Diferentes aspectos do mercado de trabalho em educação física, suas interfaces e formação profissional Diversos aspectos del mercado de trabajo en Educación Física, sus interrelaciones y la formación profesional |
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*Professor do Curso Licenciatura Plena em Educação Física do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – Faculdade IDEAU Doutorando em Educação Física e Esporte pela Universidad de Ciéncias de la Cultura Física y el Deporte “Manuel Fajardo” – UCCFD Havana, Cuba **Acadêmica do Curso Licenciatura Plena em Educação Física do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – Faculdade IDEAU (Brasil) |
Ivan Carlos Bagnara* Luana Roberta Nogara Mroginski** Andressa Paula Balsanello** |
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Resumo Algumas mudanças significativas no mercado de trabalho e na formação dos profissionais de Educação Física aconteceram e ainda acontecem, como a regulamentação da profissão e as novas diretrizes curriculares, além da produção de conhecimento e caracterização acadêmico científica. O novo modelo de formação profissional se expressa na polivalência, agilidade e flexibilidade profissional, ou seja, profissional competente. Para isso, ressalta-se a importância do estágio do futuro profissional para que o mesmo se identifique com a área que irá atuar. Unitermos: Educação Física. Mercado de trabalho. Formação profissional
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010 |
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Introdução
Dentro da importância que representa a prática da Educação Física na vida de qualquer indivíduo, o presente artigo pretende explanar de forma clara e compacta os diferentes aspectos e oportunidades que o mercado de trabalho reserva para os profissionais que atuam nessa área. Pretende também abordar algumas diferenças e considerações relevantes sobre a diferença na formação superior dos professores atuantes nos mais variados campos de trabalho.
Sabe-se que a prática regular de exercícios físicos e esportes ajuda no fortalecimento do físico e da mente do indivíduo praticante. É uma auto- reforma geral. Auxilia a eliminar o estresse, melhora a auto-estima e renova a energia positiva eliminando a energia negativa. Por isso, quanto mais cedo a criança aprender a controlar a energia negativa que existe dentro dela através de exercícios físicos e práticas de esportes, mais cedo ela terá oportunidade de ser uma pessoa sadia, não apenas fisicamente, mas também mental e psicologicamente. Por isso, vê-se a cada dia o crescimento e a importância da prática regular de exercícios físicos e da área de atuação do profissional formado em educação física, seja ele licenciado ou bacharel na área.
Conforme nos afirma GALINDO (2005, p. 64) “frente à velocidade em que o mundo vem a todo o momento se modificando, bem como a concreta distensão do campo de atuação provocada pela regulamentação, torna-se imprescindível que as instituições formadoras e de regulamentação, bem como os profissionais de Educação Física, estejam continuamente alinhados e preparados para se adequarem às necessidades provenientes de uma sociedade que exige cada vez mais serviços confiáveis e de qualidade regular”.
Legislação vigente no Brasil
A legislação vigente no Brasil distingue dois tipos de profissionais de educação física. O portador do diploma de Bacharel em Educação Física, conhecido também como profissional de educação física. O mesmo possui formação para atuar em academias, clubes, condomínios, ginástica laboral, preparador físico, treinamento desportivo, personal trainer, dentre outras áreas. Basicamente, o campo de atuação do bacharel em educação física é vasto, ficando restrita a sua atuação em escolas, sejam públicas ou privadas e em qualquer nível de ensino. Isso é estabelecido pela resolução 7 de 2004 do CNE e definida pela resolução 046/2002 do CONFEF.
E o portador do diploma de Licenciatura Plena em Educação Física. O professor de educação física, como é chamado o portador deste diploma, tem sua atuação direcionada para escolas de Educação Básica (Educação infantil, Ensino Fundamental e Médio). A definição dá-se pela resolução 1 e 2 de 2002 do CNE e resolução 7 de 2004 do CNE.
Atuação do Profissional de Educação Física
O interesse cada vez maior por novas modalidades esportivas e pelo próprio corpo - basta ver o número sempre crescente de academias de ginástica e de personalidades que têm seu próprio preparador físico, o personal trainer - está fazendo com que sejam abertas novas vagas no mercado de trabalho para o portador do diploma em educação física. Faz sentido. Afinal, é ele quem define a atividade física mais adequada a cada pessoa, orienta posturas corporais, intensidade e freqüência de cada exercício e, baseado em conceitos científicos, melhora o condicionamento físico e o desempenho muscular e cardiorrespiratório de alunos e atletas.
Com a forma de operar do capitalismo, houve uma ampliação nas áreas de atuação do professor e do profissional em Educação Física como a área escolar, a mais tradicional, na área da saúde, em trabalhos com equipes multidisciplinares em hospitais, clínicas e centros de tratamento. No lazer podem ser desenvolvidos trabalhos em prefeituras, clubes, hotéis, cruzeiros, viagens, empresas ou outros locais que oportunizam o lazer com saúde. No esporte as atuações podem ocorrer no contexto profissional, amador e de iniciação. Além disso, as oportunidades se apresentam em academias ou escolas de iniciação esportiva.
“Existem múltiplas interfaces com diferentes áreas de conhecimento, desde os domínios das ciências biomédicas, até aqueles vinculados às ciências humanas e sociais, sem perder alguma articulação com as ciências exatas. É preciso não esquecer, também os domínios da filosofia e das artes no trato com o corpo e com o movimento, assim como das ciências sociais aplicadas, vinculadas a campos como o direito, a ergonomia, a administração, o turismo. Destaca-se, especialmente, a interface com a educação, que se mostrou importante ao longo da história de estruturação desta área no interior da instituição escolar, constituindo-se, ainda hoje, como em seu principal campo de atuação profissional” (FERREIRA NETO, 2005, p. 4).
