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A contribuição árabe-muçulmana para 

a formação da cultura corporal carioca

La contribución árabe-musulmana a la formación de la cultura corporal carioca

 

* Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação (Proped)

da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Pós-graduado em Elaboração e Gestão de Projetos socioesportivos
pela Universidade Castelo Branco (UCB/RJ)

Licenciado em Educação Física pela UCB/RJ

Integrante de Grupo de Cultura Corporal da UCB/RJ. Agência de fomento: FAPERJ

** Pós-graduado em Elaboração e Gestão de Projetos socioesportivos pela UCB/RJ

Licenciado em Educação Física pela UCB/RJ

Integrante de Grupo de Cultura Corporal da UCB/RJ

*** Licenciada em Educação Física pela UCB/RJ

Integrante de Grupo de Cultura Corporal da UCB/RJ

**** Orientador. Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB/RJ

Licenciado em Educação Física pela UCB/RJ

Professor responsável pelo Grupo de Cultura Corporal da UCB/RJ

Rafael Valladão*

rafael-valladao@hotmail.com

Mauricio Fidelis**

mauriciofidelis@hotmail.com

Cecília de Oliveira***

cecilia.oliveira1@atento.com.br

Sérgio Ferreira Tavares****

sergiof.tavares@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A maioria dos muçulmanos acredita ser descendente de Ismael, filho de Abraão. O Islã nasceu aproximadamente no ano de 610, fundado por Maomé que foi considerado o último profeta numa cadeia de 25. Com a invasão do Egito, em 639-640 d.C., os árabes se apropriaram da dança do ventre que representava o culto à fertilidade e à Deusa Ísis. Em 1774, Portugal e Marrocos assinaram um tratado de paz para proteger o comércio com o Brasil. O primeiro contingente de muçulmanos teria chegado ao Brasil na passagem do século XVIII para o XIX. Assim, a população marroquina de Mazagão é enviada ao Brasil e anos depois viriam os malês, autores da revolta em Salvador. O início de uma segunda corrente migratória seria a de sírios e libaneses no último quarto do século XIX. O samba tem suas origens no batuque nos morros do Rio de Janeiro, nos primeiros anos do século XX. Entre os instrumentos de percussão destaca-se um de origem árabe: o adufe. Outras manifestações da cultura árabe podem ser observadas nas letras do compositor Aniceto de Meneses e Silva Júnior, um dos fundadores da escola de samba Império Serrano e também compositor da Portela, que se refere ao "mussurumi", termo de origem muçulmana. Pode-se concluir que há necessidade de pesquisas mais amplas que poderão revelar mais indícios de uma influência árabe-muçulmana na cultura corporal carioca.

          Unitermos: Árabe. Islã. Rio de Janeiro

 

Abstract

          Most of the Muslims believe they are descended from Ishmael, Abraham's son. Islam was born around the year 610, founded by Muhammad who was considered the last prophet in a chain of 25. With the invasion of Egypt in 639-640 AD, the Arabs took possession of belly dance that represented the cult of the fertility and of the Goddess Isis. In 1774, Portugal and Morocco sign a peace treaty to protect trade with Brazil. The first contingent of Muslims came to Brazil at the turn of the eighteenth century to the nineteenth. Thus the Moroccan population from Mazagan is sent to Brazil, later on the “Malês” (black Muslims who could read and write) would come and become authors of the insurgency in Salvador. Afterwards, a second wave of Syrian and Lebanese migrants arrived in the last quarter of the nineteenth century. Samba has its origins in the “batuque” from the shanty towns of Rio de Janeiro in the beginning of the twentieth century. Among the percussion instruments stands one of Arab origin: the adufe. Other manifestations of Arab culture can be observed in the lyrics of composer Aniceto de Menezes e Silva Junior, who was one of the founders of the Imperio Serrano samba school and also a composer at Portela, which refers to "mussurumi," a term of Muslim origin. It can be concluded that there is need for broader researches so as to reveal more evidences of Arab-Muslim influence in the Rio’s body culture.

