Programa de treinamento tático ofensivo no futsal através de jogos condicionados. Parte I Programa de entrenamiento táctico ofensivo en fútbol sala a través de juegos condicionados. Primera parte |
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*Autores **Orientador NEPEC - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Esportes Coletivos Universidade Federal do Ceará (Brasil) |
José Mario Pereira Filho* Francisco Alexandre da Silva* Prof. Ms. Otávio Nogueira Balzano** |
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Resumo O futsal é um dos esportes mais praticados no Brasil. Nosso país sem duvida é a maior potência nesse esporte e por isso há uma necessidade de serem desenvolvidas pesquisas científicas que dêem suporte para técnicos, professores de Educação Física e alunos graduandos deste curso, com o objetivo de dar um maior embasamento nesta modalidade. Este trabalho foi desenvolvido com intuito de contribuir com os estudos de futsal, que abordam métodos e programas de treinamento neste desporto. O presente estudo caracteriza-se por ser descritivo exploratório de corte transversal e de caráter qualitativo, apresentando um programa de treinamento tático ofensivo no futsal. Sabendo da importância de uma metodologia de ensino escolhemos uma que motivasse o jogador e ao mesmo tempo estimulasse nos atletas o processo de cognição-ação contemplando uma melhor leitura do jogo. O método escolhido foi o dos jogos condicionados abalizados por Graça e Oliveira (1998). Foi realizado um programa de treinamento durante três meses, de 1º de março a 13 de maio de 2010. O objetivo era aplicar através dos jogos condicionados diversos movimentos de ataque, que despertassem nos atletas a consciência tática coletiva, o aperfeiçoamento da tática individual, um progresso nas tomadas de decisão e uma evolução na leitura do jogo durante os treinos e partidas. Foi utilizado como ferramenta para as avaliações o diário de campo onde foram anotados todos os acontecimentos e ações tomadas pelo professor, bem como o relato dos atletas, professor, monitores e estagiários. O estudo foi realizado na Universidade Federal do Ceará, com 23 atletas da seleção de futsal entre 17 a 28 anos de idade, escolhidos de forma intencional. Os vinte e três atletas expuseram não ter nenhum contato anterior com o método de treino escolhido. O resultado apurado foi que os atletas apresentaram uma maior compreensão tática do jogo coletivo a partir do terceiro jogo. As tomadas de decisões ofensivas bem como a leitura tática ofensiva do jogo apresentarão uma evolução, no decorrer dos jogos e treinos, apenas por um pequeno número de atletas. No desenvolvimento da tática ofensiva individual os atletas demonstraram certa dificuldade. Palavras chave: Treinamento. Futsal. Jogos condicionados.
Abstract Futsal is one of the most practiced sports in Brazil. Our country is undoubtedly the greatest power in this sport and why there is a need to develop scientific research that will support coaches, PE teachers and students graduating this course, aiming to give a better foundation in this mode. This work was developed in order to contribute to studies of indoor soccer, addressing methods and training programs in the sport. The present study is characterized by being descriptive exploratory cross-sectional and qualitative, with a tactical training program offensive in futsal. Knowing the importance of a methodology to choose an education that would motivate the player and while the athletes stimulate the process of cognition-action contemplating a better reading of the game. The method chosen was the authoritative games constrained by Grace and Oliveira (1998). We conducted a training program for three months, from March 1 to May 13, 2010. The goal was to apply through the games various conditioned movements of attack that woke us athletes to collective tactical awareness, improving individual tactics, progress in making decisions and developments in reading the play during practice and games. Was used as a tool for the evaluation field diary where they recorded all the events and actions taken by the professor and the account of the athletes, teachers, group leaders and trainees. The study was conducted at the Federal University of Ceará, with 23 athletes in the selection of futsal between 17-28 years of age, chosen intentionally. Twenty-three athletes exposed having no previous contact with the training method chosen. The result was that the athletes had a greater understanding of the tactical team sport since the third game. Decision making offensive as well as reading an offensive game will present an evolution in the course of games and practices, only a small number of athletes. In developing an offensive individual athletes demonstrated some difficulty. Keywords: Training. Futsal. Games conditioned.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010 |
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1. Introdução
