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Avaliação de elementos da aptidão física de escolares 

da rede pública de ensino do estado de Sergipe, Brasil

Evaluación de los elementos de la aptitud física de la red pública de enseñanza del estado de Sergipe, Brasil

Evaluation of elements of pertaining to school the physical aptitude of the public net of education of the state of Sergipe, Brazil

 

*Aluno do Mestrado em Saúde e Ambiente

**Orientadora. Mestrado em Saúde e Ambiente

***Orientador - Mestrado em Saúde e Ambiente

Universidade Tiradentes, UNIT, Sergipe

(Brasil)

MSc. Arley Santos Leão*

Dra. Sônia Oliveira Lima**

Dr. Ricardo Luiz de Albuquerque Júnior***

arleyleao@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Estudos sobre aptidão física tem gerado interesse de pesquisadores de todo o mundo. Baixos índices de aptidão física podem atuar como importantes fatores predisponentes a agravos à saúde, a exemplo do sobrepeso e obesidade, particularmente em segmentos mais jovens da população. O objetivo desse estudo foi avaliar elementos que compõem a aptidão física em estudantes pertencentes à rede estadual de ensino, no município de Aracaju – Sergipe - Brasil. Foram avaliados 487 estudantes, sendo 237 do gênero masculino e 250 do gênero feminino, separados por Unidade Escolar (UE). A faixa etária trabalhada foi dos 7 aos 10 anos, com média de 8,75 ± 1,08 para os meninos e 8,72 ± 1,05 para as meninas. Utilizou-se o teste T para amostras independentes para a verificação das semelhanças e disparidades entre os gêneros; a análise de variância com um fator (ANOVA one way), para a verificação das semelhanças e disparidades entre os grupamentos etários com análise post hoc de Tukey para a confirmação das supostas semelhanças/disparidades entre os grupamentos estudados, e em todas as análises o nível de significância foi de 5% (p<0,05). As características da aptidão física avaliadas foram flexibilidade (através do teste de Sentar e Alcançar), e VO2max (através do teste de vai-e-vem de 20 metros). Dentro dos indicadores de aptidão física, as meninas apresentaram-se mais flexíveis que os meninos aos 8 anos (p=0,03), na UE “B”. Com relação ao VO2max, os meninos de todo o grupo apresentaram melhor capacidade cardiorrespiratória que as meninas aos 9 e 10 anos (p=0,02 e p=0,03, respectivamente). Neste trabalho, os resultados do desempenho físico dos alunos foram inferiores aos encontrados na literatura nacional. Faz-se necessário incentivar a prática regular de exercícios físicos em crianças e adolescentes, principalmente na rede escolar.

          Unitermos: Crianças. Aptidão física. Escola.

 

Abstract

          Studies on physical fitness has generated interest from researchers around the world. Low levels of physical fitness can act as important predisposing factors to health problems, such as overweight and obesity, particularly in younger segments of the population. The aim of this study was to evaluate elements they compose the physical fitness of students belonging to state schools in the city of Aracaju - SE. We evaluated 487 students, 237 males and 250 females, separated by School Unit (SU). The age range was worked from 7 to 10 years with a mean of 8.75 ± 1.08 for boys and 8.72 ± 1.05 for girls. The test T for independent samples for the verification of the similarities and disparidades between the sorts was used; the analysis of variance with a factor (ANOVA one way), for the verification of the similarities and disparidades between the etários groupings with analysis post hoc of Tukey for the confirmation of the supposed similarities/disparidades between the studied groupings, and in all the analyses the level of significance was of 5% (p< 0,05). The characteristics of physical fitness were assessed flexibility (by testing Sit and Reach), and VO2max (by testing back-and-forth 20 meters). Among the indicators of physical fitness, girls were more flexible than boys to 8 years (p = 0.03), the SU "B". According to VO2max, the boys of the whole group had better cardiorespiratory fitness than girls at 9 and 10 years (p = 0.02 and p = 0.03, respectively). In this work, the results of the physical performance of the students were lower than those found in the literature. It is necessary to encourage the regular practice of physical exercise in children and adolescents, especially in the school environment.

          Keywords: Children. Physical fitness. School.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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Introdução

    A manutenção de uma boa qualidade de vida depende, dentre outros fatores, de hábitos e atitudes desenvolvidas cotidianamente. Algumas práticas podem ser nocivas à médio ou longo prazo, como baixos níveis de atividade física, distúrbios alimentares entre outros, que podem vir a provocar um impacto significativamente negativo sobre a aptidão física e, por conseqüência, sobre a saúde4,7.