          Keywords: Arabic. Islam. Rio de Janeiro

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010

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Introdução

    A origem do povo árabe se perde no tempo sendo impossível precisá-la com certeza, apesar de a maioria dos muçulmanos acreditar ser descendente de Ismael, filho de Abraão, citado no Alcorão e no Antigo Testamento. O Islã nasceu aproximadamente no ano de 610 com Maomé, que foi considerado o último profeta numa cadeia de 25 profetas descritos pelos mulçumanos.

    Com a invasão do Egito, o Império Árabe se apropriou da dança do ventre difundindo-a pelo mundo e exibindo-a nos palácios. A expansão desse Império ocorrida na África foi motivada pela empreitada de islamizar a população desse continente e obter escravos.

    Com o advento das expedições marítimas portuguesas e os descobrimentos de novas terras, estes dois mundos – árabe e cristão – acabam por se cruzarem mais uma vez nas Américas, no qual muitos negros islamizados conhecidos como Malês termo usado para designar os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe, vão aportar no Brasil e dar início a um intercâmbio cultural. Mais tarde esta influência se faria presente nos morros cariocas, nas letras e nos instrumentos, de um dos maiores patrimônios da cultura corporal carioca, que é o samba.

    O artigo objetivou, portanto, através de uma revisão de literatura, realizar uma breve análise histórica do início e desenvolvimento da cultura árabe-muçulmana até sua chegada ao Brasil, consequentemente ao Rio de Janeiro, e sua contribuição para a formação da cultura corporal carioca.

Origem suposta do povo árabe

    Os árabe são citados pela primeira vez em 853 a.C em uma inscrição Assíria, quando Shalmaneser III menciona um rei Gindibu, de uma terra árabe como estando entre as pessoas que ele derrotou na batalha de Karkar. As origens do povo árabe se perdem no tempo, não se podendo precisá-la com exatidão. Entretanto, a maioria dos muçulmanos acredita ser descendente de Ismael, filho de Abraão, o profeta bíblico mitológico também citado no Alcorão e que viveu aproximadamente há 2000 a.C. (WIKIPÉDIA, 2010).

    Abraão, marido e Sara, aos seus oitenta e seis anos, teve um filho com sua serva egípcia Agar com o consentimento da esposa que era estéril. E essa criança se chamou Ismael. Quando Abraão completou cem anos Deus concedeu-lhe o privilégio de ter um filho com Sara, que foi chamado de Isaque. Havendo conflito entre as duas mães, Abraão expulsou Agar e seu filho para o deserto (BÍBLIA, 2010; ALCORÃO, 2010).

    Para Coggiola (2007), a região da Arábia, até o século VII, apesar de falar a mesma língua, era extremamente dividida e nela coexistiam diversos reinos e povos semitas, como os beduínos e Korechitas. Esses povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças. Os nômades beduínos mantinham uma vida no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seus alimentos e vestimentas. Os koreichitas habitavam os litorais e viviam do comércio fixo. Com o surgimento do islamismo e sob a liderança do profeta Maomé, os povos semitas iniciaram a unificação da península Arábica através do Islamismo.

Maomé e o Islã

    O Islã, que para Kamel (2007) quer dizer submissão, é uma das religiões monoteístas mais tradicionais do mundo, junto com judaísmo e do cristianismo. Porém ela não é tão antiga como as duas citadas, o Islã nasceu aproximadamente no ano de 610 a.c. com Maomé (Muhammad), que foi considerado o último profeta numa cadeia de 25 profetas descritos pelos mulçumanos, sendo os mais conhecidos: Adão (que foi o primeiro), Noé, Abraão, Ismael, Isaac, Moises, Salomão, João Batista, Jesus e por fim Maomé. Segundo o Alcorão (2010), Maomé obteve em um de seus retiros espirituais uma revelação divina feita pelo Anjo Gabriel, em Meca, cidade da Arábia Saudita, durante três anos, segundo Kamel (2007), estas revelações se deram constantemente e ficaram em segredo, sendo somente partilhadas com uma pequena parcela dos conhecidos de Maomé.

