, a partir daí, a escola, como uma das instituições básicas da sociedade, assume um papel fundamental, de mediadora no processo de desenvolvimento da saúde (CONTINI, 1998, apud FERNANDES et al, 2004).

    Danailof (2005) destaca que a educação física deve desenvolver conteúdos pedagógicos relacionados à saúde, e é importante para que alunos adquiram hábitos saudáveis na infância para que não se tornem adultos sedentários. Logo, é através da educação que podemos mudar hábitos, atitudes e valores.

    Atualmente, a proposta de educar para a saúde tem recebido cada vez mais atenção, na medida em que se compreende que problemas sérios de saúde possuem estreita relação com comportamentos e estilos de vida. Torna-se necessário para o individuo, avaliar seus próprios comportamentos e estilo de vida e distinguir aqueles que conduzem a uma vida mais saudável.

    Portanto, quanto mais cedo hábitos relacionados à saúde são instalados, mais se contribui para a promoção de saúde. É neste sentido que é preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e comportamentos saudáveis, através da aprendizagem cotidiana no espaço escolar (FARIA, 1996; apud FERNANDES et al., 2004).

    Para Corbin & Nahas (1992), e Guedes & Guedes (1995) é necessário preocupar-se com a ApFRS nos conteúdos das aulas de Educação Física Escolar podendo assim, ser uma solução para uma parte dos problemas relacionados ao sedentarismo e suas doenças consequentes.

    A escola de maneira geral, e a disciplina de educação física em particular, devem desenvolver programas com esse objetivo, e o Professor de Educação Física deverá apropriar-se dos saberes adequados sobre atividade física e aptidão física na promoção a saúde e torná-los tão populares quanto diversos outros conhecimentos.

    Ao verificar o nível da Aptidão Física Relacionada à saúde (ApFRS) em alunos do ensino médio da Escola Estadual do Sistema de Ensino do Amapá, praticantes de Educação Física, o presente estudo tem a intenção de contribuir com uma ação preventiva e educacional voltada à Saúde, pois de acordo com Mendes et al. (2006), a efetivação de pesquisas pode potencializar a possibilidade de promover estratégias de políticas públicas e sociais a serem adotadas para a melhoria da qualidade de vida da população.

Procedimentos metodológicos

    O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva do tipo transversal e estudo de caso, com o objetivo de descrever as características de determinada população ou fenômeno e compará-las com teorias vigentes, com a observação e variáveis mensuradas num determinado momento do tempo.

    A amostra foi obtida de maneira não probabilística, intencional por voluntariado e foi constituída de 23 alunos de ambos os sexos, 12 meninos e 11 meninas, perfazendo 10% do total de aluno do ensino médio da escola. Os testes físicos e dados antropométricos da ApFRS foram realizados de acordo com os protocolos descritos em Nahas (2003) e Fernandes Filho (2003).

    Os componentes de ApFRS avaliados foram a Composição Corporal com a obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura Quadril (RCQ), Flexibilidade, Força/Resistência Muscular Localizada (FRML) e Capacidade Aeróbia, todos os resultados foram classificados utilizando como referência classificados Nieman, (1999 apud Nahas, 2003) e os preconizados pela AAHPERD (1988).

    O Índice de Massa Corporal foi calculado com base na Massa Corporal (kg) e altura (m) de cada aluno; através da seguinte formula: IMC = Massa Corporal/ (estatura)². Para a obtenção da Massa Corporal utilizou-se uma balança mecânica do tipo portátil MS60 até 150 Kg, marca Beurer, com precisão de 100g. Para a aferição, os alunos tiveram que retirar os calçados e o excesso de roupas, ficando em posição ortostática sobre a plataforma, com os braços ao longo do corpo e com o olhar fixo à sua frente.

    Para a obtenção da Estatura se utilizou um estadiômetro, construído com fita métrica de precisão de 01 cm (marca modelo), fixada na parede, nivelada com fio de prumo, e um esquadro que serviu de cursor. A aferição foi realizada com o aluno se posicionando de costas para a fita métrica, em posição ortostática, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos e descalços, com o calcanhar encostado na parede, realizando uma inspiração profunda. Para a classificação do IMC utilizou-se como referência os dados preconizados pela OMS (1995) expressos na Tabela 1.

