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Estudo do grau de sobrepeso e obesidade dos alunos da Escola

Secundária das Laranjeiras, utilizando o Índice de Massa Corporal

Estudio del grado de sobrepeso y obesidad de los alumnos de 

Escuela Media de Laranjeiras, utilizando el Indice de Masa Corporal

 

Licenciado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Física

Mestre em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana

Universidade Técnica de Lisboa

Professor de Educação Física na Escola Secundária das Laranjeiras

Fernando Melo

fm7@sapo.pt

(Portugal)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objectivo determinar o grau de sobrepeso e obesidade da população escolar da Escola Secundária das Laranjeiras, utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC). Este estudo insere-se no “Projecto Escola Saudável”, pretendendo-se prevenir e combater a obesidade. A amostra foi constituída por 867 alunos, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 13 e os 20 anos. Esta amostra representou 79% do universo dos alunos daquela Escola. As conclusões do Estudo foram as seguintes: 1) O sobrepeso e obesidade, em conjunto, atingem valores de 22,8% nas raparigas e 19,5% nos rapazes. 2) Nas raparigas a prevalência do sobrepeso e da obesidade é 15,6% e 7,2%, respectivamente. 3) Nos rapazes a prevalência do sobrepeso e da obesidade é 13,9% e 5,6%, respectivamente.

          Unitermos: Sobrepeso. Obesidade. Educação Física Escolar.

 

Abstract

          This study aimed to determine the degree of overweight and obesity in schoolchildren's Escola Secundária das Laranjeiras, using the Body Mass Index. This study is included in the “Healthy School Project”, which seeks to prevent and combat obesity. The sample consisted of 867 students of both sexes and aged between 13 and 20 years. This sample represented 79% of the population of students from school. The findings of the study were: 1) Overweight and obesity, together, reaching values of 22,8 % in girls and 19,5% in boys. 2) In girls, the prevalence of overweight and obesity is 15,6 and 7,2%, respectively. 3) In boys the prevalence of overweight and obesity is 13,9 and 5,6%, respectively.

          Keywords: Overweight. Obesity. Physical Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

1 / 1

Introdução

    A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a epidemia do Século XXI. Apesar dos esforços, tanto a nível nacional como internacional, “esta doença tem evoluído imparavelmente, assumindo proporções preocupantes, invadindo faixas etárias antes minimamente afectadas, provocando aumentos insustentáveis das complicações com ela conectadas, nomeadamente da diabetes de tipo 2, e permitindo a ocorrência de quadros clínicos participados que naturalmente, se vão individualizando, como é o caso da síndrome metabólica e da diabesidade” (Vários, 2008).

    Gutin e Barbeau (2003) referem que com o aumento da obesidade e baixo condicionamento físico verificado nos últimos 10 a 15 anos, as suas implicações no futuro da saúde pública são preocupantes.

    Para Bouchard (2003), a epidemia actual da obesidade em crianças, adolescentes e adultos jovens só se irá manifestar mais tarde, uma vez que as consequências do excesso de peso corporal na saúde, não se manifestam imediatamente. Assim, e segundo aquele investigador, a obesidade manifesta-se posteriormente, por um número sem precedentes de casos de diabete do tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças da vesícula biliar, cancro da mama pós-menopausa, osteoartrites dos joelhos, dores nas costas e deficiências físicas e mentais.

    Estudos realizados na década de oitenta no nosso país foram reveladores de uma perda preocupante das capacidades motoras da juventude portuguesa. Mais recentemente e de acordo com dados da investigação na área dos hábitos desportivos da população portuguesa, no ano de 1998 (Marivoet, 2001), “apenas 23% da população portuguesa entre os 15 e os 74 anos afirma ter uma actividade física regular, sendo a taxa de praticantes federados de apenas de 4%”.

    Na Região Autónoma dos Açores são vários os sinais preocupantes, relativamente aos hábitos da prática de actividades físicas e desportivas dos nossos jovens.

