Desempenho motor de crianças eutróficas entre 7 e 8 anos de idade Rendimiento motor de niños normales de 7 y 8 años de edad Motor performance of normal children of 7 and 8 years old
	*Especialista em Ciências do Treinamento Desportivo Acadêmico do programa de pós-graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Estadual de Santa Catarina, UDESC **Especialista em Fisiologia do Exercício de Treinamento Desportivo Acadêmico do programa de pós-graduação em Ciências do Movimento Humano da UDESC ***PhD. em Desenvolvimento Motor Professor do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, CEFID, UDESC	Marcelo Gonçalves Duarte* Glauber Carvalho Nobre** Ruy Jornada Krebs*** duartemg83@gmail.com (Brasil)
	Resumo           O objetivo do estudo foi identificar o desempenho motor de crianças eutróficas entre 7 e 8 anos. Fizeram parte do grupo do estudo, 50 crianças identificas com o estado nutricional de eutrofia e com idade entre 7 e 8 anos de idade, sendo, 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino. Para a avaliação do desempenho motor foi utilizado o Test of Gross Motor Development – Second Edition (TGMD-2). Para á analise descritiva das medidas de tendência central e dispersões dos dados foram utilizadas medianas e intervalos interquartílicos. Os escores mais elevados do grupo foram obtidos na corrida (mediana=8) e na passada (mediana=6). Os piores resultados foram apresentados no salto com um pé (mediana=8) e galopar e salto horizontal ambas com mediana=6. Fica evidente que o desempenho motor apresentado pelos participantes encontra-se dentro do esperado, principalmente por se tratar de crianças que deveriam estar no final da fase do movimento fundamental.           Unitermos: Desempenho motor. Crianças. Eutrofia.   Abstract           The study was to identify the motor performance of normal children between 7 and 8 years. The group of the study, 50 children identified with the status of normal weight and aged between 7 and 8 years old, being 25 males and 25 females. For the evaluation of motor performance was used the Test of Gross Motor Development - Second Edition (TGMD-2). For the descriptive analysis of the measures of central tendency and dispersion data were used medians and interquartile intervals. The higher scores of the group were obtained in the race (median = 8) and week (median = 6). The worst results were presented at the jump with one foot (median = 8) and gallop and jump with both horizontal median = 6. It is evident that the motor performance presented by the participants is as expected, mainly because it is children who should be in the final phase of the fundamental movement.           Keywords: Motor performance. Children. Normal children.
	http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010

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Introdução

    Presentemente, estudos realizados buscando investigar o desenvolvimento motor, mais especificamente o desempenho de habilidades fundamentais principalmente em crianças na primeira infância (LEITE, 2002; VALENTINI, 2002; PAIM, 2003; RAPOSO, CARVALHAL, 2005; ZIVIANI E HANSEN, 2009). O termo desempenho motor, segundo Gallahue e Ozmun (2005), é considerado como o nível de desempenho atual de um indivíduo, influenciado por fatores como movimento, velocidade, agilidade, equilíbrio, coordenação e força. Guedes e Guedes (1997) referem-se que tem verificado por meio de testes, e via de regra, o propósito destes, é o de obter informações qualitativas e quantitativas que possam propiciar comparações entre e intra-indivíduos, na tentativa de identificar o comportamento relacionado ao aspecto motor. Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma tarefa motora, que é conduzida em um meio ambiente que procura simular situações que possam solicitar predominantemente determinada capacidade ou habilidade motora (GUEDES E GUEDES, 1997). Sendo assim, uma variedade de baterias de testes tem sido formulada em todo mundo, objetivando verificar o nível de desempenho de habilidades motoras e de aptidão física, principalmente em crianças e jovens (CAHPER FITNESS, 1980; AAHPERD, 1988; CONSELHO DE EUROPA, 1990; MABC, HENDERSON E SUGDEN, 1992; PDMS-2, FOLIO E FEWELL, 2000; ULRICH, 2000; PROESP-BR, 2007).

    Outro ponto relevante que acaba influenciando os estudiosos a utilizarem estas baterias como instrumento de medida, é o alto nível de fidedignidade encontrado através dos testes estatísticos realizados. A sugestão por parte de professores de educação física, para a reformulação de alguns testes específicos, bem como a inclusão de outros, também tem contribuído para elevar a validade destas baterias, a ponto de serem re-editadas novas versões com as modificações sugeridas (WIART E DARRAH, 2001; ULRICH, 2005). Para tanto o estudo tem por objetivo, identificar os escores obtidos nos testes de desempenho motor de crianças eutróficas entre 7 e 8 anos.

Metodologia

Participantes

    Fizeram parte do estudo as crianças que foram identificadas com estado nutricional de eutrofia, e possuíam os termos de consentimento e autorização para a participação na pesquisa devidamente assinados pelos responsáveis. Deste modo fizeram parte do grupo do estudo, 50 crianças identificas com o estado nutricional de eutrofia e com idade entre 7 e 8 anos de idade, sendo, 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino.

Instrumentos de coleta de dados

    O calculo do estado nutricional foi realizado através dos dados da massa corporal e estatura dos participantes do estudo, adequados para a idade cronológica. Foram utilizadas como critério de referência as curvas da Organização Mundial da saúde (2007). Para a avaliação do desempenho motor foi utilizado o Test of Gross Motor Development – Second Edition (TGMD-2), desenvolvido por Dale Ulrich (2000). O TGMD 2 é um teste adequado para a faixa etária dos 3 aos 10 anos de idade e consiste numa avaliação normativa das habilidades motoras. Para á analise descritiva das medidas de tendência central e dispersões dos dados foram utilizadas medianas e intervalos interquartílicos.