    Foi então que em uma noite o anjo Gabriel apareceu e lhe disse: “Ó tu, enrolado ao manto, levanta-te e prega! (Sura 74, 1-2)”, (KAMEL, 2007, p.67,), a partir deste momento Maomé deu inicio a suas pregações e a expansão daquilo que hoje conhecemos como Islã. Os mulçumanos acreditam que o local onde se encontra a cidade de Meca fora onde Adão teria construído um templo, o qual mais tarde teria sido responsabilidade de Abraão reconstruir. Em seguida, Abraão obedece a uma ordem divina e brada ao mundo que naquele momento todos deveriam ao menos uma vez ao ano realizar a grande viajem para o templo. Quando deu inicio a sua pregação nesta cidade, Maomé encontrava-se diante de um grande dilema, já que ali eram adorados aproximadamente 360 deuses, se realizava uma “batalha” contra esta profanação da casa de Deus, ou se omitia perante esta pratica do povo, partiu para pregar contra isto, e para não ser morto, Maomé fugiu da cidade e abrigou-se em Medina, cidade onde acabou por ser sepultado mais tarde como profeta, segundo Sasson (2005).

    Isolado por muito tempo, o profeta se viu numa situação conturbada que só começou a mudar quando um grupo de pessoas oriundas da cidade que hoje se conhece como Medina aderiu ao Islã, posteriormente, mais 12 cidades aderiram ao Islã. Com um número de convertidos suficiente, Maomé retornou a Meca com o intuito de conquistar a cidade santa que estava sendo profanada, cumprindo assim os desejos de Deus segundo o Anjo Gabriel.

    Os cinco pilares da fé mulçumana, ou o arkan, devem ser aqui mencionados, por ratificarem Maomé como o último profeta, são eles: A Profissão de fé, a oração, o jejum, a esmola e a peregrinação a Meca. Segundo Samuel (1997), a profissão de fé ou shahada, é a recitação cotidiana do credo mulçumano: “Há um só Deus, Alá, e Maomé é o profeta de Alá”. A oração ou salat deve ser recitada cinco vezes ao dia, na seguinte ordem:

  1. Ao alvorecer;

  2. Depois do meio-dia;

  3. Entre o meio-dia e o pôr-do-sol;

  4. Logo após o pôr-do-sol;

  5. Aproximadamente uma hora após o pôr-do-sol.

    Chegou-se ao número cinco após um embate entre Maomé e Deus incitado por Moises, quando Maomé subiu aos setes Céus Deus ordenou-lhe que orasse 50 vezes por dia, Maomé aceitou, contudo, durante o caminho de volta à Terra deparou-se com Moises que lhe disse que cinquenta era muito, convencendo o profeta a “barganhar” com Deus para que este número fosse reduzido. Após muito discutir, eles chegaram ao número de cinco orações diárias (KAMEL, 2007).

    O Jejum ou siyam é o jejum mensal que acontecia no dia 10 do Mês de Moharram, depois de Maomé, passou a ser realizado no mês de ramadã esse jejum, cuja conclusão concede a absolvição de todos os pecados cometidos antes do ramadã.

    A esmola ou zakat significa purificação, pois esta purifica os dons recebidos de Alá. Antigamente a Zakat era feita com a colheita, assim: o óleo, o rebanho e tudo que é recolhido é distribuído aos pobres, a obrigatoriedade da zakat, não exime os mulçumanos de realizá-la também de forma espontânea.

    A peregrinação a Meca ou Hajj, aqui o profeta diz que todos os mulçumanos que tenham condição (financeira, de saúde e etc), devem ao menos uma vez na vida realizar a Hajj, no mês de Dhu al-Hija, que é considerado o último mês do calendário mulçumano. A viagem a Meca realizada em outro período é tida como positiva, mas não exime o mulçumano de realizar o seu Hajj, estando liberado somente aqueles que não tenham condição de fazê-la.

    Toda esta doutrina rigorosa forjou ao longo dos séculos um povo forte, que através da fé conquistou muitas (terra, reinos, ouro etc) justamente por acreditar que a verdade revelada pelo profeta era ‘a verdade’, e que o “mundo” deveria crer nisso, pela palavra ou pela força. Essas crenças que nasceram com as pregações de Maomé se tornaram tão fortes, que o seu povo passou a ‘endeusar’ este de tal forma que ações contrarias a tudo que ele pregou tornaram-se motivos de guerras, protestos, lutas.