O Futebol e o Futsal são modalidades esportivas de maior número de praticantes em nosso estado (CE) e país, tanto no ambiente da escola quanto em clubes, alcançando nas últimas décadas um expressivo avanço nos aspectos científicos da preparação física, técnica e tática, exigindo dos profissionais uma constante atualização. A Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) tem sua sede em nosso estado, na cidade de Fortaleza. Este fato é significante para que a UFC (Universidade Federal do Ceará) junto com o IEFES (Instituto de Educação Física e Esportes), preocuparem-se em qualificar profissionais nesta área do desporto. Com esta inquietação o NEPEC/UFC (Núcleo de estudos e pesquisas em esportes coletivos), pretende descrever neste estudo uma perspectiva diferenciada, através dos jogos condicionados, de trabalhar o Futsal. A metodologia dos jogos condicionados surgiu como uma alternativa para o ensino dos desportos coletivos, a mesma veio responder ao método tradicional utilizado por muitos treinadores, sejam nas escolas ou em equipes de alto rendimento, onde a principal preocupação recaía sobre a apreensão e execução do gesto técnico por parte dos alunos/atletas. Dentro dessa perspectiva segundo Costa (2003), o processo de ensino/aprendizagem acontecia de três formas diferentes, a primeira seria o método parcial, que compreendia os exercícios referentes à fixação dos fundamentos técnicos (chute, passe, domínio entre outros) e repetições de movimentos táticos. O segundo seria o global, com ênfase no ensino através de pequenos jogos que servem para treinar os fundamentos técnicos e os princípios táticos de uma forma mais dinâmica. O terceiro método seria a forma mista, o método parcial e o global se conectam com o intuito de solucionar situações problemas decorrente dos métodos citados anteriormente. A confecção deste trabalho se deu sob a orientação do professor responsável pelas disciplinas referentes aos desportos anteriormente mencionados, e a opção do tema se deu pelo fato de que o orientador já tem contato com o método a mais de doze anos, e que já lhe rendera um livro sobre o assunto. Justificando a escolha deste método por entender que o mesmo provoca situações mais reais de jogo, ao mesmo tempo estimula o aspecto cognição-ação por parte dos atletas, bem como a preparação física e coordenativa (Leães, 2003). Este ensaio pretende demonstrar uma forma alternativa de treinamento tático de ataque e defesa no futsal. O programa descrito compreende três meses de treinamento baseado em jogos condicionados de ataque e defesa. Devido à quantidade demasiada de informações recolhidas para esse artigo, o mesmo foi dividido em dois trabalhos, sendo este a primeira parte, que consiste da apresentação teórica dos jogos condicionados, do ataque no futsal e do programa de jogos táticos de ataque. Na segunda parte do estudo abrange a defesa no futsal, a periodização para o treinamento tático no futsal e o programa de jogos condicionados táticos de defesa.
2. O jogo condicionado no treinamento tático do futsal
2.1. A importância dos Jogos Condicionados no treinamento de futsal
O esporte faz parte da vida do homem desde os primórdios da humanidade. A importância do jogo é fundamental para o individuo em vários aspectos: motores, tomadas de decisão, psicomotor, cognitivo e afetivo-social. Sabendo disso, o professor que transmite esse conhecimento aos alunos deve escolher um método de ensino que melhor se adapte ao público alvo. Segundo Costa (2003) dentro da metodologia de ensino do Futsal, podemos visualizar três métodos básicos de ensino: o método parcial, o método global e o método misto. O método parcial consiste no ensino do desporto Futsal por partes, através do desenvolvimento dos fundamentos, habilidades motoras que compõem o jogo por etapas, para ao final da aprendizagem, agrupá-los num todo, ou seja, em um único conjunto, que será o próprio jogo de Futsal. O método global consiste em desenvolver e proporcionar a aprendizagem do desporto através do próprio jogo. Ensinar alguma habilidade motora apresentando-a desde o inicio, e utilizando-a como forma de aprendizagem. O método misto possibilita a prática de exercícios isolados, bem como a iniciação ao jogo através das formas jogadas de futsal utilizando o método global e parcial.
Graça e Oliveira (1998) complementam que existem diferentes formas de ensinar os jogos desportivos coletivos: a) Forma Centrada nas Técnicas – o aprendizado acontece através do ensino das técnicas analíticas para o jogo formal, o desporto é decomposto em elementos técnicos (passe, chute e outros), e existe uma hierarquização das técnicas. Como conseqüência acontece um jogo mecanizado, pouco criativo com comportamentos estereotipados, existindo problemas na compreensão do mesmo. b) Forma Centrada no Jogo Formal – no aprendizado existe uma utilização exclusiva do desporto formal, o mesmo não é condicionado nem decomposto, a técnica surge para responder a situações globais não orientadas. Como conseqüência ele é criativo, mas com base no individualismo, virtuosismo técnico contrastado com anarquia tática, com soluções motoras variadas, mas com inúmeras lacunas táticas e descoordenação das ações coletivas. c) Forma Centrada em Jogos Condicionados - o aprendizado acontece através do jogo para situações particulares, o mesmo é decomposto em unidades funcionais, ele é sistemático e de complexidade crescente, os princípios dos jogos regulam as atividades.
Como conseqüência as técnicas surgem em função das táticas, de forma orientada e provocada, existe ênfase na inteligência tática com uma correta interpretação e aplicação dos princípios do jogo, favorecendo a viabilização da técnica e da criatividade nas ações do desporte. Para Balzano (2007), os jogos condicionados se objetivam em desenvolver situações específicas do desporto Futsal. Criam-se alternativas onde a finalidade é repetir estas circunstâncias por diversas vezes. Neste modelo o aluno/atleta executa e aprende os objetivos propostos, mas também, pratica o desporto Futsal e suas relações como: ataque, defesa, fundamentos técnicos, regras...
