efdeportes.com

Perfil antropométrico e potência aeróbia dos alunos 

do 9º ano do colégio UNIFEV de Votuporanga, SP

Perfil antropométrico y potencia aeróbica de los estudiantes de 9º año del colegio UNIFEV de Votuporanga, SP

Anthropometric profile and aerobic power of the students in 9th year of college UNIFEV Votuporanga, SP

 

*Alunos do Curso de Licenciatura em Educação Física

do Centro Universitário de Votuporanga – UNIFEV

**Orientador. Professor do Curso de Educação Física da UNIFEV

***Co-orientadora. Professora do Curso de Educação Física da UNIFEV

(Brasil)

Denis Henrique de Paiva*

Alessandra Cristina da Silva*

Leonardo Torres Valério Silva*

Julio Cesar Takehara**

Joana D’Arc Soares Bafoni***

jctakehara@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi determinar o perfil antropométrico e a potência aeróbia dos alunos do 9º ano do colégio UNIFEV de Votuporanga-SP. Avaliou-se 45 alunos, sendo 23 do sexo masculino com idade média de 13,6±0,5 anos e 22 alunos do sexo feminino com idade média de 13,5±0,5 anos, nas variáveis antropométricas (PC, altura, IMC, %G IMC, PG, PM) e teste de potência aeróbia protocolo de Cooper 12 minutos. Utilizou-se da estatística descritiva média, desvio padrão, mínimo e máximo para apresentação dos dados e realizou-se análise de variância “teste t Student” para o comparativo entre os sexos. Foi estabelecido para rejeição da hipótese de nulidade (Ho) p<0,05. Observou-se nos alunos do sexo masculino valores médios para PC 61,4±12,2 kg, altura 167,4±7,6 cm, IMC 21,8±3,7 kg/m2, %G IMC 21,2±5,7%, PG 13,6±6,3 kg, PM 47,7±6,4 kg e VO2max 33,7±6,8 ml/kg/min. Nos alunos do sexo feminino encontrou-se valores médios para PC 54,8±11,6 kg, altura 161,2±6,0 cm, IMC 21,1±4,5 kg/m2, %G IMC 23,8±6,7%, PG 13,7±7,3 kg, PM 41,0±5,1 kg e VO2máx 24,6±4,1 ml/kg/min. Quanto às diferenças entre os sexos esperado pela idade observou-se somente no VO2máx para p<0,05. Concluiu-se que os alunos estão com a composição corporal dentro da normalidade e a potência aeróbia bem abaixo do esperado.

          Unitermos: Adolescentes. Antropometria. Potência aeróbia.

 

Abstract

          This study was done in order to determine anthropometric profile and aerobic power of the students in 9th year of college UNIFEV Votuporanga-SP. 45 students were evaluated, 23 male with the average age of 13.6±0.5 years old and 22 female students with the average age of 13.5±0.5 years old, in anthropometric variables (weight, height, BMI, BF% BMI, FW, LW) and aerobic power test protocol Cooper of 12 minutes. It was used an average descriptive statistics, standard deviation, minimum and maximum for data presentation and analysis variance was performed using "Student t test" for the comparison between the sexes. It was set to reject the null hypothesis (Ho) p<0.05. In male students, average values were observed for BW 61.4±12.2 kg, height 167.4±7.6 cm, BMI 21.8±3.7 kg/m2, BF% BMI 21.2±5.7%, FW 13.6±6.3 kg, LW 47.7±6.4 kg and VO2max 33.7±6.8 ml/kg/min. In the female students average values were found for BW 54.8±11.6 kg, height 161.2±6.0 cm, BMI 21.1±4.5 kg/m2, BF% BMI 23.8±6.7%, FW 13,7±7,3 kg, LW 41.0±5.1 kg and VO2max 24.6±4.1 ml/kg/min. Regarding differences between sexes expected by age was observed only VO2max for p<0.05. It was concluded that students are with body composition within the normality and aerobic power really under the expected.

          Keywords: Adolescents. Anthropometry. Aerobic power.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

1 / 1

Introdução

    Vivemos em uma era tecnológica, dominada por computadores, jogos eletrônicos, televisão e outras invenções. As pessoas se valem cada vez mais de inovações que, se por um lado tornam mais fácil o dia a dia das mesmas, por outro, também as torna cada vez mais propensas ao sedentarismo e a seus efeitos adversos.

