Relação entre ingestão calórica, índice de massa corporal e nível de atividade física de idosos com idades de 60 a 70 anos do projeto de extensão Feliz Idade do município de Cacoal, RO Relación entre ingesta calórica, índice de masa corporal y nivel de actividad física de personas mayores de 60 a 70 años que participan del proyecto de extensión Edad Feliz del municipio de Cacoal, RO |
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*FACIMED **CELAFISCS (Brasil) |
Samantha Almeida de Moura* Cesar Miguel Momesso** Rafael Ayres Romanholo* |
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Resumo Introdução: O ser humano está em constantes processos de modificações, tanto físicas quanto psicológicas e sociais. Dessa forma, existem alternativas para que o processo de envelhecimento se torne algo natural aos nossos olhos e de quem nos rodeia. Objetivo: O objetivo da pesquisa foi analisar a correlação entre o nível de atividade física, o consumo calórico e o IMC (Índice de Massa Corporal) dos idosos com idades de 60 a 70 anos do Projeto de Extensão Feliz Idade praticantes de atividades física na academia escola FACIMED. Materias e Métodos: Investigar a ingestão alimentar através de questionário de dia alimentar habitual, avaliando o nível de atividade física através do questionário internacional de atividade física (IPAQ) e identificando o IMC dos avaliados. A pesquisa contou com 28 sujeitos com idade média de 66, 86 ± 2,42 para o grupo feminino e 68,00 ± 1,41 para o grupo masculino. Para a escolha da amostra, foi utilizada a técnica de conveniência, sendo a pesquisa de caráter correlacional. As medidas utilizadas para a coleta de dados foram o peso, a altura, índice de massa corporal (IMC), o questionário internacional de atividade física (IPAQ), e um recordatório alimentar de 24h. Resultados: Os dados obtidos mostram que na avaliação do IMC os idosos pesquisados encontram-se em excesso de peso, todos são considerados ativos pelo IPAQ e na ingestão calórica apresentam uma média de 1.340,27 para o feminino e 1.182,62 para o masculino. Tendo significância na relação entre todas as variáveis pesquisadas, porem mais evidente entre a ingestão calórica e o IMC. Conclusão: Com isso quanto maior foi o consumo de calórico durante a semana maior foi o índice de massa corporal dos avaliados.Unitermos: Ingestão Calórica. IMC. Nível atividade física. Idosos.
Abstract Introduction: The human being is in constant process of changes, both physical and psychological and social. Thus, there are alternatives to the aging process becomes something natural to our eyes and those around us. Objective: The objective of this research was to analyze the correlation between the level of physical activity, caloric intake and IMC (Body Mass Index) of elderly people aged 60 to 70 years of Project Extended Happy Age practitioners of physical activities in school gym FACIMED. Substances and Methods: To investigate the food intake through a questionnaire of habitual food days, assessing the level of physical activity through the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) and the IMC of identifying evaluated. The research involved 28 subjects with mean age of 66, 86 ± 2.42 for the female group and 68.00 ± 1.41 for the male group. To select the sample, we used the technique of convenience, and the nature of correlational research. The measures used to collect data were the weight, height, body mass index (IMC), the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) and a 24-hour food recall. Results: The data show that the assessment of IMC elderly surveyed are at overweight, all are considered active by IPAQ and have an average energy intake of 1340.27 and 1182.62 for the female to male. Having significance in the relationship between all variables studied, but most evident between caloric intake and IMC. Conclusion: Therefore the greater the caloric intake of food the higher the body mass index of evaluated. Keywords: Energy intake. IMC. Physical activity level. Elderly.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010 |
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Introdução
Os idosos constituem um grupo caracterizado pela grande variação nas capacidades fisiológicas, mentais e funcionais, (MATSUDO, 2000). Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde os indivíduos entre 45-59 anos são chamados “Meia Idade” entre 60-74 anos são “Idosos”, entre 75-90 são “Velhos” e acima de 90 anos são chamados de “Muito Velhos”, (MATSUDO, 2000).
Os idosos com idades maiores de 60 anos estão em processo de modificações, ocorrendo uma diminuição da reserva funcional, o que irá comprometer sua capacidade de adaptação às modificações do meio externo e/ou interno, prejudicando a eficiência dos mecanismos de manutenção da homeostasia. Confort (in Carvalho Filho e Neto, 1996) caracterizou o envelhecimento natural como “a progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio homeostático em condições de sobrecarga funcional”, o que demonstra a importância relativa do fator desestabilizador para cada faixa etária, (COTTON, 1998).