    A relação entre saúde humana e aptidão física tem sido bastante discutida na atualidade, de modo que a prática de atividades físicas regulares, especialmente por crianças e adolescentes, vem se revelando um tema de relevância prioritária para muitos gestores da área de saúde5.

    Entre os componentes de uma boa aptidão física destacam-se a flexibilidade e o condicionamento aeróbio do indivíduo. Tem sido comprovado que um bom grau de flexibilidade implica facilidade de movimento, sendo que pessoas com bons arcos articulares tendem a ficarem menos susceptíveis a lesões, caso sejam submetidos a esforços mais intensos ou a movimentos bruscos. Adicionalmente, o condicionamento aeróbio permite não apenas realizar tarefas do dia-a-dia, mas também as atividades de lazer, além de ajudar a evitar o aparecimento das chamadas doenças hipocinéticas10. Autores concordam em sugerir que bons níveis de flexibilidade são importantes na manutenção da saúde e na melhoria da qualidade de vida19,10,4.

    Cada vez mais os pesquisadores procuram embasar suas pesquisas e formulações teóricas em dados mais regionalizados possíveis, para que estes possam servir efetivamente para o conhecimento da realidade local e, conseqüentemente, para a elaboração de planos de atuação. Dentro desta perspectiva, deve ser considerada a relevância desse estudo dentro do ambiente escolar para o estabelecimento adequado dessas relações, particularmente para crianças e adolescentes, uma vez que o tipo de prática pedagógica relacionadas à atividade física em cada unidade escolar pode influenciar no desenvolvimento de índices satisfatórios de aptidão física.

    Diante do exposto, foi objetivo desse trabalho avaliar elementos que compõem a aptidão física em alunos da rede pública estadual de ensino, com faixa etária compreendida entre 7 e 10 anos, de ambos os gêneros, no município de Aracaju - SE.

Metodologia

Caracterização da pesquisa

    O presente trabalho foi caracterizado como survey normativo 20, além de apresentar delineamento transversal12 .

Seleção da amostra

    No município de Aracaju/SE, ao final do ano letivo de 2005, 54 Unidades Escolar (UE) ofereciam o ensino fundamental de 1ª à 4ª série (2º ao 5º ano), totalizando 15.773 alunos que adequaram-se à faixa etária proposta pelo estudo (7 a 10 anos). Ao todo participaram do estudo 3 Unidades de Ensino (UE).

    O período de realização do processo de pesquisa, desde a visita às UE selecionadas, reuniões e início efetivo da coleta foi de abril a julho de 2007.

    Para se conhecer o número de indivíduos necessários para compor a amostra, de forma que esta fosse representativa em relação à população, foram adotados os procedimentos matemáticos conforme abaixo3:

  • n = N×n0/ N + n0, onde:

  • n – amostra; N – população; n0 – primeira aproximação para o tamanho da amostra, calculado pela fórmula:

  • n0 = 1/ E02 (sendo E0 o erro amostral tolerável – 5%).

    Assim sendo, concluiu-se que, para uma população (N) de 15.773 alunos, o valor mínimo amostral (n) representativo seria de 390 indivíduos. Como margem de segurança, a esse total foi acrescido um percentual de 20%, onde, na prática, foram avaliados 487 escolares.

    Para alcançar o número de sujeitos necessários para contemplar a amostra previamente determinada, a estratégia utilizada foi a randomização por sorteio, realizado entre as 54 UE. Ao esgotar-se a clientela disponível na 1ª UE, um novo sorteio foi realizado, repetindo-se o processo anteriormente apresentado.

Avaliação da aptidão física

    Foram utilizados o Teste de Sentar e Alcançar 9 para medir a flexibilidade do tronco e tendões dos membros inferiores, e o Teste de vai-e-vem de 20 m 15 para medir a capacidade aeróbia.

    Para a realização do Teste de Sentar e Alcançar 9, o avaliado permaneceu sentado no chão, com as pernas estendidas e as plantas dos pés tocando uma caixa de madeira específica para essa avaliação (banco de Wells), e suas costas, quadris e cabeça estiveram encostados em uma parede.