Os mesmos pretendem estimular nos alunos/atletas à inteligência tática, técnica individual, noção de regras, autonomia, responsabilidade, poder de decisão, resolução dos problemas, criatividade e inclusão de uma forma dinâmica, motivadora e criativa. Desta maneira ele se faz importante para equipe, pois o mesmo se torna peça integrante do todo. O jogo condicionado permite ao aluno/atleta a utilização da criatividade que é a verdadeira arte num desporto. O mesmo estimula os jogadores a participar, pois se treina os gestos motores jogando, com pressão de um adversário, próximo da situação real que irá encontrar dentro do jogo formal. Essa prática integra os atletas com o que estão fazendo, levando-os a pensar, comprovar, trabalhar, ousar, lembrar, experimentar, criar e absorver. Para Santana (2004), estas práticas são fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores, caracterizando-as como atividades competitivas, envolvendo regras aceitas pelo grupo, permeadas pela tensão e prazer, onde a fantasia se mistura à realidade. Segundo Costa (2003) os tipos de jogos condicionados são: Jogos técnicos, recreativos, táticos de ataque, táticos de defesa, com vantagem e desvantagem numérica e para funções específicas.
Conforme Leães (2003) os jogos condicionados influenciam os atletas nas seguintes capacidades:
Capacidades coordenativas
As capacidades coordenativas dizem respeito à técnica do jogador (passe, chute, drible, deslocamento e outros). Segundo Michels (1981 apud Leães 2003) “os jogos condicionados aumentam a participação do jogador, em função da proximidade da jogada, contribuindo para o desenvolvimento técnico-tático”. Os jogos condicionados permitem que o jogador tenha um maior contado com a bola, e execute mais os objetivos pré-estabelecidos em um período de tempo menor e com uma visão global do jogo. Aumentando a participação do jogador, conseqüentemente acontece uma evolução técnica. Quanto mais o atleta tocar na bola, aumenta o índice de tomadas de decisão, com isso acontece um número maior de erros, e obriga o jogador a buscar novas soluções e métodos para minimizar os erros. Paralelamente a evolução técnica, desenvolve-se o raciocínio e a autonomia do atleta.
Capacidades das habilidades perceptivo-motoras e tomadas de decisão
O processo perceptivo nos permite a relação da consciência corporal e o meio ambiente externo e interno (nosso corpo). Para Elliot/Mester (1998 apud Leães 2003) os jogos condicionados possibilitam ao jogador o reconhecimento da interação do seu corpo com o adversário, colegas e a bola. A tomada de decisão é a seleção da forma correta de agir, que o atleta encontra no momento que este é chamado para interferir no desporto.
Com os jogos condicionados aumenta a freqüência de interação do jogador e as tomadas de decisão durante as partidas, acontecendo um progresso do mesmo dentro do jogo.
Capacidades táticas
As movimentações executadas com e sem bola pelos jogadores e as capacidades coordenativas determinam o desempenho do atleta. Ao jogador não basta uma capacidade tática individual, mas também uma capacidade coletiva. Os jogos condicionados contribuem no desenvolvimento tático do atleta, pois o mesmo tem uma participação constante nas situações que ocorrem durante a partida. Estes exercitam as situações que acontecem durante os jogos varias vezes. Os jogos são um processo de ensino – aprendizagem contribuindo para formação tática do desportista.
Capacidades psicológicas
Conforme Dorín (1995 apud Leães 2003), a motivação é um dos fatores que influenciam no processo de ensino – aprendizagem. A competição é instrumento imprescindível na motivação do atleta, e os jogos condicionados encaixam-se perfeitamente neste aspecto motivacional. Os ambientes competitivos e o prazer de jogar do atleta estimulam o processo. Para o desportista desempenhar seu papel satisfatório durante a partida é importante que o ambiente de trabalho seja motivante. Um treino monótono desestimula o atleta, e este leva para quadra estes sintomas. Segundo Luxbacher (1999) “os jogadores devem estar excitados e estimulados no processo de aprendizagem”. Os jogadores devem conviver num ambiente saudável, desafiador e competitivo e sentir-se parte integrante e importante do contexto. É neste aspecto que os jogos se encaixam perfeitamente no processo.
Capacidades condicionais (físicas)
As capacidades condicionais influenciam diretamente na performance do atleta e são interdependentes durante a partida. Os jogos condicionados além de influenciarem nos aspectos técnicos e táticos estão interligados as capacidades físicas (força, velocidade, resistência e outras). Para Carravetta (1997 apud Leães 2003) “a aplicação do jogo adaptado influencia na resistência anaeróbica dos jogadores, fator determinante nos jogos de futsal”. Os mesmos por serem de grande intensidade e movimentação estimulam várias valências físicas necessárias para o jogador de futsal, contribuindo com o trabalho físico do preparador, tomando o cuidado para não sobrecarregar o atleta. Com esta importância dos jogos, na formação integral do desportista, torna-se importante programar (periodizar) o treinamento do jogador para atingir todas as suas capacidades de maneira linear.
Neste trabalho vamos priorizar a formação tática individual e coletiva de ataque do jogador de futsal.
2.2. O ataque no futsal
Seja no jogo propriamente dito, ou no ensino do futsal, o ataque se encontra dentro dos fundamentos táticos, junto com a defesa, peça chave do jogo de futsal. As ações de ataque podem ser realizadas através de tentativas individuais ou coletivas, entretanto os intentos individuais não podem atrapalhar o desenvolver das situações coletivas de ataque. Segundo Lozano (1995) as atitudes individuais dentro do jogo são bem vindas, no entanto as mesmas devem apresentar o aval do treinador, para que não ocorram muitas interferências no posicionamento tático da equipe durante a partida.
