efdeportes.com

Nível de atividade física habitual de universitários

Nível de actividad física usual de universitarios

 

Licenciado em Educação Física pela

Universidade Estadual Do Sudoeste da Bahia

Técnico Nível Superior da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento

SNEAR - Ministério do Esporte

Wagner Barbosa Matias

wagneruesb@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O Nível de Atividade Física Habitual (NAFH) têm sido amplamente utilizado como um indicador de risco para o surgimento de diversas doenças ligadas ao modo de vida pós-moderno. Objetivo: Determinar o perfil de universitários em relação ao NAFH, analisando possíveis diferenças entre os sexos. Metodologia: A amostra selecionada por conveniência constituiu de 250 universitários da UESB – Campus de Jequié (Média ± DP: 22,4 ± 3,7 anos de idade, 169 ± 0,09cm de estatura e 63,0 ± 11,8 kg de Massa Corporal Total), sendo 50,6% mulheres e 49,4% homens. Foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta. Para a análise dos dados foram utilizados os procedimentos da estatística descritiva (média, desvio padrão, freqüência e percentagem). Resultados: observou-se que 24,38% dos homens e 34,63% das mulheres foram classificados como Sedentários ou Insuficientemente ativos, ou seja, abaixo do padrão recomendado de atividade física. Conclusão: Os homens apresentaram-se mais ativos em relação às mulheres. Vale destacar o alto percentual de sujeitos classificados como Sedentários e/ou Insuficientemente ativos, o que demonstra a importância do incremento de atividades físicas para estes indivíduos.

          Unitermos: Estilo de vida. Saúde. Atividade física.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010

1 / 1

Introdução

    Percebe-se nos últimos anos que a sociedade passou por uma série de modificações, advindas do avanço tecnológico substituindo o trabalho humano por máquinas, sacrificando algumas formas de movimento do homem, causando assim, uma diminuição no gasto energético das atividades do cotidiano dos indivíduos.

    Pitanga (2004) confirma que na contemporaneidade está ocorrendo uma redução na morbidade e mortalidade por doenças infecciosas, sendo segundo ele, fruto dos benefícios da revolução tecnológica, mas essa transformação tem levado a um estilo de vida menos ativo, ou seja, as pessoas estão com maior risco para terem doenças crônico-degenerativas devido os comportamentos assumidos com a nova era industrial.

    Concomitantemente com isso, percebe-se atualmente nas pessoas um interesse maior pelas atividades físico-esportivas nos momentos de lazer. Vê-se uma crescente mobilização da comunidade em busca de espaços livres (parques, ruas, avenidas...) para a prática de atividades físicas.

    A prática de atividade física constitui um comportamento fundamental para a melhoria da saúde em qualquer faixa etária, indivíduos fisicamente ativos tendem a apresentar menos mortalidade e morbidade pelas doenças degenerativas (SILVA apud CDC,1996).

    A atividade física pode ser diferenciada de exercício físico definindo-se a primeira mais como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior que os níveis de repouso (CASPERSEN et al apud GUISELINI, 2004), e exercícios como uma subcategoria atividade física-repetitiva, planejada e estruturada, que tem como objetivo a manutenção e melhoria de um ou mais componentes da aptidão física (CASPERSEN et al apud FECHIO,199/). Neste trabalho estaremos utilizando estes conceitos indistintamente.

Metodologia

  • Tipo de pesquisa: pesquisa de campo, quantitativa, com caráter descritivo de corte transversal. Segundo Oliveira (1997) a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos que ocorrem espontaneamente, na coleta dos dados e no registro das variáveis presumivelmente para posteriores analises. A abordagem quantitativa tem suas bases no positivismo, tendo grane desenvolvimento na escola funcionalista. Parte do principio de que, para estudar o homem e a sociedade, é possível utilizar a mesma metodologia e instrumental das ciências naturais. Um outro aspecto deste estudo é ser descritivo, pois está relacionado com o fato de identificar as variáveis especificas, estas que podem ser entendidas como aquelas que apresentam diferenças, alterações, inconstância, que sejam importantes para explicar características de um problema de comportamento.

  • Amostra: selecionada por conveniência constituiu de 250 universitários da UESB – Campus de Jequié (Média + DP: 22,4 ± 3,7 anos de idade, 169 ± 0,09cm de estatura e 63,0 ± 11,8kg de Massa Corporal Total), sendo 50,6% mulheres e 49,4% homens.

  • Instrumento de coleta de dados O peso e estatura foram medidos com uma balança eletrônica de marca Filizola e com uma fita antropométrica colocada numa parede sem rodapé, obtendo a medida através de um esquadro de madeira. Foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta.

  • Procedimento estatístico: utilizou-se média, desvio padrão e porcentagem.

Resultados e discussão

    A pesquisa desenvolvida com estudantes da UESB/Jequié buscou conhecer o nível de atividade física. O público pesquisado constitui de pessoas que possui uma rotina diária estafante com uma alimentação inadequada, visto que a grande maioria são de outras cidades e com recursos financeiros baixos.

    Utilizou-se para encontrar os dados o Questionário Internacional de Atividade Física(IPAQ-versão6). Ele é validado em todo mundo e possui respostas fidedignas, sendo um instrumento utilizado também para estudos epidemiológicos, pois oferece dados sobre duração da atividade, freqüência, intensidade e tipo de atividade ( MATSUDO et al, 2001).

