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Introdução

    De acordo com a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), órgão da administração direta do Governo do Estado de Santa Catarina, é uma instituição prestadora de serviços públicos na área de segurança pública, tendo como jurisdição a totalidade do território catarinense.

    Criada por Feliciano Nunes Pires, então Presidente da Província de Santa Catarina, através da Lei Provincial Nº 12, de 05 de Maio de 1835, a “FORÇA POLICIAL”, denominação que lhe foi conferida na época, substituiu os ineficazes Corpos de Guardas Municipais Voluntários, então existentes, com a missão de manter a ordem e a tranqüilidade públicas e atender às requisições de autoridades judiciárias e policiais (Policia Militar de Santa Catarina).

    Observando isto, a avaliação da qualidade de vida é de grande importância, inclusive em indivíduos jovens, com o intuito analisar o estilo de vida dos indivíduos em relação aos fatores nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e controle do stress, bem como a massa corporal, a fim de analisar os aspectos positivos e negativos do estilo de vida e identificar os indivíduos com comportamentos de risco.

Objetivos

    Analisar o estilo de vida e composição corporal de policiais militares do município de Lages-SC.

Materiais e métodos

    A amostra foi composta por 57 policiais com idades entre 21 e 49 anos (X= 36,51 anos), sendo 89,47% homens (x=37,22) e 10,53% mulheres (x=26,17), com graduação de soldados, cabo, sargento e tenente do 6ª Batalhão de Policia Militar da cidade de Lages/SC.

    Primeiramente foi enviada uma carta para o Sargento, solicitando autorização para coleta de dados junto aos policiais militares. Num segundo momento foi realizado o primeiro contato com os policiais, quando foram expostos os objetivos da pesquisa e o convite para a participação na mesma. Por conseguinte, deu-se início a coleta de dados que foi dividida em duas etapas: (1) preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; (2) Agendamento para a realização da aplicação do questionário e medidas de massa corporal e estatura. Os sujeitos que não autorizaram a pesquisa para ser publicado foram excluídos da mesma.

    O instrumento para a realização da coleta de dados foi o Pentáculo do Bem Estar proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000). Este questionário é composto por cinco componentes relacionados ao estilo de vida: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e controle do stress. Cada componente apresenta 3 (três) questões, onde para cada resposta há uma pontuação em forma de escala, de zero (0) a três (3) pontos. Sendo que, os escores zero (0) e um (1) indicam comportamentos de risco à saúde. Portanto, no caso de o participante responder favoravelmente a todas as questões, o total será de nove (9) pontos por componente. Este questionário permite a visualização dos resultados através de uma figura representativa, denominada de Pentáculo do Bem-Estar.

    Os procedimentos para medida da estatura (Est.) e da massa corporal (MC) foram realizados de acordo com Queiroga (2005, p.198):

• Estatura (m): O avaliado se posicionou de costas para a escala do estadiômetro, descalço, com os braços ao longo do corpo, pés unidos, procurando manter as regiões posteriores em contato com o aparelho. A medida foi verificada estando o avaliado em apnéia inspiratória, com a cabeça orientada no plano de Frankfurt.

• Massa corporal (Kg): o avaliado, com o mínimo de roupas e descalço, subiu na plataforma cuidadosamente, de costas para a escala de medida da balança. Nessa posição permaneceu imóvel, com olhar fixo para frente, pés unidos no centro do aparelho, até que foi realizada a leitura.

    O IMC foi calculado pela divisão da massa corporal em kilogramas pelo quadrado da estatura em metros, sendo classificado pela proposta da Organização Mundial da Saúde - OMS, (1995).

    Os dados foram armazenados e tratados no programa Excel. A análise exploratória dos dados foi feita através da estatística descritiva básica.

Resultados e discussão

    O 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do município de Lages/SC, foi ativado em 11 de novembro de 1982, criado a partir da elevação de uma das Companhias do 3ºBPM, sediado em Canoinhas (era a 4ª Cia/3ºBPM). A sede em Lages era um destacamento subordinado a Companhia sediada em Curitibanos até 1971. Com a elevação a Batalhão, em 1982, o 6ºBPM atuava no Planalto Sul e Alto Vale do Itajaí, abrangendo a então 4ª Cia / 6ºBPM, até 1994, com a criação do 13ºBPM, Em 2006, com a ativação da Guarnição Especial da PM em Curitibanos, o 6ºBPM passa a atuar em 19 municípios. Em Otacílio Costa está a 2ª Cia, única subunidade destacada. O Batalhão possui pelotões em Anita Garibaldi, Correia Pinto e São Joaquim.

    Compete ainda à PMSC atuar nos seguintes campos, atuação no Campo da Segurança Pública (como Polícia Ostensiva Preventiva e como Polícia Ostensiva Repressiva), atuação no Campo da Segurança Integrada, atuação no Campo da Defesa Territorial, atuação no Campo da Defesa Civil.

    Tendo em vista estas competências e objetivos surge a necessidade de investigar cinco componentes relacionados a nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e controle do stress, bem como a massa corporal destes policiais militares analisando os aspectos positivos e negativos que os mesmos apresentam.

Aspectos nutricionais

    Em relação ao consumo diário de frutas e verduras 11,1% nunca ingerem 44,4% às vezes, 22,2% quase sempre e 22,3% sempre. Quanto à ingestão de alimentos gordurosos 0% nunca ingere, 44,4% ingere às vezes, 11,1% quase sempre e 44,5% sempre. Quando perguntamos se os policiais realizavam de 4 a 5 refeições diárias 0% afirmaram que nunca realizam, 44,4% às vezes, 22,2% quase sempre e 33,4% sempre.

    Dos policiais pesquisados a maioria apresenta hábitos saudáveis em relação ao componente nutrição, evidenciando possuírem atitudes positivas em relação a saúde e qualidade de vida de ambos.

