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O profissional de Educação Física e sua atuação com

portadores de necessidades especiais em academias

El profesional de la Educación Física y su intervención con portadores de personas con necesidades en gimnasios

 

* Autor. Licenciado em Educação Física (FAGOC)

Acadêmico do Curso de Bacharelado em Educação Física (FAGOC)

**Orientadora, professora da Faculdade

Governador Ozanan Coelho (FAGOC)

Filipe de Oliveira Fernandes*

Marli das Graças Júlio**

brinqk@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desse estudo foi verificar o nível de conhecimento dos profissionais de Educação Física para atender portadores de necessidades especiais em academias. Foi realizada uma pesquisa com a participação de 13 professores de Educação Física, com idade entre 21 e 29 anos, de academias de nove cidades da Zona da Mata Mineira. Utilizou-se um questionário semiestruturado como instrumento para coleta dos dados. Constatou-se que grande parte dos professores participantes sente-se despreparada para incluir alunos com necessidades especiais em suas aulas nas academias. Este fato pode estar relacionado a uma carga horária reduzida na disciplina específica, ministrada nos cursos de bacharelado em Educação, ou ainda, à necessidade percebida por eles, de buscar conhecimentos na área da educação inclusiva (cursos de capacitação, especializações, etc.). Constatou-se também que os professores acreditam que a participação do aluno com deficiência nas aulas em academias auxiliaria a sua inclusão na sociedade.

          Unitermos: Inclusão. Necessidades especiais. Academias.

 

Abstract

          The aim of this study was to determine the level of knowledge of physical education professionals to meet special needs in academia. A search was conducted with the participation of 13 teachers, aged between 21 and 29 years of academies of nine cities in the Zona da Mata Mineira. We used a semi-structured questionnaire as a tool for data collection. It was found that most participating teachers feel unprepared to include students with special needs in their classes at the academies. This may be related to a reduced workload in specific discipline, taught undergraduate courses in Education, or even the perceived need for them to seek knowledge in the field of inclusive education (training courses, specializations, etc.). It was also found that teachers believe that participation of disabled students in classes at the academies would help their inclusion in society.

          Keywords: Inclusion. Special needs. Academies.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010

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Introdução

    A inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, fato que vem se efetivando desde a década de 50. A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoas com necessidades especiais possam buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (SASSAKI, 1997). No Brasil, só a partir da Constituição da República Federativa de 1988 aumentou o número de estudos voltados para essa área. No campo da educação formal eles começaram a ocorrer, de forma mais sistemática, após a Declaração de Salamanca em 1994 e após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996 (AGUIAR, 2005).

    Nos cursos de graduação em Educação Física, a disciplina Educação Física Adaptada só surgiu como disciplina obrigatória a partir da Resolução 3/87. Porém, vários professores de Educação Física se queixam da falta de capacitação e conhecimento para atuarem com segurança, de forma a promoverem o desenvolvimento integral dessas pessoas com necessidades especiais.

    A integração é a modificação das pessoas com deficiência em relação à sociedade, ou seja, elas devem adaptar-se ao ambiente, o que pressupõe mudanças unilaterais, nas quais as pessoas com deficiência são as únicas a se moldarem à sociedade vigente. Já a inclusão é a modificação da sociedade. Sendo ela adaptada para receber essa nova demanda de alunos, porém, possibilita reflexões bilaterais, pois a sociedade percebe-se como inadequada para atender às necessidades das pessoas com deficiência (MANTOAN, 2003).

    A integração social do deficiente tem sido um tema utilizado com frequência cada vez maior na literatura especializada brasileira, tanto na área da educação especial, como na da capacitação do profissional.

    Nesse sentido Oliveira (2005) afirma que a educação brasileira, ao se esforçar para dar conta do desafio da inclusão, na qual é imposta, vem propondo formas educacionais alternativas para a concretização da igualdade. E é dessa forma que a presença dos alunos com deficiência em academias contribui para que a mesma se adapte e se prepare, que modifique inclusive a visão em relação ao aluno com deficiência, que o perceba como uma pessoa que tem os mesmos direitos de usufruir da academia como as outras.

    Seguindo a mesma linha de raciocínio, Lopes e Valdes (2003) afirmam que é necessário desencadear estudos que possam contribuir para uma formação complementar especial do professor de Educação Física que este atenda às necessidades de pessoas com deficiências, favorecendo uma inclusão de qualidade. E quando se trata do processo de inclusão, já é um motivo para que a academias se modernizem em prol de uma sociedade na qual não deverá haver espaços para preconceitos, discriminações, barreiras sociais e/ou culturais.

