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Lesões musculoesqueléticas em atletas de 

handebol da cidade de Goiânia: perfil epidemiológico

Lesiones musculoesqueléticas en jugadores de balonmano de la ciudad de Goianía: perfil epidemiológico

Musculoskeletal injuries in handball players in Goiânia: epidemiological profile

 

*Fisioterapeuta graduado pela PUC-Goiás

**Fisioterapeuta, Educador Físico. Mestre em Fisioterapia

Docente do curso de Fisioterapia da PUC-Goiás

Doutorando em Ciências da Saúde, UFG

Leandro de Oliveira Soares*

Renato Alves Sandoval**

rasterapia@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Os objetivos deste estudo são: analisar o perfil epidemiológico das lesões musculoesqueléticas dos atletas de handebol da cidade de Goiânia Goiás; verificar as principais lesões musculoesqueléticas em atletas de handebol; identificar como é realizado o atendimento fisioterapêutico destas equipes de Handebol; comparar o perfil epidemiológico encontrado com o perfil de atletas de outras regiões nacionais através da literatura. A pesquisa foi feita através de um questionário elaborado pelos autores, constituído de 11 questões fechadas, com perguntas sobre as lesões sofridas inicialmente foi feito um breve esclarecimento a cerca da pesquisa e posteriormente com a autorização do técnico ou responsável pela equipe foi aplicado o questionário juntamente com o termo de consentimento livre e esclarecido, o atleta foi abordado pelo pesquisador individualmente sendo aplicado o questionário. O resultado na pesquisa levou que a entorse de tornozelo foi predominante junto com as lesões de um contato direto associadas ao salto de forma geral A conclusão foi que as lesões tem por característica predominantemente o contato direto somado a um salto resultando na entorse de tornozelo levando a quedas que são freqüentes.

          Unitermos: Handebol. Perfil epidemiológico. Lesões musculoesqueléticas.

 

Abstract

          The objectives of this study are: to analyze the epidemiology of musculoskeletal injuries in handball players in Goiânia Goiás; verify the key musculoskeletal injuries in handball players, identifying how it's performed the physical therapy these teams Handball, compare the epidemiological profile found with the profile of athletes from other regions via the national literature. The survey was conducted through a questionnaire developed by the authors, consisting of 11 closed questions, with questions about the injuries was initially made a brief clarification about the research and thereafter with the permission of the coach or team responsible for the questionnaire was applied together with the completion of informed consent, the athlete was being addressed individually by the researcher applied the questionnaire. The result in research that led to the ankle sprain has been predominantly with lesions associated with direct contact to the lump in general the conclusion was that the injury is characterized by predominantly derect contact coupled to a jump resulting in a ankle sprain leading to falls are frequent.

          Keywords: Handball. Epidemiological profile. Musculoskeletal injuries.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010

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Introdução

    A história do handebol se perde no tempo, pois é um dos esportes mais antigos de que se tem noticia e já sofreu varias mudanças. Acredita-se que o handebol teve sua origem na Alemanha com o professor Karl Schellenz em Berlin e foi regulamentado em 1914 onde se era praticado por moças em um campo de 40m x 20m e se chamava handebol de campo. Com o passar do tempo o interesse foi crescendo e começou a ser praticado por homens, aumentando as medidas do campo igualando a do futebol jogando onze atletas de cada lado espalhando-se por toda Europa (TEIXEIRA; HUDSON, 2005).

    Devido às condições climáticas locais, caracterizadas por invernos rigorosos, por volta de 1924 o handebol começou a ser praticado em salões com sete atletas em cada equipe. O esporte foi evoluindo e ganhando admiradores em todo mundo em 1927 foi criada a Federação Internacional de Handebol sendo mais tarde em 1936, incluído no quadro de esportes olímpicos (HORTS, 1994).


    Hoje os paises que mais se destacam no esporte são: Suécia, França, Dinamarca e Alemanha, aonde surgiu o handebol tendo maior número de praticantes e sendo o país que possui maior difusão do esporte (TEIXEIRA; HUDSON, 2005).

    No Brasil o handebol surgiu após a I Grande Guerra Mundial por volta de 1930 com a vinda de um número elevado de imigrantes alemães, mas teve seu crescimento acentuado a partir de 6 de fevereiro de 1940 quando foi fundada a federação paulista de handebol (FPH) com o seu primeiro presidente Otto Schemelling. Hoje é o esporte coletivo que mais cresce no país com 201.648 praticantes regulares sendo o esporte coletivo mais praticado entre as mulheres e entre os homens perdendo só para o futebol com 7 milhões de praticantes regulares (TEIXEIRA; HUDSON, 2005).