A população idosa é crescente e com ela associam-se os problemas nutricionais. O estado nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas para manter a composição e funções adequadas do organismo, resultando do equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes. As alterações do estado nutricional, desnutrição, excesso de peso e obesidade mórbida (mais freqüente em idosos), contribuem para aumento da morbi-mortalidade (AÇUÑA & CRUZ, 2004).
Muito ainda precisa ser estudado para que haja o entendimento sobre como as modificações nos âmbitos populacionais e individuais irão influenciar na gênese da obesidade e na sua crescente incidência em todo o mundo. Porém, sabe-se que os padrões alimentares e de atividade física são os principais fatores modificáveis que podem servir para prevenção e tratamento da obesidade (OMS, 2004).
A atividade física e a aptidão física têm sido associadas ao bem estar, à saúde e à qualidade de vida das pessoas em todas as idades, principalmente na meia idade e na velhice (NAHAS, 2003). Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que a inatividade física aumenta com a idade e que também esta associada à mortalidade precoce e à redução da independência e da qualidade de vida (USSDHHS, 1999).
Na terceira idade há uma diminuição global da atividade das células (metabolismo mais lento), o que leva a modificação das necessidades nutricionais. Uma dieta incorreta pode ocasionar riscos à saúde. A composição adequada da dieta de um idoso sadio deve seguir o seguinte padrão: 30% de gorduras (evitando gordura de origem animal), 10-20% de proteínas (carnes), e 50-60% de carboidratos (açúcares, massas, fibras). Diante de algum tipo de doença este padrão poderá ser alterado, mas sempre sob controle médico, (HEYWARD, 2004).
Há constatações que onde funcionam grupos organizados de idosos com programas que incluem diferentes atividades sociais, as pessoas se libertam de conceitos, perdem complexos e redescobrem a alegria e a espontaneidade, reiterando-se ativamente à sociedade. Atualmente a terceira idade tem sido tratada com maior importância em todos os aspectos no Brasil (VAN BOXTEL, et al., 1997; SWOAP et al., 1994; apud BORGES, 2006).
Com o desenvolvimento da pesquisa espera-se formular recomendações que visem a contribuir na elaboração de estratégias que possam efetivamente auxiliar em melhorias na saúde dos idosos com idades acima de 60 anos. E assim ser pioneiro neste estudo com idosos dessa faixa etária em nossa região.
O objetivo foi analisar a correlação entre o nível de atividade física, o consumo calórico e o IMC (Índice de Massa Corporal) dos idosos com idades de 60 a 70 anos do Projeto de Extensão Feliz Idade praticantes de atividades física na academia escola FACIMED.
Metodologia
Tipo de estudo
O método para o desenvolvimento deste trabalho foi o transversal, onde permite descrever um problema de saúde, analisando a influência do treinamento (VIEIRA, 2001).
O estudo caracteriza-se com a metodologia quali-quantitativo, que qualifica o objeto de estudo com resultados obtidos por outros e refere à quantidade de indivíduos para o estudo (CAMPBELL & STANLEY, 1995).
Descrição da população
De acordo com o IBGE (2000) Rondônia possui uma população de aproximadamente 72.062 pessoas com idade de 60 anos ou mais. Sendo que o município de Cacoal é a 4° cidade mais populosa do estado e a 3° com maior população de idosos, onde 4.312 pessoas apresentam idade igual ou superior a 60 anos. Dessa forma Cacoal chega a ocupar 5,98% da população com 60 anos ou mais de todo o estado de Rondônia (GONÇALVES et. al. 2004 apud IBGE 2000).
Participaram idosos de ambos os sexos com idades de 60 a 70 anos que participam do projeto “Feliz Idade” elaborado pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED, possuindo 58 idosos matriculados.
Amostra
A amostra foi formada por 28 idosos (12 homens e 16 mulheres) participantes do Projeto “Feliz Idade” da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED sendo escolhida por conveniência, devido à mesma ser formulada por elementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles, sendo muito comum este tipo de amostra nas áreas da saúde (VIEIRA, 2001).
Critérios de inclusão
Foi estipulado como critério de inclusão possuir entre 60 a 70 anos de idade, ser freqüentador do Projeto “Feliz Idade” da FACIMED e assinar o termo de livre e esclarecimento.