    O sedentarismo associado muitas vezes aos avanços tecnológicos, aliado ainda a alimentação inadequada, tem mostrado ser um fator de risco destacável, podendo ocasionar até mesmo sobrepeso e obesidade (WANDERLEY JR; CEZAR; GUIMARÃES, 2009).

    Esse contraste tem se refletido com bastante ênfase em nossos jovens escolares, em especial nos adolescentes que cada vez mais se tornam suscetíveis as doenças hipocinéticas, por adotarem péssimos hábitos alimentares, fomentados pela mídia e as grandes redes de fast food, e por deixarem de lado práticas de atividades físicas diárias que poderiam favorecer a melhora de sua potência aeróbia e composição corporal.

Antropometria como forma de avaliação

    Hoje em dia, profissionais de diversas áreas vêm fazendo uso da antropometria, técnica sistematizada usada para medir as dimensões corporais do homem, com o auxilio de instrumentos específicos e procedimentos padrões, e desenvolvida por antropologistas físicos (GUEDES & GUEDES, 1997).

    A antropometria por ser um método de baixo custo, adotado e praticável de maneira ampla, sendo bem aceito por todos, é tido como de grande utilidade quando se trata de diagnosticar obesidade (ABRANTES et al., 2002).

    A Educação Física tem feito bastante uso da antropometria como forma de avaliar indivíduos. Aproveitando-se de novas técnicas descobertas e desenvolvidas neste campo, a antropometria tem servido ao propósito de avaliar o grau de crescimento e desenvolvimento dos indivíduos descobrindo assim qualquer anormalidade ou enfermidade (WALTRICK; DUARTE, 2000).

    Segundo Beck et al. (2007, p. 108), “a realização de medidas antropométricas no âmbito escolar tem se tornado uma prática constante de estudiosos em todo o Brasil [...].”

    O Índice de Massa Corporal (IMC), que se consegue obter por se dividir o peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros (Kg/m²), mesmo não representando a composição corporal, tem certa correlação com a gordura corporal, sendo por isso um método simples e largamente usado em estudos como uma medida aproximada de gordura total, identificando assim indivíduos com sobrepeso e obesidade (VELÁSQUEZ et al., 2007).

Potência aeróbia

    Cyrino et al. (2005, v.16, p. 171) define: “O consumo máximo de oxigênio (VO2max) é uma medida de fluxo empregada para a mensuração da potência aeróbia [...]”.

    Fernandes Filho (2003, p. 135) esclarece que: “o VO2max: pode ser medido, direta ou indiretamente, através de ergômetros ou em teste de pista em protocolos máximos ou submáximos. [...] em geral, expresso em l.min.”

    O VO2máx tem sido considerado a variável que melhor demonstra a condição cardiovascular de um individuo, sendo portanto utilizada de forma apropriada ao se prescrever exercícios e ao se observar os efeitos de um treinamento programado. Em adição a isso, o mesmo também se mostra atualmente um confiável preditor de morbidades associadas (RODRIGUES et al., 2006).

    Através de métodos diretos e indiretos, aplicando-se testes de campo ou de laboratório, é possível estimarmos a potência aeróbia. Entretanto, os métodos diretos ou de laboratório, possuem um alto custo, apesar de mais fidedignos, enquanto os métodos indiretos realizados por meio de testes de campo, para a estimativa do VO2max, tem sido uma alternativa mais viável para a avaliação da potência aeróbia (CYRINO et al., 2005).

    Em face do disposto acima entendemos que o estudo do perfil antropométrico e potencia aeróbia em escolares torna-se relevante à medida que pode vir a ser uma fonte de parâmetros de intervenção por parte de Educadores Físicos e outros profissionais da área da saúde que possam se valer dessas variáveis, auxiliando assim os poderes públicos a evitarem futuros gastos desnecessários com adultos portadores de doenças crônicas degenerativas advindas de uma baixa aptidão cardiovascular e do acumulo excessivo de gordura corporal, colaborando assim para que os pais desses jovens e os próprios jovens entendam a importância da mudança de hábitos e da incorporação de atividades físicas agradáveis no seu cotidiano, visando assim uma melhora em sua potência aeróbia e uma composição corporal mais adequada que refletirá positivamente em suas vidas imediata e futura.

