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A influência da educação física na formação moral do aluno

La influencia de la Educación Física en la formación moral del alumno

 

Licenciatura Plena em Educação Física

Universidade do Estado do Pará

(Brasil)

Raquel Nascimento de Souza

raquel_atmpa@hotmail.com

Elvio Fonseca Júnior

elviolais@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A influencia da Educação Física na vida dos alunos faz com que eles, por estar em um meio coletivo de maior contato físico, tenham um melhor nível de socialização, a escola tem grande participação na vida do individuo pois é de lá que grandes valores serão atribuídos e conhecidos e ainda levados à prática. Mesmo que nas aulas de Educação Física o esporte treinamento venha sendo tão praticado e adotado pelos profissionais da área. Desde a infância a criança já desenvolve capacidades psicomotoras que ao longo do tempo serão aperfeiçoadas individualmente e coletivamente propondo assim a socialização entre os indivíduos.

          Unitermos: Inclusão. Social. Escola. Educação Física. Aluno.

 

Abstract

          The influence of physical education in students' lives makes them, by being in a collective means of increased physical contact, have a better level of socialization, the school has a significant share in the life of the individual because it is there that large values are assigned and acquaintances and even put to practice. Even in physical education classes will be training the sport as practiced and implemented by professionals. Since childhood the child is already developing psychomotor skills that over time will improve individually and collectively thus proposing socialization among individuals.

          Keywords: Inclusion. Social. School. Physical Education. Student.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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    Educação Física é um vasto campo de ensino e aprendizagem que proposto pelo PCN e demais diretrizes que regem a educação, tem em seu conteúdo objetivos que propõem a formação social do aluno, ensinando - lhes através das diversas áreas da Educação Física a prática do respeito, dignidade e solidariedade, principalmente, dentre outros desígnios importantes para o desenvolvimento do caráter do alunado e sua vida em sociedade.

    Este artigo propõe explanar através de pesquisa em diversos autores e seus conceitos desde a formação motora e psíquica da criança à sua progressão ao longo da vida escolar através das aulas de Educação Física usando seus instrumentos principais que são o corpo e a mente nas atividades propostas pelo professor, a unidade do dos instrumentos que proporcionarão o melhor desenvolvimento das atividades, pois ambos estão em conjunto não podendo ser trabalhados de forma isolada, a partir do seu próprio conhecimento o aluno terá novas perspectivas de conhecimento ao próximo.

    Para que haja socialização entre os indivíduos é necessário inicialmente respeito, e trabalhar as opiniões discriminativas e preconceituosas que o aluno traz da sociedade formada pela maioria ou até mesmo por poucos e seguida por muitos, tais opiniões podem ser melhoradas na vida dos alunos quando o educador intervém e em suas aulas não se passam somente fundamentos esportivos e de treinamentos, mas sim atividades que venham sugerir aos alunos bem estarem consigo e com o outro.

    A inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais nas escolas e neste caso nas aulas de Educação Física indicados pela LDB vem como um degrau tanto para o educador quanto para o educando que juntos trabalharão novos métodos de ensino para alunos de diferentes limitações propondo estratégias para que os mesmos estejam em contato com os conteúdos a serem ministrados.

    Os conhecimentos adquiridos nas aulas tem por finalidade ser transpassados pelos alunos aos que os cercam influenciando-os positivamente e ensinando-os novas formas de socialização. Mas será que as escolas têm seguidos os parâmetros e diretrizes que são submetidos implantando as questões sociais aos conteúdos ou tem seguido linhas de aulas sobre esporte de rendimento e buscando acima de tudo formar tais atletas nas aulas de Educação Física? O questionamento torna-se mais extenso quando a responsabilidade vai às entidades mantenedoras das escolas, o suporte necessário para suprir as necessidades profissionais e materiais tem sido suficiente para o sucesso das ações nas aulas? Estes e outros questionamentos são os que buscamos responder.

Desenvolvimento

    Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) inicialmente, a Educação Física, denominada ginástica, era voltada para a educação do corpo buscando a “constituição de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível a doenças”, mas essa e outras teses atribuídas foram descartadas quando a partir da implantação da Educação Física como componente curricular obrigatório nas escolas seus objetivos foram renovados buscando não só a individualização ou formação para o mundo do trabalho, mas uma vida em que o ser pudesse conviver e acima de tudo criar “respeito, dignidade e solidariedade” através das práticas de atividades propostas pelo PCN e demais diretrizes que regem o ensino.