    Em seguida, o avaliado estendeu os membros superiores, com uma mão sobre a outra, até atingir o ponto máximo, sem deslocar as costas, quadris e cabeça da parede, e também sem flexionar os membros inferiores. O ponto atingido nesse momento pelas mãos foi considerado o “ponto zero”.

    Após a definição do “ponto zero”, que variou individualmente, o sujeito avaliado foi orientado a fazer uma flexão máxima do tronco, atingindo dessa maneira o ponto mais distante, com as mãos e sem flexionar as pernas. A partir daí, computou-se a diferença entre o ponto mais distante e o ponto zero. Após três medidas, computou-se a maior distância atingida.

    O Teste de Vai-e-Vem de 20m 15 foi utilizado para medir a capacidade aeróbia dos estudantes. Esse teste consistiu no avaliado correr (ida e volta) em um espaço previamente delimitado (20m) até a exaustão, sendo necessário tocar as linhas que marcam esse espaço, ao mesmo tempo em que um sinal sonoro era emitido através de uma gravação em CD por um aparelho de som portátil.

    A freqüência dos sinais aumentava em 0,5 km/h a cada minuto, onde a velocidade inicial foi de 8,5 km/h. O teste deve ser encerrado quando o avaliado não conseguir manter o ritmo e, conseqüentemente, não conseguir tocar as linhas delimitadoras por 2 vezes consecutivas, ao mesmo tempo em que o sinal é emitido pelo aparelho de som.

    O último estágio anunciado foi o equivalente à velocidade aeróbia máxima, sendo então utilizada para encontrar o VO2 max. Para esse calculo, validou-se a equação abaixo 15, para a faixa etária de 6 a 18 anos, obtendo um r= 0,89:

y= 31,025 + 3,238x1 – 3,248x2 + 0,1536x1x2 , onde:

y= ml/kg/min

x1= km/h (velocidade máxima atingida no teste

x2 = idade (anos)

Critérios de inclusão e exclusão

    Todos os alunos com idades entre 7 e 10 anos, regularmente matriculados nas UE foram pré-selecionados. No entanto, a participação no estudo foi condicionada aos seguintes itens: autorização dos pais ou responsáveis a participar do estudo; aceitação dos alunos em participar e por último, os que estavam presentes na UE na ocasião das avaliações.

    Como critério de exclusão utilizou-se a não-permissão dos responsáveis para a participação no estudo, a ausência do aluno no dia da avaliação ou alguma incapacidade física ou médica.

Considerações éticas e administrativas

    Antes de iniciar a pesquisa, o projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP, da Universidade Tiradentes, obedecendo todas as normas metodológicas e também atendendo às Normas para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Ministério da Saúde.

    Após a aprovação do projeto pelo CEP, encaminhou-se um ofício à Diretoria de Educação de Aracaju – DEA, solicitando a permissão para que o pesquisador pudesse ter acesso às UE, além de esclarecer todos os objetivos da pesquisa.

    Ao visitar as UE sorteadas, procurou-se inicialmente conhecer as escolas. Em seguida, realizaram-se reuniões com direção e pais de alunos, com os objetivos de expor as diretrizes da pesquisa e definir como as ações seriam operacionalizadas, além de apresentar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Análise estatística

    Foram utilizados o teste T para amostras independentes para a verificação das semelhanças e disparidades entre os gêneros; a análise de variância com um fator (ANOVA one way), para a verificação das semelhanças e disparidades entre os grupamentos etários com análise post hoc de Tukey para a confirmação das supostas semelhanças/disparidades entre os grupamentos estudados; em todas as análises o nível de significância foi de 5% (p<0,05).

Resultados

    Nas UE participantes, os valores médios da variável flexibilidade oscilaram em ambos os gêneros. Não foi verificada diferença entre os grupos etários. No entanto, ao avaliar o grupo de acordo com o gênero, faixa etária e UE, as meninas aos 8 anos foram mais flexíveis que os meninos na U.E. “B” (p=0,03, tabela 1).