Materiais e métodos
Questionário de dia alimentar habitual
O instrumento de pesquisa foi o protocolo de questionário sobre o Dia Alimentar Habitual, que consiste em descobrir o que o indivíduo consumiu no prazo de 24 horas. A aplicação do respectivo método consiste em obter informações escritas ou verbais sobre a ingestão alimentar das últimas 24 horas, com dados sobre os alimentos atualmente consumidos e informações sobre peso/tamanho das porções. Após a coleta dos respectivos dados da quantidade de alimento que o avaliado consome diariamente, os dados serão analisados com o auxílio do programa NutWin (Programa de Apoio a Nutrição, 2002) e tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseira para encontrar a quantidade de energia consumida em kcal.
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)
O instrumento de pesquisa foi o protocolo de questionário IPAQ- Questionário Internacional de Atividade Física para saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. As respostas ira determinar se o pesquisado é ativo ou não. As perguntas estão relacionadas ao tempo que é gasto fazendo atividade física. As perguntas incluem as atividades que são feitas no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim.
Os questionários foi aplicado em forma de entrevista na sala de ginástica da Academia Escola da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal- FACIMED.
Índice de Massa Corporal (IMC)
As variáveis antropométricas foram verificadas na Academia Escola da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal- FACIMED.
Utilizando uma balança antropométrica, da marca WELMY, modelo R-110, ano de fabricação: 2006, com precisão de 50 g para o peso. Com capacidade máxima do peso de 150 kg e mínima de 2 kg. O avaliado estava descalço, de pé em cima da balança, vestindo roupas leves, com os pés unidos e voltados para frente, ombros relaxados e braços ao longo do corpo, para assim a se obter seu peso.
Foi utilizado um estadiometro, da marca WELMY, modelo R-110, ano de fabricação: 2006, com precisão de 0,1cm para a estatura. Com estatura máxima de 2,25 e mínima de 1,00. O avaliado estava descalço, encostando no estadiometro e calcanhares próximos. Calcanhares, região glútea, região dorsal superior e occipital em contato com a régua vertical do estadiometro e braços ao longo do corpo. O avaliador colocou a mão sob o queixo do idoso, posicionando a sua cabeça de forma que fique no plano de Frankfurt, e após ter realizado a inspiração máxima e bloqueado, desloca-se o cursor para baixo ate que toque na cabeça, então se obtém a estatura do avaliado.
Após se obter as variáveis peso e estatura, será verificado o Índice de Massa Corporal (IMC) que determina a relação do peso corporal para a estrutura do individuo definido assim se este é aceitável ou não, permitindo classificar grau de baixo peso, peso saudável, excesso de peso ou obesidade do individuo. Este índice antropométrico é amplamente reconhecido por sua habilidade para predizer risco de doenças. É calculado através da divisão do valor do peso (em quilogramas) pela estrutura corporal (em metros ao quadrado). A fórmula utilizada para o IMC é:
IMC = Peso (Kg) / Estatura (m²)
O Protocolo utilizado para a classificação do índice de massa corporal (IMC) dos idosos com idades de 60 a 70 anos foi o da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004).
Aspectos éticos
A seleção dos indivíduos para a participação no estudo respeitou os direitos humanos e a liberdade de aceitar ou não colaborar com o estudo. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal - FACIMED, sob o n°368-08.
Análise de dados
Os dados dos questionários foram transcritos para planilha em Programa MS Excel Office XP. Posteriormente, os dados foram analisados através do EPI-INFO 6.04® (DEAN, 1994) para a realização da análise estatística descritiva, média, desvio padrão, freqüência e nível de correlação através do método de equiparação de variáveis de Spearman Rho para determinação da relação entre o nível de atividade física, IMC e ingestão calórica, e para determinar a influencia do nível de atividade física sobre as demais variáveis foi utilizado o coeficiente de explicação (R²), sendo adotado como critério de significância o p<0,05.
Resultados
Na presente pesquisa tiveram a participação de 28 idosos com idades de 60 a 70 anos do Projeto de Extensão Feliz Idade do município de Cacoal – RO, os gêneros ficaram divididos em 22 mulheres (78,57%) e 6 homens (21,43%).
