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Perda hídrica em atletas jovens de natação

Pérdida hídrica en nadadores jóvenes

 

*Bacharel Educação Física, ULBRA, RS

**Educação Física, LAFIMED, ULBRA, RS

(Brasil)

Simone Fetter Lanius*

simone_fetter@yahoo.com.br

Luiz Crescente**

lafimed@ulbra.br

Osvaldo Donizete Siqueira**

odonizete@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Durante os treinos de natação há uma perda hídrica que pode levar a desidratação, causando câimbras, elevação freqüência cardíaca, elevação da temperatura corporal e diminuição do rendimento físico. O objetivo deste estudo foi analisar a taxa de sudorese, a percentagem de perda de peso corporal e o consumo hídrico de jovens atletas nadadores de Novo Hamburgo/RS. A amostra foi composta por 11 nadadores jovens, 9 do gênero masculino e 2 do gênero feminino, com idade média de 13,72 anos, pertencentes a uma equipe de natação. Foram avaliados o peso inicial, antes do treino, e o peso final, após o treino, para obtenção do percentual de perda de e o percentual da taxa de sudorese. A média de percentual de perda de peso foi de 0,5% (± 0,46), com valor individual mínimo de 0,3% (± 0,29) e máximo de 0,9% (± 0,67), do gênero masculino, e a média de 0,6% (± 0,34), com valor individual mínimo de 0,4% (± 0,31) e máximo de 0,7% (± 0,32), do gênero feminino. A taxa de sudorese teve a média de 2,6ml/min (± 2,48), com valor individual mínimo de 1,3ml/min (± 1,62) e máximo de 4,4ml/min (± 3,42), do gênero masculino, e a média de 4,3ml/min (± 2,48), com valor individual mínimo de 2,8ml/min (± 1,82) e máximo de 5,5ml/min (± 2,31), do gênero feminino. O consumo de água médio foi de 298,9ml (± 227,91), com valor individual mínimo de 73,1ml (± 85,50) e máximo de 538,4ml (± 138,67), do gênero masculino, e a média de 315,5ml (± 158,44), com valor individual mínimo de 200,3ml (± 87,21) e máximo de 415,3ml (± 137,52), do gênero feminino. Apesar dos resultados encontrados tenham sido menores que os estudos realizados em ambientes fora da água, foi possível observar uma redução da perda hídrica. Quando imersos na água há uma transferência de calor muito maior. E assim, parece ser muito importante permanecer realizando reposições ao longo dos treinos, adicionando-os também antes e após dos treinamentos.

          Unitermos: Natação. Perda hídrica. Taxa de sudorese. Hidratação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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Introdução

    Durante os exercícios aquáticos temos uma grande produção de energia, que resulta na liberação do calor gerado. Para manter o equilíbrio da temperatura interna do corpo, esse calor deve ser dissipado, em forma de transpiração, condução, convecção ou radiação.

    Quanto maior a intensidade do exercício, maior será a taxa de transpiração, mas além de água, estamos perdendo eletrólitos, como Na+, K+, Cl-, Mg++. Esses eletrólitos são importantes no funcionamento normal dos tecidos excitáveis, enzimas e hormônios.

    Os fluídos corporais são compostos primeiramente de água e cloreto de sódio (sal), e em menos quantidades de potássio, cálcio, magnésio e fosfatos (eletrólitos). A água representa aproximadamente 60% da massa corporal e 72% da massa corporal magra, e junto com os eletrólitos, são importantes para o rendimento físico no exercício, pois mantêm o volume e a osmolalidade sanguíneos para o transporte e a transferência de oxigênio, combustíveis, produtos da excreção celular e moléculas regulatórias (Bucci, 1996, citado por PEREIRA & SOUZA, 2002); termorregulagem e manutenção das funções enzimáticas e neuromusculares (Maughan, 1991, citado por PEREIRA & SOUZA, 2002).

    Muitas vezes, para diminuir a temperatura corporal é preciso perder uma quantidade de suor muito elevado, causando desidratação. De acordo com Powers & Howley (2005), a reposição líquida é imprescindível, e sem ela pode ter alteração na freqüência cardíaca e temperatura corporal.

