Avaliação eletromiográfica dos músculos deltóide e bíceps braquial em movimentos básicos do tênis de campo Evaluación electromiográfica de los músculos deltoide y bíceps braquial en los movimientos básicos de tenis de campo |
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*Mestre em Ciências – Biologia, Patologia Buco-Dental e Concentração em Anatomia Doutorando em Ciências – Biologia, Patologia Buco-Dental e Concentração em Anatomia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, FOP, UNICAMP Licenciado em Educação Física pela UNIMEP. Universidade Metodista de Piracicaba Licenciado em Biologia pela UNIARARAS **Professora Doutora Titular da Área de Odontopediatria do Departamento de Odontologia Infantil da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP ***Professor Doutor Titular da Área de Anatomia do Departamento de Morfologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP |
Paulo Ângelo Mahn* Prof. Dr. Maria Beatriz Duarte Gavião** Prof. Dr. Fausto Bérzin*** (Brasil) |
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Resumo O propósito desta pesquisa foi realizar um estudo eletromiográfico para comparar a atividade elétrica entre tenistas e não tenistas dos músculos deltóide (porções anterior e posterior) e bíceps braquial, nos movimentos básicos do tênis (forehand, backhand e saque). Os vinte voluntários (10 tenistas e 10 não tenistas) realizaram cada movimento três vezes e divididos em três fases: início, aceleração e término. A atividade muscular foi avaliada com o eletromiógrafo e um metrônomo para indicar o tempo das três fases de cada movimento. Os resultados mostraram que independentemente dos movimentos e das fases, os voluntários tenistas apresentaram atividade elétrica maior que os não tenistas nos músculos deltóide (porção posterior) e bíceps braquial (cabeça longa), não havendo diferença estatisticamente significativa entre os tenistas e os não tenistas no músculo deltóide (porção anterior). Concluindo, a atividade elétrica mais alta apresentada pelos tenistas em relação aos indivíduos controle pode ser explicada devido à melhor adaptação e maior intensidade aplicada aos movimentos realizados. Unitermos: Eletromiografia. Músculos. Tenistas.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010 |
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Introdução
O tênis de campo, dentre os esportes atuais, carece de estudos sobre o as exigências demandadas aos músculos para o bom desempenho e manutenção da saúde do atleta. Os movimentos básicos do tênis de campo (backhand, forehand e saque) usam uma série de músculos e, neste trabalho, avaliamos eletromiograficamente os músculos bíceps do braço o deltóide (porção anterior e posterior) para determinar a influência do treino na atividade elétrica destes músculos.
A força física não é fator determinante para a velocidade empregada. A ação muscular, no entanto, pode determinar sua capacidade funcional (Sturm, 1982). Assim, a eletromiografia pode oferecer subsídios para a avaliação da atividade muscular. Alguns autores (Wei et al., 2006), por meio da eletromiografia, puderam determinar o número de contrações musculares e observaram que tenistas com treino diário apresentaram menor atividade elétrica que tenistas recreacionistas nos músculos flexores e extensores do pulso.
Considerando a importância do treino no desempenho geral dos músculos deltóide (porções anterior e posterior) e bíceps do braço, o objetivo deste estudo foi analisar a atividade elétrica destes músculos, em voluntários tenistas comparando-os com voluntários controle nos movimentos forehand, backhand e saque do tênis de campo.
Material e métodos
De acordo com as normas vigentes de pesquisa, foram recrutados 20 voluntários com idade entre 20 e 30 anos, do gênero masculino, saudáveis, com índice de massa corporal entre 15 a 29 Kg/m2, destros. Dez deles praticavam tênis de campo pelo período mínimo um ano, três vezes por semana (Grupo tenistas N=10) e dez não praticavam tênis (Grupo controle N=10).
Sinal eletromiográfico
Foi utilizado o eletromiógrafo computadorizado VII, de oito canais, da Nicolet Biomedical Instruments (São Francisco, EUA), calibrado para amplitude de 200 µV e varredura de 200 ms por divisão, que resultou no tempo total de 3s de registro. Os filtros foram fixados na amplitude de 10 Hz para baixa freqüência e 10 KHz para alta freqüência nos músculos deltóide (porção anterior e posterior), bíceps braquial (cabeça longa).
Os movimentos estudados forehand, backhand e saque, foram divididos em três fases: (1) Início; (2) Aceleração; e (3) Término.
Os movimentos foram realizados três vezes e os sinais eletromiográficos captados nas respectivas fases. Um metrônomo (Witener Taktell Piccolo - Berlim, Alemanha) de velocidade de sessenta batidas por minuto marcou o tempo.
Os registros foram realizados com o software MMP (Multi Mode Program) e a análise do sinal em dados numéricos em Raiz Quadrada da Média (RMS) do traçado eletromiográfico registrado, expresso em microvolts (µV), usando software SISDIN (Gowan et al., 1987).
Análise estatística
Os dados, na análise de variância e teste de Tukey como post hoc, determinou os efeitos dos fatores estudados considerados como os valores de RMS (µV) na atividade dos músculos. Houve comparação intragrupos e inter-grupos para cada músculo. Houve homogeneidade de variância dos dados, escala adequada na variável de resposta, ausência de valores discrepantes e ausência de valores com muita influência. Os dados que não apresentaram distribuição normal foram transformados em log 10. Utilizou-se o programa estatístico SAS/LAB com nível de significância α=0,05.
Resultados e discussão
Os resultados mostraram que independentemente dos movimentos e das fases, os voluntários tenistas apresentaram atividade elétrica maior do que os não tenistas (Silva RT, et all 2006) nos músculos deltóide (porção posterior) e bíceps braquial (cabeça longa), não havendo diferença estatisticamente significativa entre os tenistas e não tenistas no músculo deltóide (porção anterior). A atividade elétrica dos movimentos de forehand, backhand e saque, variou conforme o músculo estudado, não havendo portanto uma padronização dos resultados.
A maior atividade elétrica apresentada pelos tenistas em relação aos não tenistas pode ser explicada devido à melhor adaptação e maior intensidade aplicada aos movimentos realizados.
Tabela 1. Músculo deltóide (porção posterior) e músculo bíceps braquial (cabeça longa)
Músculo |
Atividade total |
|
Tenistas |
Controle |
|
Deltóide (porção posterior) |
50,06 |
27,01 |
Deltóide (porção anterior) |
49,02 |
48,09 |
Bíceps braquial |
51,06 |
42,07 |
Conclusão
Houve diferença estatisticamente significativa entre tenistas e não tenistas, independente do movimento e da fase.
A atividade elétrica variou conforme o músculo estudado, não havendo uma padronização dos resultados.
Referências
Gowan ID, Jobe FW, Tibone JE, Perry J, Moynes DR. A comparative Electromyographic analysis of the shoulder during pitching. Professional versus Amateur pitchers. Am J Sports Med 1987;15: 586-90.
Silva RT, Gracitelli GC, Saccol MF, Laurino CF, Silva AC, Braga-Silva JL. Shoulder strength profile in elite junior tennis players: horizontal adduction and abduction isokinetic evaluation. Br J Sports Med 2006;40:513-7.
Sturm KH. Ténis. 9th ed. Lisboa. Portugal. Editorial Estampa. 1982.
Wei SH, Chiang JY, Shiang TY, Chang HY. Comparison of shock transmission and forearm electromyography between experienced and recreational tennis players during backhand strokes. Clin J Sport Med 2006;16:129-35.
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digital · Año 15 · N° 147 | Buenos Aires,
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