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Atuações dos atletas e países na prova de salto em 

distância do Campeonato Mundial de Atletismo de 1983 até 2009

Actuaciones de los atletas y países en la prueba de salto en largo del Campeonato Mundial de Atletismo desde 1983 hasta 2009

 

Departamento de Educação Física

Universidade Federal do Paraná, UFPR

Jardim Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Dr. Vidal Palacios Calderón

Lic. Thiales Amador

yendy2005@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem como objetivo analisar a atuação dos oito atletas primeiros colocados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no período de 1983 até 2009 na prova de salto em distância. Foram utilizados métodos da estatística descritiva para o processamento dos dados de forma a determinar a média dos resultados, desvio padrão, coeficiente de variação e os valores mínimos e máximos. Constatou-se que a prova de salto em distância tem sido dominada pelos saltadores norte americanos. Neste sentido, os países da América do Norte e da Europa obtiveram os melhores resultados. Finalmente, destaca-se o desempenho do saltador cubano Iván Pedroso ao conquistar quatro títulos de forma consecutiva.

          Unitermos: Atletismo. Salto em distância. Campeonato Mundial

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    O Atletismo conta a história esportiva do homem no Planeta. É chamado de esporte-base porque sua prática corresponde a movimentos naturais do ser humano: correr, saltar, lançar. Não por acaso, a primeira competição esportiva de que se tem notícia foi uma corrida, nos Jogos de 776 A.C., na cidade de Olímpia, na Grécia, que deram origem às Olimpíadas. A prova, chamada pelos gregos de "stadium", tinha cerca de 200 metros e o vencedor, Coroebus, é considerado o primeiro campeão olímpico da história.

    Na moderna definição, o Atletismo é um esporte com provas de pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em campo (cross country), corridas em montanha e marcha atlética (IAAF, 2004).


    A prova de salto em distância é uma modalidade de salto caracterizada pela realização de esforços explosivos com elevada potência da contração muscular num intervalo muito curto de tempo. Daí que esta prova de atletismo se classifica como um exercício de força rápida a qual possui um abastecimento energético anaeróbico alático (KOTS, 1986).

    Durante as doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo a prova de salto em distância apresentou resultados relevantes tanto no sexo masculino como no feminino. Porém, precisa-se de um esclarecimento sobre as atuações dos atletas e países para enriquecer o conhecimento científico dos alunos com relação à prova de salto em distância. Neste contexto o estudo da bibliografia científica permitiu constatar a falta de análise estatística sobre a evolução histórica dos resultados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo de 1983 até 2009. Portanto o objetivo de este estudo foi demonstrar:

  • Quais países dominaram a prova durante as doze edições?

  • Quais atletas tiveram melhor desempenho?

  • Como foram as atuações dos atletas primeiros colocados nas doze edições?

  • Como foram as atuações dos oito finalistas em cada uma das doze edições?

  • Quantos recordes mundiais foram quebrados nas doze edições?

  • Quais áreas continentais foram as que dominaram a prova nas doze edições?

    As respostas encontradas podem contribuir para enriquecer o tratamento metodológico dos conteúdos de Atletismo nos diferentes níveis de ensino no Brasil a partir de uma perspectiva histórica. Conseqüentemente, a falta de dados sobre as atuações dos atletas e países das áreas continentais na prova de salto em distância nos sexos masculino e feminino, baseada na análise estatística dos resultados de 1983 até 2009 se apresenta como situação problemática, pois o tratamento metodológico dos conteúdos de atletismo que serão passados para os alunos devem ser focados desde sua origem, isto é, desde sua gênese (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Material e método

    O trabalho tem um caráter descritivo baseado na análise histórico das atuações dos oito atletas primeiros colocados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no sexo feminino e masculino na prova de salto em distância. Neste sentido, a análise dos documentos permitiu fazer a coleta de dados dos resultados desses atletas no período de 1983 até o ano 2009. Foram utilizados métodos da estatística descritiva para o processamento dos resultados. No total foram analisados estatisticamente 96 resultados no sexo masculino e feminino que representa (100%) dos dados disponíveis. O processamento estatístico utilizado permitiu determinar os valores médios dos doze finalistas, valores mínimos e máximos, o desvio padrão e o coeficiente de variação (CV).

Análise dos dados

Atuações dos atletas e países por áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no sexo masculino desde 1983 até 2009

    Na tabela 1 apresentamos os resultados dos primeiros saltadores colocados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância para homens. O resultado médio dos doze finalistas nestas edições foi de = 8,57m (±0,16cm) e uma pequena oscilação dos resultados segundo o coeficiente de variação mostrado CV=1,9%. Observam-se nesta Tabela que o valor mínimo dos resultados correspondeu ao saltador norte americano Dwight Phillips com 8,32m na nona edição e, o valor máximo ao atual recordista do mundo o norte americano Mike Powel com 8,95m na terceira edição.