    Na natação o processo de perda de calor ocorre principalmente através da condução, onde há transferência de calor do corpo, para as moléculas de água mais fria. Segundo POWERS & HOWLEY (2005), neste processo a perda de calor é em pequenas quantidades, mas ao entrar na água a transferência de calor aumenta de 4 a 5 vezes (FOSS & KETEYIAN, 1998).

    Para Foss & Keteyian (1998) a forma de prevenção a desidratação progressiva no transcorrer de vários treinos, é a mensuração do peso corporal, antes e após cada treino. Assim, o objetivo deste estudo foi medir e analisar a taxa de sudorese e o consumo hídrico de atletas de uma equipe de natação de Novo Hamburgo/RS.

Metodologia

    Trata-se de um estudo transversal, realizado com 11 atletas de natação, da equipe da Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, com idade entre 11 e 18 anos, do gênero feminino e masculino, no estado do Rio Grande do Sul.

    Com a finalidade de analisar a porcentagem da perda de peso corporal e a taxa de sudorese, todos os participantes foram pesados antes (Pi) e depois do treino (Pf) em posição reta, com o corpo relaxado, descalços, vestindo sunga (homens) e maiô (mulheres), com o corpo e cabelo molhado (sem excesso de água), sem touca e óculos para aferição da medida. Utilizou-se uma balança digital da marca Britania® com capacidade máxima de 150Kg e precisão de 100g devidamente calibrada.

    A taxa de sudorese dada em mL/min foi calculada a partir da equação: TS= (Pi-Pf) / tempo total de atividade física.

    Para o cálculo da porcentagem de perda de peso utilizou-se a equação: [(Pi-Pf)] x100/ Pi.

    Os dados foram coletados em um mês de habituais treinos, durante o ano de 2009. O primeiro grupo treinava durante 2h15min com intensidade baixa. O segundo grupo treinava durante 2h15min com intensidade baixa a média. O terceiro grupo treinava durante 2h30min com intensidade média a alta.

    Para o controle da quantidade de água ingerida durante o treino, cada atleta recebeu uma garrafa identificada com o seu nome contendo 500mL de água e à medida que o conteúdo se esgotasse foram orientados a avisar a avaliadora que enchia novamente a garrafa. Ao final do treino, estes recipientes foram recolhidos para verificar a quantidade total de água consumida por cada um dos participantes.

Resultados

    A amostra foi composta por onze indivíduos dos quais nove eram do sexo masculino e duas do sexo feminino. Os participantes possuíam idades média de 13,72 anos.

    As médias individuais masculinas são encontradas na tabela 1. Cada atleta teve um número diferente de coletas, que foi de acordo com o número de treinos presentes, que variou de 11 a 15 treinos. As médias mais baixas de percentagem de perda de peso, após o treinamento, foi de 0,3% (± 0,29) do atleta 5, e dos atletas 4 e 6, que apresentaram o valor de 0,4% (± 0,50) e 0,4% (± 0,34). Já em relação as médias mais altas encontramos 0,7% (± 0,43) pelo atleta 9, e 0,9% (± 0,67) pelo atleta 1.

    Nesta mesma tabela encontramos a taxa de sudorese, que vai do valor mais baixo em 1,3ml/min (± 1,62) do atleta 5, ao valor mais elevado, do atleta 1 que é 4,4ml/min (± 3,42). E ainda encontramos os resultados do consumo de água ao longo dos treinos, onde o valor mais baixo é 73,1ml (± 85,50) do atleta 3, e o valor mais elevado é 538,4ml (± 138,67).

