Recreação aquática: o lúdico do brincar e psicomotricidade na água Recreación acuática: lo lúdico de jugar y la psicomotricidad en el agua |
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Acadêmico do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física Universidade do Estado do Pará, Campus Altamira (Brasil) |
Francisco de Assis de Sousa Costa |
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Resumo O esporte tornou-se um fenômeno mundial, logo a natação como modalidade esportiva, vem cada vez mais, sendo procurada pela sociedade em todas as faixas etárias, por se tratar de uma modalidade que oferece pouco risco ou restrições. Objetiva-se com esta revisão bibliográfica verificar as metodologias de diferentes autores, no processo de ensino aprendizagem da natação modalidade para faixa etária de 3 a 6 anos. Nessa perspectiva, a recreação aquática torna-se um facilitador capaz de melhorar o processo de desenvolvimento da criança, capaz de proporcionar ganhos significativos na condição física, psicomotricidade humana, favorecendo também, a integração e socialização. Unitermos: Natação. Psicomotricidade. Atividades lúdicas.
Abstract
The sport has become a worldwide phenomenon, just swimming as sport, is
increasingly being sought by society at all ages, because it is a sport that
offers little risk or restrictions. Objective with this review to verify the
methodologies of different authors, in the teaching method for learning to swim
aged 3-6 years. From this perspective, aquatic recreation becomes a facilitator
can improve the process of child development, capable of providing significant
gains in physical fitness, psychomotor human, favoring also the integration and
socialization.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010 |
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Acredito que a recreação aquática no contexto das aulas de natação pode-se inserir como um meio facilitador da aprendizagem dentro de uma abordagem pedagógica, apresenta-se vários benefícios e o aprendizado dessa modalidade é feito de maneira lúdica e espontânea.
Com um aprendizado de forma lúdica e compatível ao desenvolvimento do ser humano. Propusse atividade aquática que trabalha de maneira direta para a descoberta da construção do corpo e das experiências motoras.
Para entender melhor apresento-se a metodologia de vários autores conforme o contexto educativo discutido. Trata-se de propor atividades mais motivantes e atrativas para os alunos, ao mesmo tempo em que se estabelecem uma série de objetivos de acordo com as aulas ministradas nos conteúdos de Educação Física.
O objetivo deste artigo é apresentar um exemplo prático, através de uma unidade didática, do ensino compreensivo através do modelo integrado no meio aquático (MORENO, GUTIÉRREZ, 1998; MORENO e cols., 2000; MORENO, em imprensa), para, deste modo, entender como deveria organizar-se o processo de aprendizagem na aquisição das habilidades motrizes aquáticas. Leva-se em conta interação entre o professor, aluno, brinquedo nas atividades aquáticas.
Na formação deste contexto, entende-se que o envolvimento lúdico se baseia em vários argumentos criativos, no qual a prática da natação recreativa abre caminhos de experimentação sensório-motora universal, pois a criança pode assim, vivenciar o mundo em que faz parte com alegria e atenção de acordo com seu desenvolvimento natural.
Assim, as atividades aquáticas se tornam elemento importante de interação da criança ao meio líquido, com decorrência do tempo a um processo de adaptação e desenvolvimento de locomoção na água atingindo seus objetivos (QUEIROZ, 2000).
Ainda conforme Queiroz (2000) as aulas de natação no seu aspecto lúdico estão mais voltadas para orientar e facilitar a capacidade de explorar desenvolver a possibilidade de conhecimento e uso do próprio corpo com certa autonomia e harmonia.
Nakamura (1997) acrescenta que a natação é um dos mais completos e saudáveis desportos que se conhece. É uma atividade física agradável por meio da qual podemos adquirir boa coordenação de movimento e desenvolver as grandes funções.
Isso acarreta uma infinidade de propostas que almejam um estágio de desenvolvimento inter-relacionado à criança oferecendo integração aos aspectos afetivos e sociais voltadas para o meio aquático.
Se unirmos esses fatores que coloca a criança no meio aquático, possivelmente conseguiremos estimular um desenvolvimento maior de expressividade motora e cognitiva, possibilitando momentos afetivos logo que a criança esta envolvida corporalmente. Ao analisarmos um trabalho corporal, que não é tudo, precisamos da continuidade entre o corpo e o psíquico, isto nos faz usar a psicomotricidade como referência (QUEIROZ, 2000).