Tabela 1. Atletas vencedores na prova de salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Nesta tabela se observa que a prova de salto em distância no sexo masculino tem sido mais dominada nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo pelos saltadores norte americanos e saltadores cubanos. Por exemplo, os saltadores norte americanos conquistaram nas doze edições aqui analisadas sete medalhas de ouro, ou seja, (58,3%) das doze que foram disputadas. A seguir, Cuba com quatro medalhas de ouro (33,3%) e com um único atleta (Iván Pedroso) ficou na segunda posição. A outra medalha correspondeu ao Panamá, na décima primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Osaka, Japão, entre 24 de agosto e 02 de Setembro de 2007, por meio de Irving Saladino.

    Desta forma conclui-se que os saltadores norte americanos e o cubano Iván Pedroso dominaram a prova de salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Se analisarmos a atuação dos atletas que subiram ao pódio, podemos perceber que, os saltadores norte americanos Carl Lewis e Mike Powel, foram os donos das quatro primeiras edições. Cada um deles conquistou dois títulos de forma consecutiva. Entretanto, salienta-se a atuação do norte americano Dwight Phillips, com três títulos, que apenas foi superada pela atuação do saltador cubano Iván Pedroso, quem conquistou quatro títulos de forma consecutiva, ou seja, dominou a prova de salto em distância desde a quinta edição até a oitava edição.

    Enfim, verifica-se que Iván Pedroso tem sido o saltador com mais títulos conquistados na prova de salto em distância para homens nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no período de 1983 até 2009.

    Outro detalhe importante nesta análise sobre a atuação dos saltadores é com relação ao número de recordes mundiais que foram quebrados. Neste sentido salienta-se que apenas a quebra do recorde do mundo aconteceu no dia 30 de Agosto, na terceira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Tóquio, Japão, por meio do saltador norte americano Mike Powel, com um resultado de 8,95m, superando em 0,5cm o anterior recorde do mundo de 8,90m, estabelecido pelo também saltador norte americano Beamon nos Jogos Olímpicos de México em 1968.

    Convém lembrar que os resultados dos saltadores ocupantes da primeira posição em cada uma das doze edições sempre ultrapassaram a respeitada marca dos 8,00m.

    No Gráfico 1 apresentamos os resultados médios dos oito saltadores primeiros colocados em cada uma das doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    O resultado médio de todas as edições foi de = 8,19m (±0.07), ou seja, aqui as oscilações foram pouco significativas se considerarmos o pequeno coeficiente de variação destes resultados (0,85%). Este valor corrobora, ainda, o alto grau de homogeneidade dos resultados obtidos pelos saltadores.

    Por outro lado, salienta-se que na terceira edição do Campeonato Mundial de Atletismo se alcançou o melhor resultado médio de todas as edições analisadas com = 8,32m(± 0.38). Este maior resultado médio é conseqüência do recorde do mundo estabelecido pelo saltador norte americano Mike Powel com 8,95m.

    Cabe salientar que na quarta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Stuttgart, Alemanha, entre 13 e 22 de Agosto de 1993 foi alcançado o menor resultado médio na prova com =8,1m(±0.21). Evidentemente, este péssimo resultado médio é conseqüência do reduzido número de saltadores que atingiram a marca de 8,00m em cada uma das edições. Por exemplo, na Tabela 2 percebe-se que apenas nesta quarta edição do Campeonato Mundial de Atletismo cinco dos oito saltadores primeiros colocados (62,5%) atingiram a marca de 8,00m. Veja-se ainda nesta Tabela que nas demais analisadas edições ao menos seis dos oito saltadores finalistas (75%) chegaram à marca citada.

    Por outro lado, em seis das doze edições (50%) sete dos oito saltadores primeiros colocados (87,5%) atingiram a marca dos 8,00m. Entretanto, em apenas três edições (25%), isto é, na segunda, décima primeira e décima segunda edição todos os oito saltadores finalistas ultrapassaram a citada marca.

Tabela 2. Números de saltadores com resultados acima da marca de 8,00m nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Agora se analisarmos a atuação por países dos seis grupos de Áreas Continentais segundo a divisão realizada pela International Association of Athletic Federation vemos que apenas uma destas seis áreas esteve representada nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, isto é, a Área da América do Norte e Central com os seguintes países: Estados Unidos, Cuba e Panamá.