    Um estudo de 2001, realizado com jovens (idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos de ambos os sexos e distribuídos pelos 2º, 3º Ciclos e Secundário) da cidade de Ponta Delgada, refere que são efectivamente as actividades audiovisuais que ocupam a maior parte do tempo livre dos nossos jovens, nomeadamente “ver televisão e os jogos de computador” (Melo, 2001).

    Mais recentemente, num outro estudo realizado por Maia & Lopes (2002), com alunos açorianos do 1º ciclo do ensino básico é referido que “cerca de 15% de crianças mostram excesso de peso, e cerca de 12% são obesas”. Os autores do referido estudo alertam para a gravidade da situação, tornando-se necessária uma actuação urgente, pois “ficar indiferente ao que se passa é uma falta grave em relação às crianças e aquilo que esperam de nós”.

    Neste contexto, é importante questionar o papel da Escola, na criação de hábitos saudáveis e estilos de vida activos junto dos nossos jovens. Se parece não existir muitas dúvidas relativamente à importância da Escola no combate à obesidade, resta saber como fazê-lo. Este é um enorme desafio para a instituição escolar.

    Este estudo pretende realizar o levantamento da situação no que se refere ao grau de sobrepeso e obesidade da população escolar da Escola Secundária das Laranjeiras, utilizando o Índice de Massa Corporal.

Metodologia

A amostra

    A amostra foi constituída por 867 indivíduos, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 13 e os 20 anos. Dos 867 indivíduos, 436 (50,3%) eram do sexo feminino e 431 (49,7%) eram do sexo masculino. A amostra representou 79% do universo dos alunos da Escola.

Gráfico 1. Caracterização da amostra (por idades)

Procedimentos experimentais

    Os dados necessários para a realização deste estudo foram recolhidos durante o mês de Outubro de 2008, nas aulas de Educação Física, pelos respectivos professores. Os dados foram registados numa ficha própria, em folha Excel.

    Em cada folha foram registados os seguintes dados:

  • AT = Ano e Turma. Exemplo: 7H; 8D; 9K.

  • Nome. Apenas o 1º e o último. No caso de Maria Clara Medeiros, deve ser registado Mª Clara Medeiros.

  • A Nasc = Ano de Nascimento. Apenas registar os últimos 2 dígitos .

  • Pes = Peso. Exemplo: 50,5 – 51,0 – 51,5 (utilizar a vírgula e não o ponto)

  • Alt = Altura. Exemplo: 1,65 – 1,66 – 1,67 (utilizar a vírgula e não o ponto)

Altura

    Medida entre o vertex e o plano de referência solo, expressa em centímetros e arredondada até ao centímetro. O indivíduo deve estar descalço usando pouca roupa no momento da medição. Os calcanhares devem estar unidos e as pontas dos pés afastadas 60º e a cabeça orientada segundo o plano de Frankfurt ou horizontal. Para obter o valor da altura o esquadro deverá deslizar sobre a fita métrica até entrar em contacto com o ponto mais elevado do crânio do aluno. Sempre que possível pede-se ao observado que faça uma inspiração profunda durante o momento de mensuração.

Peso

    Medida que traduz a massa corporal total, expressa em quilogramas e com aproximação às 500 gr. Será utilizada uma balança portátil da marca Seca e com capacidade de 0-150 Kg. O observador deve colocar-se de frente para o indivíduo que vai medir. Este coloca-se no centro da plataforma da balança com o peso bem distribuído sobre os dois pés e a olhar em frente. O indivíduo deve estar descalço e com roupas muito leves.

Índice de Massa Corporal (IMC)

    O Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet é o processo mais utilizado para avaliar o excesso de peso/obesidade. É calculado a partir de seguinte fórmula:

    O interesse deste índice é que assenta sobre medidas simples (peso/altura), é aplicável qualquer que seja o grau de obesidade e fornece uma avaliação habitualmente satisfatória da obesidade. Assim, o IMC tornou-se uma referência internacional e deve ser o método preferido. A correlação do IMC com a massa gorda é da ordem de 0.80 (Vários, 2008).

    A partir de determinados valores de referência, segundo um padrão internacional (Cole et al. (2000), os indivíduos foram classificados como normo-ponderais; sobrepeso e obesos.