Nos diferentes sistemas de jogo, parte-se de uma colocação básica dos jogadores no terreno de jogo, no entanto a criatividade destes não só deve ser permitida como fomentada pelo treinador, respeitando sempre normas lógicas de equilíbrio posicional. (LOZANO, 1995)
No futsal moderno, os sistemas ofensivos se tornaram muito rápidos e eficazes, existem uma gama de alternativas táticas, que vão das mais simples as mais complexas, podendo ser utilizadas da iniciação ao nível competitivo. Iniciaremos nossa explanação sobre o ataque, apresentando segundo Fonseca (2007), pontos positivos e negativos dos seguintes sistemas: 2.2, 3.1, 4.0 e Goleiro Linha, esse último sistema surgiu depois de mudanças na regra do jogo. Todos serão contemplados com uma breve explicação, entretanto o sistema 3.1 terá um aprofundamento maior, pois o mesmo foi utilizado como referência para a constituição deste programa de treinamento. O sistema 2.2 para Voser (2001) apresenta dois jogadores fixos na quadra de defesa e dois na quadra de ataque, nessa opção o apelo ofensivo, fica muito limitado, pois dois jogadores ficam encarregados pela defesa, podendo ser eles dois fixos ou um fixo e um ala, então as movimentações de ataque não apresentam muita variações, isso torna o sistema 2.2 em um alvo fácil de marcação. Ele é muito empregado em equipes de iniciação, pois não apresenta muitas variantes táticas, o que facilita a memorização das jogadas, ou então, são utilizados por equipes que não apresentam uma qualidade física apurada. O sistema 3.1, para Mutti (2003) é formado por um jogador fixo na defesa, com dois alas que acumulam a função de transição entre a defesa e o ataque, e um pivô que se apresenta como referência para as jogadas de ataque. Esse sistema apresenta algumas vantagens sobre o sistema anterior, pois cada jogador pode contar com até dois apoios seja nas jogadas ofensivas quanto nas defensivas, ainda acontece uma busca maior pelos os espaços livres da quadra, facilitando assim as finalizações a gol, por possibilitar uma maior movimentação por parte dos atletas. O sistema agrega um vasto número de movimentações e jogadas ensaiadas, pois permite que seus jogadores movimentem-se com mais espaço na quadra. No aspecto defensivo apresenta uma maior estabilidade defensiva, pois conta com mais jogadores nas ações defensivas. Neste processo o jogador que joga mais avançado no ataque (pivô) faz o primeiro combate ainda na quadra adversária facilitando assim as ações defensivas dos demais companheiros e também possibilitando uma ação de contra-ataque mais rápida, isso acaba fazendo com que esse sistema, seja utilizado em equipes com um maior tempo de prática dentro do esporte. Entretanto para este sistema obter êxito é necessário que os atletas apresentem um bom nível de conhecimento técnico, tático e condicionamento físico mais elevado com relação ao sistema anterior. Segundo Mutti (2003), o sistema 3.1 leva vantagem quando jogamos em quadras de tamanho pequeno e médio (28 metros a 36 metros de comprimento), também quando possuímos atletas no plantel com características de pivô de referência. Para Santana (2004), o sistema 3.1 apresenta uma diversa variabilidade de padrões de jogo 1 como o redondo, diagonal, paralela, ala com pivô, oito entre outros. Já no sistema 4.0 ou 4 em linha, para Lozano (1995), não há um posicionamento fixo de nenhum jogador, isso faz que todos sejam responsáveis pelas movimentações de ataque quanto de defesa, por apresentar essa característica o sistema 4.0 mostra-se como mais ofensivo de todos os sistemas de ataque, com uma variedade enorme de opções de jogada. O mesmo se tornou o mais utilizado por todas as equipes de alto nível independente da nacionalidade da mesma. Entretanto por proporcionar esse forte apelo ofensivo, ele demonstra uma fraqueza defensiva. Como todos os jogadores atacam e defendem, as oportunidades de espaços livres dentro da quadra se tornam maiores para ambos os lados, isso acaba exigindo do atleta um condicionamento físico e tático aprimorado. O sistema com goleiro linha ou 1.4, segundo Santana (2004), surgiu a partir de modificações na regra do jogo, no ano de 1997. Neste ano, as novas regras passaram a dar mais liberdade de ação para os goleiros, isso acaba por gerar no momento do ataque, uma superioridade numérica facilitando as finalizações a gol. Em muitas equipes esse sistema é utilizado como recurso nas horas adversas do jogo, pois como já foi dito propicia uma vantagem numérica, um maior controle do jogo e um maior número de finalizações. Porem quando acionada a utilização do goleiro em uma jogada de ataque, a mesma deve ir até o fim, pois se a bola for roubada o time ficará em desvantagem defensiva.