    Neste sentido, nota-se que tanto Cuba quanto o Panamá não conquistaram medalhas, nem de prata e nem de bronze, nestas doze edições.

    Resumindo a atuação dos saltadores e países nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância podemos dizer que:

  • Os Estados Unidos e Cuba foram os dois países com melhor atuação nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância masculino. Os Estados Unidos com sete medalhas de ouro, quatro de prata e quatro de bronze dominou a prova.

  • Nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo apenas uma vez foi quebrado um recorde do mundo na prova de salto em distância no sexo masculino. Este mérito foi para o saltador norte americano Mike Powel, na terceira edição, com um resultado de 8,95m.

  • O saltador cubano Iván Pedroso foi o atleta que teve melhor atuação nestas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, pois conquistou quatro títulos dos doze que foram disputados.

  • Os países da América do Norte e Central dominaram a prova de salto em distância, com os seguintes países: Estados Unidos, Cuba e Panamá.

    Atuações das atletas e países das áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância feminino.

    Na Tabela 3 apresentamos a lista das saltadoras primeiras colocadas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    O resultado médio foi de =7,09m (±0,14). Nota-se que os resultados das saltadoras primeiras colocadas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo foram homogêneos. O coeficiente de variação (CV) foi apenas de (1,9%).

Tabela 3. Atletas vencedoras da prova de salto em distância feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    O valor mínimo dos resultados foi alcançado na décima edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Helsinque, Finlândia, entre 06 e 14 de Agosto de 2005 por meio da saltadora norte americana Tianna Madison com 6,89m e o valor máximo dos resultados correspondeu também à saltadora norte americana Joyner-Kersee, na segunda edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Roma, Itália, entre 28 de agosto e 06 de Setembro de 1987 com 7,36m.

    É importante salientar que nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância feminino o recorde do mundo nunca foi quebrado.

    Ao analisarmos a atuação dos países que conquistaram medalhas de ouro nestas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, verifica-se que os Estados Unidos foi o país que dominou a prova com quatro títulos dos doze disputados (33,3%). Neste sentido, a saltadora norte americana Joyner foi a primeira a conquistar um título de ouro para os Estados Unidos, na segunda edição do Campeonato Mundial de Atletismo mostrando o melhor resultado nesta prova nas doze edições com 7,36m. Esta marca ficou apenas a 0,16cm do atual recorde do mundo estabelecido pela saltadora russa Galina Chistiakova com 7,52m no dia 11 de Junho de 1988 em Leningrado.

    Se analisarmos a atuação individual das doze atletas vencedoras, três delas conseguiram subir ao pódio por duas vezes, isto é, a norte americana Joyner, na segunda e terceira edições, a alemã Drechsler, na primeira e quarta edições, e a italiana Fiona, na quinta e oitava edições, sendo que apenas Joyner conquistou seus dois títulos de forma consecutiva.

    É importante ressaltar nesta Tabela que dentre as doze saltadoras primeiras colocadas, nove atingiram a respeitada marca de sete metros (75%). Isto não foi possível em três das doze edições (25%), ou seja, na quinta, na nona e décima edições por meio das saltadoras Fiona (6,98m), Barber (6,99m) e Madison (6,98m).

    No Gráfico 3 apresentamos os resultados médios das oito saltadoras primeiras colocadas em cada edição do Campeonato Mundial de Atletismo. Podemos observar neste Gráfico que, em nenhuma das doze edições o resultado médio das oito primeiras colocadas, esteve acima da marca de sete metros, mesmo que, nos resultados apresentados na Tabela 4 quase todas as saltadoras finalistas conseguiram esta marca e, as que não puderam consegui-la, estiveram muito perto dela.

    Por outro lado, nota-se que a melhor atuação média das oito primeiras colocadas foi na segunda edição do Campeonato, disputado na cidade de Roma, Itália, entre 28 de agosto e 06 de Setembro de 1987, com 6,99m(±0.22), e a pior na nona edição disputado na cidade de Paris, França, entre 23 e 31 de Agosto de 2003, com 6,64m(±0.17).

    O pior resultado médio apresentado pelas oito finalistas das doze edições, quando comparado com os resultados das primeiras atletas colocadas, deve se ao reduzido número de saltadoras que atingiram a marca dos sete metros. Por exemplo, se olharmos para a Tabela 4 podemos perceber que apenas em três das doze edições (25%) quatro das oito finalistas (50%) conseguiram chegar à marca de sete metros, isto é, na primeira, segunda e terceira edições. Veja-se ainda nesta Tabela que, na quinta, nona e décima edições nenhuma das oito primeiras colocadas conseguiu saltar acima dos sete metros.