Tabela 1. Classificação do Índice de Massa Corporal

Fonte: Organização Mundial de Saúde, 1995

    A Relação Cintura Quadril foi aferida através da circunferência da cintura, observando-se o menor perímetro logo abaixo da última costela, e a circunferência do quadril, no ponto de maior protuberância das nádegas. Utilizou-se uma trena especifica para aferições com precisão de 01 cm, (marca e modelo) paralela ao solo, formando um ângulo de 90º. A classificação do RCQ foi obtida através dos índices preconizados pelo Canadian Standartized Testo f Fitness (CSFT) Operations Manual, (1986, apud Filho, 2003) expressos na TABELA 2.

Tabela 2: Classificação da Relação Cintura Quadril

Fonte: adaptado de Canadian Standartized Testo f Fitness (CSFT) Operations Manual, (1986, apud Filho, 2003).

    A Flexibilidade foi mensurada através do teste de “sentar e alcançar”. Utilizou-se o Banco de Wells, tendo este 30 cm de altura com base de 30 cm e com uma régua de 23 cm, acrescida a base. Para a aferição o aluno sentava no chão, com os pés descalços, apoiando a sola dos pés na caixa, com os joelhos estendidos e unidos, e, com as mãos sobrepostas uma sobre a outra e os cotovelos estendidos, alcançando a máxima distância possível ao inclinar o tronco à frente.

    Para evitar uma flexão não desejada, o avaliador apoiava os joelhos do executante com as mãos, e se necessário, com uma leve pressão restringia o movimento da articulação. O aluno realizou o movimento por três vezes consecutivas, com breve intervalo, sendo considerada a maior distância atingida.

    A classificação obtida através do resultado do Teste “Sentar e Alcançar” preconizado por Nieman (1990) de acordo com a Tabela 3.

Tabela 03. Classificação da Flexibilidade

Fonte: Adaptado de Nieman, (1999 apud Nahas, 2003).

    Para a obtenção dos dados relativos à Força e Resistência Muscular Localizada realizou-se o teste de Flexão/Extensão dos Braços preconizado por Nahas (2003). Os homens ficaram em decúbito ventral, com as mãos e as pontas dos pés apoiadas no solo, tendo que estender e flexionar os braços, até o solo, sempre mantendo o alinhamento do tronco e das pernas. As Mulheres ficaram em decúbito ventral, com os joelhos e as mãos apoiados no solo, com as pernas e pés elevados num ângulo de 90º entre as coxas e as pernas, tendo que estender e flexionar os braços, encostando o peito no solo, mantendo o alinhamento do tronco.

    Avaliação Força e Resistência Muscular Localizada: resultados classificados de acordo com o Número Máximo de Repetições de acordo com a Tabela 04 adaptada de Nieman (1999).

TABELA 04. Classificação Força e Resistência Muscular Localizada

Fonte: Nieman, (1999 apud Nahas 2003)

    Para a determinação da Capacidade Aeróbia realizou-se o teste de corrida de 2.400 metros (FERNANDES FILHO, 2003). Os avaliados tiveram que realizar 20 voltas na quadra poliesportiva da escola, perfazendo a distância preconizada pelo teste, percurso realizado no menor tempo possível.

    Cronometrado seu tempo, utilizando cronômetro Mormaii, foi calculado seu VO² máximo através da fórmula proposta pelo ACSM (s/d apud FERNANDES FILHO, 2003) demonstrada na FIGURA 1, e para sua classificação foram utilizados os níveis preconizados por Cooper (1977, apud POWERS & HOWLEY, 2005), expressos na TABELA 05.

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Tabela 05. Classificação da Resistência Cardiorrespiratória

Fonte: Cooper 1977, valores do consumo de oxigênio em ml.kg-¹min-¹ apud Howley e Powers, 2005.

Apresentação e discussão dos resultados

    Os escores obtidos nos testes utilizados para a verificação dos níveis de aptidão física relacionada à saúde serão descritos através de tabelas, classificados de acordo com as idades e comparados a literatura adaptada de Nieman, (1999 apud Nahas, 2003).