Princípios táticos individuais de ataque: Para Balzano (2007), os princípios táticos individuais de ataque são: Fuga do atacante do campo de visão do defensor (finta), entrada do atacante na linha de passe, trabalhar atrás da linha de marcação do adversário, proteção da bola (parede), deslocar-se constantemente, aproximação, tentar o lance individual quando não tiver passe, ultrapassagens por trás e pela frente do companheiro, ênfase nas tabelas, bloqueio, corta – luz e decisão rápida do lance.
3. Metodologia do programa de treinamento
O presente estudo caracteriza-se por ser descritivo exploratório de corte transversal e de caráter qualitativo. A amostra foi composta de atletas masculinos adultos de futsal da Universidade Federal do Ceará, escolhidos de forma intencional, no período de primeiro de março de 2010 à treze de maio de 2010. Período este de preparação da equipe adulta de futsal para a seletiva estadual dos Jogos Universitários Brasileiros. A seletiva estadual do desporto Futsal ocorreu de dez de abril de 2010 a quinze de maio de 2010. A equipe adulta de futsal da UFC é composta por vinte e três atletas, dispostos nas seguintes posições: cinco goleiros, cinco fixos, três pivôs e dez alas. Os vinte e três atletas expuseram não ter nenhum contato anterior com o método de treino escolhido. Os treinos acontecem três vezes por semana, as segundas, quartas e quintas feiras. O horário dos treinos é das 12h às 14h. A comissão técnica é formada por um técnico (professor da disciplina de futsal do curso de educação física) e três monitores do curso de Educação Física. A composição de cada treino foi feita da seguinte maneira:
Aquecimento (movimentos livres ou com bola) – 5 a 10 minutos;
Exercícios técnicos/táticos de chute, passe e contra ataque – 15 a 20 minutos;
Jogo condicionado de ataque – 40 a 45 minutos;
Jogo condicionado de defesa – 40 a 45 minutos;
Alongamentos e comentário final do treino – 5 a 10 minutos.
A ênfase dos treinos foram os jogos condicionados de ataque e defesa, baseado no livro de Balzano (2007), Costa (2003) e Segura (2003). Pelo curto período de preparação para a primeira competição que se iniciava em (10/04/2010), os jogos de ataque foram focados no sistema 3.1 e no padrão redondo 2 de movimentação para o ataque. Os jogos de defesa foram centralizados no sistema de marcação por zona 1.2.1 com pressão da bola na linha 3 de marcação, e no sistema de marcação individual com pressão da bola na linha 2 de marcação. A operacionalização dos treinos foi realizada da seguinte forma: os atletas eram divididos em quatro equipes (escolhidas pelo técnico), e todas as equipes participaram em todas as atividades. Denominou-se para os jogos de ataque os números de 1 a 24 e para os jogos de defesa as letras de A a Y. No período de primeiro de março a treze de maio de 2010 foram realizados trinta treinos, com vinte e quatro jogos de ataque, vinte e quatro jogos de defesa e seis coletivos. Os objetivos do estudo foram de verificar se os atletas apresentarão uma maior compreensão tática do jogo (individual e coletiva), tomadas decisões mais adequadas nos treinos e partidas, bem como uma melhora na leitura ofensiva do jogo, através do programa de treinamento de ataque. Foi utilizado como ferramenta para as avaliações o diário de campo onde foram anotados todos os acontecimentos e ações tomadas pelo professor, bem como o relato dos atletas, professor e monitores. Neste artigo vamos demonstrar o programa de treinamento para ataque baseado nos jogos condicionados.
4. Programa de ataque
Dia 01/3/2010 – segunda-feira Jogo 1 – Quadra em 3 setores na horizontal Objetivo – Treinamento do sistema 3.1 com chegada no pivô e percepção das zonas na quadra. Desenvolvimento- Jogo de futsal, mas a quadra é dividida em três setores na horizontal, onde os jogadores realizarão as funções de alas, pivôs e fixos. A bola deve passar por todos os setores. Variação 1 – os jogadores podem mudar de local, quando passar a bola para o outro setor e seu companheiro dominar a bola, após o gol ou tiro de meta, voltam para seu setor. Variação 2 – Igual à variação 1, mas o marcador acompanha o jogador. |
Dia 03/3/2010 – quarta-feira Jogo 2 – Quadra na vertical Objetivo – Posicionamento, ataque com pivô, movimentação dos alas e sistema 3.1 Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas a quadra é dividida pela metade na vertical em direita e esquerda, onde os jogadores realizarão as funções de alas, não podendo mudar de setor, o fixo joga na quadra de defesa e o pivô na quadra de ataque. |
Dia 04/3/2010 – quinta-feira Jogo 3 – Jogo na quadra de vôlei – SJ Objetivo – Posicionamento, jogar com o pivô, sair nas costas dos adversários e sistema 3.1. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas na quadra de vôlei jogam os alas. O pivô e o fixo jogam pelos lados da quadra. Variaçâo 1 – trocar os posicionamentos (alas fora e pivô e fixo dentro da quadra de vôlei). Variação 2 - o pivô só joga na quadra de ataque e o fixo na quadra de defesa do vôlei. |
Dia 08/3/2010 – segunda-feira Jogo 4 – Quadra em X Objetivo – Posicionamento, jogar com o pivô, sair nas costas dos adversários e sistema 3.1. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas a quadra é dividida em quatro setores em forma de triângulo (duas faixas na diagonal), onde os jogadores realizarão as funções de alas, pivôs e fixos, não podendo mudar de setor. O pivô pode se deslocar pelos triângulos ofensivos. Obs.: organizar variações onde ocorra ocupação de mais de um espaço (triângulo), pelo jogador. |