Tabela 1. Distribuição dos adultos participantes segundo o gênero
Gêneros |
n |
% |
Feminino |
22 |
78,57 |
Masculino |
6 |
21,43 |
Total |
28 |
100 |
A figura 1 apresenta a média e desvio padrão da idade dos idosos de ambos os sexos iguais a 66, 86 ± 2,42 para o grupo feminino e 68,00 ± 1,41 para o grupo masculino.
Figura 1. Média e Desvio Padrão da Idade por Grupo
A figura 2 descreve a média e desvio padrão da ingestão calórica através de questionário de dia alimentar habitual, igual a 1.340,27 ± 397,11 para o grupo feminino e 1.182,62 ± 253,05 para o grupo masculino.
Figura 2. Média e Desvio Padrão da Ingestão Calórica por Grupo
A figura 3 apresenta a média e o desvio padrão do Índice de Massa Corporal (IMC) igual a 28,68 ± 4,76 para o grupo feminino e 27,06 ± 3,82 para o grupo masculino.
Figura 3. Média e Desvio Padrão do Índice de Massa Corporal por Grupo
A figura 4 mostra a média e desvio padrão do nível de atividade física através do questionário internacional de atividade física (IPAQ) de ambos os sexos pesquisados, igual a 360 ± 96 para o grupo feminino e 430 ± 87 para o grupo masculino.
Figura 4. Média e Desvio Padrão do Questionário Internacional de Atividade Física por Grupo
A tabela 2 apresenta as variáveis do o sexo feminino onde o nível de atividade física através do questionário internacional de atividade física (IPAQ) e determinou que possuem tempo médio gasto em atividade física de 360 ± 96 minutos, com um coeficiente de explicação em 16% para o Índice de Massa Corporal (IMC) e de 13,7% para a Ingestão Calórica.
.Tabela 2. Valores de correlação entre minutos em atividade física (IPAQ), IMC e ingestão calórica para o gênero feminino.
Feminino
Média
S
Rho
R²
p
IMC
28,63
±4,7
0,40 *
16%
0,03
Ingestão
Calórica
1.340,27
±397,11
0,37*
13,7%
0,02
*p<0,05
A tabela 3 apresenta as variáveis do o sexo masculino onde o nível de atividade física através do IPAQ,determinando que possuem tempo médio gasto em atividade física de 430 ± 87 minutos, com um coeficiente de explicação em 12,2% para o IMC e de 13,7% para a Ingestão Calórica.
Tabela 3. Valores de correlação entre minutos em atividade física (IPAQ), IMC e ingestão calórica para o gênero masculino.
Masculino
Média
S
Rho
R²
p
IMC
27.06
±3.83
0,35*
12,2%
0,00
Ingestão
Calórica
1.182,62
±253,05
0,37*
13,7%
0,01
*p<0,05
Discussão dos resultados
A avaliação do IMC demonstrou que os idosos dos grupos pesquisados possuem uma média de 28,63 para o feminino e 27,06 para o masculino, ou seja, um valor considerado de grupos de excesso de peso conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004). De acordo com Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000), com o processo de envelhecimento, ocorre mudanças principalmente na estatura, no peso e na composição corporal. A estatura sofre diminuição em função de compressão vertebral, do estreitamento dos discos e da cifose torácica. Observa-se, ainda, a diminuição da massa livre de gordura, incremento de gordura corporal e diminuição da densidade óssea.
Com essas mudanças no peso e na estatura, o (IMC) também se modifica com o transcorrer dos anos. A importância desse índice reside no fato de que, durante o processo de envelhecimento, valores acima da normalidade estão relacionados com o incremento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes.
Estudo realizado por MOTTA (2008), ao investigarem 20 idosos: 10 do sexo feminino e 10 do masculino de idades de 54 e 84 anos moradores da Vila Vida, na cidade de Itumbiara/GO, mostrou que quanto ao IMC das idosas pesquisadas, verificou-se que 30% estão com o peso ideal, 40% com excesso de peso e 30% com obesidade moderada. Nos idosos, verificou-se que 30% estão abaixo do peso, 40% estão com o peso ideal, 20% com excesso de peso e, 10% com obesidade moderada.
Pesquisa realizada na Universidade Católica de Goiás (UCG) com um grupo amostral de 52 participantes freqüentadores da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI/UCG), na cidade de Goiânia no período de agosto a outubro de 2007 com idades iguais ou acima de 50 anos.
No presente estudo a ingestão calórica dos idosos pesquisados demonstrou que os grupos possuem uma média de 1.340,27 calorias para o feminino e 1.182,62 calorias para o masculino.