    Nesse sentido, esse estudo objetivou verificar o nível de conhecimento dos profissionais de Educação Física para atender portadores de necessidades especiais em academias.

Metodologia

Amostra

    Participaram deste estudo, compondo a amostra, 13 professores de Educação Física de cidades da Zona da Mata Mineira, de ambos os sexos, que desenvolvem suas atividades profissionais em academias.

Material

    Para a coleta dos dados, foi elaborado um questionário semiestruturado com 12 questões, entre elas, nove fechadas e três abertas.

Procedimentos

    O questionário foi aplicado entre os dias 15 e 19 de setembro de 2009. O primeiro passo para sua aplicação foi solicitar a autorização dos proprietários das academias e explicar aos mesmos os objetivos da pesquisa. Cada professor respondeu o questionário no local de trabalho, com a presença do pesquisador.

Resultados e discussão

    As primeiras quatro perguntas do questionário puderam identificar os participantes desse estudo. Constatou-se que dos 13 professores de Educação Física, com faixa etária entre 21 e 29 anos, sete são do sexo masculino e seis do sexo feminino. Apenas 15,4% deles têm especialização e 84,6% apenas a graduação. A maioria destes profissionais (61,6%) tem mais de cinco anos de experiência profissional, enquanto 38,4% têm menos de cinco anos.

    Ao analisar as respostas sobre o conhecimento dos professores em relação à Educação Especial e/ou Educação Física Adaptada, observou-se que todos os professores tiveram acesso às informações relacionadas ao tema. Tal fato pode ter se dado em decorrência do parecer n.215/87, que ressalta na resolução n.03 de 16 de junho 1987, a determinação de um prazo de até dois anos para as faculdades e universidades estruturarem sua grade curricular, implantando disciplinas voltadas para o desporto e lazer das pessoas com necessidades educacionais especiais.

    As respostas à pergunta seis mostram como os professores adquiriram conhecimento sobre Educação Especial e/ou Educação Física Adaptada. Alguns relataram ter sido somente na graduação (30,7%); outros acrescentaram à graduação, a sua participação em palestras (30,7%); enquanto outros (30,7%) afirmaram ter complementado com leituras independentes. Os demais (7,9%) obtiveram tal conhecimento somente em cursos de extensão (Figura 1).

Figura 1. Como os professores adquiriram conhecimento sobre Educação especial e/ou Educação Física Adaptada

    Percebe-se que os professores adquiriram seus conhecimentos de diversas maneiras, mas sempre apontando a graduação como uma delas. Nesse sentido, também Tardif et al (1991, citados por GONÇALVES, 2002) afirmam que a formação profissional é um processo contínuo que acontece durante toda a vida, mas não se pode negar as informações adquiridas e os conhecimentos produzidos na formação inicial. É no processo de formação inicial, por mais que existam limitações, que o futuro profissional poderá obter os mecanismos básicos para colocar em prática sua profissão.

    Em relação à pergunta sete, que diz respeito à presença de alunos com necessidades especiais nos locais onde trabalham, o resultado mostra que há um número significativo desses alunos. Isso demonstra que essas academias podem cumprir seu papel de inclusão, ou que simplesmente aceitam estes clientes (Figura 2).

Figura 2. Professores que têm alunos com necessidades especiais em suas academias

    Por outro lado, em seu estudo, Meurer e Castro (2008), mostram que o número de pessoas portadoras de deficiência nas academias ainda é reduzido, pois as pessoas com deficiência, de qualquer natureza, tendem a ser menos ativas fisicamente. Diversos fatores podem estar vinculados a esta realidade. Um deles é a trajetória histórica dessas pessoas com deficiência que, desde os primórdios dos tempos foram rejeitadas e inferiorizadas na sociedade. Tal aspecto ainda se faz presente hoje. Também contribui para esse pequeno número, o autoconceito das pessoas com deficiência, especialmente daquelas que apresentam um corpo com características que as diferem de um padrão considerado “normal”.

    Nas respostas à pergunta oito, dos sete professores que na pergunta anterior disseram ter em suas academias alunos com necessidades especiais, 28,4% afirmaram ter alunos apenas com deficiência física; sendo que os demais relataram ter alunos com deficiência física, relacionada à deficiência auditiva (14,3%) e à deficiência mental (42,3%), enquanto 14,3% apontaram a deficiência mental e auditiva (figura 3).