Material necessário

    O material a utilizar ficou disponível no Gabinete de Educação Física, nomeadamente duas balanças e dois esquadros. Para facilitar a medição da Altura, foram afixadas à parede junto da entrada do Gabinete, duas fitas métricas.

Tratamento estatístico

    Após a recolha dos dados, procedeu-se ao tratamento inicial dos mesmos, através do Programa Microsoft Excel, versão 4.0, sendo apenas considerada a vertente:

    Tratamento Descritivo – onde utilizamos a distribuição de frequências, em tantos por cento (%) e valores absolutos (n). Para uma melhor visualização dos resultados serão apresentados quadros e gráficos.

Apresentação e discussão dos resultados

    Será feita a caracterização das variáveis em estudo nas diferentes idades e ainda a comparação entre géneros.

    Serão também apresentados os valores percentílicos das referidas variáveis. Convém lembrar que os percentis são medidas de localização, permitindo o seu posicionamento após o ordenamento dos dados. Assim, cada professor pode analisar os resultados de cada aluno, no contexto amostral da escola. Nos quadros apresentados, os valores a bold e a azul indicam valores superiores àqueles encontrados pela equipa do Professor Maia, J. (2007 a)1, para as mesmas idades.

Altura

    Pela observação dos Quadros 1 e 2, verifica-se o que era esperado, ou seja um aumento progressivo dos valores médios ao longo das idades, registando-se maiores incrementos nos masculinos. Este último facto é explicado pela entrada mais cedo das raparigas no início do salto pubertário, em cerca de dois anos, relativamente aos rapazes. Assim, enquanto que as raparigas aos 13 anos já estão praticamente no fim do seu salto pubertário, os rapazes encontram-se a iniciá-lo.

    O salto pubertário é um fenómeno que ocorre em todas as crianças, mas devemos ter bem presente que varia de intensidade e duração de indivíduo para indivíduo – todas as crianças crescem, mas não crescem todas da mesma maneira.

Quadro 1. Caracterização da Altura (sexo feminino)

  

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

153

7,72

130

169

5,1

14 Anos

155

6,35

134

174

4,1

15 Anos

158

6,01

137

174

3,8

16 Anos

159

6,18

146

174

3,9

17 Anos

161

7,67

135

179

4,8

18 Anos

161

6,22

147

178

3,9

M = Média; SD = Desvio-padrão; MIN = Valor mínimo; MAX = Valor máximo; V = Coeficiente de Variação

 

Quadro 2. Caracterização da Altura (sexo masculino)

   

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

154

9,13

136

180

5,9

14 Anos

158

10,36

137

195

6,5

15 Anos

164

8,68

142

185

5,3

16 Anos

170

8,14

150

193

4,8

17 Anos

171

7,61

151

187

4,5

18 Anos

174

7,37

150

201

4,2

M = Média; SD = Desvio-padrão; MIN = Valor mínimo; MAX = Valor máximo; V = Coeficiente de Variação

    Voltando, ainda aos Quadros 1 e 2, verifica-se que há uma grande variabilidade no seio de cada idade, mais nos rapazes do que nas raparigas. Considerando os valores máximos e mínimos, verifica-se que na idade de 14 anos (masculinos), há uma diferença de 58 centímetros (195 versus 137). Desta forma, esta informação é relevante para os Professores de Educação Física e para os Treinadores de atletas jovens, devendo-se admitir que, nem todos os jovens, embora tendo a mesma idade cronológica, estão no mesmo estádio de maturação. O que determina o salto pubertário, não é a idade cronológica do indivíduo, mas sim a seu estádio maturacional.

    Como refere Sobral (1988), "o preciso momento em que este salto se desencadeia varia de população para população e, de geração para geração". Dados fiáveis obtidos em diferentes países, mostram que desde 1900, crianças em idade pré-escolar, eram mais altas em média 1,0 centímetro e mais pesadas 0,5 quilogramas por década - Katchadourian (1977); Falkner e Bakwin, citados por Katchadourian(1977), referem que os ganhos durante a puberdade eram em média de 2,5 centímetros e 2,5 quilogramas, e para os adultos de 1,0 centímetro por década.