    No jogo de handebol confronta-se duas equipes que devem estar devidamente uniformizadas com a numeração visível, o uniforme dos goleiros iguais porém diferente dos outros jogadores que não sejam de sua equipe e goleiros. Cada equipe é composta por 12 atletas sendo que são 6 titulares na linha e um no gol, os demais sendo reserva (SILVA, 1983).

    Cada jogo tem a duração de 30 minutos cada tempo com o intervalo de 10 minutos, as substituições são ilimitadas, mas devendo serem feitas em uma demarcada com 4,45 metros partindo da linha central da quadra. Existem três tamanhos de bola de handebol sendo cada uma com peso pré-definidos para cada categoria sendo H3L para o adulto e o júnior masculino, H2L para o adulto feminino e o juvenil masculino e H1L para o infantil, elas tem que ser de couro e não escorregadia, para melhor aderência e melhor liberdade nas jogadas usa-se um tipo de cola especial aplicada nas pontas dos dedos e em pontos estratégicos na bola. O objetivo é ultrapassar os adversários através de toques até atingir a meta adversária marcando o gol que é quando a bola atravessa completamente a linha da mesma (SILVA, 1983).

    O armador está no centro onde no ataque comanda o curso e o tempo do mesmo com isso ele normalmente é o jogador mais experiente para coordenar as jogadas, os meias geralmente são os mais altos (na média de 1,80 a 2,10 metros) e fortes jogadores do time por quê eles são os arremessadores dividindo com os pontas a artilharia, em que os pontas são eles que começam a jogada e na maioria das vezes a terminam com arremessos muito das vezes em situações difíceis com pouco ângulo tendo como características agi deis e velocidade pois são fundamentais no contra-ataque, o pivô se posiciona no meio da barreira adversária com o objetivo de abrir espaço para os companheiros passarem e servir de um recurso nas horas em que nada da certo e o goleiro que é vital na defesa um bom goleiro é 50% da equipe quando a barreira é penetrada ele é a ultima barreira ao atacante, precisando ter um reflexo rápido e uma boa leitura do arremesso do atacante antecipando de onde o atacante pretende arremessar com força e reflexo rápido e total concentração no objetivo final que é a defesa, também orientando barreira e sua equipe no ataque, após a defesa ele deve ter um raciocínio rápido para visualizar algum companheiro que esteja em situação de contra-ataque efetuando um lançamento rápido e certeiro, o goleiro não é apenas um jogador de defesa mas um importante armador de contra-ataques (SILVA, 1983).

    O handebol exige do atleta habilidades além de qualidades físicas vigorosas, sendo requisitado ao mesmo tempo força, habilidade, coordenação e velocidade. Expondo o atleta a riscos de contusões apesar de ser jogado com as mãos o que minimiza um pouco esses índices (TEIXEIRA; HUDSON, 2005).

    Com as adaptações do esporte os atletas também viram a necessidade de se adaptar melhor ao handebol com o passar do tempo o nível técnico aumentou e com ele a força, o vigor e a velocidade dos atletas visto que o handebol se tornou um esporte de alta intensidade e de potência muscular (SANCHES; BORIN, 2008).

    Diversos estudos mostram que o handebol tem um alto índice de lesões, por exemplo, as ocasionadas pelo overtraining, somados a falta de estrutura das equipes e a locais inapropriados para o treinamento, visto que, a maioria das lesões ocorre durante o treinamento e não no jogo propriamente dito (COHEN; ABDALLA, 2003).

    Estas características do handebol levam o atleta a lesões freqüentes, onde as mais prevalentes são: no joelho com 26%, devido a condições ambientais como piso irregular ocasionando entorse e lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), seguido de lesão dos dedos com 21%, devido ao forte contato físico, levando a luxações e contusões e de lesão do tornozelo com 16% devido a musculatura fraca e quadra precária levando a entorse de tornozelo (SANCHES; BORIN, 2008).

    O handebol diferentemente de outros esportes tem como característica o arremesso e o seu bloqueio “travamento”, o que leva a lesões nos membros superiores e sobrecarga das articulações (SEIL et al., 1998).

