Perfil somatotípico de jogadores de voleibol profissional brasileiros Perfil somatotípico de jugadores de voleibol profesional brasileño |
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*Curso de Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa, UFV **Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, UFV ***Professor Adjunto do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro |
Roberto Andaki Junior* Alynne Andaki** Edmar Lacerda Mendes*** |
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Resumo O objetivo deste estudo foi investigar as características somatotípicas e antropométricas em atletas da elite do voleibol masculino brasileiro. Dezenove atletas (idade: 23,68 ± 3,2 anos; estatura: 1,95 ± 0,07 m, média ± D.P.) participaram do presente estudo. O somatotipo foi avaliado pela metodologia de Heath-Carter com a realização do cálculo de distância de dispersão do somatotipo (DDS). Para a análise dos dados, foi realizado estatística descritiva, One Way ANOVA e o teste post hoc Bonferroni com auxílio do programa SPSS 17.0. O perfil médio somatotípico encontrado nos atletas foi de mesomorfo equilibrado 2.5 (0.6) – 3.8 (0.9) – 2.8 (0.4). Os levantadores apresentaram o somatotipo de 3.5-3.7-3.5; os ponteiros 2.5-3.4-3.7; opostos 2.5-3.7-3.1; centrais 2.2-3.6-3.8 e líberos 2.8-4.3-3.1. Diferença significativa foi observada com relação ao percentual de gordura entre os levantadores e centrais (11,8 ± 2,7; 7,4 ± 1,0, p< 0,05), respectivamente. A DDS foi significativa entre as médias das posições de ponta e líbero (2,75). Estes dados são valiosos para enriquecer o banco internacional de dados antropométricos dos atletas de voleibol masculino. Unitermos: Somatotipo. Elite. Voleibol masculino.
Abstract The aim of this study was to investigate the morphological and anthropometrics characteristics of elite male Brazilian volleyball players. Nineteen athletes (age: 23,68 ± 3,2 years; body height: 1,95 ± 0,07 m, mean ± S.D.) participated in the study. Somatotype were calculated according to Carter and Heath methodology with the somatotype dispersion distance (SDD) analyze. Analyses was carried out by means of descriptive statistics, analyses of variance (one- way ANOVA), and Bonferroni post hoc test with support of SPSS 17.0 software. The average profile somatotype found in athletes was mesomorphic balanced 2.5 (0.6) - 3.8 (0.9) - 2.8 (0.4). The setters showed the somatotype of 3.5-3.7-3.5, setters 2.5-3.4-3.7; opposite 2.5-3.7-3.1, 2.2-3.6-3.8 central and libero 2.8-4.3-3.1.Significant difference was observed regarding the percentage of fat between the setters and central (11.8 ± 2.7, 7.4 ± 1.0, p <0.05), respectively. The DDS was between the means of the hitters positions and libero (2.75). These data are valuable to enrich the international bank of anthropometric data of male athletes of volleyball. Keywords: Somatotype. Male athletes. Elite. Volleyball.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010 |
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Introdução
O voleibol é um dos esportes mais popular do mundo, jogado em quase todas as nações. O voleibol brasileiro pertence à elite mundial, ranqueado entre os primeiros lugares segundo a Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Nesse sentido, muitos times tentam adotar o nosso estilo de jogo com requerimentos fisiológicos específicos dos atletas bem como às rotinas de treino.
Na década atual, os dados científicos produzidos apontam que a identificação das características antropométricas, somatotípicas e morfológicas são determinantes para o sucesso dos atletas de alto nível (1-3). Para o voleibol, o estudo destas variáveis é de extrema importância devido aos objetivos específicos do jogo, das características de cada jogador, determinada pela posição em quadra e função tática, bem como do nível de competição em que cada equipe se encontra (1, 4). A constante evolução que passa o voleibol moderno exige a necessidade de investigação. A alteração da regra pela FIVB em 1998, com o surgimento do líbero, resultou na diminuição do número das funções e do tempo de permanência em quadra de jogo dos jogadores centrais (1).
A literatura atual apresenta grande variedade de estudos que analisaram as características antropométricas, somatotípicas e morfológicas em diferentes modalidades coletivas: basquetebol, voleibol e handebol feminino (1), voleibol juvenil (5, 6), voleibol e basquetebol escolar (3). Entretanto, existe carência de dados descritivos com jogadores de voleibol de elite da América do Sul, particularmente do Brasil. Apenas um trabalho foi encontrado que avaliou jogadores da seleção brasileira nas Olimpíadas de Sidney em 2004 (7).
Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever características antropométricas e somatotípicas por posição em quadra de atletas profissionais do sexo masculino do voleibol brasileiro.
Material e métodos
Amostra
Dezenove jogadores profissionais do sexo masculino que disputaram a Superliga Brasileira de Voleibol em 2008 foram incluídos no presente estudo. Todos os atletas eram da equipe profissional de voleibol, da cidade de Betim/MG e foram avaliados e agrupados por suas posições em quadra, três levantadores, seis meios de rede, três opostos, cinco ponteiros e dois líberos. Foi aplicado um questionário para analisar o número de partidas, anos de treinamento e horas de treino por semana.
Medidas Antropométricas
Estatura (E) e massa corporal (MC) foram avaliadas com precisão de 0,1 cm e 0,1 kg, respectivamente. Dobras cutâneas foram medidas a partir de sete localizações anatômicas (bíceps, tríceps, peitoral, subescapular, suprailíaca, abdominal e perna) com precisão de 0,1 mm2. A circunferência média do braço (cm) foi medida com o braço relaxado, enquanto a circunferência de perna (cm) foi realizada com o atleta sentado numa mesa com as pernas penduradas. Os diâmetros biepicondilar de úmero e fêmur foram medidos com precisão de 0,1 mm (reportado em cm). Todas as variáveis foram medidas no lado direito do corpo seguindo os procedimentos padronizados. Todos os valores reportados em cada localização anatômica foram à média de duas medidas consecutivas contanto que elas não diferissem mais do que 5%; neste caso, o valor da mediana das três tentativas foi usado. Em seguida, o erro técnico da medição (ETM) foi usado para verificar a consistência das medições para cada parâmetro. Todas as medidas de dobras cutâneas foram obtidas em ambiente fechado e aproximadamente no mesmo horário do dia.
Procedimentos
A coleta de dados foi conduzida durante o período competitivo no segundo semestre de 2008 pelo preparador físico da equipe. Para todas as variáveis, o % ETM encontrou os níveis requeridos para intra e inter avaliadores; 0,21% para estatura, 0,42% para o peso corporal, 9,32% para o bíceps, 2,28% para o tríceps, 4,48% para a suprailíaca e 5,58% para a dobra cutânea da perna, 5.34% para diâmetro do fêmur e 9.32% para o diâmetro do úmero, 1,28% para circunferência da perna e 1,32% para circunferência do braço relaxado.
O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da E e MC, enquanto a massa livre de gordura (MLG) foi calculada a partir da MC e da massa gorda. A soma de cinco dobras cutâneas (5DC) (bíceps, tríceps, subescapular, suprailíaca e perna) foi computada como um indicador de gordura corporal. A soma de quatro dobras cutâneas (4DC) (bíceps, tríceps, subescapular, suprailíaca) foi usada para a determinação da densidade corporal. O percentual de gordura corporal (GC%) foi então calculado com a equação de Siri. Os componentes do somatotipo (endomorfia—mesomorfia—ectomorfia) foram calculados de acordo com o método Carter and Heath e processados pelo programa Somatotype 1.1.
Análise estatística
Os dados foram analisados com os softwares SPSS 17.0 e Somatotype 1.1. Os resultados da prova de shapiro-wilk (n < 30) mostraram uma distribuição normal de todas as variáveis tratadas. A estatística descritiva foi utilizada para estabelecer as médias e desvio padrão. A análise de variância (one way ANOVA) com correção de Bonferroni (post hoc - Bonferroni) foi utilizada com a finalidade de determinar o grau de variação entre os grupos estudados. Em todo o estudo se estabeleceu um intervalo de confiança de 95%. A distância de dispersão do somatotipo (DDS) também foi calculada. A DDS permite verificar a distância entre dois somatotipos, sendo estabelecido que a distância seja estatisticamente significativa quando a DDS é >2.
Resultados
A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra. Destacam-se as médias de idade 23,68 ± 3,21 anos, estatura 1,95 ± 0,07 metros, percentual de gordura 9,11 ± 2,22% e o somatotipo do grupo 2.5 (0.6) – 3.8 (0.9) – 2.8 (0.4) assumindo o perfil de mesomorfo equilibrado.