Dia 10/3/2010 – quarta-feira Jogo 5 – Quadra em três setores na vertical Objetivo – Posicionamento, jogar com o pivô, sair nas costas dos adversários, movimentação dos alas e sistema 3.1 Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas a quadra é dividida em três setores na vertical, onde os jogadores realizarão as funções de alas, pivôs e fixos, não podendo mudar de setor. Variação 1 – O pivô pode jogar em toda a meia quadra de ataque. Variação 2 – O pivô e o fixo podem jogar em toda meia quadra - de ataque para o pivô e de defesa para o fixo. Variação 3 – O ala direito joga no setor direito e no setor de meio do ataque, o ala esquerdo joga no setor esquerdo e no setor de meio da defesa. Variação 4 – O fixo joga em todo setor de meio. |
Dia 11/3/2010 – quinta-feira Jogo 6 – Pivô recebe na parede Objetivo – Treino de pivô, jogar com pivô de referência, parede e sistema 3.1. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas o pivô, só poderá receber a bola na quadra de ataque de costas para a trave adversária e com a sola do pé. Sempre que o passe vier da quadra de defesa para a quadra de ataque, o pivô deve receber a bola no ataque realizando a parede. Obs. se não receber a bola de costas, será obrigado a finalizar para não perder a posse de bola.
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Dia 15/3/2010 – segunda-feira Jogo 7 – Bola na mão do pivô Objetivo – Jogo com pivô, variação de ataque e contra ataque, tomada de decisão no ataque pelo pivô e sistema 3.1. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas os pivôs jogam com uma bola na mão, sempre que a bola chegar nele, na quadra de ataque, este deve definir com que bola jogar, a que está na sua mão ou a que está no seu pé, quando definir por uma delas deve jogar a outra para fora da quadra. |
Dia 17/3/2010 – quarta-feira Jogo 8 – Pivô livre no fundo Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe no pivô, jogo com referência de pivô. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas os jogadores para fazer o gol, deverão passar a bola para o pivô que esta livre numa zona demarcada no fundo da quadra de ataque. Obs.: o pivô só pode fazer gol de primeira e não pode ser marcado, ele pode devolver a bola se não conseguir chutar. |
Dia 18/3/2010 - Feriado |
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Dia 22/3/2010 – segunda-feira Jogo 9 – Pivô livre na quadra de ataque Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, parede e passe ao pivô. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas os jogadores para fazer o gol, deverão passar a bola para o pivô que joga só na quadra de ataque. Os jogadores só poderão dar dois toques na bola o pivô é livre no número de toques na bola. |
Dia 24/3/2010 – quarta-feira Jogo 10 – Trave virada de frente para o pivô na área Objetivo – Sistema 3.1, passe ao pivô e finalização do pivô. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas as traves ficam situadas na linha da área de costas para o circulo central. Os pivôs só jogam dentro da área de meta adversária, os alas e os fixos podem correr por toda a quadra, menos nas áreas de meta. Os pivôs só podem fazer gol de primeira. O goleiro fica numa área delimitada de dois metros de comprimento da linha de meta, por um metro de distância da trave. Obs. se o pivô não conseguir finalizar de primeira, ele pode recomeçar passando para seus companheiros. |
Dia 25/3/2010 – quinta-feira Jogo 11 – Trave virada de costas para o pivô na área Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô e passe ao pivô. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas as traves ficam situadas na linha da área de frente para o circulo central. Os pivôs só jogam dentro da área de meta adversária, os alas e os fixos podem correr por toda a quadra, menos nas áreas. Os pivôs só podem passar a bola em dois toques. O goleiro fica numa área delimitada de dois metros de comprimento da linha de meta, por um metro de distância da trave.
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Dia 29/3/2010 – segunda-feira Jogo 12 – Jogo Ferretti
Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô e passe ao pivô. Desenvolvimento - Jogo de futsal na quadra de vôlei, os pivôs ficam livres numa zona de ataque na horizontal. Os alas e os fixos também ficam restritos a duas zonas horizontais (armação) no meio da quadra. Eles só podem dar dois toques na bola. Os pivôs apenas 1 toque na bola para finalizar. Caso o pivô não finalize, ele pode dar o segundo toque para seus companheiros finalizarem com marcação do adversário. Os adversários e os companheiros, só poderão invadir o setor do pivô, caso este não finalize de primeira. |
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Dia 01/4/2010 – Feriado |
Dia 31/3/2010 – quarta-feira Jogo 13 – Pivôs nos quatro cantos
Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, passe ao pivô e jogo de referência. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas cada equipe terá dois pivôs de referência no fundo da quadra de ataque. Para obter o gol, a equipe deve passar a bola para um dos pivôs de referência. Os adversários não podem entrar na zona dos pivôs de referência. Os pivôs devem jogar em dois toques. Variação – Os pivôs de referência jogam com uma bola na mão, o pivô que receber o passe não participa mais do lance e o outro pivô coloca a sua bola em jogo. |
Dia 05/4/2010 – segunda-feira Jogo 14 – Zona livre para o Pivô
Objetivo – Sistema 3.1, passe ao pivô, pivô procura espaço vazio, passe selecionado do pivô e chegada para o chute dos outros jogadores. Desenvolvimento – Jogo de futsal, nos quatro cantos da quadra existe uma zona de quatro metros de comprimento e três metros de largura, onde os pivôs podem entrar no ataque e jogar em dois toques. A defesa não pode entrar nas zonas livres para os pivôs.
