Criação e validação da matriz analítica de futsal Creación y validación de la matriz analítica de fútbol sala Establishment and validation of analytical matrix of indoor soccer |
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*Doutorado e Mestrado em Ciências do Movimento Humano (CEFD/UFSM) Especialização em Aprendizagem Motora (CEFD/UFSM) Graduação em Educação Física Licenciatura Plena (CEFD/UFSM) Líder do Núcleo de Estudos em Medidas e Avaliação da Educação Física (NEMAEF/CEFD/UFSM). **Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde, com ênfase em Medidas e Avaliação (UFSM/2009). Membro do NEMAEF/CEFD/UFSM. Autor ***Especializandas em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde (UFSM) Membro do NEMAEF/CEFD/UFSM. Autora ****Graduado em Educação Física. Licenciatura Plena (UFSM/2009) Membro do NEMAEF/CEFD/UFSM. Autor (Brasil) |
Luciane Sanchotene Etchepare Daronco* Leonardo Fernandes de Souza** Juliane Berria*** Lidiane Amanda Bevilacqua*** Cinara Rodrigues Millani*** Ísis Karina Cardoso da Luz Gularte*** Leandro Lima Borges**** |
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Resumo Com dúvidas sobre sua origem – Uruguaia ou Brasileira -, sabe-se que o futebol de salão, atualmente conhecido por futsal, originou-se em qualquer parte do mundo e sem a preocupação de regras e formas, desenvolveu-se a sua prática em quadras, salões, até tornar-se uma das modalidades esportivas coletivas de quadra mais praticada pelo mundo. No seu início, suas regras foram fundamentadas em outros esportes, como o próprio futebol, modalidade semelhante. Com o passar dos anos, a modalidade foi tomando forma, houve a criação de confederações, das federações, competições regionais, nacionais, até tornar-se mundial e na década de 90 ser reconhecido pela FIFA. O grande fascínio do brasileiro pelo futebol, passa também pelo Futsal devido as suas semelhanças, tornando o esporte muito praticado em todo o Brasil, podendo ser visto como diversão, como mais uma opção de atividade física, como conteúdo nas aulas de Educação Física e como profissão para alguns atletas, sendo assim, criou-se este instrumento para avaliação da fundamentação técnica do futsal, tanto para treinadores de equipes quanto para as professores de educação física utilizarem nas suas aulas. Com o presente trabalho pode-se perceber que não houve muitas divergências com relação aos conceitos dados para os fundamentos técnicos da modalidade futsal e os fundamentos também são considerados os mesmos, segundo os autores citados no Projeto. Portanto, acredita-se que as matrizes de futsal, nível I e II, podem ser instrumentos de grande importância para o professor de Educação Física e/ou treinadores realizarem com seus atletas/alunos como forma de avaliação dos gestos técnicos e inclusive como forma de progressão do ensino da modalidade, quando realizados inicialmente aos treinamento/aulas e ao final de certo período. Unitermos: Educação Física. Matriz. Futsal.
Abstract
With doubts about its origin -
Uruguayan or Brazilian - it is known that soccer, now known for soccer,
originated anywhere in the world and without the worry of rules and
forms, has developed its practice in courts lounges, before becoming one
of the team sports practiced in court over the world. At its birth, its
rules were based in other sports such as soccer, sport similar. Over the
years, the sport was taking shape, there was the creation of
confederations, federations, regional competitions, nationals, even
become world in the 90s and being recognized by FIFA. The great
fascination of the Brazilian soccer, Futsal is also due by their
similarities, making the sport much practiced in Brazil and can be viewed
as entertainment, as an alternative physical activity, such as content in
physical education classes and how profession for some athletes, so this
tool was created to evaluate the technical basis of indoor soccer for
both teams as coaches for the physical education teachers use in their
classrooms. The present work can be seen that there were not many
differences with respect to data concepts for the technical fundamentals
of the sport indoor soccer and grounds are also considered the same,
according to the authors cited in the Project. Therefore, it is believed
that the arrays of soccer, level I and II, can be instruments of great
importance for the physical education teacher and / or coaches make with
their athletes / students as a way of assessing the technical gestures
and even as a form of progression of teaching the sport, when performed
initially to training / classes and the end of certain period.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010 |
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1. Introdução
É polêmica a origem do futebol de salão, pois brasileiros e uruguaios são os prováveis fundadores desse esporte. A história brasileira diz que foi criada em 1930 na Associação Cristã de Moços – ACM em São Paulo e depois difundiu-se por todo o país, sendo também o Brasil, o organizador. Por isso é considerado o “pai” do futebol de salão (JÚNIOR, 1999). Segundo Tolussi (1982), a origem do futebol de salão pode ter ocorrido em qualquer parte do mundo, pois “peladas” são praticadas de forma esporádica nos ginásios, quadras e clubes, sem preocupações quanto as formas, número de jogadores e improvisando metas e bolas.