    Esta pesquisa tem por objetivo testar, medir, avaliar e analisar as variáveis relativas ao perfil antropométrico e potência aeróbia dos alunos do 9° ano do ensino fundamental do colégio UNIFEV, demonstrando assim os perfis da composição corporal e da aptidão cardiorrespiratória, verificando então que tipo de prejuízo ou ganho estes alunos tem em relação a sua saúde de acordo com o perfil que apresentaram no período dessa pesquisa.

Método

Amostra

    A amostra desta pesquisa foi composta por 45 alunos, sendo 23 do sexo masculino e 22 do sexo feminino, com idades entre 13 e 14 anos, devidamente matriculados no 9º ano do ensino fundamental do Colégio UNIFEV. Todos os sujeitos foram informados do objetivo desse estudo, participando assim de forma voluntária mediante um convite verbal realizado durante a aula de Educação Física, previamente autorizado pela direção do colégio e pelo professor responsável, sendo que os interessados levaram o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) para que o seu responsável assinasse.

Local

    A pesquisa foi realizada nas quadras poliesportivas adjuntas e cobertas do Colégio UNIFEV, durante o período da tarde, no contra turno escolar, no horário da aula de Educação Física. O colégio UNIFEV é uma instituição de ensino particular situada geograficamente à Rua Pernambuco, 4196 – Centro, CEP: 15500-006, na cidade de Votuporanga-SP.

Antropometria

    A mensuração do peso corporal foi realizada por meio de uma balança da marca Filizola®, com capacidade máxima de 150 Kg e com precisão de 100 g (MARINS e GIANNICHI, 2003). Os avaliados foram posicionados em pé, de costas para balança, com os pés afastados lateralmente e a plataforma estando entre os mesmos, na seqüência foram colocados sobre e no centro da plataforma, em posição ortostática, com o peso igualmente distribuído sobre os dois pés e com o olhar a Frankfurt, os sujeitos foram pesados com o mínimo de roupa possível e descalços (FENANDES FILHO, 2003).

    A estatura foi coletada com o uso de um estadiômetro acoplado a mesma balança da marca Filizola usada na pesagem, tendo este uma precisão de 0,1 centímetros e extensão total de 190 centímetros, os avaliados estavam descalços, com o peso dos pés distribuídos igualmente em ambos os pés, a cabeça no plano horizontal de Frankfurt e os braços livremente estendidos ao longo do tronco com as palmas das mãos voltadas para as coxas, o cursor do estadiômetro foi colocado sobre o ponto mais alto da cabeça, pressionando o cabelo, e foi pedido ao avaliado para que realizasse uma inspiração profunda mantendo-se em posição ereta até que fosse realizada a coleta da medida de estatura (MARINS e GIANNICHI, 2003).

    De posse das variáveis peso e estatura calculamos o índice de Quetelet ou Índice de Massa Corporal (IMC), através da divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros: peso/(altura)2, com o resultado obtido sendo dado em Kg/m2 (GLANER, 2005).

    O percentil de gordura pelo índice de massa corporal (%G IMC) foi calculado pela fórmula proposta por Deurenberg et al. (1991), para crianças da idade de 15 anos ou mais jovens, sendo esta a seguinte: %G IMC = (1,51 x IMC) – (0,70 x idade) – (3,6 x sexo) + 1,4 , sendo o sexo: (masculino = 1, feminino = 0).

    O peso gordo (PG) foi calculado mediante a aplicação da seguinte fórmula: PG = (Peso x %G)/100, ou seja, multiplicação do peso pelo percentil de gordura (%G) sendo o produto dividido por 100, e o resultado obtido em quilogramas (Kg) (FERNANDES FILHO, 2003).

    O peso magro (PM) foi calculado através da aplicação da seguinte fórmula: (Peso - PG), ou seja, subtração do peso pelo peso gordo. O resultado obtido é dado em quilogramas (Kg) (FERNANDES FILHO, 2003).

Teste de corrida/caminhada de 12 minutos (Cooper)

    As quadras foram demarcadas de 5 em 5 metros em todo o seu perímetro, totalizando 115 metros. Antes da ocorrência do teste os alunos fizeram uma sessão de exercícios de alongamentos para o tronco, membros superiores e inferiores, durante cinco minutos. Foi solicitado aos sujeitos que durante a aplicação do teste estes se mantivessem em corrida constante e ritmada ou então em caminhada ou trote caso não conseguissem mais correr, e que ao término do tempo do teste eles deveriam continuar caminhando até se recuperarem ativamente da exigência do esforço. De posse dos dados da distância percorrida por cada sujeito durante a execução do teste calculamos o VO2máx (ml/kg/min) que representa a potência aeróbia, através da fórmula: VO2max = (D-504)/45, sendo D a distância percorrida em metros (MARINS e GIANNICHI, 2003).