Tabela 1. Valores descritivos e teste t para a variável flexibilidade, por gênero, UE e faixa etária (Aracaju/SE, 2008)

UE

Idade

Masculino

Feminino

n

x + s

N

x + s

A

7

12

13,92 ± 4,46

15

12,13 ± 3,33

8

24

13,25 ± 6,19

24

15,63 ± 6,33

9

31

14,68 ± 4,58

40

16,25 ± 6,01

10

39

16,05 ± 5,98

30

16,47± 5,07

B

7

10

16,00 ± 4,05

8

14,50 ± 5,47

8

15

12,87 ± 5,73

11

17,36 ± 4,24*

9

12

15,42 ± 6,93

14

18,64 ± 6,64

10

11

13,64 ± 4,17

12

14,33 ± 7,85

C

7

17

14,41± 4,88

18

15,67 ± 4,57

8

20

13,50 ± 3,30

23

13,70 ± 5,26

9

19

10,89 ± 5,44

26

13,65 ± 5,05

10

27

11,11 ± 5,97

29

13,41 ± 5,87

Todo o Grupo

7

39

14,67 ± 4,52

41

14,15 ± 4,54

8

59

13,24 ± 5,17

58

15,19 ± 5,65

9

62

13,66 ± 5,59

80

15,83 ± 6,07

10

77

13,97 ± 5,13

71

14,86 ± 6,01

    O outro componente da aptidão física avaliado foi a capacidade cardiorrespiratória (VO2max), que talvez seja a capacidade física mais importante quando se trata da promoção da saúde. No atual estudo, essa capacidade apresentou diferenças entre os gêneros em todas as UE incluídas na pesquisa (tabela 2).

    Na UE “A” verificou-se que o gênero masculino apresentou maior VO2max que o gênero feminino aos 9 anos de idade (p=0,03). Já as meninas obtiveram médias maiores que os meninos aos 7 anos (p=0,03). A variável VO2max na UE “B” foi significativamente maior no gênero feminino aos 7 anos de idade (p=0,03). Na U.E. “C” as médias de VO2max no gênero masculino, aos 8, 9 e 10 anos foram superiores estatisticamente aos valores do gênero feminino (p=0,01, p=0,00 e p=0,03 respectivamente, tabela 2).

Tabela 2. Valores descritivos e teste t para a variável VO2max por gênero, UE e faixa etária (Aracaju/SE)

UE

Idade

Masculino

Feminino

n

x + s

N

x + s

A

7

12

45,49 ± 0,97

15

46,38 ± 1,05*

8

24

43,56 ± 1,18

24

44,12 ± 1,47

9

31

42,18 ± 2,22*

40

41,93 ± 1,45

10

39

40,71 ± 1,84

30

40,31 ± 1,95

B

7

10

45,16 ± 0,68

8

45,49 ± 0,99*

8

15

43,15 ± 0,57

11

43,61 ± 1,04

9

12

42,02 ±1,54

14

42,38 ±1,96

10

11

41,72 ± 2,49

12

40,91± 20,6

C

7

17

45,33 ± 0,84

18

44,95 ± 0,00

8

20

43,79 ±1,31*

23

43,00 ± 0,00

9

19

44,10 ± 2,18*

26

41,77 ± 1,26

10

27

41,42 ± 2,24*

29

40,27 ± 1,64

Todo o Grupo

7

39

45,33 ± 0,83

41

45,58 ± 0,99

8

59

43,53 ± 1,12

58

43,58 ± 1,15

9

62

42,74 ± 2,25*

80

41,96 ± 1,49

10

77

41,10 ± 2,09*

71

40,40 ± 1,84

Discussão

    Essa maior flexibilidade das meninas em relação aos meninos na UE “B” pode estar relacionada às condições inerentes das alunas, onde autores entendem que as meninas tendem a ser mais flexíveis que os meninos 8, 16. Além disso, há uma tendência à diminuição desta capacidade com o aumento da idade8.

    Ao comparar os dados encontrados no presente estudo com o realizado no Vale do Cotinguiba/SE 21 e com o realizado com estudantes do Paraná 20, percebeu-se que ambos apresentaram valores médios do componente flexibilidade maiores que os mostrados por esse trabalho.

    Essa discrepância, contudo, é difícil de ser justificada. Se por um lado as condições sócio-ambientais e genéticas dos sujeitos paranaenses poderiam constituir uma explicação, por outro, a semelhança das condições do grupo do Vale do Cotinguiba/SE com a realidade dessa pesquisa. No entanto, essas diferenças poderiam estar relacionadas às características das aulas de educação física da rede escolar do município de Aracaju/ SE, cujas atividades desenvolvidas provavelmente não estariam contemplando essa qualidade física.