    O handebol é um esporte de alta intensidade de pura explosão muscular em um curto intervalo de tempo exigindo dos atletas um ótimo condicionamento físico. Mas em nosso país tem-se pouco estudo na área, com isso os atletas não se preparam de forma adequada tendo queda de rendimento nos trinos e em jogos (SOUZA et al., 2001).

    Hoje o handebol é segundo esporte com maior índice de lesões devido as suas demandas físicas, técnicas e táticas precisaria fazer um estudo sistematizado das principais lesões, e os seus principais fatores de riscos como: características pessoais, equipamentos e modelos de treinamento (ALMEIDA et al., 1999).

    A fisioterapia desportiva não somente se dedica a ao tratamento de atleta lesados mas também a adoção de medidas preventivas visando minimizar o índice de lesões, sendo realizado de maneira eficaz levando em consideração estatisticamente os fatores de risco baseado na característica de cada lesão. Identificando e descrevendo o problema, como ocorreu as lesões e colocando em pratica o estratégicas preventiva (SILVA et al., 2005).

    O aumento da prática esportiva aumenta consideravelmente o numero de lesões devido falta de preparo físico e de orientações quanto ao esporte, levando em consideração também que esporte não é sinônimo de saúde. A ocorrência de uma lesão esportiva é decorrente da inter-relação entre atleta e o esporte praticado levando a uma sobrecarga do aparelho locomotor isso sendo variável de cada organismo fisiológico em recuperar o estresse físico imposto não instalando um processo patológico (PARREIRA, 2007).

    A fisioterapia desportiva se diferencia das outras áreas onde o tratamento tem que ser muito rápido e efetivo, pois o atleta mais do que ninguém tem voltar a executar todas as atividades do seu corpo de alta intensidade com alta performance onde é normalmente posto em alto estresse músculos, tendões, articulações e ossos em suas atividades esportiva diária, no máximo de potência e amplitude para execução perfeita de todos os movimentos (PARREIRA, 2007).

    Além disso, os fisioterapeutas dessa área se depara com uma grande pressão imposta diariamente quando se tem atletas no departamento médico, que são os incentivos dos patrocinadores para o retorno do atleta pois aquele atleta vale muito dinheiro em quadra e lesionado não tem valor algum, o técnico pois um atleta de alto rendimento é uma peça muito importante para o time e sem ele o mesmo começa a perder colocando em risco o seu cargo, a diretoria querendo que seu time continue a vencer e a conquistar títulos e o atleta lesionado faz falta a sua equipe bem como para sua torcida e o próprio atleta vendo que com seu estado está perdendo sua posição na equipe e tudo aquilo que conquistou,sem falar da dor e de suas limitações (PARREIRA, 2007).

    Um bom tratamento fisioterapêutico começa com uma boa avaliação começando desde anamenese, para mais fácil e confiável diagnostico da patologia e melhor tratamento com enfoque direto e uma busca de recursos e de referencias sobre a patologia, com isso a avaliação musculoesquelética aborda desde a ciência básica, á pratica clínica até testes especiais (MAGEE, 2005).

    Os fisioterapeutas da reabilitação musculoesquelética que atuam na área desportiva vêm consolidando a fisioterapia como uma ciência baseada em evidências e respaldada fortemente com referência cientifica validada, visto que hoje na área da ciência do esporte (em destaque na fisioterapia), foi teve uma intensa produção de pesquisas sendo que uma das mais importantes e bastante esmiuçada foi o treinamento e a reabilitação excêntrica, sendo utilizado como peça fundamental a qualquer programa otimizando de reabilitação e recondicionamento muscular cientificamente embasado, sendo que uma das funções extremamente relevante para a Fisioterapia acerca do condicionamento muscular excêntrico reside no fato deste poder atuar de forma preventiva em relação às lesões musculares induzidas pelo “over-training” ou síndrome do super treinamento em atletas de alto nível. Autores internacionais já a empregam a algum tempo não sendo a mesma realidade no Brasil (GREGO NETO; PREIS, 2005).

    A fisioterapia desportiva vem crescendo muito junto com as pesquisas no tratamento do esporte, levando em conta todos os altos investimentos na área, sendo a que mais inova em e se atualiza em recursos, cursos de capacitação e atualização na forma de tratamento dos vários tipos de lesões sabendo que cada uma tem suas particularidades nos recurso e técnicas que se adapta bem ao seu tratamento. Mas no esporte a prevenção vem se tornando cada vez mais comum, na analise estatística dos fatores predisponentes das lesões mais comuns em cada modalidade em que se chegou a conclusão que tem menor custo e evita os efeitos das lesões nos atletas (SILVA et al., 2005).

