Perímetros: comparações e reflexões Perímetros: comparaciones y reflexiones |
|||
*Programa de Pós-Graduação em Educação Física **Graduada em Educação Física Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) |
Roger Lima Scherer* Daniele Fares* Mariana Pereira Vasconcelos** |
|
|
Resumo O presente estudo tem como objetivo identificar alguns protocolos de mensuração de perímetros corporais, além de citar as principais diferenças encontradas na mensuração de cada segmento corporal desses protocolos. Foi realizo uma revisão em documentos publicados com os seguintes protocolos (Australiano, Português, Americano, Canadense e Espanhol) para uma posterior identificação das principais diferenças entre os mesmos, sendo que o protocolo padrão utilizado para identificar estas modificações foi o Australiano (ISAK). Os pontos anatômicos e procedimentos para coleta se assemelham em alguns protocolos, porém divergem em algumas medidas. Desta forma há necessidade de se fazer um estudo aprofundado sobre estas divergências, buscando verificar na prática esta diferença para uma comparação mais eficaz, principalmente nas medidas utilizadas para verificar a prevalência de riscos para saúde. Unitermos: Perímetros. Protocolos. Comparações.
|
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010 |
1 / 1
Introdução
Segundo Martins e Waltortt (2007), a Antropometria hoje em dia é considerada uma rica fonte de informações a respeito do ser humano. Com sua utilização, podemos mensurar as circunferências que são definidas como perímetros. Zonta (2009) menciona que a Antropometria, estudos das medidas comparativas do ser humano, é uma técnica simples e não invasiva que pode mensurar as relações básicas entre o crescimento de diferentes partes do corpo, assim como a interferência no crescimento normal.
Os perímetros corporais (ou circunferências, como alguns autores preferem denominar) podem representar medidas de crescimento, assim como fornecer índices de estado nutricional e níveis de gordura, sendo estas estimativas de forma indireta. A mensuração pode ser utilizada para facilitar o estudo da composição corporal de diferentes faixas etárias.
Heyward e Stolarczyk (2000) corroboram mencionando que as circunferências são afetadas pela massa gorda, massa muscular e tamanho ósseo. McArdle, Katch e Katch (2001) comentam que além de prever o percentual de gordura corporal, as circunferências também podem auxiliar na análise dos padrões da gordura corporal, inclusive durante programas de redução ponderal.
Além de auxiliar no estudo da composição corporal de um indivíduo, os perímetros corporais podem auxiliar na estimativa da densidade corporal de maneira indireta e possuem finalidades comparativas de assimetria corporal, podendo ser utilizados em esportes de rendimento ou amadores.
Pinto et al (2005) comentam que quando avaliado nos primeiros dias de vida, será um bom indicador de crescimento intrauterino, permitindo a compreensão das alterações que ocorrem com o desenvolvimento e crescimento, permitindo acompanhar este crescimento com valores de referência. Todo este monitoramento poderá detectar indivíduos com proporções ou distribuições anormais dos componentes corporais, permitindo uma intervenção prévia para medidas de prevenção secundária.
Esse artigo de revisão tem como objetivo identificar alguns protocolos de mensuração de perímetros corporais, além de citar as principais diferenças encontradas na mensuração de cada segmento corporal desses protocolos.
Metodologia
Esse artigo teve como base de comparação o Protocolo Australiano - International Society of the Advancement of Kinanthropometry – ISAK (Norton e Olds, 2005). A partir deste, foram identificadas cada diferença, em cada segmento mensurado, dos seguintes protocolos: Protocolo Português (Fragoso e Vieira, 2005); Protocolo Espanhol (Ros, 1991); Protocolo Canadense (Macdougall, Wenger e Green, 1995); e o Protocolo Americano (Callaway et al apud Lohman, Roche e Martorell, 1947).
Revisão
Segundo Pinto et al (2007), a antropometria além de permitir a detecção de desvios ou anormalidades no desenvolvimento dos indivíduos, é possível identificar características individuais, no que tange às capacidades e valências físicas, assim como conhecer o grupo avaliado e traçar propostas de evolução ou manutenção das grandezas encontradas. A aplicação sistemática da antropometria ainda pode diminuir a necessidade dos indivíduos de se adaptarem as situações desfavoráveis no ambiente de trabalho, permitindo a redução da tensão músculo-esquelética do corpo.