Análise estatística

    Os resultados foram demonstrados utilizando o tratamento estatístico descritivo média, desvio padrão, mínimo e máximo, e optou-se pelo teste t de Student para média de populações dependentes para verificar as diferenças entre os grupos, no que se refere ao IMC, %G IMC e VO2máx, e em todos os casos, o nível de significância aceito foi de p < 0,05, onde todos as variáveis foram tratadas através da aplicação das funções estatísticas do software Microsoft® Office Excel® 2007, parte do Microsoft Office Enterprise 2007, ©2008 Microsoft Corporation.

Resultados e discussão

    As tabelas 1 e 2 demonstram os valores estatísticos medias, desvio padrão, mínimo e máximo da idade, peso corporal, altura, índice de massa corporal, percentil de gordura pelo índice de massa corporal, peso gordo, peso magro, distancia percorrida e consumo máximo de oxigênio, da amostra masculina e feminina.

Tabela 1. Valores descritivos da avaliação antropométrica e potência aeróbia dos alunos do 9º ano A e B do Colégio UNIFEV

Estatística

Idade

Peso

Altura

IMC

%G IMC

PG

PM

D

VO2máx

Média

13,6

61,4

167,4

21,8

21,2

13,6

47,7

2019,7

33,7

DP

0,5

12,2

7,6

3,7

5,7

6,3

6,4

307,1

6,8

Mínimo

13,0

42,4

149,5

16,5

12,8

6,0

35,6

1475,0

21,6

Máximo

14,0

89,0

178,0

29,2

32,0

28,4

60,6

2425,0

42,7

Observação: Peso corporal em quilogramas, Altura total em centímetros, IMC – índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado, 

%G IMC – percentil de gordura pelo índice de massa corporal, PG peso gordo em quilogramas, PM peso magro em quilogramas, D distancia em metros 

percorrida em 12 minutos e VO2máx consumo máximo de oxigênio em ml/kg/min. Foram avaliados 23 sujeitos.

 

Tabela 2. Valores descritivos da avaliação antropométrica e potência aeróbia das alunas do 9º ano A e B do Colégio UNIFEV

Estatística

Idade

Peso

Altura

IMC

%G IMC

PG

PM

D

VO2máx

Média

13,5

54,8

161,2

21,1

23,8

13,7

41,0

1613,1

24,6

DP

0,5

11,6

6,0

4,5

6,7

7,3

5,1

184,0

4,1

Mínimo

13,0

34,7

153,0

14,6

13,7

4,8

29,9

1380,0

19,5

Máximo

14,0

85,5

173,0

33,8

42,7

36,5

49,0

2070,0

34,8

Observação: Peso corporal em quilogramas, Altura total em centímetros, IMC – índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado, 

%G IMC – percentil de gordura pelo índice de massa corporal, PG peso gordo em quilogramas, PM peso magro em quilogramas, D distancia em metros 

percorrida em 12 minutos e VO2máx consumo máximo de oxigênio em ml/kg/min. Foram avaliados 22 sujeitos.

    Os resultados encontrados no estudo de Velásquez et al. 2007 apud Albano e Souza, 2001 que estudou 92 adolescentes de ambos os sexos na faixa etária de 11 a 14 anos do município de São Paulo, demonstraram valores médios de IMC de: 20,11 para o sexo feminino e 21,4 para o sexo masculino, corroborando com os valores médios encontrados neste estudo apresentados conforme as tabelas 1 e 2.

    O estudo de Borges, Borin e De Marco (2010), avaliando 28 alunos entre as idades de 13 e 14 anos, de ambos os sexos, matriculados no ensino fundamental do Colégio São José de Batatais, SP, encontrou os seguintes valores médios com relação ao IMC para os alunos do sexo masculino: de 20,20 para a idade de 13 anos e 28,23 para a idade de 14 anos; para os alunos do sexo feminino: de 20,58 para a idade de 13 anos e 18,86 para a idade de 14 anos.

    Os valores encontrados pelos autores acima descritos ratificam o presente estudo, que encontrou valores próximos aos valores acima descritos com relação ao IMC, apresentados conforme as tabelas 1 e 2.