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Dia 08/4/2010 – Coletivo |
Dia 07/4/2010 – quinta-feira Jogo 15 – Pivô e Fixo na zona horizontal Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, passe ao pivô, jogar na frente ou atrás do fixo e movimentação em pequenos espaços do pivô. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas os pivôs e os fixos ficam restritos a duas faixas horizontais na zona de ataque e defesa, o fixo na faixa da frente e o pivô na faixa do fundo. O goleiro não pode sair da sua área de meta. Cada equipe é composta por seis jogadores, um goleiro, um fixo, um pivô e três armadores que jogam na zona central da quadra. O pivô e o fixo adversário só participam do jogo quando a equipe do pivô estiver com a posse de bola, caso isto não aconteça eles ficam fora da quadra de jogo. O pivô joga em dois toques. A finalização dos alas deve ser de média distância. Caso o pivô não consiga finalizar em dois toques ele pode recomeçar a jogada. Variação 1 – Os alas e o fixo, podem invadir a zonas do pivô quando a bola chegar nele. Variação 2 – O pivô e o fixo jogam em zonas invertidas. |
Dia 12/4/2010 – segunda-feira Jogo 16 – Jogo da quadra em elipse Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, parede, passe ao pivô e jogar na frente ou atrás do fixo. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas a quadra é dividida em três setores, dois na forma de semi - círculos, onde jogam os pivôs e os fixos, e no setor central na forma de elipse onde jogam os alas. Obs. se os alas passarem a bola para os pivôs pode entrar no setor para concluir e marcação pode acompanhar. |
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Dia 15/4/2010 – Coletivo |
Dia 14/4/2010 – quarta-feira Jogo 17 – Quadra na horizontal Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, passe ao pivô, parede, sair da marcação pressão utilizando o pivô, e jogar na frente ou atrás do fixo. Desenvolvimento - Jogo de futsal, mas a quadra é dividida pela metade na horizontal, onde os jogadores realizarão as funções de fixos, alas e pivôs. O pivô só pode jogar na quadra de ataque o fixo só na quadra de defesa e os alas são livres para jogar nas duas quadras. O passe ao pivô deve ser feito da quadra de defesa para a quadra de ataque, com exceção das bolas paradas no ataque. |
Dia 19/4/2010 – segunda –feira Jogo 18 – Pivô e fixo nos cantos opostos Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô em diagonal, passe ao pivô em paralela e jogar na frente ou atrás do fixo. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas na quadra existe dois retângulos um de dezesseis metros quadrados no ataque em lados opostos (um retângulo em cada meia quadra). Nestes retângulos jogam os fixos e os pivôs. Os alas não podem entrar nestes retângulos. A bola deve passar pelo pivô para ocorrer à finalização. O pivô também pode finalizar. |
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Dia 21/4/2010 - Feriado |
Dia 22/4/2010 - Coletivo |
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Dia 26/4/2010 – segunda-feira Jogo 19 – Quadra de tênis Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, passe ao pivô, parede, jogar na frente ou atrás do fixo e tomada de decisão dos alas. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas a quadra é dividida em quatro setores, dois na horizontal, onde os jogadores realizarão as funções de pivôs e fixos, não podendo mudar de setor, e mais dois no meio da quadra, divididos na vertical, onde os jogadores realizarão as funções de alas, não podendo trocar de setor. Os alas só podem mudar de setor se a bola chegar ao pivô. |
Dia 28/4/2010 – quarta-feira Jogo 20 – Jogo dos três corredores Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô, passe ao pivô, jogar na frente ou atrás do fixo, sair da marcação pressão utilizando o pivô como referência, parede e ir de encontro à bola ou jogar pelas alas com o pivô. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas uma equipe ataca e a outra defende, depois inverte - se os papeis. Quando a bola estiver na quadra defesa os jogadores de armação devem jogar nas suas respectivas zonas. Quando a bola passa para a quadra de ataque os jogadores de armação podem jogar livre, no ataque. O pivô e o fixo adversário jogam na outra metade da quadra. |
Dia 29/4/2010 - Coletivo |
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Dia 03/5/2010 – segunda –feira Jogo 21 – Bola na mão do pivô para o contra atacar Objetivo – sistema 3.1, contra ataque, tomada de decisão do pivô no ataque, leitura do jogo. Desenvolvimento – Jogo de futsal, as equipes devem jogar no sistema 3.1, mas os pivôs de cada equipe jogam com uma bola na mão (existe outra bola que é a bola do jogo). Ao sinal do treinador (equipe 1 ou equipe 2) o pivô respectivo da equipe que foi chamada, coloca a bola no chão, e a bola dele é que entra em jogo. A bola que as equipes estavam jogando é jogada para fora da quadra. |
Dia 05//05/2010 – quarta-feira Jogo 22 – Pivô na zona dos 10 metros Objetivo – Sistema 3.1, pivô deve selecionar o passe, chegada para o chute com passe do pivô no centro da quadra e passe ao pivô com bola de tempo. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas na linha do tiro livre dos dez metros, existe uma zona de nove metros quadrados em cada meia quadra, onde os pivôs ficam localizados. Nenhum jogador pode entrar nestes setores. Para uma equipe finalizar a bola deve passar pelo seu pivô. Só um jogador pode marcar na frente do setor do pivô. O pivô pode dar no máximo três toques na bola. |
Dia 06/05/2010 – Coletivo |
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Dia 10/5/2010 – segunda-feira Jogo 23 – Pivô entra no jogo com posse de bola Objetivo – sistema 3.1, contra ataque com pivô, vantagem numérica no ataque e recomposição da equipe pelo pivô. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas os pivôs só entram no jogo quando sua equipe estiver com a posse de bola. Os pivôs ficam parados na área de meta adversária.