Segundo Detanico, Arins e Santos (2007), a maioria das modalidades esportivas são praticadas de forma unilateral, acentuando as assimetrias do corpo com o passar do tempo. Com isso, os antropometristas podem auxiliar neste diagnóstico para possibilitar uma melhor preparação nos treinamentos para diminuir ou anular esta assimetria muscular que poderá acarretar em desequilíbrios musculares, afetando negativamente o desenvolvimento postural dos participantes.
Para melhor estudar a antropometria e mensurar os indivíduos, foram criados inúmeros protocolos para a aquisição das medidas. Esses protocolos dependem da população estudada, objetivos, idade, etc. De acordo com McArdle, Katch e Katch (2001), as medidas de circunferências corporais podem prever os padrões de distribuição de gordura corporal através de três perímetros: braço, abdômen e antebraço. Já Heyward e Stolarczyk (2000) afirmam que o somatograma é utilizado para determinar perfil antropométrico, o qual indica o padrão de distribuição de músculos e gordura de um indivíduo. São realizadas então onze medidas de circunferências (ombro, peito, abdômen – umbilical, quadril, coxa – proximal, braço, antebraço, pulso, joelho, panturrilha e tornozelo).
Heyward e Stolarczyk (2000) citam Bray et al (1998), Callaway et al (1998) que comentam que a exatidão e a fidedignidade das medidas antropométricas podem ser prejudicadas pelo equipamento utilizado, habilidade do avaliador (baixo número de medições), fatores do indivíduo (identificação de pontos anatômicos) e a equação de predição selecionada para estimar a composição corporal. Entre alguns autores, houve divergência com relação ao número de medições a serem realizadas em um mesmo local para maior exatidão. Heyward e Stolarczyk (2000) defendem a idéia de realizar no mínimo três medidas em cada local em ordem rotacional. Já Martins e Lopes (2007), acreditam que ao realizar duas medições exatas, a fidedignidade é mantida. Se os valores obtidos diferirem entre si, deverá ser realizada mais uma medida, calculando-se a média aritmética das mesmas.
Resultados
O Protocolo Australiano, que serve de base de comparação, segue as seguintes recomendações:
Perímetro da cabeça
Definição: é uma circunferência obtida no plano horizontal imediatamente acima da glabela (ponto médio entre as duas sobrancelhas)
Método: o observado pode estar na posição bípede ou na posição sentada, com os membros superiores pendentes ao longo do tronco e a cabeça orientada segundo o plano de Frankfurt. O medidor coloca a fita perpendicularmente ao eixo longitudinal da cabeça, no plano horizontal e logo acima da glabela. Ao contrário de todos os outros perímetros esta medida deve ser obtida exercendo uma forte pressão com a fita de forma a comprimir o cabelo. Antes de fazer a leitura o medidor deve verificar se a fita não descaiu e se não existem ganchos, bandoletes ou outros acessórios no cabelo.
Perímetro do pescoço
Definição: A circunferência do pescoço é mensurada imediatamente acima da cartilagem tireóidea (pomo de Adão).
Método: O avaliado deve manter a cabeça no plano de Frankfurt e posicionar-se em pé ou sentada. È fundamental não apertar demasiadamente a fita nessa região, pois os tecidos são compressíveis. A fita é mantida perpendicular ao longo do eixo do pescoço e não precisa necessariamente estar no plano horizontal.
Perímetro torácico (xifoideano)
Definição: é a circunferência obtida ao nível do ponto mesoesternal.
Método: o observado está na posição bípede relaxada com os membros superiores pendentes ao longo do tronco, mas em ligeira abdução. O medidor coloca-se do lado direito do observado que deve elevar os membros superiores até à horizontal, para facilitar a colocação da fita métrica, voltando em seguida a baixá-los até a posição inicial. A fita pode ser ligeiramente reajustada de forma a ficar o mais horizontal possível sem pressionar demasiado a pele. A medida é obtida no fim de uma expiração normal.
Perímetro da cintura
Definição: é a circunferência obtida no plano horizontal e na zona de menores dimensões entre o bordo inferior da grelha costal e a crista ilíaca.
Método: o bordo inferior da grelha costal é facilmente identificado se pedir ao observado para fazer uma flexão lateral do tronco. O observado deve permanecer na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. O medidor coloca-se em frente ao observado e este deve fazer uma ligeira abdução dos membros superiores, de forma a facilitar a colocação da fita métrica, voltando em seguida a baixá-los até à posição inicial. A medida é obtida no fim de uma expiração normal. Esta medida pode ser obtida na meia distância entre o bordo inferior da grelha costal e a crista ilíaca nos casos em que não é visível nenhuma zona mais estreita.