    Rodrigues et al. 2006, em seu estudo com escolares da rede pública do município de Vitória (ES), na faixa etária de 10 a 14 anos, sendo 177 do sexo masculino e 203 do sexo feminino, encontraram os seguintes valores médios de VO2max (ml/kg/min.): 45,49 para meninos da idade de 13 anos e 49,55 para meninos da idade de 14 anos; 38,27 para meninas da idade de 13 anos e 36,76 para meninas da idade de 14 anos. Em nosso estudo obtivemos valores abaixo dos encontrados pelos autores acima citados, conforme apresentado nas tabelas 1 e 2, sendo este resultado diferente justificado pelo fato de ter sido esta pesquisa realizada em uma instituição privada, enquanto a pesquisa dos autores citados foi realizada em instituições da rede pública.

    Baseado na classificação do índice de massa corporal para crianças e adolescentes apresentado por Gaya e Silva, 2007 (apud Conde e Monteiro 2006) as figuras 1 e 2 demonstram as porcentagens de alunos e suas respectivas distribuições em classes.

    De acordo com a classificação proposta por Gaya e Silva, 2007 (apud Conde e Monteiro 2006) em relação ao IMC os alunos do sexo masculino do 9º ano do Colégio UNIFEV apresentam-se com 41% em peso normal, 42% em excesso de peso, 17% em obesidade. Já os alunos do sexo feminino apresentam-se com 3% em baixo peso, 58% em peso normal, 25% em excesso de peso, 14% em obesidade.

    Já no estudo de Wanderley Jr., Cezar e Guimarães (2009), onde foram avaliados 181 adolescentes matriculados na Escola Federal do Rio de Janeiro pode se observar resultados relativos ao IMC, para os alunos do sexo masculino e feminino respectivamente nas seguintes situações: baixo peso 18,9% e 9,52%; normalidade 77,5% e 83,3%; sobrepeso 1,7% e 7,1%; obesidade 1,7% e 0%. Em nosso estudo obtivemos valores acima do encontrado pelos autores já citado, conforme apresentados nas figuras 1 e 2. Justificamos ainda essa diferença pela pesquisa ser realizada em uma instituição privada enquanto a dos autores em uma instituição pública.

    A tabela 3 demonstra a comparação dos índices de massa corporal dos alunos do 9º ano do Colégio UNIFEV pelo teste t de Student para média de populações dependentes onde o nível de significância aceito foi de p < 0,05.

Tabela 3. Valores descritivos do índice de massa corporal e o valor do teste t de Student dos alunos do 9º ano A e B do Colégio UNIFEV.

Estatística

IMC M (kg/m2)

IMC F (kg/m2)

Média

21,8

21,1

Desvio Padrão

3,7

4,5

Mínimo

16,5

14,6

Máximo

29,2

33,8

Teste t Student

0,5

Observação: IMC M – índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado dos meninos, 

IMC F – índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado das meninas.

    Comparando-se os alunos do sexo feminino e masculino através da estatística de análise de variância observou-se que não existe diferença significante entre os gêneros no que tange o IMC (índice de massa corporal).

    Ainda de acordo com Velásquez et al. 2007, com relação a diferença entre gêneros na variável IMC em jovens, mais uma vez os valores encontrados por esses autores fortalecem os valores demonstrados neste estudo, pois não foram encontradas diferenças significativas para um P>0,05 conforme demonstrado pela tabela 3.

    Na gordura relativa verificou-se uma porcentagem de excesso de peso e obesidade através do %G IMC (porcentagem de gordura através do índice de massa corporal) maior nos estudantes do sexo masculino, enquanto que a porcentagem de baixo peso foi maior nos alunos do sexo feminino conforme demonstrado nas figuras 3 e 4.

    Conforme os resultados apresentados acima se observam com a classificação proposta por Fernandes Filho, 2003 apud Deurenberg, 1990 que os meninos estão a 33% na condição adequada, 32% moderadamente alta, 22% alta e 13% excessivamente alta. Já as meninas apresentam-se 3% na condição baixa, 61% adequada, 14% moderadamente alta, 6% alta e 16% excessivamente alta.

    Em relação ao percentual de gordura, Borges, Borin e De Marco (2010) em seu estudo encontraram os valores médios de: 18,35 para os meninos da idade de 13 anos e 24,64 para os meninos da idade de 14 anos; 23,30 para as meninas da idade de 13 anos e 16,54 para as meninas da idade de 14 anos.