Tabela 1. Classificação da Resistência Muscular Localizada por idade, de meninas de 15 a 17 anos (n=11)

Fonte: adaptado de Nieman, (1999 apud Nahas, 2003).

 

Tabela 2. Classificação da Força e Resistência Muscular Localizada por idade, de meninos 15 a 17 anos (n=12).

Fonte: adaptado de Nieman, (1999 apud Nahas, 2003).

    No componente FRML do sexo feminino, as avaliadas apresentaram-se, (63,63 %) dentro da classificação que a literatura estabelece como recomendável para a saúde, com os melhores escores obtidos na idade de 15 anos. No entanto, o grupo apresenta um declínio na classificação com o acréscimo de idade, com resultados de Baixa Aptidão e Condição de Risco vindo a manifestar-se nas idades seguintes, 16 e 17 anos.

    Esses dados vão ao encontro com os obtidos por Morais (2010), e Krebs & Macedo (2005), demonstrando que com o passar do tempo pode ocorrer um decréscimo da condição atlética de meninas. Dentre outros motivos, esse decréscimo pode ocorrer por fatores sociais influenciando no afastamento de atividades físico-esportivas deixando-as propensas à manifestação de doenças, relacionadas com sua debilidade muscular.

    O grupo dos meninos apresenta resultados de Baixa Aptidão e Condição de Risco nas idades de 15 e 16 anos. Entretanto, os meninos obtiveram melhores escores alcançados na idade de 16 e 17 anos, com 63,63 %, classificados dentro do que a literatura estabelece como recomendável para a saúde. Demonstrando que com o passar do tempo os meninos sofrem uma melhora, decorrente de suas praticas de atividades físico-esportivas diárias.

    A força é definida por Komi (2003) como “a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, superando uma resistência externa e de contra-ação a esta resistência”, possibilitando a movimentação, o sustentar e mover objetos. Sendo também responsável pela manutenção da postura ereta, equilibrando o corpo contra a ação da gravidade.

    A força mecânica produzida pelas tensões musculares é um fator determinante na manutenção da massa óssea (BOUCHARD, SHEPHARD & STEPHENS, 1994; DRINKWATER, 1994) e, como 90% do conteúdo ósseo mineral do adulto é depositado no final da adolescência, torna-se importante apresentar bons índices de força/resistência, ou implementá-lo, neste período da vida, uma vez que a predisposição a osteoporose inicia-se na infância e adolescência (NIEMAN, 1999).

    Debilidades neste componente da APFRS são relacionadas a problemas posturais, articulares, músculo-esqueléticos, às dores lombares, ao maior risco de quedas (idosos), à problemas articulares e posturais, diminuindo inclusive a auto-estima (ACSM, 1996; FISHER & VEHRS, GEORGE, 1996; KNUDSON, 1999).

Tabela 3. Classificação da Flexibilidade por idade, de meninas de 15 a 17 anos (n=11).

Fonte: adaptado de Nieman, (1990 apud Nahas, 2003).

 

Tabela 4. Classificação da Flexibilidade por idade, de meninos de 15 a 17 anos (n=12).

Fonte: Adaptado de Nieman, (1990 apud Nahas, 2003).

    No componente flexibilidade as meninas avaliadas se apresentaram 54,54 % fora da classificação que a literatura estabelece como recomendável para a saúde, com os melhores escores obtidos na idade de 15 e 16 anos. No entanto, o grupo apresenta um declínio significativo, com resultados de Baixa Aptidão e Condição de Risco vindo a manifestarem-se em ambas as idades.

    Por outro lado os meninos apresentaram 72,72 % classificados dentro do que a literatura recomenda como ideal para a saúde, com melhores escores obtidos na faixa etária de 16 e 17 anos. O que ressalta o melhor desempenho dos meninos em relação às meninas, pois com o passar do tempo os meninos melhoram e as meninas se reportam aos dados obtidos na Força Muscular Localizada, havendo um decréscimo.