Atleta

N° de treinos

Peso inicial (Kg)

Peso final (Kg)

Perda de peso (%)

Taxa de sudorese (ml/min)

Consumo de água (ml)

1

13

55,8

55,3

0,9

4,4

400

2

14

77,0

76,6

0,5

3,5

439,2

3

11

38,7

38,6

0,5

1,9

73,1

4

11

33,2

33,1

0,4

1,8

100,4

5

15

47,6

47,5

0,3

1,3

219,6

6

13

68,1

67,8

0,4

2,7

538,4

7

13

64,1

63,8

0,6

3,5

236,9

8

13

55,6

55,6

0,5

1,4

421,1

9

11

45,4

45,1

0,7

3,1

179,5

Tabela 1. Valores individuais do número de treinos, média do peso inicial, média do peso final, média da porcentagem de perda de peso, 

média da taxa de sudorese e do consumo de água, de atletas jovens de natação do gênero masculino de Novo Hamburgo/RS, 2009

    Em relação a média de todos os atletas de natação, do sexo masculino, num total de 114 treinos aferidos, podemos observar na tabela 2. A média da percentagem de perda de peso foi de 0,5% (± 0,46), após os treinos habituais, sabendo que variam de individuo para individuo, com duração de 1h30min a 2hs. Já a taxa de sudorese teve uma média de 2,6ml/min (± 2,48), e o consumo de água ficou com o valor médio de 298,9ml (± 227,91).

 

N° de treinos

Peso inicial (Kg)

Peso final (Kg)

Perda de peso (%)

Taxa de sudorese (ml/min)

Consumo de água (ml)

Média

114

54,8

54,6

0,5

2,6

298,9

 

Desvio- padrão

 

___

13,33

13,23

0,46

2,48

227,91

Valores mínimos

___

32,8

32,8

0,0

0,0

0,0

Valores máximos

___

77,8

77,4

2,3

10,8

1000

Tabela 2. Média dos atletas jovens de natação do gênero masculino de Novo Hamburgo/RS, 2009

    Na tabela 3, mostra as médias individuais feminina. O número de treinos que foram coletados os dados foram 13 e 15. A atleta 1 teve uma perda de 0,4% (± 0,31) do peso corporal, e assim sua taxa de sudorese foi de 2,8ml/min (± 1,82), e seu consumo de água foi 200,3ml (± 87,21). Por outro lado, a atleta 2 teve sua perda de peso corporal em 0,7% (± 0,32), taxa de sudorese em 5,5ml/min (± 2,31) e um consumo de água 415,3 (± 137,52). As garotas não apresentaram muita diferença em seus resultados.

Atleta

N° de treinos

Peso inicial (Kg)

Peso final (Kg)

Perda de peso (%)

Taxa de sudorese (ml/min)

Consumo de água (ml)

1

13

72,6

72,2

0,4

2,8

200,3

2

15

74,5

73,9

0,7

5,5

415,3

Tabela 3. Valores individuais do número de treinos, média do peso inicial, média do peso final, média da porcentagem de perda de peso, 

média da taxa de sudorese e do consumo de água, de 2 atletas jovens de natação do gênero feminino de Novo Hamburgo/RS, 2009

    Observando a tabela 4, podemos observar os resultados médios obtidos pelo número total do gênero feminino. O percentual de perda de peso teve uma média de 0,6% (±0,34), entre as garotas, após os treinos habituais, sabendo que cada uma tem um treino diferenciado, com duração de 1h45min a 2hs, assim como a taxa de sudorese, que teve sua média em 4,3ml/min (± 2,48). O consumo de água ficou com a média de 315,5ml (± 158,44).

 

N° de treinos

Peso inicial (Kg)

Peso final (Kg)

Perda de peso (%)

Taxa de sudorese (ml/min)

Consumo de água (ml)

Média

28

73,6

73,1

0,6

4,3

315,5

Desvio- padrão

___

1,05

0,96

0,34

2,48

158,44

Valores mínimos

___

72,1

71,8

0,0

0,0

0,0

Valores máximos

___

75,8

75,1

1,5

10,5

500,0

Tabela 4. Média dos atletas jovens de natação do gênero feminino de Novo Hamburgo/RS, 2009

    No gráfico 1 podemos observar a diferença entre as médias de todos os atletas masculinos comparados ao feminino, tanto do peso inicial como o do final dos treinos. As diferenças foram de 54,8Kg (± 13,33) masculino, para 73,6Kg (± 1,05) feminino, no peso inicial, já no peso final foi 54,6Kg (± 13,23) no masculino, e 73,1 (± 0,96) no feminino.