Perímetro do braço sem contracção – pode também ser obtido a meia distância entre o ponto acromial e o olecrâneo
Definição: é a circunferência obtida sobre o ponto mid-acromial-radial, perpendicularmente ao eixo longitudinal do segmento.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Pode pedir-se ao observado para fazer uma ligeira abdução do braço direito de forma a facilitar a colocação da fita.
Perímetro do braço com contração
Definição: é a circunferência obtida na zona de maior volume do músculo bicipital no momento de uma contração isométrica máxima.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o membro superior direito em elevação superior e anterior com o antebraço em supinação e fletido sobre o braço num ângulo entre os 45° e os 90°. O medidor coloca-se do lado de fora e à direita do observado. Pede para este fazer uma ligeira contração braquial de forma a localizar mais facilmente a zona de maior volume do músculo e coloca a fita em torno do segmento. A fita deve ser colocada de forma a que o zero fique na face lateral externa do braço. Finalmente, pede-se ao observado para fazer uma contração máxima. No caso de não se observar nenhuma zona de maior volume do músculo bicipital esta medida poderá ser tirada a nível do ponto mid-acromial-radial.
Perímetro do antebraço
Definição: á a circunferência obtida na zona de maior volume do antebraço distalmente em relação aos epicôndilos umerais.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o membro superior direito em extensão horizontal com o antebraço em supinação. A fita métrica é colocada perpendicularmente ao eixo longitudinal do antebraço e a zona de maior volume deve ser procurada usando os dedos médios para manipular a fita e deslocá-la ao longo do antebraço.
Perímetro do pulso
Definição: é a menor circunferência obtida distalmente em relação ao ponto stylion.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o membro superior direito em extensão horizontal, com o antebraço em supinação e a mão relaxada. A fita métrica é colocada perpendicularmente ao eixo longitudinal do antebraço não devendo exercer uma pressão excessiva sobre os tecidos.
Perímetro da anca ou glúteo
Definição: é a circunferência obtida ao nível do maior volume glúteo. O maior volume glúteo corresponde habitualmente na parte anterior ao nível da sínfese púbica.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede com os pés juntos, os glúteos descontraídos e os braços cruzados sobre o peito ou membro superior direito em abdução horizontal. O medidor deve estar colocado lateralmente em relação ao observado.
Perímetro da coxa ou subglúteo
Definição: é a circunferência obtida 1 cm abaixo da prega glútea.
Método: o observado deve estar na posição bípede relaxada, com os braços pendentes ou cruzados sobre o peito, os membros inferiores ligeiramente afastados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. Para facilitar a medição o observado pode estar em cima de um banco ou caixa antropométrica. O observador posiciona-se lateralmente em relação ao observado e coloca a fita métrica a meio da coxa. Em seguida desloca a fita para cima até atingir o plano correto. Nesta posição devem fazer-se os reajustamentos necessários, para que a fita fique horizontal em relação ao solo e perpendicular ao eixo longitudinal do membro inferior sem fazer muita pressão sobre os tecidos.
Perímetro médio da coxa pode ser obtido na meia distância entre a prega inguinal e o ponto patelar anterior.
Definição: é a circunferência obtida ao nível do ponto mid-trocantérico-tibial lateral.
Método: o observado deve estar na posição bípede relaxado, com os braços pendentes ou cruzados sobre o peito, os membros inferiores ligeiramente afastados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. Para facilitar a medição o observado pode estar em cima de um banco ou caixa antropométrica. O observador posiciona-se lateralmente em relação ao observado e coloca-se a fita ao nível do ponto mid-trocantérico-tibial lateral. Nesta posição devem fazer-se os reajustamentos necessários para que a fita fique horizontal em relação ao solo e perpendicular ao eixo longitudinal do membro inferior sem fazer muita pressão sobre os tecidos.
Perímetro geminal
Definição: é a circunferência obtida na zona de maior volume geminal.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, os membros inferiores ligeiramente afastados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. O observado deve estar de pé em cima de um banco ou caixa antropométrica. O observador posiciona-se lateralmente em relação ao observado e coloca a fita métrica no plano horizontal, perpendicularmente ao eixo longitudinal da perna.
Perímetro do tornozelo
Definição: é a menor circunferência obtida imediatamente acima do ponto shyrion tibial.