    Farias e Salvador (2005) em seu estudo com 303 escolares com idade entre 11 a 15 anos de idade, sendo 154 do gênero masculino e 149 feminino, matriculados no ensino fundamental do Colégio Objetivo pertencente a rede particular de ensino na cidade de Porto Velho, obteve valores médios do percentual de gordura de: 25,99 e 23,40 para os do sexo masculino e feminino respectivamente para a idade de 13 anos; 18,51 26,97 para os do sexo masculino e feminino respectivamente para a idade de 14 anos. Ao compararem o percentual de gordura (%G) por idade entre gêneros, os autores constataram que as meninas apresentaram valores absolutos maiores que os meninos, com diferença estatisticamente significativa aos 14 e 15 anos de idade (p<0,05).

    No presente estudo verificou-se uma porcentagem de excesso de peso e obesidade através do %G IMC (porcentagem de gordura através do índice de massa corporal) maior nos estudantes do sexo masculino, enquanto que a porcentagem de baixo peso foi maior nos alunos do sexo feminino, conforme demonstrado nas figuras 3 e 4.

Tabela 4. Valores descritivos da porcentagem de gordura corporal através do índice de 

massa corporal e o valor do teste t de Student dos alunos do 9º ano A e B do Colégio UNIFEV

Estatística

%G IMC M (%)

%G IMC F (%)

Média

21,2

23,8

Desvio Padrão

5,7

6,7

Mínimo

12,8

13,7

Máximo

32,0

42,7

Teste t Student

0,2

Observação: %G IMC M (%) – porcentagem de gordura corporal através do índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado dos meninos, 

%G IMC F (%) – porcentagem de gordura corporal através do índice de massa corporal em quilogramas por metros ao quadrado das meninas.

    Ao comparar os alunos do sexo feminino e masculino através da estatística de análise de variância observou-se que não existe diferença significante entre os gêneros no que tange o %G IMC (porcentagem de gordura através do índice de massa corporal).

    Pode-se observar nas figuras 5 e 6 a distribuição em porcentagem dos alunos do sexo masculino e feminino no que tange a classificação do nível da potência aeróbia em relação ao teste de 12 minutos de acordo com Marins e Giannichi, 2003 apud Cooper 1982.

    De acordo com os resultados apresentados acima se observam com a classificação proposta por Marins e Giannichi, 2003 apud Cooper, 1982 que os meninos estão a 41% na condição muito fraco, 20% fraco, 39% regular. Já as meninas apresentam-se em 48% na condição muito fraca, 40% fraca, 12% regular.

Tabela 5. Valores descritivos do VO2máx e o valor do teste t de Student dos alunos do 9º ano A e B do Colégio UNIFEV

Estatística

VO2máx M (ml/kg/min)

VO2máx F (ml/kg/min)

Média

33,7

24,6

Desvio Padrão

6,8

4,1

Mínimo

21,6

19,5

Máximo

42,7

34,8

Teste t Student

0,000003

Observação: VO2máx M (ml/kg/min) – consumo máximo de oxigênio dos meninos, VO2máx F (ml/kg/min) – consumo máximo de oxigênio das meninas.

    Quando comparado, os alunos do sexo masculino e feminino, através da estatística de análise de variância observou-se que existe diferença significante entre os gêneros no que tange o VO2máx (consumo máximo de oxigênio).

    No que diz respeito à comparação feita entre os gêneros para os valores de VO2max, Rodrigues et al. 2006 identificaram valores superiores para os meninos em relação as meninas. Estes valores obtidos pelos autores vêm ao encontro dos resultados obtidos no presente estudo, conforme demonstrado na tabela 5, pois este também encontrou valores de VO2max superiores para os meninos quando comparados com as meninas.

    De acordo com Gobbi, Villar e Zago (2005), a diferença entre os sexos em adolescente em relação ao VO2max tem sido atribuído à concentração de hemoglobina por sua relação positiva com o transporte de oxigênio, ou seja, diferenças nas concentrações de hemoglobina, entre os sexo, geralmente refletem em diferenças no consumo de oxigênio.