Figura 3. Tipos de deficiência dos alunos freqüentadores de academias

    Quando questionados, na pergunta nove, sobre seus conhecimentos para incluir o aluno deficiente em suas aulas, 53,8% dos professores responderam não ter conhecimento suficiente, enquanto 46,2% afirmaram ser o seu conhecimento suficiente para tal (figura 4).

Figura 4. Conhecimento para incluir um aluno com deficiência em suas aulas

    Observa-se, portanto, que mesmo após a graduação, alguns professores sentem-se despreparados para trabalhar com portadores de necessidades especiais. Diante disso, recorro a Jerônimo (2007), que relata em seu estudo que vários formandos em Educação Física se queixam da falta de capacitação e conhecimento para atuarem com segurança de forma a promoverem o desenvolvimento integral de pessoas com necessidades especiais.

    Seguindo esta mesma linha de raciocínio, com respeito ao despreparo dos profissionais, apresentamos Cruz et al. (2002) relatando que muitos alunos durante o curso de graduação se sentem inseguros e despreparados para trabalhar com pessoas com necessidades especiais. Essa afirmação é, para os autores, usual e equivocada, pois ignora aspectos primordiais da formação do profissional de Educação Física. Para eles, a partir do momento que se assume que o processo de ensino em aulas de Educação Física diz respeito à construção de um espaço que ofereça ao aluno vivências motoras significativas ao seu processo de desenvolvimento, é que se deve considerar a possibilidade, enquanto professores de Educação Física, de intervir na realidade de alunos com necessidades educacionais especiais.

    A pergunta 10 refere-se ao que o professor prioriza em suas aulas para incluir alunos com necessidades especiais. Por se tratar de uma questão aberta, algumas informações foram apontadas pelos entrevistados (Quadro 1):

Quadro 1. Prioridades para a inclusão dos alunos com necessidades especiais nas aulas em academias

Participantes

Justificativas

Professor 1

- Interação do grupo, adaptações da aula, limitações do aluno e aulas criativas.

Professor 2

- A interação do aluno deficiente, respeitando suas capacidades.

- Execução dos exercícios como forma de experiência de vida.

Professor 3

- A participação em todas as atividades (adaptando-as às deficiências).

Professor 4

- O convívio social com outros alunos.

Professor 5

- A interação e com isso tornando um ambiente favorável a sua aprendizagem, educando os outros alunos a fazerem parte deste processo.

Fonte: Dados da pesquisa

    As colocações apresentadas apontam características presentes em estudos como o de Mantoan (2008, p.13):

    ‘Ensinar a todos é reconhecer o outro em sua inteligência e valorizá-lo, de acordo com seus saberes e com a sua identidade sócio-cultural’. Sem estabelecer uma referência, mas investindo nas diferenças e na riqueza de um ambiente que confronta significados, desejos, experiências, o professor deve garantir a liberdade e a diversidade das opiniões dos alunos e, nesse sentido, ele é obrigado a abandonar crenças e comportamentos que negam ao aluno a possibilidade de aprender a partir do que sabe e chegar até onde é capaz de progredir’.

    Em relação à participação do aluno com deficiência em aulas na academia, foi questionado se essas aulas auxiliariam sua inclusão na sociedade. Todos os professores responderam afirmativamente. Foi também solicitado que os professores justificassem suas respostas. Tais justificativas estão apresentadas no quadro 2:

Quadro 2. Participação de alunos deficientes em aulas em academia, auxiliando sua inclusão na sociedade

Participantes

Justificativas

Professor 1

- Para que melhore sua autoconfiança, bem como conscientizar os outros clientes ditos como “normais” que pessoas com deficiência são iguais as que não têm.

Professor 2

- Para que se tornem mais independentes e que melhorem a autoestima.

Professor 3

- Para que mostrem as outras pessoas, que também são pessoas normais.

Professor 4

- Socializar com outras pessoas conscientizando que também deve e pode estar inserido na vida social, desfrutando das mesmas oportunidades, como qualquer outra pessoa dita como “normal”.

Professor 5

- Um processo adaptado às suas necessidades, para que este indivíduo possa progredir para uma autonomia.

- Sua autoestima seja aumentada e que desenvolva relações interpessoais

Professor 6

- É uma forma de estimular esses alunos a interagir com a sociedade, torná-las pessoas mais independentes.