Revisão bibliográfica
Vários autores afirmam a influência das atividades aquáticas no desenvolvimento global da criança (GUTIERRES FILHO, 2003). Isso se faz entender que a recreação aquática é um facilitador importante para melhorar o desenvolvimento da criança, proporcionando ganho significativo nas condições corporal, psíquica, cognitivas desenvolvendo assim um indivíduo feliz e sadio no seu dia a dia. Para Cavallari e Zacharias a “atividade lúdica apresenta às pessoas prática e é através da qual ela consegue atingir sua recreação” (2003, p.139). E Geis (2003, p.139) afirma que a recreação é uma atividade com intuito de sentir-se bem e divertir.
É no meio líquido o local em que a criança descobre este novo mundo, sendo que o lúdico na água é o mais indicado a ser praticado para descobrir este mundo.
A infância serve para brincar e para imitar, não se pode imaginar a infância sem risos e brincadeiras como cita Chateau (1987). A criança é um ser que está se apropriando de um novo conhecimento a ser explorado. Portanto indagar esses momentos de forma lúdica e propor com que elas desenvolvam interesse nas aulas e vivencie o maior número de inovações aquáticas possível torna-se parte dos aprendizados do seu corpo.
No aprendizado da criança a natação proporciona uma série de desenvolvimento psicomotor. Segundo Le Bouch (1992, p.130) a atividade corporal global em uma perspectiva de desenvolvimento nesse estágio ocorre porque “[...]traduz a expressão de uma necessidade fundamental de movimento de investigação e de expressão que deve ser satisfeito’’.
E concordando com Velasco (1994, p. 49), afirma o que Le Bouch comenta que “evolução da criança como sinônimo de conscientização e o conhecimento cada vez mais profundo do corpo’’.
Se juntarmos a visão destes autores, podemos observar que a criança tem necessidade de expressão e vivência corporal. Assim, ela vai perceber seu próprio corpo em nível motor e cognitivo.
Com a prática saudável da natação associada ao aprendizado por meios das brincadeiras e a infinidade de experiências psicomotoras, o ser humano na sua essência tem como forma, ou filosofia de vida manter ao longo de sua vida o espírito de criança. Corrêa e Massaud (2004) enfatizam a troca de conhecimento como constante e prazerosa nas atividades recreativas diárias,
As atividades lúdicas e os jogos cooperativos têm o caráter de fixação de algum exercício proposto na aula, (descontraindo e mascarando o objetivo da brincadeira para que aprenda de maneira divertida e rápida) trazendo consigo o prazer de executar as atividades propostas. È brincando que a criança se desenvolve, exercendo suas potencialidades. (CORRÊA, MASSAUD, 2004).
Como afirma Reynold (1983 apud Malul, 2003)
O caráter lúdico de um ato não vem da natureza do que é feito, mas a maneira como é feito... brincar não comporta nenhuma atividade instrumental que lhe seja próprio. Ele tira suas configurações de comportamento de outros sistemas afetivo.
Enfim o professor é responsável pelo contexto desenvolvido no diálogo lúdico entre aluno, o brinquedo e o espaço numa proporção que a criança se sente valorizada promovendo o desenvolvimento de se integrar em todo processo de aprendizagem que persistem alcançados em termos de objetivos pedagógicos e esta relação quanto mais interação houver maior a vontade e a curiosidade de participar e de estar na água.
Como se pode analisar, a natação para crianças proporciona vários benefícios, sendo um esporte que auxilia no crescimento, controle de doenças respiratórias e beneficia o desenvolvimento da psicomotricidade e reforça o início de sua personalidade no processo evolutivo da criança (NAVARRO; TAGARRO, 1980).
Outros autores apresentam esta mesma visão em relação às atividades aquáticas como afirma Moreira , quando aborda os benefícios do meio líquido com a aquisição do sentimento de confiança e domínio do corpo, vê-se que a natação não é apenas desenvolvimento corporal da criança, mas sim, várias possibilidades de formação, como sua personalidade e inteligência.
Logo que a criança inicia em um programa de adaptação ao meio liquido no pré-escolar tem uma melhoria de rendimento em sua alfabetização acrescenta, Moreira.
Atividade aquática e psicomotricidade
O ser humano no decorrer de sua existência desenvolve um longo caminho de sua vida que se explica movimento incontrolado até a organização do movimento autônomo que vinculam em ações psicomotoras no processo que emerge a sua personalidade (DAMACENO, 1992).
Os benefícios ao nível do desenvolvimento psicomotor, emocional e cognitivo, promovidos pelas aulas de adaptação ao meio aquático para bebês e crianças, estão relatados por vários autores. Assim a criança progressivamente, se desenvolve através de sua atividade corporal global ou instintiva a princípio diferenciada e intencional depois, e esta atividade lhe permite descobrir o mundo que a rodeia (DAMACENO, 1992).
Entretanto ao analisar a atividade aquática nesse estabelecimento de movimento, permite a criança a desenvolver criatividade e exploração através condutas motoras, que contribuem para a estruturação da sua consciência corporal.