Conclusões

    A realização deste estudo sobre o perfil antropométrico e a potência aeróbia dos alunos do 9º ano, permitiu a obtenção de informações sobre peso, altura, índice de massa corporal percentual de gordura corporal através do índice de massa corporal e potência aeróbia. As principais conclusões advindas deste estudo podem ser assim resumidas:

    No que diz respeito ao perfil antropométrico constatou-se que os alunos avaliados, na sua maioria possuem valores médios de índice de massa corporal (IMC) dentro dos valores médios esperados e encontrados para esta faixa etária, estando em concordância com a maior parte dos estudos feitos dentro desta mesma temática. Quanto às diferenças entre os gêneros para o índice de massa corporal (IMC), concluiu-se que não existem diferenças significantes.

    Com relação ao percentual de gordura pelo índice de massa corporal (%G IMC), verificou-se uma porcentagem de excesso de peso e obesidade maior nos estudantes do sexo masculino, enquanto que a porcentagem de baixo peso foi maior nos alunos do sexo feminino. Na comparação feita entre os gêneros para o percentual de gordura pelo índice de massa corporal (%G IMC), constatou-se que não existe diferença significante.

    No que tange o consumo máximo de oxigênio (VO2max), constatou-se que os alunos de ambos os gêneros se encontram em sua maioria nas condições muito fraca e fraca. Na comparação feita entre os gêneros para o consumo máximo de oxigênio (VO2max) constatou-se diferença significante, sendo observado um consumo máximo de oxigênio superior nos alunos do sexo masculino em relação aos aluno do sexo feminino.

Referências bibliográficas

  • ABRANTES, M. M.; LAMOUNIER, J. A.; COLOSIMO, E. A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro v. 78, n. 4, 2002.

  • BORGES, A. F.; BORIN, J. P.; DE MARCO, A. Avaliação de indicadores antropométricos e neuromusculares de jovens escolares do ensino fundamental do interior paulista. Rev. Motriz, Rio Claro, v.16 n.2 p.326-337, abr./jun. 2010.

  • BECK, C. C.; et al. Ficha Antropométrica na escola: O que medir e para que medir? Rev. Bras. de Cineantropometria & Desempenho Humano, p. 107-114, v. 9, 2007.

  • CYRINO, E. S.; et al. Comparação entre a potência aeróbia estimada por dois testes de campo. Rev. da Educação Física/UEM, Maringá, v. 16, n. 2 p.171-177, 2005.

  • DEURENBERG P.; WESTSTRATE J. A.; SEIDELL J. C. Body mass index as a measure of body fatness: age- and sex- specific prediction formulas. Britsh Journal of Nutrition, 65, p. 105-114, 1991.

  • FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física, Rio de Janeiro: Shape, 2ª Ed., 2003.

  • GAYA, A., SILVA G. Manual de aplicação de medidas e testes, normas e Critérios de avaliação, PROESP-BR-BRA - Julho de 2007.

  • GLANER, M. F. Índice de massa corporal como indicativo da gordura corporal comparado às dobras cutâneas, Rev. Bras. Med. Esporte Vol. 11, nº. 4 Jul/Ago, 2005.

  • GOBBI, S.; VILLAR, R.; ZAGO, A. S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. 1ª Ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

  • GUEDES, D. P., J. E. R. P. Crescimento Composição Corporal e Desempenho Motor de crianças e adolescentes, São Paulo: CLR Balieiro, 1997.

  • MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático, Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • RODRIGUES; A. N.; et al. Maximum oxygen uptake in adolescents as measured by cardiopulmonary exercise testing: a classification proposal. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 2006.

  • VELÁSQUEZ, K. M.; et al. Perfil antropométrico de jovens escolares do município de Lages/SC. Rev. Bras. de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v. 1, n. 3, p. 47-54, Mai/Jun, 2007.

  • WALTRICK, A. C. A.; DUARTE, M. F. S. Estudos das características antropométricas de escolares de 7 a 17 anos – uma abordagem longitudinal mista e transversal. Rev. Bras. de Cineantropometria & Desempenho Humano, p. 17-30, v. 2, n. 1, 2000.

  • WANDERLEY JR, E. S.; CEZAR, E. H. A.; GUIMARÃES, M. R. M. Perfil antropométrico e consumo dietético de adolescentes do ensino médio de uma escola pública federal. Rev. Bras. em Promoção da Saúde, Vol. 22, n.1, pp.9-15, Fortaleza, 2009.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

revista digital · Año 15 · N° 147 | Buenos Aires, Agosto de 2010  
© 1997-2010 Derechos reservados