Na Tabela 2 os dados dos atletas são divididos pelo posicionamento em quadra (levantador, ponta, oposto, central e líbero). Nas medidas antropométricas destacam-se os jogadores da posição central, que apresentam as características de estatura, peso, massa muscular média acima dos outros jogadores. O resultado do teste Bonferroni apontou diferença significativa no percentual de gordura entre jogadores da posição central com levantadores (7,4 ± 1,0 e 11,8 ± 2,7, p = 0,044), respectivamente.
Tabela 1. Características antropométricas e somatotípicas da amostra
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n = 19 |
nº de sessões de treino por semana |
10 ± 2 |
nº de jogos na temporada passada |
42 |
nº de semanas de treino por temporada |
44 |
anos de treinamento |
9,15 ± 3,18 |
Idade |
23,68 ± 3,21 |
Estatura |
1,95 ± 0,07 |
Massa corporal |
89,11 ± 8,53 |
IMC |
23,22 ± 1,47 |
∑(7 dobras) |
57,72 ± 10,40 |
Densidade corporal |
1, 078 ± 0,005 |
Massa corporal magra (MCM) (kg) |
81,05 ± 8,28 |
Percentual de gordura (% G) |
9,11 ± 2,22 |
Dobras (mm) |
|
Subescapular |
9,83 ± 1,46 |
Suprailíaca |
8,46 ± 2,78 |
Tricipital |
7,54 ± 3,39 |
Panturrilha |
8,42 ± 2,26 |
Circunferência (cm) |
|
Braço relaxado |
33,71 ± 1,85 |
Panturrilha |
39,10 ± 1,79 |
Diâmetro |
|
Fêmur |
10,29 ± 0,51 |
Úmero |
7,30 ± 0,32 |
Endomorfia |
2,5 ± 0,6 |
Mesomorfia |
3,9 ± 0,9 |
Ectomorfia |
2,8 ± 0,4 |
Valores expressos em média ± Dp; IMC = índice de massa corporal
Tabela 2. Características antropométricas e somatotípicas de acordo com a posição
Medida |
Levantadores |
Ponteiros |
Opostos |
Centrais |
Líberos |
Idade |
23,7 ± 1,5 |
25,2 ± 3,2 |
24,0 ± 3,5 |
23,3 ± 3,4 |
20,5 ± 4,9 |
Estatura (m) |
1,90 ± 0,1 |
1,96 ± 0,3 |
1,95 ± 0,0 |
2,01 ± 0,0 |
1,89 ± 0,1 |
Peso (kg) |
81 ± 7,0 |
89,1 ± 9,2 |
91,0 ± 9,7 |
94,2 ± 6,2 |
83,2 ± 8,1 |
MCM (kg) |
71,8 ± 8,8 |
80,2 ± 7,2 |
83,5 ± 8,0 |
87,1 ± 5,2 |
75,0 ± 6,0 |
IMC |
22,6 ± 0,6 |
23,0 ± 1,7 |
24,0 ± 2,2 |
23,3 ± 1,6 |
23,4 ± 0,4 |
DC |
1,1 ± 0,0 |
1,1 ± 0,0 |
1,1 ± 0,0 |
1,0 ± 0,0 |
1,1 ± 0,0 |
% G |
11,8 ± 2,7 |
9,8 ± 2,3 |
8,2 ± 0,9 |
7,4 ± 1,0a |
9,7 ± 1,6 |
∑(7 dobras) |
70,1 ± 11,3 |
60,3 ± 11,9 |
53,3 ± 3,9 |
50,0 ± 5,2 |
62,5 ± 4,6 |
Endomorfia |
3,5 ± 0,9 |
2,5 ± 0,6 |
2,3 ± 0,6 |
2,2 ± 0,2 |
2,8 ± 0,3 |
Mesomorfia |
3,7 ± 0,5 |
3,4 ± 0,7 |
3,7 ± 0,6 |
3,6 ± 1,3 |
4,3 ± 0,3 |
Ectomorfia |
3,5 ± 0,4 |
3,7 ± 0,7 |
3,1 ± 0,9 |
3,8 ± 0,8 |
3,1 ± 0,2 |
MCM = massa corporal magra; IMC = índice de massa corporal; DC = densidade corporal;
% G = percentual de gordura; a = diferença significativa entre as posições central e levantador p = 0,044
O somatotipo dos jogadores distribuídos de acordo com a posição apresentou-se da seguinte forma: levantadores (3.5-3.7-3.5); ponteiros (2.5-3.4-3.7); opostos (2.5-3.7-3.1); centrais (2.2-3.6-3.8) e líberos (2.8-4.3-3.1).