    A escola é uma principal veiculadora da visão de mundo do individuo e por trabalhar a psicomotrocidade a Educação Física tem funções importantes na sociedade ao ajudar na formação dos alunos, mas atualmente a Educação Física escolar tem sido de certa forma burlada até mesmo pelos professores uma vez que são conferidas à disciplina demasiadas práticas esportivas de treinamento e rendimento esquecendo-se das práticas sócio-culturais e de formação intelectual do aluno que devem ser inseridas nos conteúdos das aulas. O professor precisa buscar meios de intervenções que quebrem as barreiras que a sociedade como um todo criam e impõem sobre os seres que nela vivem. Sexualidade, racismo, discriminação seja por diferenças sociais ou de habilidades são fatores que podem e devem ser trabalhados nas aulas para melhor socialização entre os alunos. A Educação Física escolar orienta cidadania na formação do aluno quando, por exemplo, na prática de atividades corporais desenvolvem características próprias de cidadão seguindo desejos e sentimentos próprios do individuo que precisam ser trabalhados, pois a cidadania é uma aquisição que precisa ser conquistada colocando em prática ensino absorvido nas aulas de Educação Física. Mattos (2000) coloca que “o homem é uma unidade” e sua formação através da Educação Física está além dos fatores corporais físicos somente, mas busca atingir caráter e personalidade baseados em um ensino-aprendizado embasados na compreensão, esclarecimento e entendimento das diferenças.

A Educação Física escolar como instrumento de socialização

    É durante a infância, que a criança tem os primeiros contatos com seus amigos, seja ele na vizinhança ou na Escola. A socialização é uma das principais vantagens da pratica da Educação Física Escolar, pois é durante essas atividades que o aluno tem a oportunidade de se sentir aceita pelo grupo e de desenvolver a autoconfiança e as habilidades motoras.

    Para Araújo e Santos apud Souza e Peixoto (2006) a Educação Física também é importante na alfabetização de crianças, não só na parte psicomotora, mas também no processo sócio-afetivo e cognitivo, fugindo um pouco da cobrança de tarefas cansativas e repetitivas.

    Os jogos cooperativos realizados durantes a aulas de Educação Físicas possibilitam o aluno desenvolver os valores com respeito mútuo, confiança e trabalho em equipe, que para a criança, é nada mais, que uma grande brincadeira com os amigos.

    Para Ritzmann (2005), o simples fato de o aluno encontrar os amigos durante uma “pelada”, por exemplo, pode ajudá-lo a passar por fases de transformação corporal, onde o aluno na fase da pré-adolescencia e adolescencia, senti a necessidade de está vinculado a um grupo.

    A Educação Física Escolar possibilita de forma saudável essa identificação, além de realizar um gasto energético, contribui para a formação social do educando.

    Segundo Araújo e Santos (2009), a Educação Física tem um papel de muita importância na formação de valores do aluno, devido a situações que acontecem na aula, mas se o professor não tiver autonomia e atitudes que possam trabalhar essas características a disciplina passa a perder seu significado.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1998) define em seu Artigo 26, parágrafo 3, a Educação Física como componente curricular da Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e ás condições da população escolar, sendo facultativo nos cursos noturnos, estabelecendo assim, o reconhecimento que a educação física perdeu espaço em grande parte das escolas públicas e privadas.

    Não resta duvidas do ponto de vista legal sobre a obrigatoriedade da Educação Física, visto que, só é facultado aos cursos noturnos, pois a legitimação social da Educação Física não depende exclusivamente da legislação, pois inúmeras leis em nosso País são desrespeitadas, sobretudo pelo Poder Público.

    A Educação Física como componente curricular, tem como pressuposto básico, disseminar conhecimento sistematizado sobre a cultura corporal de movimento, capacitando o educando para a regulação, interação e transformação em relação ao meio em que vive, contribuindo para a formação do sentido de ser humano.

    Na formação humana o professor tem como principal objetivo ensinar o aluno os valores humanos, fazendo atividades que possibilitem essa vivência como cooperação, responsabilidade, amizade entre outros. O professor de Educação Física pode realizar atividades em que os alunos possam discutir e modificar da forma como acharem mais pertinente, fazendo com que os alunos comecem a desenvolver e a perceber suas limitações. Além disso, essa aprendizagem é levada pelo aluno ao longo de sua vida ajudando a transformá-lo em um cidadão.

Inclusão: o encontro de corpos “diferentes”

    A Educação Física se fundamenta nas “concepções de corpo e movimento” (PCN), o corpo é um objeto de muitas possibilidades, uma das melhores e mais claras formas de linguagem com características únicas que diferencia os seres humanos dos demais seres da Terra com capacidade de “pensar, agir, sentir, criar, dialogar, entre outros” como cita Marco (2006).