    O IMC tem relação direta com o desempenho do atleta, portanto verifica-se a necessidade de trabalhar a manutenção e a perda de peso corporal, bem como a resistência muscular localizada, força explosiva e melhoria no que diz respeito á velocidade e agilidade, onde trabalhando com atletas bem treinados tem menor índice de lesões e afastamentos. (SILVA et al., 2010).

    Hoje um dos mais atuais e eficazes recursos da área do esporte é o uso de bandagens funcionais tendo como objetivo, compressão, imobilização e estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas auxiliando também na direção dos movimentos e no alívio do stress (CAMPOS et al., 2006).

    Apesar da vasta literatura sobre Handebol, os estudos voltados especificamente para a área terapêutica desta modalidade esportiva é escasso, sendo assim, este estudo vem somar conhecimento para quem pratica, beneficiando na melhora da prática esportiva, prevenindo lesões, como também para as equipes que podem adotar como referência, aprimorando a elaboração de treinos e minimizando o índice de lesões de seus atletas.

    O presente estudo apresenta relevância, visto que proporcionará dados estatísticos importantes no trabalho diário de vários profissionais atuantes em varias áreas principalmente na fisioterapia desportiva, indo desde a prevenção de lesões no handebol até a reabilitação de atletas tendo uma visão holística e a precaução com lesões reincidivantes.

    Os objetivos deste estudo são: analisar o perfil epidemiológico das lesões musculoesqueléticas dos atletas de handebol da cidade de Goiânia Goiás; verificar as principais lesões musculoesqueléticas em atletas de handebol; identificar como é realizado o atendimento fisioterapêutico destas equipes de Handebol; comparar o perfil epidemiológico encontrado com o perfil de atletas de outras regiões nacionais através da literatura.

Casuística e métodos

    Estudo descritivo transversal de perfil epidemiológico das lesões musculoesqueléticas de atletas de handebol semiprofissionais no município de Goiânia Goiás.

    Amostra foi constituída por 29 atletas de handebol, do sexo masculino, com idade variando de 18 a 31 anos (X=22,72±3,54), todos atuantes em equipes de Goiânia Goiás.

    Os critérios de exclusão foram atletas que não aceitaram participar da pesquisa, não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e atletas menores de 18 anos de idade (anexo 1).

    O instrumento usado durante a coleta de dados foi um questionário elaborado pelos autores, constituído de 11 questões fechadas, com perguntas sobre as lesões sofridas pelos atletas (apêndice 1).

    A coleta de dados acorreu após as equipes serem contatadas, aonde foi marcada à hora e o local da coleta, inicialmente foi feito um breve esclarecimento a cerca da pesquisa e posteriormente com a autorização do técnico ou responsável pela equipe foi aplicado o questionário juntamente com o termo de consentimento livre e esclarecido.

    O atleta foi abordado pelo pesquisador individualmente sendo aplicado o instrumento de coleta em forma de formulário com média de tempo de dez minutos com cada atleta.

Resultados

    A presente pesquisa foi feita com atletas de handebol da cidade de Goiânia do sexo masculino levando a 100% deste sexo.

    Com base na figura 1 temos como resultado que apenas 3,44% dos atletas correspondendo a 1 atleta tem a dominância do arremesso com o braço canhoto. Caracterizando bem a realidade de todas as equipes atuais com bastante dificuldade de achar atletas para jogar na ala direita o que seria o ideal, tendo que improvisar com um destro nesta posição (tabela 1, figura 1).

Tabela 1. Lado dominante dos atletas avaliados.

Dominância

Direito

Esquerdo

28

1

96,56%

3,44%

 

Figura 1. Dominância de membro superior em que joga

    Diante da figura 2 observa-se os atletas que tem 8 anos de prática de handebol lidera com 17,24% e em seguida vem os atletas com 6 e 3 anos de prática esportiva no handebol com 13,79% e posteriormente vem os demais atletas que tem 14, 9, 4 e 2 anos de esporte cada um com 10,34% cada, os atletas com 11 anos de esporte com 6,89% e os que tem 15 e 5 anos de prática esportiva nesta modalidade com 3,44% cada (tabela 2, figura 2).