Segundo Saad (1997), os jogos começaram a ser adaptados as quadras de basquetebol e pequenos salões. As primeiras regras foram fundamentadas no futebol, basquetebol, pólo aquático e handebol, pelo professor Ceriani da ACM de Montevidéo (Uruguai), com o objetivo das práticas de futebol de salão durante as aulas regulares de Educação Física.
Em 1930, Roger Graian publica normas e regulamentações sobre o futebol de salão na Revista de Educação Física nº06. Em 1948, criou-se a comissão de futebol de salãoda ACM de São Paulo (JÚNIOR, 1999). Em julho de 1954 fundou-se a Federação Metropolitana de Futebol de Salão no Rio de Janeiro e em 1955 realizou-se a criação da Federação Paulista de Futebol de Salão (SAAD, 1997).
No ano de 1957, a Confederação Brasileira de Desportos – CBD oficializa no país a prática do futebol de salão, tendo as federações estaduais como filiadas. Nas décadas de 60 e 70 surgiram os primeiros campeonatos sul-americanos e de seleções de futebol de salão, havendo então a fundação da Confederação Sul-americana de Futebol de Salão. No início da década de 70, desenvolveu-se a fundação da FIFUSA (Federação internacional de Futebol de Salão) no Rio de Janeiro, contando com 32 países afiliados, já, em 1979 deixa de existir a CBD e ocorre a fundação da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão) (SAAD, 1997).
No início da década de 90, o futebol de salão para tornar-se um desporto olímpico e também ser reconhecido pela FIFA, modifica suas regras atráves de uma fusão com o futebol de cinco, que é um desporto reconhecido pela FIFA. Surge então o futsal, terminologia adotada para esta fusão no contexto esportivo internacional (SAAD, 1997).
Um esporte que cada vez mais encanta os seus torcedores e admiradores e em pouco tempo conquista também novos admiradores, mesmo tendo dificuldade de estar na mídia como os outros esportes (JÚNIOR, 1999).
Este amor pelo Futsal torna o esporte muito praticado em todo o Brasil, podendo ser visto como diversão, como mais uma opção de atividade física, nas aulas de Educação Física e como profissão para alguns atletas, sendo de grande importância avaliar o gesto técnico nas aulas de Educação Física e no treinamento de equipes, quando se tem por objetivo observar o desenvolvimento e a evolução na execução dos fundamentos do Futsal e se os ensimamentos estão alcançando os resultados esperados.
Em vista disso, objetivou-se nesse artigo, a validação de matrizes de análise do gesto técnico da modalidade futsal, tanto para iniciantes quanto para praticantes de um longo período, para que professores, treinadores e demais profissionais da área possam ter um instrumento de avaliação para seus alunos, atletas e praticantes da modalidade.
2. Metodologia
A partir de um referencial teórico, seguindo três autores da modalidade, selecionou-se os fundamentos técnicos do futsal, tanto para nível inicial (nível I) quanto para avançado (nível II), na faixa etária de 8 (oito) a 13 (treze) e 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos respectivamente, em seguida, levados à apreciação de no mínimo três professores especialistas ou técnicos de futsal para serem validadas e então criar a matriz de análise para poder aplicá-la.
3. Resultados
3.1. Estrutura do instrumento
Matriz analítica dos fundamentos técnicos do futsal. Nível I
Fundamentos |
Pontuação |
Total |
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2 |
1 |
0 |
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Passe |
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Domínio |
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Recepção |
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Drible |
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Condução |
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Cabeceio |
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Marcação |
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Chute |
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Finta |
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Total |
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Constructos da matriz analítica do gesto técnico do futsal. Nível I
1. Objetivos
Avaliar o gesto técnico do esporte futsal com alunos de oito (8) a treze (13) anos de idade que estão iniciando a prática da modalidade.
2. Estratégias
Recursos Humanos: 1 (um) avaliador para x avaliados.
Recursos Materiais: Bola de futsal, cones e quadra adequada à prática do esporte.
3. Análise
0 (zero) para “não executa”;
1 (um) para “executou com dificuldade”;
2 (dois) para “executou com facilidade”.
4. Interpretação
0 (zero) a 3 (três) pontos – insuficiente
4 (quatro) a 7 (sete) pontos – suficiente
8 (oito) a 11 (onze) pontos – bom
12 (doze) a 14 (quatorze) pontos – muito bom
15 (quinze) a 16 (dezesseis) pontos – ótimo
Matriz analítica dos fundamentos técnicos do futsal. Nível II
Fundamentos |
Pontuação |
Total |
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4 |
3 |
2 |
1 |
0 |
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Passe |
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Domínio |
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Recepção |
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Drible |
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Condução |
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Cabeceio |
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Marcação |
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Chute |
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Finta |
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Total |
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Constructos da matriz analítica do gesto técnico do futsal. Nível II
1. Objetivos
Avaliar o gesto técnico do esporte futsal com alunos de catorze (14) a dezoito (18) anos de idade, após um período de treinamento (seis meses) com freqüência de duas aulas semanais.
2. Estratégias
Recursos Humanos: 1 (um) avaliador para x avaliados.