    Os quadros 3 e 4 representam os valores percentílicos da Altura nos dois sexos.

Quadro 3. Valores percentílicos da Altura (sexo feminino)

  

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

1,38

1,45

1,48

1,53

1,57

1,64

1,66

14 Anos

1,43

1,47

1,51

1,55

1,59

1,62

1,66

15 Anos

1,50

1,51

1,54

1,58

1,61

1,66

1,70

16 Anos

1,48

1,52

1,56

1,59

1,63

1,67

1,72

17 Anos

1,48

1,53

1,55

1,61

1,65

1,70

1,75

18 Anos

1,49

1,52

1,58

1,61

1,64

1,68

1,73

 

Quadro 4. Valores percentílicos da Altura (sexo masculino)

   

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

1,39

1,43

1,49

1,53

1,58

1,65

1,73

14 Anos

1,40

1,45

1,52

1,60

1,65

1,69

1,72

15 Anos

1,46

1,51

1,59

1,66

1,69

1,73

1,77

16 Anos

1,54

1,61

1,65

1,71

1,76

1,80

1,84

17 Anos

1,57

1,61

1,67

1,71

1,75

1,80

1,85

18 Anos

1,60

1,66

1,70

1,74

1,79

1,83

1,87

Peso

    A curva do peso, desde o nascimento até à idade adulta, assemelha-se à curva da estatura. No entanto, ao contrário da estatura, o peso não pode ser interpretado de modo satisfatório se apenas for considerado em função da idade. Com efeito, ele deverá ser analisado em relação è estatura do indivíduo.

    Segundo Frohner (2003), o aumento da massa corporal inicia-se cerca de 2 anos mais cedo nas raparigas do que nos rapazes, razão pela qual aos 13/14 anos, as raparigas são mais pesadas do que os rapazes da mesma idade. Nestes, o aumento da massa corporal começa mais tarde e prolonga-se até ao final da adolescência (18/19 anos). Nas raparigas, o aumento do peso termina muito antes, aproximadamente aos 15/16 anos. Tal facto pode ser constatado nos quadros 5 e 6, aquando da comparação entre os dois sexos. Para além disso, e tal como se observou na estatura, regista-se uma grande variação dos valores médios em cada idade e nos dois sexos, conforme a magnitude dos desvios-padróes referidos nos quadros.

    Convém relembrar, e tal como refere Maia (2007 b), “ao contrário da altura, o valor do peso é altamente sensível às influências ambientais, sobretudo as de ordem nutricional e de níveis reduzidos ou elevados de actividade física e exercícios”.

Quadro 5. Caracterização do Peso (sexo feminino)

  

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

47,6

15,1

25,0

119,0

31,7

14 Anos

49,9

10,1

27,0

81,0

20,2

15 Anos

56,2

13,2

34,0

97,0

23,5

16 Anos

54,5

11,0

31,0

93,0

20,2

17 Anos

56,1

10,8

36,0

86,0

19,3

18 Anos

56,7

12,0

40,0

100,0

21,1

 

Quadro 6. Caracterização do Peso (sexo masculino)

   

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

48,7

12,7

26,0

90,5

26,1

14 Anos

48,4

12,7

28,0

88,0

26,3

15 Anos

55,7

14,5

32,0

102,0

26,1

16 Anos

62,5

16,5

34,0

150,0

26,4

17 Anos

64,4

15,4

40,0

112,0

23,9

18 Anos

66,6

13,4

37,0

133,0

20,2

    Os quadros 7 e 8 representam os valores percentílicos do peso nos dois sexos.