Professor 7

- Devem-se criar programas em academias e, se preciso for, fazer adaptações para atender aos alunos com Transtornos Globais de desenvolvimentos.

Professor 8

- Sua autoestima seja aumentada e que desenvolva relações interpessoais.

Professor 9

- Para melhorar sua autoestima, sua autoconfiança, e para que as outras pessoas não olhem com indiferença esses deficientes.

Professor 10

- Assim as academias se estruturam em relação aos deficientes, em termos de estrutura física.

Fonte: Dados da pesquisa

    Sobre esse assunto, Maciel (2000) afirma que um aspecto gerador de barreiras entre a pessoa com deficiência e sua participação efetiva na sociedade é o preconceito decorrente da deficiência, especialmente aquela que pode ser vista, no caso, a deficiência física, pois, cada deficiência acaba acarretando um tipo de comportamento e suscitando diferentes formas de reações, preconceitos e inquietações. As deficiências físicas, tais como paralisias, ausência de visão ou de membros, causam imediatamente apreensão mais intensa por terem maior visibilidade.

    Percebeu-se, portanto, que os profissionais de Educação Física que atuam em academias apontam que a participação de alunos com necessidades especiais pode propiciar, não só às pessoas deficientes, mas também aos demais alunos, o desenvolvimento de atitudes constantes de mudanças em relação à deficiência e ao deficiente.

Considerações finais

    Com o presente estudo, pode-se constatar que grande parte dos professores participantes sente-se despreparada para incluir alunos com necessidades especiais em suas aulas nas academias. Este fato pode estar relacionado a uma carga horária reduzida na disciplina especifica, ministrada nos cursos de bacharelado em Educação Física, ou ainda, à necessidade percebida por eles, de buscar conhecimentos na área da educação inclusiva (cursos de capacitação, especializações, etc.).

    Esta situação parece ser uma realidade em vários cursos de graduação, pois provavelmente algumas instituições oferecem tal disciplina para atender à lei que as obriga a implantar disciplinas voltadas para o desporto e lazer de pessoas com deficiência na grade curricular dos cursos de Educação Física.

    Constatou-se também que os professores acreditam que a participação do aluno com deficiência nas aulas em academias auxiliaria a sua inclusão na sociedade.

    Verifica-se, portanto, a necessidade de outras disciplinas que complementem esse conteúdo, para que os futuros profissionais da área possam ter condições de incluir o aluno em suas aulas na academia, que contribua também para a sua inclusão na sociedade.

Referências bibliográficas

  • AGUIAR, J. S.; DUARTE, E. Educação Inclusiva: um estudo na área de educação física. Revista Brasileira de Educação Especial, v.11, n.2, p. 223-240, 2005.

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  • DECLARAÇÃO DE SALAMANCA e Linha de Ações Sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília, DF. CORDE, 1997.

  • GONÇALVES, V. O. Estudo da disciplina educação física adaptada na instituições de ensino superior do Estado de Goiás. Campinas: UNICAMP, 2002. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2002.

  • JERONIMO, E. Percepção dos discentes dos 6º e 7º períodos de educação física, quanto à sua formação para atuar com pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino. Ubá, MG: FAGOC, 2007. 54f. Monografia (Graduação em Educação Física) Faculdade Ubaense Governador Ozanam Coelho, Ubá, MG, 2007.

  • LOPES, A. W. A.; VALDES, M. T. M. A formação dos professores de educação física que atuam com alunos com necessidades educacionais especiais (deficiência auditivia): uma experiência no ensino fundamental na rede pública de ensino de Fortaleza. Disponível em: http://www.marilia.unesp.br/abpee/homepageabpee04_06/artigos_em_pdf/revista9numero2pdf/6lopes_valdes.pdf, Acesso em: 20 de out. 2009.

  • MACIEL; M. R. C. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. São Paulo Perspec. vol.14, n.2. São Paulo, 2000.

  • MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? Editora Moderna. 2003.

  • MANTOAN, M.T.E. Ensinando a turma toda – as diferenças na escola. Disponível em: http://www.bancodaescola.com.br. Acesso em: 20 de out. 2009.

  • MEURER, S. T.; CASTRO, M. R. T. A inserção de pessoas com deficiencia física nas academias da cidade de Santa Maria. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 13 - N° 122 - 2008.

  • OLIVEIRA, F.F. Dialogando sobre educação, educação física e inclusão escolar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. N.51, ago. 2005. http://www.efdeportes.com/efd51/educa.htm

  • SASSAKI, K. R. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

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