Invasão árabe no Egito e a dança do ventre

    Não sabendo precisar se em 639 ou 640 d.C., os autores apontam que o Império Árabe invadiu o Egito em um processo histórico que massacraria a identidade negro-africana imporia o Islã, perseguindo até a morte e escravizando os que defendiam valores civilizatórios de suas próprias terras (LUZ, 2000; COGGIOLA, 2007; KUSSUNOKI e AGUIAR, 2009; BENCARDINI, 2002).

    Os árabes se apropriaram da dança do ventre que surgiu no Egito, como culto à fertilidade e à Deusa Ísis e na Mesopotâmia, representava o culto às Deusas Isthar e Inana. Segundo Bencardini (2002), é comum encontrar no ocidente quem aponte o surgimento da dança em templos do Antigo Egito, porém quando a civilização egípcia se consolidou e prosperou enquanto nação, a dança e homenagem à grande deusa já existiam há muito tempo. É possível, portanto, que os cultos à Deusa Ísis tenha sido incorporados de rituais mais antigos.

    A dança do ventre foi à primeira forma de expressão feminina no antigo Egito; seus rituais eram sagrados e realizados por sarcedotisas, que em forma de dança representavam Fertilidade e Adoração, Xavier (2007). Segundo Coelho (2009), seu surgimento ocorreu mais ou menos 7000 anos atrás, por ser um culto primitivo à Deusa-Mãe (recebendo o nome de Gaia dos gregos; e personificada sob as formas de Nut, Isis e Hátor para os egípcios): por este motivo, os homens eram excluídos de seu cerimonial.

    Kussunoki e Aguiar (2009), afirmam que os árabes optaram por utilizar o termo “dança do ventre” por ser uma dança ligada diretamente às mulheres. E que tal expressão lhe caía melhor que “dança árabe” ou “dança oriental árabe”, pois esta dança possui elementos de diversas outras culturas como a faraônica, a fenícia, a núbia, a turca, ou a bereber.

    Mas, afinal de contas, o que é a dança do ventre? O único e verdadeiro significado desta dança é o poder de criação incutido nela, a fertilidade, a gestação, a maternidade. Ela é dançada pelas mulheres árabes durante o trabalho de parto - tanto pela parturiente que repete os movimentos de contração e vibração de abdômen, como pelas outras mulheres que, junto com a parteira, assistem o parto formando um círculo em volta da futura mamãe, dançando e cantando uma ladainha para purificar o ambiente e estreitar o contato com o divino. Este ritual é executado tanto nos países do Oriente Médio como nos africanos até os dias de hoje. (ALLI, 2005, p. 1-3)

    As antigas formas de expressão e os diferentes movimentos atualmente executados foram praticados no antigo Egito, Babilônia, Síria, Suméria, Pérsia e Grécia, visando através dos cultos de louvor, o preparo de mulheres para se tornarem mães. Os movimentos de contração, ondulação e vibração, desenvolvidos pelas mulheres, tem a função de aliviar dores menstruais e preparar os músculos para a sustentação da gestação, o trabalho de parto, culto à Grande Deusa (natureza) em prol da fertilidade - do ventre e da terra (ALLI, 2005; COELHO (2009).

    A dança do ventre é uma expressão poética do corpo cheia de gestos e significados. Uma celebração à feminilidade, desenvolvida por mulheres, e para mulheres. O que se conhece por dança do ventre hoje em dia no mundo ocidental, é a dança árabe (Oriente Médio e Norte da África) miscigenada e influenciada por várias outras culturas. Compilada em seus movimentos mais populares, adicionada de um breve ocidentalismo (véus, meia-ponta), muito bem vestida com lantejoulas e franjas, hoje a dança do ventre é transformada em espetáculo.

    Os Árabes disseminaram a dança para outros países, graças a sua tradição de viajante e mercador. A dança também passou a ser exibida nos palácios, mas com a radicalização do Islã e o fim do Califato, em 1258, entrou numa época de declínio. Por volta do século XVI, ainda no Egito, começou a ser executada em locais de prostituição, apesar de merecer uma visão vulgar e banalizada, tendo em vista sua prática milenar (KUSSUNOKI e AGUIAR, 2009; ABRÃO e PEDRÃO, 2005).