Quadro 7. Valores percentílicos do Peso (sexo feminino)

    

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

30,0

34,0

39,9

43,0

51,3

60,7

84,2

14 Anos

35,0

37,0

44,9

50,0

54,3

62,4

71,3

15 Anos

38,0

44,0

48,0

53,8

62,5

76,0

89,5

16 Anos

42,0

44,0

45,0

52,0

60,5

69,2

79,7

17 Anos

40,1

45,2

49,0

54,0

61,0

73,0

79,0

18 Anos

43,0

44,0

49,0

54,0

61,0

71,2

87,0

 

Quadro 8. Valores percentílicos do Peso (sexo masculino)

  

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

32,0

35,0

39,4

44,5

59,1

65,5

71,0

14 Anos

34,6

37,6

40,0

44,0

53,0

66,0

80,3

15 Anos

34,2

40,8

46,0

52,5

61,5

74,2

92,3

16 Anos

42,6

46,3

51,2

62,5

69,0

75,0

98,2

17 Anos

44,8

49,2

54,0

61,0

71,0

84,2

105,3

18 Anos

50,0

54,0

60,0

65,0

70,0

81,4

94,8

Índice de Massa Corporal

    O Índice de Massa Corporal (IMC) é o processo mais utilizado para avaliar o excesso de peso/obesidade, comparando o peso do indivíduo com a sua estatura, sendo dado pela seguinte fórmula:

    Os quadros 9 e 10 apresentam a caracterização do IMC nos dois sexos, verificando-se, como já era esperado, um ligeiro aumento em função da idade.

Quadro 9. Caracterização do IMC (sexo feminino)

 

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

20,20

5,45

14,13

48,28

27,0

14 Anos

20,72

3,73

15,04

34,15

18,0

15 Anos

22,45

5,09

14,66

37,25

22,7

16 Anos

21,47

4,46

14,54

43,63

20,8

17 Anos

21,70

3,36

16,33

30,48

15,5

18 Anos

21,88

4,17

15,94

39,54

19,0

 

Quadro 10. Caracterização do IMC (sexo masculino)

 

M

SD

MIN

MAX

V

13 Anos

20,36

3,83

14,06

30,59

18,8

14 Anos

19,25

4,14

13,41

33,27

21,5

15 Anos

20,48

4,18

14,36

35,71

20,4

16 Anos

21,42

4,80

15,11

48,42

22,4

17 Anos

21,94

4,51

14,71

38,54

20,6

18 Anos

21,89

3,91

15,78

38,44

17,9

    A partir de determinados valores de referência internacionais, os indivíduos foram classificados como normo-ponderais; sobrepeso e obesos.

    Pela observação dos quadros 11 e 12, verifica-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade nas raparigas é ligeiramente superior à dos rapazes. Naquelas, registam-se valores de 15,6 e 7,2% respectivamente, versus 13,9 e 5,6% nos rapazes. Se for considerada a amostra total (femininos e masculinos) a prevalência de sobrepeso e obesidade é de 15 e 6% respectivamente.

Quadro 11. Distribuição das prevalências das raparigas normo-ponderais, com sobrepeso e obesas

Femininos

N

%

Normo

%

Sobrepeso

%

Obes

%

Nasc 96 13 anos

60

13,8

45

75,0

10

16,7

5

8,3

Nasc 95 14 anos

80

18,3

63

78,8

11

13,8

6

7,5

Nasc 94 15 anos

86

19,7

58

67,4

17

19,8

11

12,8

Nasc 93 16 anos

79

18,1

61

77,2

14

17,7

4

5,1

Nasc 92 17 anos

53

12,2

44

83,0

8

15,1

1

1,9

Nasc 91 e Ant 18 anos +

78

17,9

66

84,6

8

10,3

4

5,1

TOTAL

436

100

337

77,2

68

15,6

31

7,2

 

Quadro 12. Distribuição das prevalências dos rapazes normo-ponderais, com sobrepeso e obesos