Tabela 4. Números de saltadoras com resultados acima da marca de 7,00m nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Ao analisarmos a atuação dos países dos grupos das Áreas continentais evidenciou-se uma melhor atuação dos países pertencentes à Área da Europa (Gráfico 4).

    Neste Gráfico percebe-se que a Rússia, Alemanha, Itália, Espanha e a França totalizaram oito medalhas de ouro (66,6%) das doze disputadas e, de forma geral, vinte e oito medalhas (77,7%) das 36 disputadas. Portanto, a área da Europa superou a atuação da América do Norte e Central, representada aqui nesta prova pelos Estados Unidos que conquistou apenas quatro medalhas de ouro (33,3%) e totalizou seis (16,6%) nas doze edições analisadas.

    Resumindo a atuação das saltadoras na prova de salto em distância podemos afirmar que:

  • Os Estados Unidos foi o país com a melhor atuação nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância feminino, totalizando quatro medalhas de ouro e duas de bronze.

  • Nas doze edições no sexo feminino, nunca foi quebrado o recorde do mundo.

  • As saltadoras Joyner, Drechsler e Fiona obtiveram destaque, pois conquistaram dois títulos cada.

  • A Área continental que dominou esta prova nas doze edições foi a Europa por meio dos países seguintes: Rússia, Alemanha, Itália, Espanha e a França. Estes cinco países conquistaram oito medalhas de ouro, nove de prata e sete de bronze, totalizando vinte e quatro medalhas.

    Quanto à atuação geral dos países com títulos de ouro nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, verifica-se que os Estados Unidos foi o país que mais dominou a prova com onze medalhas de ouro, quatro de pratas e seis de bronze, totalizando vinte e uma medalhas (42%), das cinqüenta que conquistaram os países com título de ouro (Gráfico 5).

    Por outro lado, salienta-se que a área da América do Norte e Central com três países, isto é, Estados Unidos, Cuba e Panamá, também dominaram de forma geral a prova de salto em distância do Campeonato Mundial de Atletismo conquistando quinze medalhas de ouro (62,5%) das vinte e quatro conquistadas pelos homens e mulheres. Porém, nota-se que a Europa obteve maior número de países nesta relação final, ainda que somente neste Gráfico estejam representadas apenas a Rússia, Alemanha e Itália, pois a Espanha e França, apenas conquistaram um título e Panamá também um título representado a área da América do Norte e Central.

Análise comparativa das atuações dos homens e mulheres nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto em distância

    Tendo presente que os Estados Unidos foi o país que dominou a prova de salto em distância nos dois sexos, a análise comparativa será mais voltada para os saltadores deste país quando for o caso. Neste sentido serão analisados os seguintes aspectos:

  1. Países que dominaram a prova de salto em distância nas doze edições.

  2. Atuação individual dos atletas e recordes mundiais quebrados.

  3. Atuações das Áreas continentais

Países que dominaram a prova de salto em distância nas doze edições

    Se dermos uma olhada nos Gráficos 2 e 4 podemos perceber que tanto no sexo masculino quanto no feminino, a prova de salto em distância tem sido dominada pelos saltadores norte americanos. Por exemplo, os Estados Unidos foi hegemônico na prova no sexo masculino totalizando quinze medalhas, sendo que sete foram de ouro. Por outro lado, as saltadoras totalizaram apenas seis medalhas, sendo que quatro foram de ouro. Enfim, se observa uma melhor atuação dos homens tanto pela quantidade de medalhas de ouro conquistadas, quanto pelo número total de medalhas.

    Convém lembrar que os Estados Unidos foi o único país a conquistar, nos sexos femininos e masculinos, títulos na prova de salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Neste sentido atletas dos países pertencentes à Europa estiveram ausentes do pódio nesta prova no sexo masculino.

Atuação Individual dos Atletas e Recordes Mundiais Quebrados

    Se compararmos a atuação individual dos atletas primeiros colocados na prova de salto em distância nos sexos masculino e feminino, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo quanto aos títulos conquistados, podemos perceber a hegemonia dos atletas do sexo masculino. Veja-se, por exemplo, na Tabela 5 que os saltadores norte-americanos Lewis e Powel conquistaram dois títulos nestas edições, enquanto, o também norte-americano Phillips, subiu ao pódio três vezes.

Tabela 5. Atletas com mais títulos na prova de salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Neste sentido, o saltador cubano Iván Pedroso foi o único saltador a conquistar quatro edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Por outro lado, as mulheres nas doze edições por meio de Drechsler, Joyner e Fiona ficaram apenas com dois títulos cada.