Tabela 2. Tempo em que os atletas praticam o handebol

Tempo de prática esportiva

15 anos

1

3,44

%

14 anos

3

10,34

%

11 anos

2

6,89

%

9 anos

3

10,34

%

8 anos

5

17,24

%

6 anos

4

13,79

%

5 anos

1

3,44

%

4 anos

3

10,34

%

3 anos

4

13,79

%

2 anos

3

10,34

%

 

Figura 2. Tempo em que os atletas praticam o handebol

    A posição em que teve maior numero de atletas que participaram da pesquisa com base na figura 3 foi a ponta com 31,03% o que podemos observar na figura 3, bem perto teve o armador com 27,58%, posteriormente vindo o pivô com 20,68% e o goleiro e o central com 10,34% cada(tabela 3, figura 3).

Tabela 3. Posição em que atua em quadra

Posição em que joga

Pivô

6

20,68

%

Goleiro

3

10,34

%

Ponta

9

31,03

%

Central

3

10,34

%

Armador

8

27,58

%

Total

29

100

%

 

Figura 3. Posição em que atua em quadra

    Na figura 4 observa-se que 93,1% dos atletas que praticam handebol já tiveram lesão e só 6,9% não tiveram qualquer lesão na prática desse esporte(tabela 4, figura 4).

Tabela 4. Lesão durante o jogo

Lesão durante o jogo

Sim

27

93,1

%

Não

2

6,9

%

 

Figura 4. Lesão durante o jogo

    Observa-se na figura 5 que o tecido mais lesionado entre os entrevistados foi o tornozelo com 20,4%, posteriormente tivemos como resultado o complexo do ombro com 18,36%, o joelho com 14,28%, a mão com 12,24%, o punho com 10,20%, os pés com 6,12%, o cotovelo tendões, músculos, e ligamentos de maneira geral com 4,08% cada e por ultimo as cartilagem de maneira geral com 2,04% (tabela 5, figura 5).

Tabela 5. Tecidos lesionados

Tecidos lesionados

 

Pés

3

6,12

%

Cartilagem

1

2,04

%

Ombro

9

18,36

%

Cotovelo

2

4,08

%

Músculos

2

4,08

%

Punho

5

10,2

%

Tendão

2

4,08

%

Joelho

7

14,28

%

Mão

6

12,24

%

Ligamento

2

4,08

%

Tornozelo

10

20,4

%

 

Figura 5. Tecidos lesionados

    Observa-se no figura 6 que a lesão que mais ocorreu entre os entrevistados foi a entorse com 10 atletas levando a 26,31%, seguido da luxação com 9 atletas correspondendo a 23,68% e empatado a contusão e a lesão muscular com 8 atletas levando ao numero de 21,05%, em comparação com a fratura com um atleta correspondendo a 2,63% no total de 29 atletas de duas equipes da cidade de Goiânia (tabela 6, figura 6).

Tabela 6. Tipos de lesões

Tipos de lesão

  

  

Fratura

1

2,63

%

Entorses

10

26,31

%

Contusão

8

21,05

%

Luxação

9

23,68

%

Lesão muscular

8

21,05

%

Outros

2

5,26

%

 

Figura 6. Tipos de lesões

    Na figura 7 deixa bem claro que entre os entrevistados o mecanismo de lesão mais comum é a torsão com 48,48%, após vem o trauma direto com 30,30%, 12,12% com excesso de uso, 6,06 com trauma indireto e no movimento de aceleração obteve 3,03% (tabela 7, figura 7).

Tabela 7. Mecanismo de Lesão

Mecanismo de lesão

  

Trauma direto

10

30,3

%

Trama indireto

2

6,06

%

Torsão

16

48,48

%

Exesso de uso

4

12,12

%

Aceleração

1

3,03

%

 

Figura 7. Mecanismo de Lesão

    Na figura 8 observa-se 48,38%das lesões ocorreram nos jogos fora de casa em quadra desconhecida com o piso em que os atletas não estavam acostumados, 25,80% das lesões ocorreram em treinos cotidianos, 22,58%foram em jogos em casa, 6,45% ocorreu no aquecimento e 3,22 foi em treinamento visando condicionamento físico (tabela 8, figura8).