Recursos Materiais: Bola de futsal, cones e quadra adequada à prática do esporte.
3. Análise
0 (zero) para “não executa”;
1 (um) para “executou com muita dificuldade”;
2 (dois) para “executou com dificuldade”;
3 (três) para “executou”;
4 (quatro) para “executou com facilidade”.
4. Interpretação
0 (zero) a 6 (seis) pontos – insuficiente
7 (sete) a 13 (treze) pontos – suficiente
14 (quatorze) a 20 (vinte) pontos – bom
21 (vinte e um) a 27 (vinte e sete) pontos – muito bom
28 (vinte e oito) a 32 (trinta e dois) pontos – ótimo
Descrição dos fundamentos técnicos do futsal
1. Passe
Entregar a bola diretamente ao companheiro da sua equipe. O pé de apoio deve estar próximo à bola. Braço oposto ao pé de apoio buscando equilíbrio. O tronco deve estar levemente inclinado seguindo a inclinação natural. Quando for longo e alto também é conhecido como lançamento.
2. Domínio ou controle
É a ação de receber a bola deixando-a sob seu controle.
3. Recepção
A recepção pode ser executada com várias partes do corpo permitidas pelas regras do futsal.
4. Drible
É a ação na qual o praticante de posse de bola irá ludibriar, ou passar pelo marcador, mantendo a mesma sob sua posse.
5. Condução
Correr com a bola próxima ao pé, com naturalidade e objetividade. Manter equilíbrio do corpo e coordenação dos movimentos com velocidade.
6. Cabeceio
Golpear a bola com a cabeça, observado o destino, ofensiva ou defensivamente, executando o movimento final com a testa.
Observação: Devendo manter os olhos abertos
7. Marcação
Impedir que o adversário progrida ou receba a bola em condições de levar perigo ao gol, objetivando a retomada da posse de bola.
8. Chute
Golpear a bola com um dos pés em direção ao gol adversário. Atentando para o equilíbrio corporal, a posição do pé (base), do joelho (flexionado) e pé que chuta.
9. Finta
É o movimento executado sem a posse de bola, com o objetivo de ludibriar o adversário, obtendo uma vantagem sobre o mesmo.
Após a apreciação e aprovação dos especialistas consultados, as matrizes analíticas do futsal nível I e II obtiveram a seguinte configuração. Os fundamentos que serão submetidos à avaliação serão: passe, domínio, recepção, drible, condução, cabeceio, marcação, chute e finta.
Dividiu - se a matriz nível I com uma pontuação, dos fundamentos, mínima e máxima entre 0 (zero) e 2 (dois) pontos, na qual não somará ponto o avaliado que não executar o fundamento avaliado e somará 2 (dois) pontos o avaliado que realizar o fundamento com facilidade. Após realizar a avaliação de todos os fundamentos da matriz, a pontuação obtida será interpretada, onde o somatório da pontuação será classificado em insuficiente, para o avaliado que obter uma pontuação total entre 0 (zero) e 3 (três) e ótimo, para uma pontuação total entre 15 (quinze) e 16 (dezesseis) pontos.
A matriz nível II será um pouco mais detalhada que a matriz nível I, pois a pontuação dos avaliados estará classificada entre 0 (zero) e 4 (quatro) pontos. A interpretação do somatório dos pontos obtidos, nos fundamentos avaliados, será semelhante à interpretação realizada na matriz nível I. O avaliado poderá obter um somatório total dos pontos entre 0 (zero) e 32 (trinta e dois) pontos.
4. Conclusão e discussões
Com o presente trabalho pode-se perceber que não houve muitas divergências com relação aos conceitos dados para os fundamentos técnicos da modalidade futsal e os fundamentos também são considerados os mesmos, segundo os autores citados no Projeto, com exceção apenas para o fundamento domínio e recepção e os mesmos foram citados pelos avaliadores como diferentes, ou seja, que houvesse a divisão dos mesmos nas matrizes, mas conclui-se que mesmo havendo essa divisão para validação das matrizes, o produto final das duas foi o mesmo.
Para os outros fundamentos houve apenas um complemento no conceito, por parte dos avaliadores, que não modificariam o resultado final do gesto técnico. Portanto, acredita-se que as matrizes de futsal, nível I e II, podem ser instrumentos de grande importância para o professor de Educação Física e/ou treinadores realizarem com seus atletas/alunos como forma de avaliação dos gestos técnicos e inclusive como forma de progressão do ensino da modalidade, quando realizados inicialmente aos treinamento/aulas e ao final de certo período.
Referências bibliográficas
JÚNIOR, J. R. de A. “O jogo de futsal técnico e tático, na teoria e na pratica”. Curitiba: Editora Gráfica Expoente, 112p, 1999.
SAAD, M. “Futsal: iniciação técnica e tática: sugestões para organizar a sua equipe”. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 1997.
TOLUSSI, F. C. “Futebol de salão: tática, regra e história”. Ed. BRASIPAL. São Paulo: Hemus, 1982.
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