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Dia 12/5/2010 – quarta-feira Jogo 24 – Jogo Dudu – dois pivôs no meio da quadra Objetivo – sistema 3.1, passe ao pivô, sair da marcação pressão, dois ataques com pivô e leitura de jogo dos alas e fixo. Desenvolvimento – Jogo de futsal, mas na linha central da quadra existem dois pivôs que vão ser referência para equipe de posse de bola. A equipe de posse de bola, na meia quadra de defesa deve passar a bola par um dos pivôs para poder invadir a meia quadra de ataque. O pivô que não recebe a bola fica fora do jogo. O fixo adversário só participa do jogo, quando a bola entrar na sua meia quadra de defesa. |
Dia 13/5/2010 - Coletivo |
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5. Considerações finais
Este estudo veio oferecer subsídios didático-metodológicos aos técnicos e responsáveis pelo planejamento e condução do processo ensino – aprendizagem e treinamento do futsal, em relação ao componente tático ofensivo. A relevância de um programa de treinamento com ênfase nos jogos condicionados mostrou-se importante na evolução tática coletiva na equipe pesquisada. O resultado apurado através de observações, relatos dos atletas e descrições no diário de campo dos discursos do professor, estagiários e monitores, foi que os atletas apresentaram uma maior compreensão tática do jogo coletivo a partir da terceira partida. As tomadas de decisões ofensivas bem como a leitura tática ofensiva do jogo também apresentaram uma evolução no decorrer dos jogos e treinos, apenas por grupo de atletas (os mais assíduos aos treinos). Já no aspecto tático ofensivo individual, os atletas demonstraram dificuldades durante os treinos e jogos.
Notas
Padrão de jogo são movimentações repetitivas que a equipe faz com intuito de progredir no espaço do jogo, manter a posse de bola e contribuir para finalização. (Santana, 2004)
Para Fonseca (2007), padrão redondo de ataque é conhecido como carrossel, devido a forma de deslocamento dos jogadores em círculos. Este tipo de ataque é utilizado para manutenção da posse de bola, criar situações de 1x1 sem cobertura nas laterais da quadra.
Referências
BALZANO, Otávio Nogueira. Metodologia dos jogos Condicionados para o Futsal e Educação Física Escolar. Ed. Autor. Porto Alegre, 2007.
_______________________. Polígrafo Pedagógico de Futsal I e II; Canoas – UNILASALLE, 2005.
CID, Javier Lozano. Futbol Sala Experiências Tácticas. Madrid – Real Federacion Española de Fútbol, 1995.
COSTA, Claiton Frazzon Futsal aprenda a ensinar. Florianópolis: Visual Books, 2003.
FONSECA, Cris. Futsal: o berço do futebol brasileiro. São Paulo: Aleph, 2007.
GRAÇA, Amândio. O Ensino dos Jogos Desportivos. Amândio Graça e José Oliveira, Centro de Estudos dos Jogos Desportivos. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física Universidade do Porto. 1998
LEÃES, Cyro Garcia. Futebol: treinamento em espaço reduzido. Porto Alegre: Movimento, 2003.
LUXBACHER, Joe. Attacking soccer – Tactis and drills for high-scoring offense. United States of América – Editora, 1999.
MELO, Rogério Silva de Futsal 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint, 1998
MUTTI, Daniel. Futsal: da iniciação ao alto nível. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2003.
SANTANA, Wilton Carlos de Futsal: apontamentos pedagógicos na iniciação e na especialização. Campinas, SP : Autores Asociados, 2004.
SEGURA, José Rius. Futebol: exercícios e jogo. Trad. Magda Schwartzhaupt Chaves. – 8º ed. Porto Alegre: Artemed, 2003.
VOSER, Rogério da Cunha Futsal: princípios técnicos e táticos. – Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
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digital · Año 15 · N° 147 | Buenos Aires,
Agosto de 2010 |