    De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), que propõem em seu Artigo 4º Inciso III, o atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, seja preferencialmente na rede regular de ensino. Apesar disso, o assunto pouco entra na pautas de discussões que na maioria das vezes por falta de preparo profissional acaba dificultando o desenvolvimento do trabalho do educador e o aprendizado do educando.

    A Educação Física Escolar como corporalidade supera sua perspectiva inicial, e passa a ser legalizada e legitimada na escola, indo além de seus conteúdos, o papel de articulador é fundamental entre o conhecimento específico, técnico e metodológico da área e os conhecimentos da cultura geral, criando então a possibilidade de abordar outros temas de forma horizontalizada, dentre eles a saúde merece atenção especial.

    Para Rodrigues (2006) as limitações físicas e sensórias de um individuo não o impossibilita a praticar atividades esportivas, mas o maior empecilho a esse direitos é exercido pela sociedade quando não oferece meios necessários para essa pratica, mas devolver o direito subtraído não se resume em apenas adaptá-los aos esportes convencionais. Os portadores de necessidades especiais tendem a obter vantagens quando passam a conviver com indivíduos ditos normais, aprendem a gostar da diversidade adquirindo experiência direta a variedade das capacidades humana, a um aumento na responsabilidade e uma melhora no aprendizado com os trabalhos realizados em grupos de deficientes ou não, com isso ficam mais bem preparado para a vida adulta em uma sociedade com tanta diversidade.

    A inclusão é entender que a “Constituição Federal de 88 celebrou a educação e acrescentou a essas pessoas o direito ao atendimento educacional especializado” (MARCO apud MONTOAN, 2005).

    Portanto, os educandos portadores de deficiência física, devam ser inseridos de modo que participem, juntamente com os outros em todos os momentos vividos no âmbito escolar, e não apenas na estrutura física do ambiente educativo.

Considerações finais

    O texto acima, nos levar a concluir que a Educação Física é uma grande ferramenta para a formação e a inclusão social do educando, seja ele portador de deficiência ou não, desenvolvendo a responsabilidade, o trabalho em grupo, a cidadania e o respeito mutuo.

    E através da Educação Física Escolar que o aluno em sua infância começa a ter os primeiros relacionamentos de amizade, é nesta fase também, que os alunos estão iniciando a alfabetização. É um dos principais motivos que os professores de Educação Física precisam estar sempre se atualizando, pois o trabalho deste educador se torna mais importante ainda. O trabalho aplicado de forma correta ficara gravado na memória desse aluno, que além da satisfação de participar das atividades físicas, levará esse ensinamento ao longo de sua vida.

    Através das pesquisas realizadas, podemos constatar que há uma contradição quando alguns autores utilizam a Educação Física como instrumento de fundamental importância para a socialização do discente. Conforme vimos na LDB onde é faculta a Educação Física para as turmas do turno noturno, que na maioria são alunos do ensino médio, o que percebemos com isso a exclusão dessa comunidade estudantil.

    É preciso adotar concepções de ensino inclusivo para superar o histórico da disciplina, que em muitos momentos resulta numa seleção de individuo aptos e inaptos. É importante que Gestores Públicos e Privados, possam incentivar através de investimento não somente no esporte de rendimento, como também no esporte para a comunidade onde possam oferecer oportunidade para que todos tenham acesso ao conhecimento da cultura corporal, como um conjunto de informação necessária para a formação do cidadão de forma democrática e não seletiva.

    Ao encerramos esse trabalho acadêmico podemos refletir que embora a Educação Física dê ênfase a esportividade, tem deixado de lado importante conhecimento produzido ao longo da historia da humanidade, pelo fato de encontrarmos professores enraizados em determinadas atividades de caráter excludente.

Referencias

  • ARAÚJO, Larissa Cardozo, SANTOS, Victor Carneiro dos. A importância da Educação Física Escolar na Formação Social dos Alunos da Educação Infantil. Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro. Boletimef.

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física: Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF, 1997.

  • BRASIL. Leis de Diretrizes de Base de Educação Nacional: Presidência da República do Brasil – Brasília: Casa Civil, 1996.

  • CONDURÚ, Marise T; MOREIRA, Maria da C. R. Produção Científica na Universidade: normas para apresentação. 2. ed. Belém: EDUEPA, 2007.

  • MARCO. Ademir de. Educação Física: Cultura e Sociedade. Campinas,SP: Papirus, 2006.

  • MATTOS, Mauro Gomes de. Educação Física na adolescência: Construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

  • RITZMANN, Rosane. Sociabilização: O esporte unindo as pessoas. In: Revista Discutindo Educação Física. nº 1. Escola Educacional: São Paulo, 2005.

  • RODRIGUES, David. Atividade motora adaptada: a alegria do corpo – São Paulo: Artes Médicas, 2006.

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