    O corpo é constituído de varias articulações estas são interligações entre ossos. Flexibilidade é qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por articulação ou conjunto de articulações, e depende não só desta como também do seu tecido circundante, nomeadamente ligamentos, músculos e tendões dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão. (DANTAS s/d)

    Gaya & Marques (1999) consideram recomendável um adequado índice de mobilidade na coluna vertebral e da articulação coxo-femural (aproximadamente 25 cm no teste de sentar e alcançar), o que 72,72% dos meninos e 45,45% das meninas testados no presente estudo atingiu.

    Apesar das evidências sobre a importância da flexibilidade serem mais significativas em relação ao desempenho no desporto de alto nível do que na APFRS, de acordo com Disch et al. (1995) afirmam que a flexibilidade, associada resistência muscular, possui relações com uma boa saúde, podendo evitar o desenvolvimento precoce de problemas posturais, dores lombares, maiores riscos de lesões musculares e articulares.

Tabela 5. Relação Cintura e Quadril por idade, de meninas de 15 a 17 anos (n=11).

Fonte: adaptado de Canadian Standartized Testo f Fitness (CSFT) Operations Manual, (1986, apud Filho, 2003).

    Zonas estimadas como de risco para a saúde baseadas em tendências mostradas pelos dados sobre morbilidade e mortalidade.

Tabela 6. Relação Cintura e Quadril por idade, de meninos de 15 a 17 anos (n=12).

Fonte: adaptado de Canadian Standartized Testo f Fitness (CSFT) Operations Manual, (1986, apud Filho, 2003).

    De acordo com o RCQ, o grupo das meninas apresenta probabilidade de adquirirem doenças crônicas degenerativas entre 10% a 30%, com maiores percentuais obtidos na faixa etária de 15 e 16 anos. Os meninos já possuem a maior probabilidade de adquirirem doenças hipocinéticas do que as meninas, estando entre 65 a 95%, tendo os maiores percentuais nas idades 16 e 17 anos. Com o passar do tempo os meninos, possuem um aumento no percentual de obterem doenças hipocinéticas.

    Atualmente sabe-se que o acumulo de gordura no corpo é um risco para a saúde, mas outro fator que se deve considerar é a distribuição desta gordura pelo corpo. As pessoas com gordura excessiva no tronco em comparação com a parte inferior do corpo têm alto risco de vir a desenvolver a doença cardíaca coronariana.

    Segundo Costa (2004), acumulo de gordura nessas regiões pode gerar doenças como a diabetes, coronariopatia, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, males hepáticos, apoplexia, dificuldades biomecânicas. Para Machado & Sichieri (2002) os aspectos de distribuição da gordura corporal apresentam “forte determinação genética, mas fatores como sexo, idade e outros comportamentais, como tabagismo e falta de atividade física, podem ser determinantes”.

Tabela 7. Índice de Massa Corporal por idade, de meninas de 15 a 17 anos (n=11).

Fonte: Organização Mundial de Saúde 1995.

 

Tabela 8. Índice de Massa Corporal por idade, de meninos de 15 a 17 anos (n=12).

Fonte: Organização Mundial de Saúde 1995.

    O IMC das meninas em sua maioria (54,54%) está dentro da classificação que a literatura estabelece como recomendável para a saúde, com melhores escores obtidos nas idades de 15 e 16 anos, no entanto, há um número significativo de meninas 46,26%, que apresentam um declínio na classificação, com a diminuição de idade, 15 anos, com resultados de Baixo Peso e Sobrepeso

    Já os meninos, 72,72%, estão dentro da classificação que a literatura estabelece como recomendável para a saúde, com melhores escores obtidos nas idades de 16 e 17 anos. No entanto, há um número significante (36,36%) que se encontram classificados com Baixo Peso, em especial na idade de 16 anos.

    A importância de se conhecer o padrão de gordura e não somente o grau de obesidade relaciona-se com o prenúncio de risco de saúde. (FERNANDEZ-REAL; GONZÁLEZ-HUI, 2000; MANCINI, 2001). A obesidade vem sendo discutida em nossa sociedade, devido estar associada a diversos tipos de doenças cardiorrespiratórias, além de existir uma crescente preocupação com o aumento da incidência da obesidade infantil, aumentar a quantidade de adultos obesos.