    Como citado anteriormente apenas os homens quebraram o recorde do mundo por meio do saltador norte americano Mike Powel, na terceira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Tóquio, Japão, entre 23 de agosto e 01 de Setembro de 1991, com resultado de 8,95m. Entretanto, as mulheres nunca conseguiram quebrar o recorde do mundo.

Atuações das Áreas Continentais

    Se analisarmos as atuações dos países das áreas continentais na prova de salto em distância para os saltadores do sexo masculino e feminino, podemos dizer que a área de América do Norte e Central com Estados Unidos Cuba e Panamá foi a que dominou no sexo masculino (Gráfico 6).

    Por outro lado, as mulheres européias tiveram maior número de países nas colocações finais com cinco, embora salienta-se que os Estados Unidos representando a área da América do Norte e Central, foi o primeiro colocando, uma vez que, conquistou quatro medalhas de ouro.

    Se fizermos uma comparação de forma geral entre os países das duas áreas que conquistaram medalhas nesta prova, podemos afirmar que a área da América do Norte e Central dominou a prova do salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo totalizando vinte e seis medalhas

Considerações finais

    A prova de salto em distância analisada neste estudo nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo tanto no sexo masculino como no feminino revelou que os Estados Unidos foi o país com melhor atuação. Os saltadores norte americanos conquistaram onze das vinte e quatro edições realizadas, ou seja, 45,8% de todas as medalhas de ouro, sendo que 29,1% destas pertenceram ao sexo masculino. Neste sentido, os saltadores dos países europeus estiveram ausentes do pódio nesta prova no sexo masculino. Porém, na prova para mulheres eles tiveram uma maior representação de países nas doze edições, embora os Estados Unidos também dominou a prova como quatro títulos, sendo o único país da área de América do Norte e Central. Por outro lado, a melhor atuação de um atleta nestas doze edições correspondeu ao saltador cubano Iván Pedroso, o qual de forma consecutiva venceu quatro das doze edições, ou seja, dominou a prova desde 1995 até 2001.

    A marca dos 7,00m deve ser um objetivo a ser atingido pelas saltadoras nas próximas edições do Campeonato Mundial de Atletismo, pois nas últimas edições realizadas tem sido muito difícil para a maioria das finalistas saltar acima de 7,00m. Neste contexto, apenas nas primeiras três edições 50% das finalistas conseguiram a citada marca. Por outro lado, os homens com uma maior representatividade de atletas com marcas acima dos 8,00m poderiam ainda pensar em atingir a marca dos 9,00m nas próximas edições

    E o que dizer sobre o recorde do mundo para ambos os sexos nas doze edições?

    Convém lembrar que nas últimas edições os saltadores não demonstraram que estão ainda em condições para quebrar o recorde do mundo da saltadora russa Galina Chistyakova com 7,52m, estabelecido há mais de duas décadas e do saltador norte americano Mike Powel com 8,95m em 1991. Por outro lado, a saltadora que mais se aproximou à russa Chistyakova, foi a norte americana Joyner com 7,32m na terceira destas edições, isto é, ficou apenas a 0,16cm do recorde. Entretanto, na prova para homens, o saltador cubano Iván Pedroso ficou apenas a 0,25cm do recorde em 1995 ao conseguir o resultado de 8,70m na quinta edição do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Enfim, a prova de salto em distância nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo apresenta uma dominância absoluta dos países pertencem às áreas de América do Norte e Central e a Europa.

Bibliografia

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: O Atletismo – Origens. Disponível em http://www.cbat.org.br/atletismo/origem.asp, acesso em 09 de outubro de 2009.

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Histórico das Provas – Masculino. Disponível em http://www.cbat.org.br/provas/historico_masculino.asp, acesso em 09 de outubro de 2009.

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Histórico das Provas – Feminino. Disponível em http://www.cbat.org.br/provas/historico_feminino.asp, acesso em 09 de outubro de 2009.

  • IAAF: International Association of Athletics Federations: History – Introduction. Disponível em http://www.iaaf.org/aboutiaaf/history/index.html, acesso em 12 de outubro de 2009.

  • IAAF: International Association of Athletics Federations: World Championships in Athletics. Disponível em http://www.iaaf.org/history/index.html#WCH), acesso em 12 de outubro de 2009.

  • Regras oficiais de Atletismo – Confederação brasileira de Atletismo. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.

  • WIKIPÉDIA: A enciclopédia livre. Artigo: Campeonato Mundial de Atletismo, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Mundial_de_Atletismo, acesso em 5 de outubro de 2009.

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