    As ações imperialista e etnocêntrica dos árabes na África se caracterizaram por interesses comerciais e pelas conversões impostas pelo Islã. Luz (2000) descreve que a ofensiva árabe muçulmana se estendeu do século V ao XX no continente, e apesar de não ter causado o mesmo impacto das ações escravistas e colonialistas da Europa cristã, concorreu para as políticas genocidas que vem sofrendo a África até os dias atuais.

Portugal, Marrocos, Brasil e as revoltas libertárias

    O domínio de Portugal sobre o Marrocos já ocorria no século XV, antes do descobrimento do Brasil, quando em 1415, segundo Farinha (s/d), Ceuta foi conquistada por D. João I. A maior parte do litoral marroquino esteve sob o poder dos portugueses e espanhóis.

    Entretanto, séculos depois, com o intuito de proteger o comércio com o Brasil de ataques de corsários marroquinos e representar um quadro jurídico de referência, o então rei de Portugal, D. José I, em 11 de janeiro de 1774 assina um tratado de paz entre Portugal e o sultão de Marrocos (MANSOURI, s/d; AMARAL, 2010). Essa preocupação com o comércio havia sido expressa pela Assembléia Consultiva do rei:

    Os membros da Assembléia insistiram na necessidade de concluir uma trégua com Marrocos, a fim de proteger os seus portos e o comércio com o Brasil. O rei de Portugal apressou-se a enviar Manoel Pontes a Marrocos, portador de uma carta onde encomendava ao sultão que desse início rapidamente a conversações com vista à assinatura de um tratado final de paz entre os dois países. (MANSOURI, s/d, p. 97)

    O primeiro contingente de muçulmanos teria chegado ao Brasil na passagem do século XVIII para o XIX. Do Marrocos, antes da assinatura do tratado a população de Mazagão seria enviada ao Brasil, criando a Vila Nova de Mazagão. Toda a cidade seria transferida para a Amazônia, no Brasil, região que era de controle português e que necessitava de garantias de soberania. Tal fato marcaria o fim da presença portuguesa no Norte da África (AMARAL, 2010).

    Entre as principais revoltas, empreendidas por negros no Brasil, nesse período, destaca-se a dos Malês. O uso do termo Malâ na Bahia, de acordo com Munanga e Gomes (2006), não denominava uma etnia em particular, e sim aqueles negros que haviam adotado o Islã como religião. Para o autor, os historiadores, pesquisando as origens dos Malês, que chegavam à Bahia, encontraram diversos povos, tais como: Nagôs, Haussás, Jêjes, Minas, Bornu, Cabina, Congo, Gruma ou Grunci e Tapa.

    Para Nei Lopes citado por Quental (2003), o primeiro contato dos brasileiros com a cultura islâmica foi por intermédio de escravos africanos muçulmanos e não de imigrantes árabes, oriundos principalmente da Síria e do Líbano, que tinham principalmente formação cristã. O Islamismo teve papel muito importante na "aglutinação e resistência" dos negros feitos escravos no Brasil. Esse Islamismo, que já na África, como vimos, não era exatamente o mesmo da Arábia, no Brasil sofreu, é claro, ainda outras influências, recebendo os nomes de 'religião dos alufás', e culto 'mussurumin', 'muçulmi' ou 'malê' - nomes estes pelos quais eram genericamente conhecidos os negros islamizados. E foi esse Islamismo que criou a mítica do negro altivo, insolente, insubmisso e revoltoso.

    A Constituição baiana de 1824, colocava o catolicismo como religião oficial, sendo a única que podia realizar cerimônias públicas e construir templos. Os Malês portanto reuniam-se nas ruas ou em suas casas escondidos para praticar sua religião e planejar e discutir a construção de uma sociedade mais digna, considerando a possibilidade de usar a força. A data escolhida para a revolta foi o domingo da Festa da Nossa Senhora da Guia, por razões estratégicas, demonstrando o conhecimento Malê sobre a cultura de Salvador. A Festa levaria para a região do Bonfim um grande número de pessoas e principalmente parte da força policial. A cidade ficaria vazia de homens livres e policiais, e seriam fácil sua dominação.