Para Pic e Vayer (1977), a educação psicomotomora é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física, com finalidade de normalizar ou de melhorar o comportamento do indivíduo. Desta forma relacionar a atividade aquática com movimento do indivíduo passa a ter um efeito integrado na base de condicionamento mais liberado e consciente, gerando conseqüentemente maturidade neurológica no desenvolvimento infantil e habilidade sensório-motora no comportamento da criança.
Verifica-se que natação por ser uma atividade aquática praticada sem restrições de sexo e idade, é umas das atividades que proporcionam maiores benefícios ao desenvolvimento corporal, parecendo mais oportuno indicar para dinamizar o potencial psicomotor do ser humano.
Então, pode-se entender que neste contexto que a natação em si, converte num dos meios propícios de ação de altas potencialidades educativas para o desenvolvimento psicomotor.
Segundo Damaceno (1992), a natação por dirigir-se estabelecimento do movimento permitiu a criatividade da criança, a exploração e o manejo do meio através de atividades motoras.
É necessário frisar que a psicomotricidade como educação corporal em estimulação de desenvolvimento psicomotor no meio aquático, ocorre em função global da criança através de sua prática justificada. Como acrescenta Lapierre e Aucouturier (1977), as experiências vivenciadas com a participação ativa da motricidade conduzem a elaboração das estruturas fundamentais abstratas.
Estas noções podem ser desenvolvidas num corpo em movimento como sugere Freire (1989), próprio daquele encontrado na criança no transcorrer da dinâmica das atividades aquáticas. Consciente desta situação que acompanha a criança na prática de natação, permitir uma vivência que pode ser entendida como complemento mútuo entre psicomotricidade e natação, Freire (1989) acrescenta que é através destas situações de aprendizagem que acompanham a prática da natação que a criança também irá elaborar as estruturas mencionadas anteriormente.
Na água, o ato respiratório é objetivado de maneira perfeita, pois quando a criança sopra e faz bolhas pode enxergar, escutar e sentir a respiração, que se organiza em estreita dependência com o desenvolvimento dos aspectos psicomotores. Como afirma Lapierre (1977), o controle do corpo e da respiração, é a etapa culminante da construção corporal. Em outras palavras à uma proporcionalidade desta afirmação, que pode ressaltar o importante papel adquirido pela natação, na medida em que se podem estruturá-las em um ambiente adequado, que oferece resultados auxiliares de desenvolvimento.
Portanto, ao enfatizar o contexto sócio-motor, que generaliza experiência vivida com seu próprio corpo em distintas situações, como tarefas aquáticas com sentido lúdico pedagógico entre os colegas, querer chegar a isso é uma característica própria da infância, em um processo que envolve a integração de todos os domínios, ou seja, cognitivo, afetivo-social e motor.
Quando se analisa as conclusões de especialistas como Piq e Vayer (1977) e Le Bouch (1972), entende-se que a psicomotricidade atua sobre as diversas coordenações de equilíbrio e tônus da postura, oferecendo orientação e lateralização.
Similarmente, Reis (1983) considera a natação como significando a técnica de deslocar-se na água, por intermédio da coordenação metódica de certos movimentos e nadar como deslocar-se na água a seu nível ou através da força e adaptações naturais do próprio nadador. Deste modo, nadar seria um ato psicomotor que objetiva a locomoção no meio líquido, obrigando uma nova adaptação das estruturas de base dos comportamentos humanos.
Desta forma os objetivos da psicomotricidade deverão conduzir a criança o descobrimento do próprio corpo e do mundo que o rodeia (DAMASCENO, 1992).
E ainda insistindo na inter-relação existente entre atividade aquática e o desenvolvimento psicomotor, através da sua prática, justifica-se a estruturação do esquema corporal, citado por Damasceno, os autores Pic e Vayer (1997): Controle e equilíbrio das contrações e inibições estreitamente associados ao esquema corporal e ao controle da respiração.
Consistente na sua potencialidade parece oportuno promover associações motoras a atividade aquáticas complementando na passagem progressiva do corpo em movimento mental, favorecendo a criança em sua capacidade de organização perceptiva (DAMASCENO, 1992).
Então a natação ao proporcionar uma autêntica vivência corporal, apresenta capacidade de equilíbrio estático e dinâmico, favorecendo como conseqüência a estrutura do comportamento inteligente na criança. Logo a natação converte meio de ação em um alto potencial educativo para o desenvolvimento psicomotor.
