Influência de um programa de exercícios de alongamento nos níveis de flexibilidade de praticantes de atividade física acima de 50 anos da Bio Academia do município de Foz do Iguaçu, PR Influencia de un programa de ejercicios de estiramiento en los de niveles de flexibilidad de practicantes de actividad física mayores de 50 años de la Bío Academia del municipio de Foz do Iguazú, PR |
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*Graduada em Educação Física pela Faculdade União das Américas, UNIAMÉRICA, PR **Especialista. Docente do curso de Educação Física da Faculdade União das Américas, UNIAMÉRICA, PR e Faculdade Integrado de Campo Mourão, PR |
Ingrid Cristiane Medeiros* Alissianny Haman Fogagnoli** (Brasil) |
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Resumo Com o processo de envelhecimento, a redução da flexibilidade vai aumentando progressivamente, e isto é inevitável. Desta forma o objetivo geral desta pesquisa foi verificar a influência de um programa de exercícios de alongamento nos níveis de flexibilidade de praticantes de atividade física acima de 50 anos na Bio Academia do município de Foz do Iguaçu-Pr. Caracterizou-se como pré-experimental, tendo como amostra 26 pessoas, de ambos os sexos, que se dispuseram a participar da pesquisa. Foi utilizado o teste de sentar e alcançar com a utilização do Banco de Wells para avaliar a flexibilidade antes e após o período de atividade, que se deu em 3 meses. Após a coleta dos dados verificou-se que em relação ao gênero, os homens apresentaram melhores resultados nos níveis de flexibilidade após a participação no programa de exercícios; quanto a freqüência os homens que praticavam atividade física três vezes semanais tiveram melhores resultados, já as mulheres que apresentaram melhores resultados foram as que freqüentavam a atividade todos os dias. Unitermo: Atividade Física- Envelhecimento-Flexibilidade.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010 |
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Introdução
No processo de envelhecimento ocorrem alterações nos diversos sistemas, que variam de individuo para individuo, podendo depender de fatores como habito de vida e herança genética. Hoje sabe-se que o processo de envelhecimento normal não uniforme, ou seja, os vários tecidos tem diferentes velocidade de envelhecimento,parecendo este fenômeno ter determinado, basicamente pela hereditariedade (RAMOS, 1999, p. 67-73).
Segundo Lima Filho e Sarmiento (2004, p. 17-23)
o envelhecimento é um processo que pode acarretar desgastes de nosso organismo ou, principalmente, redução da capacidade funcional dos órgãos e sistemas. Sinal mais evidente do envelhecimento é a diminuição da capacidade de adaptação. Envelhecemos á medida que vamos perdendo a capacidade de adaptação, isto é,a capacidade funcional, é uma perda progressiva, que pode ir aumentando com a idade e até ser acelerada com as doenças crônicas que podem ocorrer.
Considerando os hábitos de vida dos indivíduos, chamamos a atenção para a prática de atividade física em todas as fases da vida, em especial durante o processo de envelhecimento.
A atividade física é definida por muitos autores como qualquer movimento corporal ocasionado pela musculatura esquelética sendo que através deste ocorra um gasto energético, portanto a elaboração de um programa de atividade física para pessoas acima de 50 anos deve ter como prioridade melhorar a capacidade do indivíduo realizar suas atividades diárias, sendo essa um dos benefícios da pratica regular de exercícios para essas pessoas, bem como poderá melhorar a flexibilidade e a resistência vasculares, melhorar o estado de animo, aumentar a vitabilidade a capacidade aeróbica, entre outros.
Segundo Ramos (1999) a elaboração de um programa de atividade física para idosos deve considerar o preparo para que este possa realizar suas necessidades diárias (necessidades impostas pelo cotidiano), ou seja, tentar impedir que o idoso perca a sua autosuficiência, através da manutenção de sua saúde física e mental.
Conforme Achour Júnior (2004, p. 40) “com o aumento da idade o fornecimento sanguíneo e a capacidade de reter liquido diminuem”. Essas alterações correspondem a uma alteração funcional, o exemplo da diminuição da mobilidade e da amplitude de movimento, bem como a maior possibilidade de lesões.
Segundo Manidi e Michel (2001, p. 219)
O limiar dos 50 anos marca um ponto central na vida de um individuo, no qual a prática de uma atividade física regular permite evitar, minimizar e ou lutar contra os riscos físicos, psicológicos ou sociais que freqüentemente acompanham o aumento da idade. Esses efeitos positivos aplicam-se á maioria dos indivíduos, independentemente de seu estado de saúde e ou da evolução de uma doença. A atividade física é definida pela totalidade das ações de todos os dias, envolvendo as rotinas de trabalho, as atividades da vida cotidiana, o lazer, os exercícios físicos e as praticas esportivas, ele atesta os efeitos indiscutíveis, preventivos e curativos de uma atividade física regular e bem dosada. Esses efeitos são otimizados quando a pratica da atividade física é introduzida mais cedo no ciclo da vida do que tardiamente, na velhice.