    A data da revolta, 25 de janeiro de 1835, além de ser estratégica era um dia especial para os africanos islâmizados. Era o período do Ramadã pelo calendário islâmico, coincidindo com o final do jejum, data próxima a festa do Lailat al Qadr. O plano, segundo, era o seguinte:

    (...) um grupo de revoltosos sairia do clube do Corredor da Vitória, na atual avenida Sete de Setembro, perto do Campo Grande, em direção à Ribeira; lá na localidade conhecida como Cabrito, o grupo se uniria ao pessoal dos engenhos e quilombos da Mata Escura, do Cabula, etc. (NEI LOPES, 1998 apud MANUANGA e GOMES, 2006, p. 94)

    Mas os revoltosos foram delatados por Guilhermina Rosa de Souza, mulher do africano liberto Domingos Fortunato, que avisou, como prova de lealdade, à Firmino Joaquim de Souza Velho, seu patrono. A rebelião foi boicotada, o movimento dominado por uma violenta repressão policial espalhando pânico na população. Todos os africanos suspeitos foram deportados, a maioria caçados e executados. Há no entanto os que se misturaram entre os demais negros, fugindo para outros centros urbanos. O que inclui o Rio de Janeiro (MANUANGA e GOMES, 2006).

    Existem alguns relatos que anterior aos Malês, tenha existido no Brasil  uma outra influência da cultura árabe e que apesar de poucas evidências, possa ter marcado a história do país, que foram as estratégias de combate de um Mouro para o Quilombo dos Palmares, em Pernambuco, tendo como líder Zumbi.  Palmares foi até chamada de a primeira república livre do Brasil, que foi Palmares em Pernambuco, tendo como líder Zumbi. Bourdoukan (2001), escreveu o seu romance ‘A incrível e fascinante historia do Capitão Mouro’, em cima de uma carta que ele encontrou do então governador da capitania de Pernanbuco, Caetano de Melo e Castro, dirigida ao rei de Portugal, que relatava que o quilombo de palmares se encontrava muito bem estruturado na suas fortificações, e que este conhecimento havia sido desenvolvido junto a Zumbi por um Mouro que ali se encontrava.

    Muitas foram as influencias árabes em terras brasileiras, porém o inicio da república é marcado pelo grande fluxo migratório para o país, apoiado como política de estado, que visava o embranquecimento da população, muitas vantagens traziam os imigrantes para o Brasil, incluindo os Sírios e o Libaneses, que de origem árabes eram os que chegavam e maior quantidade.

Fluxos migratórios para o Brasil

    Segundo o site do Ministério do Planejamento (2010) “Entre 1871 e 1900 apenas 5 400 pessoas tinham aportado no Brasil, transplantando consigo suas diferenças religiosas, presentes em algum grau em 95% dos imigrantes árabes”, ainda segundo o mesmo site dois motivos principais levaram sírios e Libaneses a Aportarem aqui com grande força, o primeiro foi o Império Otomano, comandado por turcos, que tinha na fé islâmica a sua ideologia, este império surgiu no ano de 1516 e teve a sua queda no ano de 1918 segundo Truzzi (s/d). foi um poderoso império que colocou a poderosa Europa em sobre alerta por varias vezes. Os paises tidos como cristãos como a Síria e o Líbano gozaram de uma certa paz, porém grandes eram os tributos a serem pagos, o que gerou um quadro de grande miséria nestes paises que eram dominados por turcos mulçumanos. A perseguição a cristãos não eram reprimida pelo califado do império, e em alguns momentos era até mesmo instigada, estas perseguições, os tributos, a escassez de terras e a obrigatoriedade de alistamento de jovens sírios e libaneses no exercito otomano quando necessários produziu uma grande leva migratória destes povos para as Américas.

    O início de uma corrente migratória livre de sírios e libaneses para o Brasil se dá no último quarto do século XIX. Antes dessa data, há registros de alguns poucos indivíduos que ingressaram ao país sob o rótulo genérico de “turcos-árabes”. Essa denominação foi aplicada a aqueles que viajavam com documentação emitida pela Turquia, que dominou a região do Oriente Médio por mais de 400 anos, e aos indivíduos pertencentes a algum dos numerosos países que constituíam o chamado Mundo Árabe. (FÍGOLA e VIELA, 2004, p.4)

    Estes imigrantes diferentes dos italianos, dos portugueses, entre outros, não eram dados aos trabalhos no campo, e logo assumiram, e deram um traço muito característico a uma marca do carioca que foi o comercio. Eles entraram com muita força no Brasil como mostra o censo do IBGE:

   

1920

1940

Brasil

50.337

48.970

São Paulo

19.285

24.084

Rio de Janeiro

9.321

9.051

Minas Gerais

8.684

5.902

Rio Grande do Sul

2.656

1.093

Fonte: Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 

    Como precisavam sobre viver os imigrantes de origem árabes logo deram uma característica diferente a um ramo já desenvolvido aqui pelos portugueses que foi o de mascate, porém pelos traços conferidos logo esta ação de mascatear foi atribuída aos “turcos”, como ficaram conhecidos todos os imigrantes de origem árabes que aqui aportavam. O ciclo da borracha e o mercado ambulante (mascate), eram os ramos que mais se identificaram os imigrantes árabes que aqui chegavam (TRUZZI, s/d). Com o final do ciclo da borracha que até então era a maior fonte de trabalho encontrada pelos mascates, os obrigaram a se introduzirem nos grandes centros, como Rio e São Paulo, como mostra dados do censo do IBGE supra citado.

    No Rio a praça Onze num primeiro momento e a rua da Alfândega e suas adjacências posteriormente foram os locais onde estes imigrantes marcaram grande presença na cultura do carioca. A rua da Alfândega pode ser considerada o maior exemplo, que árabes e judeus podem conviver em harmonia, respeitando uns ao outros, “lutando” apenas por clientes num dos comércios mais tradicionais da cidade. A convivência entre estes dois povos em nada reflete o conflito armado que ambos os povos travam a décadas pelo território da terra santa, a Palestina, o que se vê lá na prática é o principio da tolerância, e até mesmo da união, pois a união doa comerciantes dê-la formaram na década de 60 o SAARA, sigla que significa sociedade de amigos das adjacências da rua da Alfândega, segundo Worcmam (2000), o comércio local se uniu para evitar que ali fosse construído uma avenida de nome diagonal, que seria responsável por fazer a ligação entre a Lapa com a Av. Presidente Vargas, demolindo assim inúmeros prédios do tempo ta colônia.

    Árabes, judeus, chineses entre outros estrangeiros vivem e respiram o comercio do SAARA quase que 365 dias do ano, divididos em onze ruas,

Presença árabe no samba e no carnaval carioca

    A cultura árabe-islâmica trazida pelos negros africanos no século XVIII ajudou a formar a cultura carioca dando origem às manifestações típicas nacionais, como o samba dos morros cariocas e o carnaval. A influência árabe na cultura brasileira começa antes mesmo da descoberta do país, a partir da ocupação pelos mouros da Península Ibérica, no século VIII, que deixa marcas importantes, por exemplo, na língua, literatura e na arquitetura portuguesas (QUENTAL, 2003).

    Toda a expressão da cultura corporal no samba, em suas origens, no batuque nos morros do centro do Rio de Janeiro, nos primeiros anos do século XX, entre os vários instrumentos de percussão de origem africana, ocorreu, também, um de origem árabe: o adufe (Figura 2).

Figura 2. Adufe: instrumento de percussão árabe, parente do pandeiro brasileiro.

Fonte: http://tecnologiasdamusica.blogspot.com/2009/10/historia-do-adufe-introducao-adufe.html

    O adufe é semelhante ao pandeiro, tendo a forma de um hexágono e sem platinelas. Este instrumento teria ajudado, segundo João Baptista de Medeiros Vargens citado por Quental (2003), o samba a incorporar à batida que hoje o caracteriza ou teria contribuído para uma marcação "diferente" do samba. Tal fato ocorre em algumas escolas mais tradicionais, como é o caso da Portela.

    O adufe, nunca lembrado pelo nome correto, aparece nos relatos de alguns veteranos sambistas da Portela, e no do cantor e compositor Paulinho da Viola, que conviveu com muitos deles. "Paulinho, no livro, lembra as batucadas na antiga sede da Portela, a Portelinha. Lembra dos cavaquinhos, das palmas e de uns pandeiros quadrados, que seriam responsáveis por esse toque da Velha Guarda, pelo desenho melódico dos velhos bambas da escola". (...) essa marcação rítmica desenvolvida com a participação do adufe ajudava a dar uma marca especial à bateria da Portela, reconhecida imediatamente pelo público quando a escola começava a entrar na avenida, "pelo menos até meados dos anos 1970". (QUENTAL, 2003, s/p).