Gráfico 1. Diferença da média do peso inicial e final masculino para o feminino dos jovens atletas de natação de Novo Hamburgo/RS, 2009

    Já no gráfico 2 podemos observar a diferença entre percentagem da perda de peso e a da taxa de sudorese, de acordo com as médias encontradas entre todos os atletas. No sexo masculino foi encontrada uma média de 0,5% (± 0,46) para a porcentagem de perda de peso, assim como no feminino que foi de 0,6% (± 0,46). A taxa de sudorese foi de 2,6ml/min (± 2,48) para os homens, e de 4,3ml/min (± 2,48) para as mulheres.

Gráfico 2. Diferença da média do percentual de perda de peso e taxa de sudorese masculino para o feminino dos jovens atletas de natação de Novo Hamburgo/RS, 2009

    Como observado no gráfico 3, o consumo de água média do grupo masculino e do feminino. O grupo masculino teve uma média de 298,9ml (± 227,9), já o feminino teve uma média de 315,5ml (± 158,44).

Gráfico 3. Diferença da média do consumo de água masculino para o feminino dos jovens atletas de natação de Novo Hamburgo/RS, 2009

Discussão

    Na avaliação deste estudo a percentagem de perda de peso média do grupo de nadadores do gênero masculino foi de 0,5% (± 0,46) e o feminino foi de 0,6% (± 0,34). Essa perda foi muito pequena se comparados os dois gêneros, tendo uma variação de apenas 0,1%. Valores próximos a esses foram encontrados no estudo realizado por Pereira et al (2006), com crianças praticantes de natação, onde o menor percentual encontrado foi 0,0% e o maior de 0,7%. Mesmo com uma desidratação pequena, 1,8% do peso corporal, pode ocorrer uma redução no rendimento aeróbio, assim como levar a sintomas induzidos pelo calor e a própria desidratação como cãibras e exaustão térmica.

    Se observarmos os resultados deste estudo individualmente, veremos que a menor média de perda de peso foi de 0,3% (± 0,29) e a maior foi de 0,9% (± 0,67), para o gênero masculino, e de 0,4% (±0,31) a 0,7% (± 0,32), para o gênero feminino, médias menores que as encontradas na pesquisa realizada por Perrella et al (2005) com atletas de rugby, que a média foi de 1,5% (± 0,7), onde a menor medida foi de 0,6% e a maior foi 2,4%.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), uma variação de perda percentual de peso de 2 a 3% leva a um processo de desidratação, o que pode apresentar os seguintes sintomas: sede forte, desconforto, diminuição do apetite, baixo volume sanguíneo e redução no desempenho físico. De acordo com Foss e Keteyian (1998), a redução de 1 a 3% do peso corporal, causada pela desidratação, pode causar deterioração das respostas fisiológicas e do desempenho.

    Quanto maior a intensidade do exercício, maior será a taxa de transpiração, mas além de água, estamos perdendo eletrólitos, como Na+, K+, Cl-, Mg++. Esses eletrólitos são importantes no funcionamento normal dos tecidos excitáveis, enzimas e hormônios. Os adolescentes suam bem menos que os adultos, causando assim um aumento na temperatura corporal, e alem disso, demoram mais para se adaptar as temperaturas elevadas (ALMEIDA et al, 2005, citado por PASSANHA et al, 2008).

    As médias da taxa de sudorese foram 2,6ml/min (± 2,48), para os garotos, e 4,3ml/min (± 2,48), para as garotas, sendo que, individualmente no gênero masculino o menor resultado foi de 1,3ml/min (± 1,62), e o maior foi 4,4ml/min (± 3,42), já no feminino a menor taxa foi de 2,8ml/min (± 1,82), e a maior foi 5,5ml/min (± 2,31). Mais uma vez, os resultados vão de encontro com os do estudo de Pereira et al (2006), com crianças praticantes de natação, que tiveram as taxas de 0,0ml/min até 5,0ml/min.