A distância de dispersão do somatotipo da média de cada posição em relação ao ponto médio do grupo não foi significativa. Já a comparação entre as médias das posições ponta e líbero apresentou distância significativa (DDS= 2,75).
A Figura 1A apresenta a distribuição de todos os jogadores avaliados. A Figura 1B apresenta o perfil médio das posições. Os levantadores apresentam o perfil somatotípico central; os ponteiros – mesoectomorfo; opostos - mesomorfo ectomorfíco; centrais - mesoectomorfo e líberos - mesomorfos equilibrado. A média do somatotipo da equipe foi mesomorfos equilibrado.
Discussão
A estatura é fator antropométrico determinante para a seleção de um bom jogador de vôlei (1). As características gerais da amostra apresentaram uma média de estatura (1,95 ± 0,07 m) e massa corporal (89,11± 8,53 kg). Dados que se aproximam aos encontrados no estudo de Zary et al (7) com os jogadores da seleção brasileira que participaram da Olimpíada de Sidney (1,94 ± 0,06 m) de estatura e (86,83 ± 5,59 kg) de massa corporal. Estes dados nos mostram uma padronização na estatura e peso corporal dos jogadores brasileiros.
Em relação ao percentual de gordura, a diferença significativa encontrada entre os jogadores centrais e levantadores pode ser explicada pelo nível de exigência em quadra. Ficou evidente no presente estudo que apesar dos jogadores centrais terem reduzidas as atividades desempenhadas em quadra,o que se deu após a alteração da regra com a inclusão do líbero, existe a necessidade destes atletas serem altos, fortes e com baixo percentual de gordura.
As características somatotípicas do grupo avaliado pelo presente estudo [2,5 (0,5) – 4 (1) – 3 (0,5)] assumiram o perfil mesomorfo equilibrado. Dados semelhantes foram apresentados por Zary et al (7) [2.5 (0.5) – 4 (1) - 2.5 (1)]. No entanto, um estudo com jogadores da liga A1 italiana em 2001 demonstrou resultados diferentes aos nossos [2(0.5) – 4(1) - 3.5(1)] com perfil mesomorfo ectomórfico (4). Tais diferenças podem ser atribuídas à evolução das demandas de jogo. Existe a necessidade de outros estudos envolvendo jogadores profissionais em outras partes do mundo com a finalidade de traçar o perfil somatotípico ideal a cada posição em quadra.
Foi observado equilíbrio no perfil somatotípico dos levantadores 3.5-3.7-3.5 com classificação central. Em contrapartida, Zary et al (7) e Gualdi-Russo e Zaccagni (4) apresentaram os valores (3.4-4.5-2.5) mesomorfo endomórfico e (2.4-4.5-2.8) mesomorfo equilibrado, respectivamente. Podemos notar a diferença no perfil ectomorfico, pois a estatura dos levantadores atualmente tem sido valorizada pelas equipes, contrapondo o pensamento de Malousares et al (8).
Os jogadores ponteiros apresentaram o perfil médio de 2.5-3.4-3.7 classificados como mesoectomorfo, indicando que os componentes de muscularidade e magreza estão se equilibrando. Em oposição, Zary et al (7) (1.8-4.8-3.2) e Gualdi-Russo e Zaccagni (4) (2.4-4.5-2.8) obtiveram a mesomorfia como característica dominante. Os ponteiros são jogadores que têm a competência técnica combinada em receber a bola e sucessivamente atacar na rede. Existe uma forte tendência no voleibol moderno para estes jogadores apresentarem estatura superior a 2 metros além de se destacarem por serem os mais habilidosos.