    Há evidências na literatura de que valores baixos de IMC estão relacionados com doenças pulmonares obstrutivas, câncer pulmonar e tuberculose, e de que valores altos estão associados com doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete mellitus, artrite degenerativa, menor resistência orgânica. (NAHAS, 2003)

Tabela 9. Classificação da Resistência Cardiorrespiratória por idade, de meninas 15 a 17 anos (n=11)

Fonte: Cooper 1977, valores do consumo de oxigênio em ml.kg-¹min-¹ apud Howley e Powers, 2005.

 

Tabela 10. Classificação da Resistência Cardiorrespiratória por idade, de meninos 15 a 17 anos (n=12)

Fonte: Cooper 1977, valores do consumo de oxigênio em ml.kg-¹min-¹ apud Howley e Powers, 2005

    No componente resistência cardiorrespiratória, as avaliadas apresentaram-se, classificadas em Ruim e Muito Ruim, mais evidente nas idades entre 15 e 16 anos, fora dos padrões desejáveis para a aptidão da saúde, de acordo com o consumo de oxigênio. Isso pode ser proveniente da falta de atividades físico-esportivas, nesta fase.

    Os meninos apresentam-se, 72,72% dentro do que a literatura recomenda como saudável para a saúde, com os melhores escores sendo obtidos entre 16 e 17 anos, sendo classificados como Bom e Excelente, nas idades 15 e 17 anos, de acordo com seu consumo de oxigênio. No entanto, a um número significativo de alunos totalizando 36,36 % classificados entre Muito Ruim e Regular. Isso pode ser decorrente à maior participação em atividades físico-esportivas fora do âmbito escolar.

    A resistência cardiorrespiratória é a capacidade de todo corpo sustentar/manter o exercício físico/atividade física por um longo tempo. Cooper (1977), e Sherphard, (1976), consideram o VO2 máx, representando a potência aeróbia, como a melhor mensuração da capacidade de resistência cardiorrespiratória. O VO2 máx, é definido como a maior taxa de consumo de oxigênio possível de ser atingido durante o exercício máximo ou exaustivo. (Costiil e Wilmore, 2001) Sendo este importante na determinação da intensidade ou do ritmo do exercício que você pode sustentar.

    Uma boa aptidão cardiorrespiratória é fundamental, tanto na saúde quanto no desempenho Esportivo. Altos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão associados com o risco reduzido da principal causa de morte no mundo a doença cardiovascular, assim como também estão associados com uma baixa incidência de diabetes mellitus não insulino – dependente e de obesidades. A aptidão cardiorrespiratória é conhecida como mais importante da aptidão global relacionada à saúde.

    Os resultados deste estudo estão de acordo com os obtidos por Glaner (2002) Guedes et al. (2002), onde foi maior o percentual de meninos do que de meninas a alcançarem os padrões de referência.

    Contudo neste estudo foi pequena prevalência de escolares adolescentes, de ambos os sexos, a alcançarem os padrões de referência da AAHPERD (1988). Resultados similares foram obtidos por GLANER (2000) e GUEDES et al. (2002).

Considerações finais

    O presente estudo encontrou um número significativo de alunos fora dos padrões que a literatura recomenda como sendo saudável para a saúde em especial o grupo das meninas, que assim, possuem maior probabilidade de adquirirem algum tipo de doença hipocinética. Portanto, importante que o Professor de Educação Física desenvolva conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais que mostrem a importância ao aluno em praticar atividades físicas na escola e fora dela, e que possa levar tal habito para vida toda, para que dessa forma se torne um adulto mias saudável.

    A Educação Física tem como função, proporcionar conhecimentos e vivências variadas e sistematizadas da cultura corporal do movimento, na perspectiva da ampliação da formação cultural e da adoção de um estilo de vida ativo e saudável.

    Investigações sobre os níveis da aptidão física relacionada à saúde em populações jovens, de nossa cidade, podem fornecer valiosas informações para análise do estilo de vida adotado pelos mesmos, principalmente nos aspectos relacionados à promoção da saúde e ao controle de doenças crônico degenerativas.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 148 | Buenos Aires, Septiembre de 2010
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