    Os resultados de taxa de sudorese masculina encontrados pelo presente estudo são bem menores do que as encontradas no estudo realizado por Alves et al (2009), em atletas adolescentes de basquete, que encontraram uma média de 4,2ml/min (± 2,05), onde o valor mínimo foi de 0,5ml/min, e o máximo de 8,2ml/min. Neste estudo os valores mínimo e máximo foram bem distantes, tendo uma variação de 7,8ml/min, já no presente estudo esta mesma variação foi de 3,1ml/min.

    Assim como o masculino, a taxa de sudorese feminina foi bem menor que a do estudo de Passanha et al (2008), com uma equipe feminina de vôlei, onde tiveram uma variação de 6,7 a 17,2ml/min, com média de 12,21ml/min (± 3,02). A menor taxa encontrada (6,7ml/min) é maior que o maior resultado deste presente estudo, que foi de 5,5ml/min.

    De acordo com Powers e Howley (2005), as mulheres tem uma tolerância limitada ao calor, por terem menores taxas de transpiração, e geralmente, uma maior porcentagem de gordura corporal, esta em grande quantidade reduz a perda de calor.

    Na natação o principal mecanismo que nosso corpo utiliza para a perda de calor é através da condução, e não através da evaporação (suor), como em esportes terrestres. Assim, segundo Foss & Keteyian (1998), a condução é a transferência de calor entre dois objetos, nadador e a água, passando o calor do mais quente para o mais frio. Além disso relatam que ao imergir na água, a transferência de calor aumenta de 4 a 5 vezes, pois a condução térmica é 26 vezes maior na água do que no ar.

    O consumo de água ao longo dos treinos resultou em uma média de 298,9ml (± 227,91), para o gênero masculino e de 315,5ml (± 158,44) para o gênero feminino. No estudo de Alves et al (2009), em atletas adolescentes de basquete, o consumo médio de água foi de 1583ml (± 761,35), com variação de 990 até 3600ml, no presente estudo o menor valor encontrado foi de 0,0ml, e o maior foi de 1000ml.

    Já no estudo realizado por Passanha et al (2008), com uma equipe feminina de vôlei, foi encontrada a média de consumo de água em 742,31ml (± 277,24), com valores mínimos de 200ml e máximos de 1100ml, as garotas do presente estudo tiveram um consumo mínimo muito semelhante, que foi de 200,3ml (± 87,21), mas o valor máximo teve uma grande variação, pois foi de 415,3ml (± 137,52).

    Quando estamos em repouso, a sede é um grande indicador de quando estamos necessitando da reposição de fluidos, mas a sede não se manifesta antes da perda de 2% de água do peso corporal magro (BROUNS, 2005, citado por PEREIRA & SOUZA, 2002). Ao decorrer do exercício é provável que a relação de sede com ingestão de líquidos, ocorra no processo de desidratação (KAY & MARINO, 2000, citado por PEREIRA & SOUZA, 2002).

    Segundo Brouns (2005), indivíduos sedentários devem consumir 1 ml/kcal de dispêndio de energia, como recomendação geral, e em alguns casos pode ser aplicado em atletas que exigem uma renovação mais alta de energia.

    De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva (1996), citado por Pereira & Souza (2002), a ingestão de líquidos deve começar com 500ml de água fria ou bebida eletrolítica diluída, 20 a 30 minutos antes do treino, continuar com 100 a 200ml em intervalos de 15 a 20 min durantes os treinos, e finalizar após o treino, num total de 1,4 a 4,2 litros de água a cada hora.

Conclusão

    Podemos observar-se que apesar da perda hídrica decorrente da sudorese ser pequena em relação aos estudos fora da água, todos tiveram uma redução do peso corporal, apesar do consumo de água. Acreditamos que a baixa taxa de sudorese ocorreu devido a imersão na água, mudando assim o principal mecanismo de perda de calor, que permite uma transferência maior de calor. Assim o consumo de líquidos deve ser mantido ao longo dos treinos, podendo ainda ser acrescentado antes e após os treinamentos, para equilibrar as perdas hídricas ocasionadas pela sudorese excessiva, evitando a desidratação.

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