Método: o observado deve permanecer na posição bípede, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, os membros inferiores ligeiramente afastados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. O observado deve estar de pé em cima de um banco ou caixa antropométrica. O observador posiciona-se lateralmente em relação ao observado e coloca a fita métrica em torno do tornozelo manipulando-a em seguida para cima e para baixo até encontrar a zona de menor circunferência. A fita métrica é colocada perpendicularmente ao eixo longitudinal da perna não devendo exercer uma pressão excessiva sobre os tecidos.
Analisando todos os protocolos citados, podem-se notar algumas diferenças em alguns segmentos a serem mensurados.
Na mensuração do perímetro da cabeça, não há diferença entre os protocolos australiano, espanhol e português, porém não há descrição desde perímetro no protocolo canadense. No americano, difere-se dos outros em relação à posição que o individuo deve permanecer durante a medição. Em outros protocolos, o avaliado deve permanecer em pé ou sentado. Já no americano, o avaliado deve permanecer em pé, sendo permitido apenas para as crianças permanecerem sentadas. Outra diferença no protocolo americano é que a fita não precisa estar necessariamente no plano de Frankfurt como nos outros.
No pescoço, não há diferença entre os protocolos australiano, espanhol e português e não há descrição desse perímetro no protocolo canadense. Segundo a padronização americana, os autores desse protocolo citam outros meios de medição, como a máxima circunferência do pescoço é aquela um ponto apenas inferior ao da protuberância da cartilagem da tireóide (Anthropology Research Project, 1978). Já Behnke & Wilmore (1969) sugerem a medição máxima do pescoço no nível inferior à laringe.
Na medição do ombro, apenas o protocolo americano faz referência dessa circunferência.
No perímetro torácico, mesoesternal ou peito, não foi identificadas diferenças entre os protocolos português, espanhol, australiano e canadense. No protocolo americano, alguns pesquisadores ainda divergem quanto ao ponto de mensuração. Bailey, (1967); Behnke & Wilmore (1974); De Garay et al., (1974); Osborne & De George (1959); Ross & Marfell-Jones, (1982); Singh & Bhasin, (1968) salientam que o ponto anatômico de mensuração mais freqüente, sobre o aspecto anterior do tórax, é o mamilo, o qual corresponde aproximadamente ao quarto espaço intercostal, enquanto que Oliver (1960) recomenda que a medida seja feita em um nível superior aos mamilos.
Na cintura (espanhol – abdominal 1), não foi encontrada diferença entre os protocolos, porém, no protocolo espanhol e canadense, caso não haja ponto significativo para medir, pode-se realizar uma medida arbitrária neste nível. Callaway et al apud Lohman, Roche e Martorell (1947), comentam que algumas medidas da circunferência da cintura, embora não muito utilizadas, são realizadas ao nível do umbigo, porém este tipo de medida faz com que os valores sejam maiores.
Na região abdominal (espanhol – abdominal 2 / umbilical), o protocolo português realiza a medição, normalmente, na região umbilical. No espanhol, mede-se na circunferência que passa pelo umbigo. No protocolo americano, a fita métrica é colocada no nível de maior extensão anterior do abdômen em um plano horizontal. Nos protocolos australiano e canadense, não há referencia desse perímetro.
No perímetro do braço, existem dois tipos de medição. Com o braço contraído, não há diferença entre os protocolos e apenas o americano não faz referência para esta circunferência. Já com braço sem contração, não há diferenças entre os protocolos mas o americano ressalva que embora ao avaliado devesse permanecer em pé, pode-se realizar também sentado.
Na medição do antebraço, Não há diferença entre os protocolos, porém no espanhol menciona cerca de 7 cm abaixo da cabeça do rádio e no canadense cerca de 6 cm. O mesmo ocorre na medição do punho e dos glúteos, em que não há diferenças entre os protocolos.
No perímetro da coxa (circunferência proximal), não há diferenças entre os protocolos, porém no canadense comenta 1 a 2 cm e não apenas 1 cm como nos demais. Na região média da coxa, não há diferença entre os protocolos, porém não há descrição deste perímetro no protocolo canadense. A mensuração da região distal da coxa é apenas mencionada no protocolo americano.
Na panturrilha, não há diferença entre os protocolos, porém nos protocolos português, australiano e americano mencionam sobre a possibilidade do avaliado estar sobre um banco, mesa ou caixa antropométrica para facilitar a medição e nos protocolos canadense e espanhol mencionam sobre medir várias vezes até encontrar o ponto de maior volume (perímetro máximo).
Por fim, o perímetro do tornozelo não apresenta diferenças entre os protocolos, onde nos protocolos português e australiano mencionam a utilização de banco ou mesa para o avaliado.