Tabela 8. Atividade em que ocorreu a lesão

Atividade em que ocorreu a lesão

  

Jogo fora

15

48,38

%

Jogo em casa

7

22,58

%

Treinamento fisico

1

3,22

%

Aquecimento

2

6,45

%

Treinamento

8

25,8

%

 

Figura 8. Atividade em que ocorreu a lesão

    Observamos na figura 9 que o salto foi a atividade em que teve mais lesões com 34,48%, não muito longe a descida do salto teve 27,58%, logo após veio a corrida com 20,68%, outros com 13,79% e por ultimo parado com 3,44% (tabela 9, figura 9).

Tabela 9. Atividade no momento da lesão

Atividade no momento da lesão

  

Correndo

6

20,68

%

Saltando

10

34,48

%

Descida do salto

8

27,58

%

Parado

1

3,44

%

Outros

4

13,79

%

 

Figura 9. Atividade no momento da lesão

    Observamos na figura 10 que o lado direito foi o que teve maior índice de lesão com 51,61% e o esquerdo teve 48,38% de lesões, entre os atletas da pesquisa (tabela 10, figura 10).

Tabela 10. Lado envolvido na lesão

Lado envolvido na lesão

  

Direito

16

51,61

%

Esquerdo

15

48,38

%

 

Figura 10. Lado envolvido na lesão

    Entre os atletas que participaram da pesquisa podemos observar na figura 11 que 65,38% fizeram as sessões da fisioterapia e 34,61% não tiveram tratamento fisioterapêutico (tabela 11, figura11).

Tabela 11. Após a lesão fez fisioterapia

Após a lesão fez fisioterapia

Sim

9

34,61

%

Não

17

65,38

%

 

Figura 11. Após a lesão fez fisioterapia

    O resultado que está expressado na figura 12 com base no índice de satisfação com aqueles que fizeram a fisioterapia foi de 80% satisfatório e de 10% para indiferente e ineficaz respectivamnete (tabela 12, figura12).

Tabela 12. Qual o resultado da fisioterapia

Qual o resultado da fisioterapia

Satisfatorio

8

80

%

Indiferente

1

10

%

Ineficaz

1

10

%

 

Figura 12. Qual o resultado da fisioterapia

    Na figura 13 obteve-se como resultado diante dos entrevistados que 70,83% tiveram auxílio do clube no tratamento das lesões devido a prática de handebol e 29,16% não tiveram nenhuma forma de ajuda no momento em que se encontravam lesionados (tabela 13, figura 13).

Tabela 13. Teve auxilio do clube no tratamento

Teve auxilio do clube no tratamento

Sim

17

70,83

%

Não

7

29,16

%

 

Figura 13. Teve auxilio do clube no tratamento

    Observa-se na figura 14 que entre os entrevistados 70% tiveram como auxilio no tratamento da lesão a dispensa, 10% tiveram auxilio financeiro e 20% outras formas de auxilio (tabela 14, figura 14).

Tabela 14. Qual o tipo de auxilio

Qual foi esse tipo de auxilio

  

Dispensa

14

70

%

Financeiro

2

10

%

Outros

4

20

%

 

Figura 14. Qual o tipo de auxilio

Discussão

    Segundo a minha experiência na área o presente estudo com 96,56% de atletas destros e apenas 3,44% de canhotos veio para confirmar a dificuldade em encontrar atletas para jogar nas posições da zona direita do handebol ou para adaptar atletas destros a desenvolver o papel de um canhoto dentro de quadra, com isso a ponta sendo uma posição que desempenha uma atividade de altíssima instabilidade com intensos e repetidos saltos de grande amplitude, o que para Silva et al. (2010) e Constante et al. (2005) é o que leva a essa posição ter um alto índice de lesões o que foi confirmado pelo presente trabalho com 31,03 % de lesões foram de atletas que jogam na pontas esse numero sendo aumento com a improvisação de destros na posição de canhotos que são raros não só no handebol mas em qualquer modalidade esportiva o canhoto já tem seu lugar assegurado por logicamente desempenharem a sua função melhor do que qualquer destro bem treinado.

    O presente estudo mostra que o tempo de prática esportiva não é um fator predisponente de lesões, pois foi encontrado uma variedade grande de idades no handebol de foprma aleatória com o índice de lesão o que de acordo com Glaner (1999) o perfil morfológico dos atletas que pode influenciar no índice de lesões.