    Porém, deve ser destacado que são necessários estudos posteriores enfocando o planejamento (planos de aula e de curso), as ações pedagógicas (metodologia, avaliação, etc.), ambiência (conforto das salas de aula, biblioteca, relacionamento entre alunos e todos os professores e servidores, entre outros), infra-estrutura disponibilizada para a educação física (pátios, quadras, etc.), aspectos sócio-econômicos (renda familiar, condições de moradia, etc.), envolvendo escolares com as mesmas características apresentadas nos dois estudos divergentes, a fim de esclarecer completamente esta temática.

    O componente físico flexibilidade é de extrema importância na realização de atividades do cotidiano 1, 11, pois, por menor que seja a ação executada, há a necessidade de um mínimo de flexibilidade nas articulações, além de ser indispensável quando se trata da participação nas atividades esportivas de rendimento ou aquelas praticadas nos momentos de lazer.

    Assim sendo, esse componente físico precisa ser trabalhado pelas UE em aulas regulares de educação física, através de atividades pedagógicas programadas voltada para a promoção e manutenção de níveis satisfatórios de flexibilidade.

    A superioridade masculina nos resultados da avaliação do VO2max, em praticamente todas as idades pode estar relacionada com o aspecto cultural, onde os meninos, desde cedo, tendem a praticar mais atividades físicas do que as meninas. Além disso, as meninas são freqüentemente empregadas em atividades domésticas, em particular àquelas vinculadas a lida diária em seu próprio lar, em substituição às suas mães que estão inseridas no mercado de trabalho19.

    Em estudo realizado21, verificou-se que os valores de VO2max do gênero masculino são maiores que do gênero feminino, dados que corroboram o presente estudo. Esses resultados encontram respaldo na literatura especializada, já que a potência aeróbia nos meninos continua constante dos 6 aos 16 anos, e nas meninas, para a mesma faixa etária, diminui progressivamente17. Este fato também ajudaria a explicar o decréscimo dos valores do VO2max com o aumento da idade em ambos os gêneros.

    Um bom ambiente escolar, caracterizado por boas instalações físicas, como salas de aulas, banheiros, biblioteca, além do relacionamento cordial entre alunos e todos os professores e servidores das UE, entre outros componentes, é de extrema importância no desenvolvimento de atividades pedagógicas. Através dos programas de educação física, poderia haver uma formação educacional voltada à promoção da saúde e, conseqüentemente, reduzir a incidência de fatores de risco que possam levar ao aparecimento de distúrbios orgânicos12.

    As crianças precisam de atividades que, mesmo lúdicas, ajudem a desenvolver habilidades e atitudes, voltadas à aquisição, manutenção e melhoria dos componentes da cultura corporal2, e da promoção da saúde, e que realmente estejam inseridas em um contexto pedagógico, com relevância tanto para a atualidade como para o futuro.

    No entanto, o professor de educação física necessita assumir seu papel de educador, melhorando sua prática pedagógica por meio do planejamento de ensino, de capacitação no âmbito das práticas voltadas à educação e promoção de saúde. Com isso, este passaria a oferecer realmente um ensino de excelência, voltado para uma formação total do educando.

Conclusões

    Ao avaliar o desempenho físico dos meninos e meninas de Aracaju, pode-se perceber a grande defasagem em relação a outros trabalhos científicos semelhantes, tanto de outras regiões do país, como também de outras regiões do próprio estado de Sergipe. O gênero masculino no presente estudo apresentou-se coerente com a literatura, onde foram encontrados valores médios superiores ao gênero feminino, tanto para flexibilidade, como para o VO2max.

    Essa diferenciação em relação às outras realidades pode ter relação com a progressiva diminuição da prática de exercícios físicos nos centros urbanos, tanto exercícios realizados em momentos de lazer, como aqueles realizados de maneira mais sistemática, como nas aulas de educação física escolar.

Considerações finais

    Faz-se necessário incentivar a prática regular de exercícios físicos em crianças e adolescentes, principalmente na rede escolar de ensino, através das aulas de educação física, com o objetivo de diminuir os níveis de gordura corporal e melhorar as condições físicas dos estudantes, para que no futuro não venham a ser acometidos por alguma doença crônico-degenerativa.

    Além disso, as UE precisam tratar a educação física como componente curricular obrigatório, e não apenas como mera atividade. Com isso, programas de médio e longo prazos poderiam ser implementados, no intuito de melhor contribuir na qualidade de vida dos educandos.

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