    É comum, também, no Rio de Janeiro encontrar bandas árabes de música, que se utilizam de um outro instrumento de percussão árabe, para tocar o samba – o derbake. Entretando, neste sentido houve o processo inverso do adufe, pois o derbake é utilizado por bandas árabes para tocar, além de outras músicas árabes, o samba. Já o adufe, veio dar origem ao atual pandeiro, que é atualmente um dos principais instrumentos do samba.

    Não há estudos que comprovem a presença de descendentes árabes nos morros cariocas, até porque ainda são poucas as iniciativas de registro da história dessa população e do próprio samba. No entanto há uma outra pista sobre a convergência dos dois mundos - árabes e negros sambistas. As manifestações da cultura árabe no Rio de Janeiro podem ser observadas nas letras do compositor Aniceto de Meneses e Silva Júnior, morto em 1993. Aniceto foi um dos fundadores da escola de samba Império Serrano e também compositor da Portela, e se refere ao "mussurumi", termo de origem muçulmana. A título de exemplo, pode-se citar a música “Raízes da África” de Aniceto Meneses e Nílton Campolino, citando o termo árabe:

Assumano, Alabá, Abaca, Tio Sani
E Abedé me batizaram na lei do mussurumi
Bonito, Assumano, Alabá, Abaca, Tio Sani
E Abedé me batizaram na lei do mussurumi
Ô quá! (...)
Como vêem tenho o corpo todo cruzado e fechado
Carrego exé na língua, não morro envenenado
Assumano! (...)
Viajei semana e meia daqui pro Rio Jordão
Lugar em que fui batizado com uma vela em cada mão
Alabá! (...)
Cinco macota d'Angola me prepararam de berço
Enquanto Hilário Jovino me cruzou com sete terços (...)
Mesmo assim, me considero um insigne mirim
Filho de cuemba não cai Ogum, Xangô, Alafim. (BARRY, 2009, s/p)

    A influência da matriz árabe-muçulmana na cultura corporal carioca, também pode ser observada nas letras de algumas marchinhas carnavalescas, onde de certa forma promovem essa simbiose. A marchinha “Allah-lá-ô” de Haroldo Lobo e Antônio Gabriel Nássara:

Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô

Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara

Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah (...) (LOBO e NÁSSARA, 2010, s/p)

    A composição homenageando o deserto do Saara e Allah, não poderia deixar de vir de um “árabe-brasileiro”, Antônio Gabriel Nássara. Nássara, inclusive, já ganhou concursos na década 1930, disputando e vencendo Lamartine Babo, Noel Rosa (seu vizinho de infância em Vila Isabel) e Ary Barroso (WIKIPÉDIA, 2010).

    Citando o professor Vargens, Quental (2003) afirma que um pouco mais de investimento em pesquisa iria, sem dúvida, revelar uma ligação muito mais íntima, e surpreendente, entre as duas culturas do que se supõe hoje em dia. E, provavelmente, a sua ligação um dos maiores patrimônios da cultura corporal carioca, que é o samba e toda riqueza de seus morros, pois no momento o que há são apenas indícios.

Conclusão

    Pode-se concluir que há necessidade de pesquisas mais amplas que poderão revelar mais indícios de uma influência árabe-muçulmana na cultura carioca. Tais manifestos de mais investimentos em estudos das relações culturais entre árabes-cariocas são requisitados pelos autores das próprias literaturas consultadas para esta pesquisa.

    A necessidade de tradução do que este corpo carioca, árabe-muçulmano tem a dizer, com sua corporeidade repleta de signos sociais, pois todo corpo tem nos seus gestos uma história, necessita ser trazido à tona por pesquisadores e especialistas. Dentre tais necessidades, esta pesquisa pontuou manifestações que destacaram-se por apropriar a cultura árabe-muçulmana ao samba e ao carnaval carioca, através do adufe, das letras de música e marchinha citando termos muçulmanos.

    Por conta desta manifestações concluiu-se que as formas de cultura árabe-muçulmana contribuíram, junto com outras matrizes culturais não incluídas neste estudo, de forma significativa para construção da cultura corporal carioca.

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