    A Tabela (abaixo) mostra os dados relativos aos índices de atividade física.

Classificação do Nível de Atividade Física de universitários de ambos os sexos

Variáveis

NAF

Homens (n=123)

Mulheres (n=127)

Homens + mulheres (n=250)

Sedentário

Insuficientemente ativo

Ativo

Muito ativo

7,31%

17,07%

38,21%

37,39%

9,44%

25,19%

52,75%

12,59%

8,40%

21,20%

45,60%

24,80%

    Especificamente neste estudo percebe-se que 30% do total do grupo pesquisado possuem índices baixos de atividade física, o que aumenta os riscos destes indivíduos obterem ou agravarem as doenças DCNT`s. Dividindo o grupo por gênero nota-se que as mulheres possuem níveis piores. Werneck et al (2003) em seu estudo também encontrou resultados semelhantes, nele apenas um terço das mulheres praticava algum tipo de atividade física, enquanto quase 40% dos homens realizavam alguma atividade física no período reservado ao lazer. No estudo de Gomes et al (2001) com uma amostra representativa da população do Município do Rio de Janeiro encontraram que 36,8% dos homens participavam de atividade física, enquanto entre as mulheres o percentual era de apenas 19,3%. Em estudo realizado com funcionários de uma empresa estatal, Oliveira (2000) observou, também, que as mulheres realizavam menos atividade física do que os homens.

    Souza et al (2005) analisando o nível de atividade física de 52 universitários da mesma instituição de ensino superior pesquisada neste estudo. Os resultados indicaram que 45,4% dos indivíduos eram insuficientemente ativos e destes 60% referiram uma condição de saúde negativa.

    A adesão a um estilo de vida ativa é essencial para realizar de forma satisfatória as atividades do dia-a dia, pois diminui os riscos para a saúde e deixa os indivíduos mais predispostos.

Considerações finais

    A prática regular de atividade física aliada a outros hábitos saudáveis é importante para o desenvolvimento das atividades do cotidiano. Por outro lado a inatividade física é um fator que contribui para a elevação do número de casos de obesidade entre os indivíduos. Tal comportamento vem aumentando gradativamente de geração em geração onde jogos eletrônicos, televisão e a internet substituem as brincadeiras nos parques, ruas e praças.

    A atividade física combinada com uma dieta saudável é mais efetiva para redução e manutenção do peso do que ambos separadamente. Os exercícios além de aumentar o metabolismo em repouso auxiliam na preservação da massa magra durante a dieta sendo desta maneira imprescindíveis durante o programa.

    O publico pesquisado foram bastante homogêneos, os homens apresentaram-se mais ativos em relação às mulheres. Vale destacar também o alto percentual de sujeitos classificados como Sedentários e/ou Insuficientemente ativos, o que demonstra a importância do incremento de atividades físicas para estes indivíduos. Sendo assim, sugere-se que a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, instituição pública e preocupada com a melhoria da qualidade de vida de seus estudantes, elabore e execute projetos voltados para a promoção da saúde através da prática regular de atividades físicas.

    Uma das formas de realizar isto é através da construção de projetos contínuos de extensão, onde os estudantes de educação física orientassem as práticas realizadas, sendo assim, também um espaço de troca de conhecimentos.

Referencias bibliográficas

  • GOMES, V. B.; SIQUEIRA, K. S. & SICHIERI, R., 2001. Atividade física em uma amostra probabilística do Município do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, 17:969-976.

  • GUISELINI, Mauro. Aptidão Física, Saúde, Bem-Estar: Fundamentos Teóricos e Exercícios Práticos. São Paulo: Phorte, 2004.

  • MATSUDO, Sandra Mahecha et al. Nível de atividade Física da População do Estado de São Paulo: Analise de acordo com gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. V.10, nº 4, outubro, 2001.

  • OLIVEIRA, C. C. M., 2000. Atividade Física de Lazer e sua Associação com Variáveis Demográficas e Outros Hábitos Relacionados à Saúde em Funcionários de Banco Estatal. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

  • OLIVEIRA, C. C. M., 2000. Atividade Física de Lazer e sua Associação com Variáveis Demográficas e Outros Hábitos Relacionados à Saúde em Funcionários de Banco Estatal. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

  • OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: pioneira, 1997.

  • PITANGA, F.JG. Teste, medidas e avaliações em educação física e esportes. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2004.

  • SILVA, Rosane c. Rosendo da. Malina, Robert M. Nível de Atividade Física em adolescentes do município de Niterói. Cadernos de Saúde Pública, V.16, nº4, 2000.

  • SOUZA, Lucas Matos de et all. Nivel de Atividade Física Habitual e Percepção de Saúde de Universitários da UESB. In. I Simpósio Internacional em avaliação em atividade física e saúde. Anais. Montes Claros-MG, 2005, p.53.

  • WERNECK, Guilherme L. Associação entre fatores sócio-demográficos e prática de atividade física de lazer no Estudo Pró-Saúde. Cadernos de Saúde Pública, v.19 n.4  Rio de Janeiro jul./ago. 2003.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, N° 146, Julio de 2010
© 1997-2010 Derechos reservados