    Para Constante et al. (2005) as lesões mais prevalentes foram as entorses de tornozelo sendo a estrutura mais acometida com 38,4% dentre todas as equipes entrevistadas. Para Moreira et al. (2003) as entorses de tornozelo foram as lesões de diagnostico mais freqüente levando a um total de 21,8%. No estudo realizado por Souza et al. (2004) as entorses de tornozelo tiveram um total de 27,3% sendo bastante freqüentes. O estudo realizado por Silva et al. (2007) as entorses foi a lesão mais comum sendo mais representativa na região do tornozelo com 33%. Para Rose et al. (2006) em seu estudo a região mais lesionada foi o tornozelo tendo como lesão mais freqüente a entorse com 54,7%

    Dentre os cinco estudos Silva et al. (2007), Rose et al. (2006), Souza et al. (2004), Moreira et al. (2003) e Constante et al. (2005), mostraram relação com os resultados encontrados no trabalho, com maior prevalência em numero de lesões a entorse de tornozelo

    Para Glaner (1999) o atleta que possui características morfológicas avantajada supera os valores médios correspondentes a sua posição elevando seu desempenho e consequentemente minimizando os riscos de intercorrências durante a sua atividade esportiva.

    Para Rose et al. (2006) em seu estudo dentre as lesões 10 foram fraturas 7 foram tendinites e 6 foram rupturas ligamentares, confrontando com o presente trabalho que 10 foram as entorses 9 luxações e 8 contusões musculares e foi só uma fratura.

    O estudo realizado por Silva et al. (2007) teve 47,3% das lesões com contato direto com outro atleta e 46,2% sem contato nenhum confrontando com o presente trabalho que foram 30,3% das lesões por trauma direto e só 6,06% por trauma indireto o que leva a conclusão que os jogos daqui são mais “pegados” devido a ter mais lesões provocadas pelo contato de um atleta com o outro, vindo a reafirmar que as lesões ocorreram no momento do salto sendo somado seus 62,06% em sua subbida ou descida do salto vindo de um contato possível contato direto ou de uma aterrissagem não muito feliz sendo o reflexo das entorses de tornozelo. Além disso, as lesões foram predominantes fora de casa em quadras com piso desconhecido com 48,38 % o que leva a conclusão que realmente o piso é um dos fatores que influenciam consideravelmente nos números estatísticos das lesões em quadras.

    De acordo com o estudo a fisioterapia não foi muito acionada entre os atletas participantes da pesquisa com só 65,38% não devido a gravidade da lesão mas eu acredito que esse fato está ligado a fatores culturais pois após a lesão 70,83% dos atletas tiveram auxilio do clube mas esse auxilio para os atletas que tiveram lesões em 70% dos casos foi a dispensa da atividade esportiva não se preocupando com o tipo de tratamento que seria feito naquele atleta mas quando houve uma intervenção fisioterapêutica o índice de satisfação chegou aos seus 80% o que nos mostra o caminho a seguir com um markenting pesado para a massificação da fisioterapia esportiva diante deste publico mostrando o custo benefício de uma abordagem fisioterapêutica em cada equipe não só visando o tratamento de lesões mas a atividade preventiva desempenhada pelo fisioterapeuta minimizando o índice de lesão pois hoje está bem claro que é muito melhor e mais barato fazer um tratamento preventivo do que perder um atleta por patologias instaladas devido ao gasto no tratamento e pela ausência desse atleta em quadra.

Conclusão

    O handebol é um esporte de muito contato físico, a própria atividade desenvolvida no handebol com saltos, mudanças de direções entre outras e com todas associadas a um nível de força alto de curta intensidade o propicia com um alto índice de lesões.

    O presente estudo chegou à conclusão que a entorse de tornozelo tem caráter predominante dentre os atletas entrevistados nesta pesquisa devido a própria dinâmica do esporte e o atleta que joga na ponta foi o que teve o índice mais alto de lesões devido a característica de sua posição que é desprivilegiada o que obriga a este atleta a prática de saltos com muita instabilidade durante o arremesso o que se torna freqüente a sua queda.

    A atividade no momento da lesão foi mais freqüente no presente estudo mostrando que ocorreu no momento do salto e em contato direto com outro adversário sendo somado ao fato de ser no jogo o que naturalmente exige um estresse físico maior sendo mais relevante em jogos fora de casa com piso desconhecido fator relevante para o numero de lesões.

    Com base nesta pesquisa sugiro que outros trabalhos devam ser desenvolvidos nas equipes de handebol com a análise do perfil de cada uma atuando no tratamento curativo das lesões e buscando uma visão preventiva analisando o ambiente de treinamento o condicionamento físico entre outros.

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