Atividade Física

    Sobre a prática de atividades físicas de no mínimo 30 minutos, 5 vezes por semana, 56,7% dos indivíduos afirmam sempre praticar esta quantidade, enquanto que, 22,2% quase sempre. Apenas 10,1% dos indivíduos praticam esta recomendação “às vezes” e 11% nunca praticam.

    Em relação a prática de exercício de força e alongamento muscular ao menos 2 x na semana 55,6% praticam sempre, 11,1% quase sempre e 33,3% e 0% responderam nunca e as vezes, respectivamente.

    Na questão: no dia a dia caminha ou pedala como forma de transporte e, preferencialmente utiliza escada ao invés de elevador 33,3% afirmam nunca utilizar, enquanto que 11,2% utilizam no seu dia a dia somente as vezes, 11,1% quase sempre e 44,4% sempre.

    De acordo com Portela e Filho (2007), com relação ao nível de atividade física de policiais militares 10% (4) responderam que não praticavam, 15% (3) responderam que poucas vezes praticavam, 25% (5) relataram que às vezes praticavam, 20% (4) revelaram que muitas vezes praticavam atividades e 20% (4) relataram que freqüentemente praticavam. Foram citadas atividades como futebol, musculação, caminhada, natação, corridas, ciclismo. Quando questionados sobre a freqüência da prática de atividades físicas, 20% (4) praticam uma vez por semana, 5% (1) duas vezes por semana e 25% (5) responderam que praticam três vezes ou mais.

Comportamento preventivo

    Quando perguntamos aos policiais: possui conhecimento da pressão arterial e dos níveis de colesterol e procura controlá-los, a maioria respondeu sempre 44,4%, seguido de 22,3% quase sempre e 33,3% afirmaram nunca possuir este conhecimento, nenhuma pessoa respondeu às vezes.

    Em relação a questão não fuma e ingere álcool com moderação, a maioria 88,9% nunca fuma e nem ingere álcool, somente 11,1% fuma e ingere álcool, nenhuma resposta para às vezes e quase sempre.

    Dos policiais militares 55,6% sempre utiliza cinto de segurança, respeita as normas de trânsito, nunca ingerindo álcool se vai dirigir, 33,3% afirmaram que nunca realizam esta atitude e 11,1% realiza quase sempre, 0% as vezes.

Relacionamento social

    Sobre o relacionamento social dos policiais 0% nunca está satisfeito com seus relacionamentos e não cultiva os amigos, enquanto que, a maioria 66,7% está sempre satisfeita. Apenas 11,1% responderam às vezes e 22,2% quase sempre.

    Na questão: no lazer inclui reuniões com amigos, atividades esportivas e participação em associações, a maioria (66,7%) afirma sempre participar, 11,1% responderam respectivamente às vezes, quase sempre e nunca.

    Ao serem perguntados se procura ser ativo na comunidade, sentindo se útil no ambiente social, a maioria 66,7% afirmou sempre se sentirem úteis, enquanto que 22,2% às vezes sentem se úteis na comunidade. Nenhum individuo respondeu quase sempre e apenas 11,1% dos indivíduos nunca procuram ser úteis e ativos na comunidade e no ambiente social.

Controle do stress

    No controle do stress pode se observar que há resultados bastante positivos, pois 55,6% sempre reservam 5 minutos diários para relaxar, 66,7% sempre mantém uma discussão sem se alterar e 44,5% equilibram o tempo entre trabalho e lazer.

    Em pesquisa realizada segundo Portela e Filho (2007) com o objetivo de identificar o nível de estresse dos policiais militares ativos e sedentários, verificou-se que o estresse dos sedentários é mais elevado do que os ativos/praticantes de atividade física, que, apesar de também apresentarem um alto nível de estresse indicam um melhor auto-controle do estresse. Como principais causas do estresse os policiais indicaram a defasagem e arrocho salarial, seguido por muita pressão. As principais reações foram a insônia, o conformismo, apatia, agressividade, mau humor e dores de cabeça.

    Embora os policiais apresentem proporções adequadas ao estilo de vida positivo, diante dos resultados do Índice de Massa Corporal (IMC) nota-se que a maioria está com sobrepeso 43,86%; enquanto que 14,04% apresentam obesidade I e 42,11% normal.

Conclusão

    Verifica-se que a maioria dos policiais militares do município de Lages SC apresenta sobrepeso e obesidade I, embora apresente aspectos positivos no componente de nutrição, atividade física e relacionamento social. É grande a preocupação em relação ao comportamento preventivo, pois embora não sendo a maioria, 33,3% nunca utiliza cinto de segurança, não respeitando as normas de trânsito, nunca ingerindo álcool ao dirigir. Uma porcentagem bastante alta para aqueles cujo objetivo de acordo com a PMSC é a preservação da ordem e da segurança pública, a guarda e fiscalização do trânsito urbano entre outros.

Bibliografia

• NAHAS, M.V.; BARROS, M.V.G. & FRANCALACCI, V.L. O pentáculo do bem-estar: base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.5, n.2, p.48.59, 2000.

• POLICIA MILITAR DE SANTA CATARINA. Disponível em: http://www.pm.sc.gov.br. Acesso em 05/05/09.

• PORTELA, A.; FILHO, A.B. Nível de estresse de policiais militares: comparativo entre sedentários e praticantes de atividade física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 11, N° 106, Março de 2007. http://www.efdeportes.com/efd106/nivel-de-estresse-de-policiais-militares.htm

• QUEIROGA, M.R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada a saúde em adultos. Guanabara Koogan, 2005.

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revista digital · Año 15 · N° 145 | Buenos Aires, Junio de 2010   © 1997-2010 Derechos reservados