O controle do corpo e da respiração, como afirma Lapierre (1997), é a etapa culminante da construção do esquema corporal. Na proporcionalidade destas afirmações é possível afirmar a importância para o domínio das habilidades motoras, específicas no processo de desenvolvimento humano, acrescentando a criança experiências que resultem numa grande auxiliar e promotora do desenvolvimento dentro dos domínios da motricidade que é essencial para aprendizagem.
Considerando as abordagens de Tani et al (1988) e Freire (1989), mesmo que pareça divergências sobre a influência do processo de aspectos cultural e social no comportamento humano em relação a aprendizagem motora, ambos admitem característica que envolve a integração de todos os domínios cognitivo e afetivo-social motor.
Questões como esta, devem ser entendidas de como envolvimento do aspecto mental e ainda do afetivo-emocional quando é focado a uma predominância essencialmente dos domínios psicomotor que é básico para evolução mental e emocional.
Sobre o desenvolvimento sensório motor como afirma Inhelder (1978) colaborando com Piaget, é importante o fato de a criança elaborar nível de conjunto de subestruturas cognitivas que servirão para construções futura concernente ao desenvolvimento humano sabendo a distinção ego e não ego como do corpo algo do próprio individuo.
E quando analisamos esta concepção de atividade aquática, apoiada proposta que almejam o desenvolvimento harmonioso da criança e concebe o movimento de forma integrada aos aspectos afetivos e sociais, vê-se um tema desenvolvido e entendido que atividade aquática nesta visão mostrada junto com a psicomotricidade, está interligada e difundida atualmente ocupando o espaço da criança aqui mencionada o seu corpo em movimento nas ligações ao nível interno e externo.
Neste contexto a importância da atividade aquática e a psicomotricidade, tornaram-se dois dos mais importantes estudos, sendo analisados para entender as manifestações infantis nos jogos envolvendo a ludicidade.
Esses aspectos foram bastante enfatizados por vários autores relacionando seu trabalho com recreação aquática, e buscando o aprofundamento no estudo da psicomotricidade, tentando suprir as deficiências especialmente no que se refere ao atendimento da criança em idade pré-escolar. Através de atividades aquáticas principalmente exercícios e jogos, na procura de promover o completo desenvolvimento físico, mental, afetivo e social.
Considerações finais
Observando os fatos analisados que desencadearam este estudo, os motivos que contribuem no envolvimento da criança em prática a natação pautada nos princípios lúdicos, com utilização de brincadeiras e jogos recreativo desenvolvido no processo de aprendizagem da natação.
E ao envolver particularmente no lúdico, tendo o meio líquido como único espaço para desenvolver a prática de natação possibilita um ambiente, que venha a oferecer a qualquer criança, uma expectativa de desenvolvimento pessoal, construindo e resignificando um saber referido a modalidade esportiva.
Este estudo permite concluir que atividades aquáticas são indicadas para a estimulação psicomotora para criança.
Os aspectos psicomotores analisados (coordenação e equilíbrio, lateralidade, esquema corporal, orientação espacial e orientação temporal).
Tornam-se hábeis nas atividades em meio líquido, onde a facilitação do movimento favoreceu a percepção do corpo e de suas capacidades e potencialidades, promovendo assim varias adaptações tanto intrínsecas como extrínsecas, ou seja, do indivíduo com seu corpo e desse corpo com o meio.
A intenção deste texto foi discutir a possibilidade pedagógica de trabalho para os profissionais que atuam nas escolas de natação e psicomotricidade, visualizando o papel do professor para além do simples, ensinar a natação de quatro estilos, alcançando uma dimensão humana de agente facilitador no processo de desenvolvimento global do ser humano, levando em considerações as estruturas físicas emocionais e intelectuais da criança.
Referencias
DAMASCENO, Leonardo Graffius. Natação, Psicomotricidade e Desenvolvimento. Brasília (DF): Secretaria do Desporto da Republica, 1992.
GALDI, Enori Helena Gemente, Aprender a nada com Extensão universitária. Campina, SP: IPES, Editorial, 2004.
GEIS, Pilar Pont. Atividade Física e Saúde na 3ª Idade. Porto Alegre: Artmed. 2002.
MUÑOZ MARIN, A. Actividades acuáticas como contenido del área de Educación Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 10, N° 73, Junho de 2004. http://www.efdeportes.com/efd73/acuat.htm
NAKAMURA, Oswaldo Fumio. Recreação aquática. São Paulo- Ícone 1997.
QUEIROZ, Claudia Alexandre, Recreação aquática. Rio de Janeiro: 2ª Edição: Sprint, 2000.
TAHARA, Alexander Klein; SANTIAGO, Danilo Roberto Pereira. Lazer, lúdico e atividade aquática: uma relação de sucesso. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6n. 9 jul./dez, 2006.
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