Percebe-se assim a importância de realizar um programa de atividade física, voltado ao desenvolvimento da flexibilidade dos indivíduos, visando uma melhor autonomia física que pode ser prejudicado devido ao processo de envelhecimento.
Para Silva e Rabelo (2005, p. 3)
a flexibilidade é um componente da aptidão física que tem sido definida como relacionada com a saúde em oposição ao relacionamento com a habilidade, ela apresenta relação com a idade e com a atividade física ,conforme a pessoa envelhece , a flexibilidade diminui,embora acredita-se que isso ocorra devido a inatividade do que o processo de envelhecimento em si.
Desta forma, o objetivo geral desta pesquisa foi verificar a influência de um programa de exercícios de alongamento nos níveis de flexibilidade de praticantes de atividade física acima de 50 anos na Bio Academia do município de Foz do Iguaçu.
A partir da identificação dos níveis de flexibilidade dos idosos antes e após um programa de exercícios físicos que tenha como foco o alongamento, poderá demonstrar os benefícios de tais atividades para os idosos, o que poderá contribuir para a promoção de programas para melhora de flexibilidade e conseqüentemente melhor realização das atividades da vida diária, como escovar os dentes, tomar banho, pentear os cabelos, se alimentar e ate mesmo se locomover com mais facilidade.
Procedimentos metodológicos
Esta pesquisa se caracterizou como pré-experimental que segundo Gil (1996, p.54). tem por finalidade experimentos “antes –depois de uma intervenção com um único grupo”. Considerado o esquema mais simples de experimentação, é constituído por um grupo, geralmente reduzido, previamente definido quanto suas características fundamentais.
A população envolvida foi praticantes de atividade física acima de 50 anos na Bio Academia do município de Foz do Iguaçu-Pr. Fizeram parte da amostra 26 pessoas, de ambos os sexos, que se dispuseram a participar da pesquisa.
Para coleta dos dados foi utilizado o teste de sentar e alcançar com a utilização do Banco de Wells para avaliar a flexibilidade antes e após o período de atividade, que se deu em 3 meses.
Resultados e discussão
Gráfico 01. Nível de flexibilidade das mulheres antes e após um período de pratica da atividade física
Em relação do nível de flexibilidade das mulheres antes e após a participação no programa de exercícios de alongamento, verifica-se no gráfico 01 que antes o nível de flexibilidade que predominou foi “bom” com 37%, seguido de “fraco e médio” com 21%, 14% classificados como regular e 7% considerados com nível excelente de flexibilidade. Após a participação no programa, constatou-se que 51% foram classificados com nível bom de flexibilidade, o nível regular caracterizou 7% da amostra, porém o nível médio (14%) diminui em relação a primeira avaliação. Acredita-se que o resultado foi satisfatório, porém o grupo que apresentava nível médio de flexibilidade reduziu o percentual após a participação no programa, talvez isso tenha ocorrido em função da freqüência dos indivíduos na pratica da atividade.
Gráfico 02. Nível de flexibilidade dos homens antes e após um período de prática da atividade física
No que se refere ao comparativo de flexibilidade entre os gêneros antes e após um período de pratica de atividade física, verifica-se no gráfico 3, que antes da participação no programa de alongamento o nível de flexibilidade que predominou para o sexo masculino foi “bom” com 41%, seguido de fraco com 25%, e logo após médio e regular com 17% , sendo que nenhum dos homens foi classificado com nível de flexibilidade excelente. Após a participação no programa, constatou-se que 41% foram classificados com nível bom de flexibilidade, o nível regular caracterizou 25% da amostra, porém o nível médio (08%) diminui em relação a primeira avaliação. Acredita-se que o resultado foi satisfatório, porém o grupo que apresentava nível médio de flexibilidade reduziu o percentual após a participação no programa, talvez por terem melhorado seus níveis de flexibilidade (passando para excelente) ou porque talvez a freqüência dos indivíduos na pratica da atividade não foi regular.
Gráfico 03. Comparativo entre os gêneros do nível de flexibilidade antes e após um período de prática de atividade física.
Em relação ao comparativo de flexibilidade entre os gêneros antes e após um período de pratica de atividade física verifica-se no gráfico 3, que antes da participação no programa de alongamento o nível de flexibilidade que predominou foi bom para o sexo feminino com 37% e após a participação no programa, constatou-se que 51% foram classificados com nível bom de flexibilidade. Já para o sexo masculino, antes da participação no programa de alongamento o nível de flexibilidade que predominou foi bom com 44% e após manteve-se este resultado, porem no grupo dos homens alguns foram classificados com nível excelente de flexibilidade, quadro este que não ocorreu antes da participação no programa. De forma geral os homens tiveram melhores resultados quanto aos níveis de flexibilidade após a participação no programa de alongamento.