Estudo realizado por MENEZES et. al. (2007), constituído por indivíduos com 60 anos ou mais e residentes da cidade de Fortaleza/CE. De acordo com estado nutricional, segundo o sexo e o grupo etário. Ao entrevistarem 328 mulheres e 155 homens, mostrou que a maior parte dos homens (83,9%) foi considerada não eutrófica, assim como maior parte das mulheres (74,2%). Foi observada associação estatisticamente significativa entre o estado nutricional e o gênero feminino (p=0,018). O grupo etário de 80 anos ou mais foi o que apresentou maior proporção de idosos não eutróficos. O grupo 60 a 79 anos apresentou maior prevalência de eutrofia (24,4%). Não houve associação estatisticamente significativa entre o estado nutricional e o grupo etário (p=0,552).
Uma pesquisa com 30 idosos asilados, sendo que 16 eram do sexo masculino e 14 do sexo feminino, com idade igual ou acima de 51 anos da cidade de Florianópolis-SC. Para verificar a adequação nutricional dos idosos, foi utilizado um inquérito de 24 horas. Com a realização deste trabalho observou-se a evidência da necessidade de reorganização da dieta dos idosos asilados, participantes deste estudo, bem como a melhor observação de ajuste dos percentuais de Macronutrientes e Micronutrientes, Vitaminas e Minerais. (CONTE & CAMBRUZZI, 2001).
A avaliação do IPAQ no presente estudo demonstrou que os idosos dos grupos pesquisados possuem uma média de 360 minutos por semana para o feminino e 430 minutos por semana para o masculino, sendo considerados conforme a classificação como ativos.
A falta de atividade física, para Weineck (2003), é um fenômeno típico dos países industrializados. Com os avanços tecnológicos, observa-se cada vez mais sua redução, e deste declínio nos níveis de atividade física surgiram as várias conseqüências, entre elas a obesidade.
Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) e a Associação Americana de Cardiologia (AHA) há um consenso para que os indivíduos acumulem no mínimo 30 minutos de atividade física moderada, preferencialmente, todos os dias da semana para melhoria da saúde. (MACFARLANE et. al., 2008).
A prática de caminha, segundo Savage e Ades (2008), constitui um elemento importante na diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares, fato este que justifica por uma baixa dos lipídios sanguíneos, perda ou manutenção do peso corporal, diminuição da pressão arterial, aumento do nível de condicionamento físico e alteração positiva dos fatores fisiológicos.
Estudo realizado por NASCIMENTO et. al. (2009), com participantes do Programa Agita Patos na cidade de Patos de Minas/MG, nos meses de novembro e dezembro de 2008 e constituído por 48 alunos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, que participam ativamente das atividades há, no mínimo, 3 (três) meses. A análise do IPAQ classifica os indivíduos da amostra como insuficiente ativo, suficiente ativo e muito ativo. 91,6% da população foram classificadas como suficiente ativa já que cumpriu a recomendação de 150 minutos semanais de atividade física e 8,3% da população foram classificadas como insuficiente ativa, por não se enquadrar como suficiente ativa ou muito ativa e não houve indivíduos classificados como muito ativos.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo fez um levantamento indicando que 75% dos paulistas praticam rotineiramente atividade física. Ou seja, 30 milhões dos 40 milhões de habitantes do Estado realizam movimento corporal constante por no mínimo 30 minutos em pelo menos cinco dias da semana (CELAFISCS, 2008).
Considerações finais
A partir da análise do presente estudo, entende-se que o exercício físico regular e a alimentação equilibrada apresentam um papel muito importante na manutenção da saúde física e mental do indivíduo em qualquer fase da vida, principalmente na terceira idade que é a fase em que há declínio nas capacidades morfofisiológicas, conseqüentemente haverá uma classificação de normalidade no índice de massa corporal.
Conclui-se que o nível de atividade física possui relação positiva com o IMC e ingestão alimentar, com os idosos que mais realizavam atividade física possuíam maior valor de IMC e maior consumo calórico. Portanto, o grupo de idosos do Projeto de Extensão Feliz Idade praticantes de atividades física na academia escola FACIMED necessitam de um acompanhamento nutricional, para melhor controlar o balanço energético, de forma que permita reduzirem o peso corporal e melhorar o índice de massa corporal.
Referências
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