Resultados e discussão

    A tabela 1 apresenta os escores brutos de cada habilidade no TGMD-2, assim como as medianas e os intervalos interquartílicos dos participantes do estudo.

Tabela 1. Escores brutos mínimos, máximos, medianas e intervalo interquartílico dos participantes em cada habilidade do TGMD-2

Habilidades	Emat*	Emiat**	Emaat***	Mediana	Intervalo interquartílico
Correr	8	6	8	8	(8-8)
Galopar	8	2	8	6	(6-6)
Salt c/ 1 pé	10	0	10	8	(6,75-8)
Passada	6	5	6	6	(6-6)
Salt Horiz.	8	3	8	6	(6-6)
Corrida Lateral	8	4	8	7	(6-7)
Rebater	10	2	10	9	(8-10)
Quicar	8	0	8	7	(5-8)
Receber	6	0	6	4	(2-5)
Chutar	8	7	8	8	(8-8)
Arr. p/ cima	8	2	8	6	(5-7)
Arr p/ baixo	8	2	8	6	(5-6)

* Emat: máximo de pontos possível de ser atingido no TGMD-2

** Emiat: mínimo de pontos atingido pelos participantes nas habilidades

*** Emaat: máximo de pontos atingido pelos participantes nas habilidades

    Ao observar os resultados descritos na tabela 1, analisando isoladamente o subteste de locomoção, os escores brutos mais elevados do grupo foram obtidos na corrida (mediana=8, com pontuação máxima de oito pontos) e na passada (mediana=6 com pontuação máxima de seis pontos). Os piores resultados foram apresentados no salto com um pé (mediana=8 para pontuação máxima dez) e galopar e salto horizontal ambas com mediana=6 para pontuação máxima de oito. Portanto analisando as maiores dificuldades apresentadas ao saltar com um pé, os critérios motores que menos apareceram no movimento das crianças foram à ação pendular da perna de não-suporte com a intenção de produzir força, assim como a ação dos braços, comprometendo o desempenho. Ao analisar isoladamente as habilidades do subteste de controle de objeto, que na habilidade de chutar obtiveram o melhor escore (mediana=8 para pontuação máxima de oito pontos), o pior escore encontrado foi na habilidade de receber (mediana=4 para pontuação máxima de seis pontos). Porem os escores de arremesso por cima e por baixo também apresentou valores baixos (mediana=6 ambos para pontuação máxima de oito pontos). Além do receber, a habilidades de quicar apresentaram três crianças que zeraram os escores. Os resultados corroboram alguns dos estudos anteriormente publicados, como os de Ferraz (1992), Copetti (1993), Marques (1996), Surdi e Krebs (1999) e Valentini (2002), que vêm encontrando níveis de desempenho inferiores aos esperados.

    Entretanto, resultados semelhantes ao deste estudo, foram achados por Goodway, Crowe e Ward (2003), onde saltar com um pé, também foi a habilidade que teve uma média maior no escore bruto depois de realizada uma intervenção motora, esta avaliação realizada após o período de implementação do programa de intervenção motora. No entanto, Goodway, Crowe e Ward (2003) no mesmo estudo encontraram que as crianças obtiveram uma média de escore alto na habilidade de galopar, diferentemente do referente estudo realizado.

Conclusão

    Depois de realizadas as análises dos resultados, pôde-se apontar algumas conclusões: Fica evidente que o desempenho motor apresentado pelos participantes encontra-se dentro do esperado, principalmente por se tratar de crianças que deveriam estar no final da fase do movimento fundamental (estágio maduro) e iniciando a fase especializada das habilidades motoras, mais especificadamente no estágio de transição. Entretanto, algumas habilidades como correr e chutar apresentaram melhor desempenho em relação a outras habilidades como salto horizontal, galope, salto com um pé, entre outros, o que pode evidenciar uma tendência no contexto destas crianças que favoreça o mais o desenvolvimento de umas habilidades em detrimentos de outras.

    Quando se trata de crianças, o movimento é uma das principais formas de comunicação, de expressão e de interação. Desde muito cedo, o movimento permite a exploração do meio onde a criança está inserida. Infelizmente o movimento não é prioridade em muitas instituições de ensino. Cabe salientar que no processo de desenvolvimento, a criança deve ser estimulada num máximo de oportunidades motoras para potencialidades em seus níveis mais altos. Portanto, o professor deverá trabalhar sempre de acordo com o estagio de desenvolvimento motor das crianças, procurando a melhor qualidade de controle do movimento, priorizando em seu planejamento estratégias e procedimentos motivacionais que atendam as necessidades das crianças, com vista um processo de aprendizagem que proporcione um desenvolvimento global.

Referencias

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• MARQUES, I. Arremessar ao alvo e á distancia: Uma analise de desenvolvimento em função do objetivo da tarefa. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo, v.10, n.2,p.122-138, 1996.

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• PAIM, M. C. C. Desenvolvimento motor de crianças pré-escolares entre 5 a 6 anos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v.8, n.58, março. 2003. http://www.efdeportes.com/efd58/5anos.htm

• PROESP-BR. Apostila do Projeto Esporte Brasil. Ministério dos Esportes, 2007.

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• ULRICH , D.A. Test of gross motor development – second edition: examiner´s manual. Austin, Texas: Pro. Ed, 2000.

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