Gráfico 04. Demonstrativo da freqüência semanal de prática de atividade física
Quanto ao comparativo de freqüência semanal de atividade física verifica-se no gráfico 4, que quem predominou com freqüência diária foi o grupo das mulheres com 42% e os homens 24%, logo após os homens predominaram na freqüência de 3 vezes por semana com 42% e as mulheres com 29%, e me seguida com duas vezes por semana homens com 34% e mulheres com 29%.
Gráfico 05. Comparativo dos níveis de flexibilidade das mulheres de acordo com a freqüência semanal de pratica de atividade física
Em relação ao comparativo dos níveis de flexibilidade das mulheres de acordo com a freqüência semanal, verifica-se no gráfico 5 após o exercício de alongamento com freqüência todos os dias obteve um resultado como bom com 100% que a freqüência de regular era de 16%. Acredita-se que o resultado foi satisfatório após os exercícios de alongamento todos os dias.
Gráfico 06. Comparativo dos níveis de flexibilidade dos homens de acordo com a freqüência semanal de pratica de atividade física
No que se refere ao comparativo dos níveis de flexibilidade dos homens de acordo com a freqüência semanal, verifica-se no gráfico 5, que os melhores resultados foram atingidos pelos homens com freqüência semanal diária ao programa de flexibilidade.
Considerações finais
A flexibilidade diminui com a idade e inatividade. Algumas lesões têm mais possibilidades de ocorrer à medida que a flexibilidade diminui, e problemas lombares estão associados com pouca flexibilidade. Assim representa um componente da aptidão física, sendo importante para a execução de movimentos simples ou complexos, para o desempenho desportivo e para a preservação da Saúde
Ao finalizar a pesquisa, confirmou-se as expectativas de que a flexibilidade é um requisito muito importante para os praticantes de atividade física acima de 50 anos A flexibilidade é a capacidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações, sendo esta de grande importância para a manutenção da autonomia do idoso, pois possibilita o movimento nas diversas articulações com amplitude de movimento otimizada., foi realizado um trabalho simples, sem grandes exigências, e em relação a performance dos praticantes de atividade física, os exercícios de alongamento foram executados no inicio com dificuldade, já que o publico alvo foram pessoas acima de 50 anos. Observamos que alguns benefícios foram adquiridos com o decorrer do trabalho, contribuindo de maneira positiva para as atividades da vida diária dos praticantes de atividade física acima de 50 anos.
Constatou-se que com a prática sistematizada dos exercícios de alongamento, os objetivos pré-estabelecidos foram alcançados ao decorrer das aulas. Foram realizadas observações e avaliações da flexibilidade dos praticantes e verificou-se uma melhora satisfatória em relação a sua flexibilidade durante a pesquisa que durou 3 meses.
Tanto os homens quanto as mulheres, em sua maioria foram classificados como bom nível de flexibilidade após o programa de exercícios de alongamento. Quanto a freqüência semanal de atividade física os homens tiveram os melhores níveis de flexibilidade quando freqüentado 3 vezes na semana.já as mulheres tiveram melhores níveis de flexibilidade durante todos os dias.
Com a pesquisa realizada podemos verificar a importância do exercício de alongamento, pois fazendo alongamento ajuda na realização das atividades da vida diária dos indivíduos, melhorando a amplitude de movimento para executar qualquer tarefa e proporcionando assim bem estar ao individuo.
Referências bibliográficas
ACHOUR, J. Flexibilidade e alongamento: Saúde e bem estar. São Paulo:Manole, 2004.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3. ed. São Paulo:Atlas 1996.
GONTIJO, S. Envelhecimento Ativa: Uma Política de Saúde. Organização Pan Americana de Saúde, 2005.
LIMA FILHO, J.B.; SARMIAMENTO S. Envelhecer bem é possível Cuidando de nossos Idosos na família e na comunidade. São Paulo: Loyola, 2004.
MANIDI, J. MICHEL, A. Atividade Física para adultos com mais de 55 anos: Quadros clínicos e programas de exercício. São Paulo: Manole, 2005.
RAMOS, A. Atividade Física - diabéticos, gestantes, 3º Idade, crianças e obesos. 2.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
SILVA, M.; RABELO, H. Estudos Comparativos dos níveis de Flexibilidade entre mulheres idosas praticantes e não praticantes de Atividade Física Revista Digital de Educação Física Movimentum. 2005.
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