Considerando as diversas interfaces estabelecidas pela Educação Física com outras áreas do conhecimento e a sua trajetória histórica, o CBCE (Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte) toma a decisão política de apresentar para a reclassificação das áreas no CNPq a permanência da Educação Física na grande área Ciências da Saúde, apontando para as subáreas (estudos biofísicos em Educação Física; estudos comportamentais em Educação Física; estudos pedagógicos em Educação Física; estudos sócio-culturais e históricos da Educação Física e estudos políticos e de gestão em Educação Física) a diversidade e o significativo crescimento das pesquisas em Educação Física com fundamento nas ciências humanas e sociais, particularmente nas últimas três décadas, a poderia pleitear ser alocada também, na Grande Área das Ciências Humanas, pois não há predomínio de uma ou outra Grande Área.
Segundo BRACHT (1999, p. 47), destacam-se três perspectivas diferentes de caracterização ou de delimitação do campo acadêmico da Educação Física: “a) tentativa de delimitação de um campo acadêmico que teorize a prática pedagógica que tematiza manifestações da cultura corporal de movimento, ou seja, um teorizar voltado para a construção de uma teoria da Educação Física, entendida enquanto uma prática pedagógica; b) tentativa de construir um campo interdisciplinar a partir das Ciências do Esporte, voltadas para as necessidades da prática esportiva e; c) tentativa de construção de uma nova ciência, a Ciência da Motricidade Humana”.
Nesse sentido, concebe-se a Educação Física como uma área de conhecimento multidisciplinar e de intervenção acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo das diferentes manifestações e expressões da cultura corporal do movimento humano tematizadas na ginástica, no esporte, no jogo e na brincadeira popular, na dança, na luta, bem como em outras manifestações emergentes da mesma natureza.
Esta concepção implica compreender também que o que caracteriza a área, em sua essência, é a prática pedagógica, que deve orientar um processo de formação que considere a prática docente e uma formação teórica, sólida e de qualidade, independente do espaço de intervenção profissional que atualmente se diversifica em espaço escolar e outros espaços não escolares (recreação, lazer, treinamento desportivo, atividade física e saúde), o que não deve se traduzir em uma necessidade de estabelecer a formação dicotomizada e/ou fragmentada. Isto significa que o que confere especificidade para a Educação Física é a docência, o ato educativo, em qualquer que seja o campo de intervenção do seu profissional.
Nesse movimento do campo acadêmico, a identidade profissional encontra-se definida na docência e pautada em uma Educação Física, que pode ser compreendida como área que tematiza as atividades corporais em suas dimensões culturais, sociais e biológicas, extrapolando a questão da saúde, relacionando-se com as produções culturais que envolvem aspectos lúdicos e estéticos, deixando de ter como foco apenas o esporte ou os exercícios físicos voltados para uma perspectiva restrita à saúde ou à performance.
Considerações finais
É preciso sempre ressaltar que toda atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados, realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral. Além disso, afetam de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação e o convívio social. O que isso quer dizer? Há uma melhora significativa da sua qualidade de vida!
Pelo exposto, considera-se importante estudar os diversos campos em que o profissional pode atuar e, como visto, são muitos. Além disso, entende-se que cada vez mais o educador físico precisa ter uma visão ampla do mundo que o cerca. Para manter a harmonia do corpo, não basta trabalhar com a parte física, é preciso trabalhar também com a mental. Não é exagero supor, assim, que o curso estará cada vez mais ligado indistintamente às Ciências Biológicas e Humanas.
É necessário, porém, estar consciente de que se o mercado para esse profissional aumentou, isso porque, nos últimos anos, a atividade física começou a ser reconhecida como uma importante aliada da saúde e da estética, por outro lado, o mercado ficou muito mais exigente, buscando profissionais altamente preparados.
Referências bibliográficas
BRACHT, Valter. Educação física e ciência: cenas de um casamento (in) feliz. Ujuí: Ed.INIJUI, 1999.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Documento de intervenção do profissional de educação física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2002. http://www.confef.org.br/extra/resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=82
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Manifesto mundial da educação física-2000. Foz do Iguaçu: FIEP-Delegacia Geral do Brasil, 2000. 55 p.
FERREIRA NETO, A (Org.). Leituras da natureza científica do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). Campinas: Autores Associados, 2005.
FIGUEIREDO, Z. C. Formação docente em educação física: experiências sociais e relações com o saber. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p.89 – 111, janeiro/abril de 2004.
GALINDO, A. G. Mercado de trabalho em educação física: um breve ensaio sobre o impacto da regulamentação profissional. Revista FA7 – Faculdade Sete de Setembro, Fortaleza, vol. 3, num. 2, p. 63 – 92, julho/dezembro de 2005.
OLIVEIRA, A. A. B. Mercado de trabalho em educação física e a formação profissional: breves reflexões. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, vol. 8, num. 4, p. 45 – 50, setembro de 2000.
RAMOS, G. N. S. Os estágios extracurriculares na preparação profissional em educação física. Revista Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, v.1, n.1, p.127-141. 2002.
TOJAL, João B. A. Currículo de graduação em educação física: a busca de um modelo. São Paulo: UNICAMP, 1989.
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