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A contribuição do ensino rítmico na escola

La contribución de la enseñanza del ritmo en la escuela

 

Graduado em Educação Física - Centro de Ciências

da Saúde e do Esporte – CEFID – UDESC

(Brasil)

Prof. Jonas Godtsfriedt

jog1000@hotmail.com

Prof. Rodrigo Prosdossimi de Campos

leaorpc@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O desenvolvimento motor, psicológico, intelectual e social da criança deveria ser trabalhado plenamente desde a educação infantil, e uma excelente ferramenta é o ensino rítmico na escola. O presente artigo tem como objetivo analisar os meios e formas que as atividades rítmicas proporcionam o desenvolvimento da criança na escola. O material teórico relacionado neste artigo tem a intenção de propiciar a reflexão sobre o papel das atividades rítmicas na escola, para que as atividades rítmicas alcancem o seu devido espaço na educação, formando alunos que possuam uma boa consciência corporal e formação plena.

          Unitermos: Ritmo. Ensino. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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Introdução

    O desenvolvimento motor, psicológico, intelectual e social da criança deveria ser trabalhado plenamente desde a educação infantil, em acordo com o que dispõem o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990 - Lei 8069/90) e a Lei de Diretrizes e Bases - LDB (BRASIL, 1996 - Lei 9394/96). Portanto, para se alcançar tal plenitude, crianças de ambos os gêneros necessitam interagir com o meio físico e social, possibilitando a ampliação de seus conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do meio em que vivem.

    De acordo com o contexto, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) afirma que as instituições de educação infantil devem oferecer oportunidades de movimento para que a criança adquira um maior controle sobre seu próprio corpo, desenvolva as possibilidades de interação com o mundo e amplie o conhecimento sobre a cultura corporal de sua época.

    Ajudar os alunos desenvolvendo neles a noção global de ritmo é ensiná-los a compreender melhor uma gama imensa de percepções que abrange objetos, sons, rotinas cotidianas, ritmo orgânico do próprio corpo e do corpo alheio.

    De acordo com o contexto acima, o estudo objetivou-se em analisar os meios que as atividades rítmicas proporcionam para o desenvolvimento da criança.

Reflexos e significados do ensino rítmico

    Independentemente da idade em que se encontra a criança ou o adolescente em fase escolar, o profissional de educação física deve proporcionar um leque amplo de possibilidades em que sejam trabalhadas variadas situações de ritmo. Essas noções podem estar dentro das batidas das músicas, da funcionalidade orgânica do corpo humano, do passar dos dias e seus subperíodos (manhã, tarde e noite) e também em uma simples caminhada. Podem estar inseridas dentro de trabalhos que envolvam, por exemplo, a percepção espaço-temporal, coordenação motora, imagem corporal.

    De acordo com Barros (2005) cada indivíduo, ou ser vivo, possui um ritmo próprio. Se observarmos os movimentos de qualquer criança brincando, verificamos que nela existe ritmo. Seus movimentos são efetuados de forma natural, livres e espontâneos, isentos de tensão, por meio dos quais ela se exprime sob seu impulso interior.

    Para Jean Le Boulch (1988) a criança dos 5 aos 7 anos aproximadamente assiste-se progressivamente à formação de um corpo mais autônomo onde se encaminha para uma tomada de consciência de seu próprio corpo. Através das atividades globais, começa a estruturar uma imagem corporal mais representada, ou seja, situada no espaço-tempo-ritmo.

    Entre 6 e 8 anos as condições para que a criança situe os objetos no espaço em relação a seu corpo se apresentam mais sólidas, dos 7 aos 9 anos a criança começa a descentrar-se estabelecendo novos planos de referência que não ela mesma, como ocorre principalmente até os 3 anos de idade, período em que a criança vive de si própria, incapaz de se descentrar-se, pensando o mundo que a cerca através de uma relação direta e condicionada pelo seu corpo, fase esta chamada de egocêntrica (LE BOULCH, 1988).

    A partir desse momento, da sua descentralização, a criança é capaz de captar noções de ritmo que vão além do seu próprio corpo. Consegue dar início à adaptação do ritmo do mundo que a cerca, das pessoas e seus variados tipos, dos sons, entre outros.

Dança e a Educação Física

    Desde o aparecimento da humanidade a dança tem sido utilizada para vários fins, servindo como elemento de comunicação e afirmação, e dando-lhe possibilidade de viver plenamente, através de seu próprio corpo, os símbolos de seu inconsciente, liberando diretamente suas emoções reprimidas por tabus culturais (GUIMARÃES, 2005).

    Ao analisar a vida de qualquer civilização desde as mais remotas até os dias atuais, verifica-se como expressões culturais, atividades como: jogos, desportos e dança. (GARIBA, 2005).

    A dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e aos outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres, verificando-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade (PEREIRA et al 2001).

    Segundo Retondar (2001) a educação física se apresenta como um plano de intervenção que atua no campo pedagógico e da saúde, através do conhecimento da cultura corporal, e se manifesta através dos jogos, dos esportes, das lutas, dos movimentos gímnicos e das danças.

    De acordo com Retondar (2001) os conteúdos que venham a ser trabalhados pela educação física no âmbito escolar, tais como jogos, esportes e danças, podem ser meios para desenvolver a cognição, a afetividade, a motricidade dos escolares.

    Para Giffoni (1973) a prática da Educação Física escolar completa e equilibra o processo educativo e acrescenta como opção nesta área a dança em todas as suas formas de exercício, destacando que a mesma apresenta-se como uma das atividades mais completa, além de concorrer de forma acentuada para o desenvolvimento integral do ser humano.

Conclusão

    O material teórico relacionado neste artigo tem a intenção de propiciar a reflexão sobre o papel das atividades rítmicas na escola, para que as atividades rítmicas alcancem o seu devido espaço na educação, formando alunos que possuam uma boa consciência corporal e formação plena.

Referências bibliográficas

  • BARROS, Daisy. As atividades rítmicas na educação infantil. Especialização em Ginástica Rítmica e Dança, 2005.

  • BRASIL. Lei no. 8069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm. Acesso em: 2 dez. 2006.

  • BRASIL. Lei no. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L9394.htm. Acesso em 2 dez. 2006.

  • BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

  • GARIBA, Chames Maria S. Dança Escolar: uma linguagem possível na educação física. Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires. Ano 10, nº 85, 2005. http://www.efdeportes.com/efd85/danca.htm

  • GIFFONI, M.A. C. Danças folclóricas brasileiras e suas aplicações educativas. 2 ed. São Paulo: Melhoramentos.1973.p.15.

  • GUIMARÃES, A. C. A.; Simas. J.P.N.; D'Aquino. Dança de Salão: Motivos dos Indivíduos que procuram esta atividade. Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. ano 10, nº 88, 2005. http://www.efdeportes.com/efd88/danca.htm

  • LE BOULCH, J. Educação psicomotora- a psicocinética na idade escolar. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.

  • PEREIRA, S. R. C. et al., Dança na escola: desenvolvendo a emoção e o pensamento. Revista Kinesis, Porto Alegre, n. 25, 2001.

  • RETONDAR, J. J. M A importância do ensino rítmico na escola. Perspectivas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, 2001.

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