Conclusão
As avaliações antropométricas são de grande auxílio para a realização de planejamentos, traçando objetivos específicos de acordo com os resultados. Além disso, podem-se criar perfis de populações específicas, acompanhamentos nutricionais e esportivos, conhecendo melhor cada indivíduo e verificando se os objetivos estão sendo alcançados. É através desse tipo de coleta de dados que se pode analisar a aptidão física de uma pessoa e saber se ele está apto ou não para praticar tal modalidade, saber se seu percentual de gordura ou sua postura está gerando ou não um alto risco para sua saúde.
Mesmo sendo uma técnica simples e não invasiva, a mensuração do perímetro corporal, se realizada de maneira incorreta, pode comprometer os resultados. Bagni, Fialho Júnior e de Barros (2009) mencionam que antropometristas com baixa precisão e exatidão podem subestimar ou superestimar os desvios nutricionais, trazendo sérias conseqüências a níveis individuais ou populacionais. Como exemplo, muitos antropometristas utilizam como indicador para determinar padrão de obesidade o coeficiente entre as medidas de circunferências de cintura e quadril. Deve-se tomar precauções com relação aos valores encontrados, pois se não há conhecimento do indivíduo, o mesmo pode ser analisado de maneira incorreta.
Os pontos anatômicos e procedimentos para coleta se assemelham em alguns protocolos, porém divergem em algumas medidas. Desta forma há necessidade de se fazer um estudo aprofundado sobre estas divergências, buscando verificar na prática esta diferença para uma comparação mais eficaz, principalmente nas medidas utilizadas para verificar a prevalência de riscos para saúde.
Referências
BAGNI, U. V.; FIALHO JÚNIOR, C. C.; BARROS, D. C. Infl uência do erro técnico de medição em antropometria sobre o diagnóstico nutricional. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 34, n. 3, p. 187-200, dez. 2009.
CALLAWAY, Wayne C. et al. Circumferences. In: LOHMAN, Timothy G., ROCHE, Alex F., MARTORELL, Reynaldo. Anthropometric standardization reference manual, United States of America: Abridged, 1947. 40-54 p.
DETANICO, D. ARINS, F. B. dos SANTOS, S. G. Assimetrias de circunferências musculares e de percentual de gordura entre os lados dominante e não-dominante de judocas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 11, N° 105, fevereiro de 2007. http://www.efdeportes.com/efd105/percentual-de-gordura-de-judocas.htm
FRAGOSO, Isabel; VIEIRA, Filomena. Cinantropometria. Lisboa: MH edições, 2005. 13-69 p.
HEYWARD, Vivian H.; STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole, 2000. 243 p.
MACDOUGALL, Duncan; WENGER, Howard, A., GREEN, Howard, J., Evaluación fisiológica del deportista. Barcelona: Editorial Paidotribo, 1995. 301-304 p.
MARTINS, Marcelle de Oliveira; LOPES, Marise, Amorim. Perímetros. In: Petroski, Édio Luiz. Antropometria: técnicas e padronizações, Blumenau: Nova Letra, 2007.57-69 p.
MARTINS, Marcelle de Oliveira; WALTORTT, Luci Carla Bastos. Antropometria: uma revisão histórica. In: Petroski, Édio Luiz. Antropometria: técnicas e padronizações, Blumenau: Nova Letra, 2007.10 p.
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Nutrição: para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 277 p.
NORTON, Kevin,; OLDS, Tim,. . Antropométrica: um livro sobre medidas corporais para o esporte e cursos da área de saúde. Porto Alegre: Artmed, 2005. 398 p.
PINTO, E. et al. Artigo cientifico: Avaliação da Composição Corporal na Criança por Métodos não Invasivos. Arquivos de Medicina 2005;V19 n°1-2.
PINTO, M. V. M. et al. Estudo Correlacional entre medidas de circunferência e percentual de gordura corporal em crianças de 7 a 10 anos de idade. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 12, N° 112, Septiembre de 2007. http://www.efdeportes.com/efd112/medidas-de-circunferencia-e-percentual-de-gordura-corporal-em-criancas.htm
ROS, Esparza. Manual de Cineantropometria. Madrid: Femede, 1991. 60-63 p.
ZONTA, M. B. Crescimento e Antropometria em pacientes com paralisia cerebral hemiplégica. Revista Paulista de Pediatria, 2009; 27(4):416-23.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
revista
digital · Año 15 · N° 145 | Buenos Aires,
Junio de 2010 |