Masculinos

N

%

Normo

%

Sobrepeso

%

Obes

%

Nasc 96 13 anos

56

13,0

37

66,1

16

28,6

3

5,4

Nasc 95 14 anos

53

12,3

45

84,9

4

7,5

4

7,5

Nasc 94 15 anos

79

18,3

64

81,0

10

12,7

5

6,3

Nasc 93 16 anos

74

17,2

61

82,4

10

13,5

3

4,1

Nasc 92 17 anos

65

15,1

53

81,5

8

12,3

4

6,2

Nasc 91 e Ant 18 anos +

104

24,1

87

83,7

12

11,5

5

4,8

TOTAL

431

100

347

80,5

60

13,9

24

5,6

    No gráfico 2 está representada a evolução do sobrepeso e da obesidade nos femininos, ao longo das diferentes idades. Os valores do sobrepeso são sempre superiores aos da obesidade, registando-se os maiores valores na idade de 15 anos. Relativamente aos rapazes, e pela observação do gráfico 3, há um valor que se destaca de todos os outros: a alta prevalência de sobrepeso na idade de 13 anos (28,6%). Parece-nos que aquele valor poderá ser explicado pelo facto do salto pubertário se intensificar a partir daquela idade, registando-se maiores incrementos da velocidade de crescimento até aos 15/16 anos.

Gráfico 2. Prevalência do sobrepeso e obesidade nas raparigas

Gráfico 3. Prevalência do sobrepeso e obesidade nos rapazes

    Os quadros 13 e 14 representam os valores percentílicos do IMC nos dois sexos.

Quadro 13. Valores percentílicos do IMC (sexo feminino)

 

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

15,0

15,7

17,2

18,8

21,7

24,8

31,3

14 Anos

15,7

16,8

18,1

20,4

22,0

25,4

29,6

15 Anos

16,2

17,5

19,0

21,0

24,6

29,4

34,8

16 Anos

16,1

17,6

18,1

20,8

23,2

26,8

30,5

17 Anos

16,9

17,9

19,5

20,8

23,6

26,8

28,6

18 Anos

16,9

17,6

19,4

20,9

23,3

26,1

31,8

 

Quadro 14. Valores percentílicos do IMC (sexo masculino)

 

P3

P10

P25

P50

P75

P90

P97

13 Anos

14,7

15,9

17,2

19,8

23,1

24,8

29,1

14 Anos

14,4

15,1

16,4

18,6

20,4

24,6

29,3

15 Anos

15,6

16,1

17,6

19,6

21,9

26,1

30,6

16 Anos

16,4

17,1

18,2

20,8

23,3

25,7

31,3

17 Anos

16,9

17,7

18,9

20,8

23,8

26,3

34,4

18 Anos

16,8

18,1

19,6

21,1

23,0

26,0

31,8

Conclusões

  1. O sobrepeso e obesidade, em conjunto, atingiram valores de 22,8% nas raparigas e 19,5% nos rapazes.

  2. Nas raparigas a prevalência do sobrepeso e da obesidade é 15,6% e 7,2%, respectivamente.

  3. Nos rapazes a prevalência do sobrepeso e da obesidade é 13,9% e 5,6%, respectivamente.

Nota

  1. Manual que “apresenta dados de estudos extensos realizados na RAA sob a égide da Direcção Regional do Desporto, em colaboração com a Direcção Regional da Saúde e a Direcção Regional da Educação, sob a orientação académica da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.”

Bibliografia

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  • Cole e al. (2000) – Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. BMJ. 2000; 320:1240-3.

  • Frohner, G. (2003) – Esfuerzo físico y entrenamiento en ninos y jóvenes. Editorial Paidotribo.

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  • Maia, J. et al. (2007 a) – Crescimento e desenvolvimento motor de crianças e jovens açorianos – Cartas de referência para uso em Educação Física, Desporto, pediatria e Nutrição. Direcção Regional do Desporto da Região Autónoma dos Açores. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

  • Maia, J. et al. (2007 b) – Crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens açorianos. Direcção Regional do Desporto da Região Autónoma dos Açores. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

  • Marivoet, S. (2001) – Hábitos Desportivos da População Portuguesa. Instituto Nacional de Formação e Estudos do Desporto.

  • Melo, F. (2001) - Educação, tempo Livre e Juventude – Contributos para a caracterização sócio-desportiva da cidade de Ponta Delgada. Câmara Municipal de Ponta Delgada.

  • Sobral, F. (1988) – O adolescente atleta, Livros Horizonte, Lisboa.

  • Vários (2008) – Obesidade, Prevenção e Terapêutica. Editorial Presença.

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revista digital · Año 15 · N° 147 | Buenos Aires, Agosto de 2010  
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