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Uma reflexão baseada na avaliação formativa

Una reflexión basada en la evaluación formativa

 

*Professor de Educação Física

Especialista em Docência Superior

**Acadêmica do Curso de Medicina da

Universidade Federal do Rio Grande, FURG

(Brasil)

Andrews Barcellos Ramos*

andrewsramos@gmail.com

Inês Gullich**

inesgullich@ibest.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho traz uma reflexão acerca do assunto avaliação formativa e sua conotação no modelo escolar vigente. Na atualidade, a avaliação formativa com caráter de informar e fundamentada nos processos de aprendizagens significativas, alicerçada em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, os quais se aplicam em diversos contextos do processo educacional, clama por ser norteadora das avaliações nos processos de ensino-aprendizagem. A fim de colaborar com educadores e pesquisadores a presente reflexão traz a importância de avaliar seus discentes de forma a conhecer o meio social que estão inseridos em diversas esferas, tanto práticas quanto teóricas e contextualizar essas peculiaridades no processo avaliativo.

          Unitermos: Avaliação. Avaliação formativa. Ensino-aprendizagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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Introdução

    Segundo as atuais propostas curriculares, bem como a legislação escolar vigente, demonstra-se a importância da avaliação ser contínua, formativa e personalizada, tornando-se elemento do processo de ensino – aprendizagem, que nos permite conhecer o resultado de nossas ações didáticas, buscando aperfeiçoá-las. Porém, na prática a teoria não se faz realidade, com altos índices de reprovação, avaliações classificatórias e discriminatórias. Faz-se necessário uma reflexão profunda da prática avaliativa nas escolas, embasada pelo diálogo entre autores, educadores e pesquisadores, sobre a problemática da avaliação, no intuito de aperfeiçoar as práticas avaliativas vigentes, abrindo caminho para uma “avaliação com enfoque reflexivo na prática do aluno”.

    Percebo, em contato com os professores, que o “fenômeno avaliação” é hoje um fenômeno indefinido. Professores e alunos que usam o termo atribuem-lhe diferentes significados, relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prática avaliativa tradicional: prova, nota, conceito, boletim, recuperação, reprovação. (HOFFMANN, 1999:14).

Desenvolvimento

    A avaliação não deve ser entendida como simples exercícios, testes ou provas, mas como um processo extenso de aprendizagens, indissociáveis do envolvimento globalizado, das responsabilidades do educador e do aluno, porém em muitos casos o sistema educacional apóia-se na avaliação classificatória e têm a pretensão de verificar a aprendizagem através de notas ou conceitos. Dessa forma a avaliação escolar vigente exclui, uma vez que pressupõe que os alunos aprendem de forma linear e do mesmo modo o que, obviamente, não condiz com a realidade.

    O enfoque da definição de avaliação conota julgamento, valoração, classificação, que é praticado de acordo com padrões pré-estabelecidos. Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde suas concepções, fundamentos e organização, significando assim mudanças conceituais e redefinição das funções docentes.

    O que se propõe é uma reestruturação nas escolas quanto à sua forma de avaliar. Necessita-se, sobretudo, de uma avaliação contínua e formativa na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. É importante estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identificar as possíveis causas de seus fracassos ou dificuldades, visando uma maior qualificação e não somente uma quantificação (classificatória, discriminatória e imprecisa) da aprendizagem.

    A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, em aprendizagens significativas que se aplicam em diversos contextos.

    Duas coisas são, pois, claramente declaradas: a avaliação torna-se formativa na medida em que se inscreve em um projeto educativo específico, o de favorecer o desenvolvimento daquele que aprende, deixando de lado qualquer outra preocupação (...). A partir do momento em que informa é formativa, quer seja instrumentalizada ou não, acidental ou deliberada, quantitativa ou qualitativa (...). Uma avaliação não precisa conformar-se a nenhum padrão metodológico para ser formativa. (HADJI, 2001).

    Deve-se avaliar o que se ensina, encadeando a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem, somente neste contexto é possível falar em avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliação final (avaliar ao finalizar um determinado processo didático). Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se converte em uma ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.

    Assim sendo, o sentido e a finalidade da avaliação formativa deve ser o de conhecer melhor o aluno, suas competências, seu “estilo” de aprendizagem, seus interesses, suas técnicas de trabalho (a isso poderíamos chamar de avaliação inicial). Em seguida, constatar o que está sendo aprendido; o professor vai recolhendo informações, de forma contínua e com diversos procedimentos metodológicos e julgando o grau de aprendizagem, ora em relação a todo grupo, ora em relação a um determinado aluno em particular – julgar globalmente o processo de ensino-aprendizagem e adequar o processo de ensino aos alunos como um todo e àqueles que apresentam dificuldades, conforme os objetivos propostos; podemos exemplificar o citado acima que ao término de uma determinada unidade didática dever-se-ia fazer uma análise e reflexão sobre o sucesso alcançado em função dos objetivos previstos e revê-los de acordo com os resultados apresentados.

    Percebendo este sentido e finalidades, a avaliação formativa tem como características primordiais, ser uma avaliação contínua e integrada ao fazer diário do professor, devendo ser realizada (sempre que possível) em situações normais, evitando a exclusividade de rotina de provas, na qual o aluno é medido somente naquela situação específica, abandonando-se tudo aquilo que foi construído em sala de aula antes da prova. Deveria também, ser uma avaliação global, na medida em que observa as várias capacidades/habilidades do aluno em diferentes âmbitos: cognitivo, motor, de relações interpessoais, de atuação (participação), entre outras.

    Seguindo estes critérios, deve-se verificar uma melhora do processo ensino-aprendizagem, visto que a avaliação não começa nem termina na sala de aula. Sendo um processo pedagógico, envolve o planejamento e o desenvolvimento do processo de ensino, neste contexto é necessário que a avaliação insira-se desde o projeto curricular até o ensino em sala de aula conforme seus resultados (a aprendizagem construída pelos alunos).

    A avaliação, nessa perspectiva, deverá encaminhar-se a um processo dialógico e cooperativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmo no ato próprio da avaliação (...). É urgente encaminhar a avaliação, a partir da efetiva relação professor e aluno, em benefício à educação do nosso país, contrapondo-se à concepção sentenciva, grande responsável pelo processo de eliminação de crianças e jovens da escola. (HOFFMANN, 1999).

Conclusão

    Infelizmente o que observamos é o processo de avaliação reduzir-se à ênfase na aprendizagem produzida (reproduzida) pelos alunos. No contexto de um processo de ensino e de avaliação formativa é inadmissível, que ainda hoje, os educadores utilizem a avaliação meramente para averiguar a memorização e reprodução automatizada de informações, sem instigar no alunado a capacidade crítica e reflexiva. Nesse processo, os resultados obtidos devem necessariamente levar a um re-planejamento dos objetivos, conteúdos, das atividades, dos recursos utilizados e das variáveis envolvidas no processo de ensino.

    A avaliação deve por excelência, servir para promover o indivíduo e não excluí-lo de maneira preconceituosa, e esse é, sem dúvidas, um dos grandes desafios para a educação atual, ou seja, romper os paradigmas presentes nas peculiaridades da pedagogia vigente, com vistas a uma educação emancipadora e libertária, em que a avaliação seja vista como um processo de ensino e aprendizagens para o cotidiano, levando ao enriquecimento, qualificação e estimulando a busca de saberes pelos atores envolvidos no processo.

Referências

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