Os jogadores opostos são os principais atacantes da equipe, eles têm como característica o bom ataque e bloqueio. Com esta função a muscularidade e a estatura são as características importantes que podem ser refletidas no perfil somatotípico mesomorfo ectomorfico (2.5-3.7-3.1). Perfil este que se aproxima aos dos jogadores da liga italiana no estudo de Gualdi-Russo e Zaccagni (2.2-4.3-3.1) (4) e se afasta aos dos jogadores da seleção brasileira encontrados por Zary et al (7) (2004) (2.5-5-2.5).
Os centrais como os ponteiros apresentaram o perfil mesoectomorfo (2.2-3.6-3.8). Quando comparamos os estudos encontrados, de uma forma cronológica, podemos notar aproximação no perfil dos centrais com o estudo Zary et al (7) (2.5-3-3.5) em 2004 e um distanciamento do perfil encontrado Gualdi-Russo e Zaccagni (2.0-4.0-3.5) (4) em 2001. O que nos indica uma evolução no perfil somatotípico dos jogadores dessa posição valorizando a ectomorfia.
O jogador da posição de líbero tem um perfil diferenciado das outras porque não tem a característica de estatura como exigência. Uma vez que o seu papel durante o jogo é defender seu campo jogando junto ao solo, ele precisa ter boas habilidades técnicas, noções de espaço e reação (8). Demandas que talvez explique a distância significativa entre o somatotipo dos jogadores da posição de ponta e líbero. Um desenvolvido sistema muscular pode ser indicado pela mesomorfia dominante apresentado pela amostra com perfil mesomorfo equilibrado (2.8-4.3-3.1) e pelo outro estudo de Zary et al (7) (3.1-4.1-2.6).
Em síntese, os resultados deste estudo mostraram que as características somatotípicas de uma equipe de voleibol profissional brasileira foram similares os da equipe nacional. O perfil médio somatotípico encontrado foi o endomorfo equilibrado. Diferenças significativas foram encontradas entre os jogadores das diferentes posições, que são interpretados pelas suas diferentes funções e demandas durante um jogo voleibol. Os jogadores da posição de centrais foram mais fortes em comparação aos da posição de levantador, diferença encontrada entre os dois grupos no percentual de gordura. A distância de dispersão dos somatotipos médios foi significativa entre a posição de ponta e líbero nos indicando uma diferenciação entre os jogadores destas posições. Os jogadores da posição de ponta adquiriram o mesmo perfil dos centrais de mesoectomorfo o que indica uma evolução dessas posições em que nos centrais houve um aumento na mesomorfia e nos pontas um aumento na ectomorfia. Os levantadores apresentaram um perfil central com uma característica ectomorfica indicando uma elevação nesse perfil, o que pode ser relatado pela estatura dos jogadores dessa posição que vem aumentando.
Estes dados contribuem para enriquecer o banco internacional de dados antropométricos dos atletas de voleibol masculino. Há necessidade de outros estudos somatotípicos envolvendo atletas profissionais em outras partes do mundo, com a finalidade de traçar o perfil somatotípico ideal a cada posição em quadra.
Referências
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Duncan MJ, Woodfield L, al-Nakeeb Y. Anthropometric and physiological characteristics of junior elite volleyball players. Br J Sports Med. 2006 Jul; 40(7):649-51; discussion 51.
Gabbett T, Georgieff B. Physiological and anthropometric characteristics of Australian junior national, state, and novice volleyball players. J Strength Cond Res. 2007 Aug; 21(3):902-8.
Gualdi-Russo E, Zaccagni L. Somatotype, role and performance in elite volleyball players. J Sports Med Phys Fitness. 2001 Jun; 41(2):256-62.
Malousaris GG, Bergeles NK, Barzouka KG, Bayios IA, Nassis GP, Koskolou MD. Somatotype, size and body composition of competitive female volleyball players. J Sci Med Sport. 2007 Aug 11.
Tsunawake N, Tahara Y, Moji K, Muraki S, Minowa K, Yukawa K. Body composition and physical fitness of female volleyball and basketball players of the Japan inter-high school championship teams. J Physiol Anthropol Appl Human Sci. 2003 Jul;22(4):195-201.
Zary JCF, Salles Netto JI, Fernandes Filho J, Olyntho J. Perfil Somatotípico dos atletas de voleibol masculino do Brasil participantes dos Jogos Olimpicos de Atenas - 2004. Revista de Educação Física. 2004;129(1):37-40.
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digital · Año 15 · N° 145 | Buenos Aires,
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