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Análise dos parâmetros quantitativos de saltos e origem dos pontos

e temporais de esforço e pausa em uma partida de voleibol masculino

adulto entre Brasil e Cuba, na fase preliminar, realizada em julho

de 2007, no Pan-Americano do Rio de Janeiro

Análisis de los parámetros cuantitativos de saltos y origen de los puntos temporales de esfuerzo y pausa en un partido de

voleibol masculino adulto entre Brasil y Cuba, en la fase preliminar, realizada en julio de 2007,

en el Panamericano de Río de Janeiro

 

*UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

LABIMH – Laboratório de Biociências do Movimento Humano

**PQ-CNPq. Rio de Janeiro, RJ

(Brasil)

Gabriel da Costa Fernandes Vieira*

José Fernandes Filho, Ph.D* **

gcfv_ufrj@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por objetivo apresentar a quantificação dos saltos verticais (SV) realizados por atletas de voleibol masculino adulto das seleções brasileira e cubana durante a fase preliminar do Pan-americano no Rio de Janeiro, em julho de 2007, bem como expor os tempos de esforço (TE) e pausa (TP) desta partida. Considerando as diferentes posições, os SV foram classificados em: saque (S), ataque pela “entrada de rede” (AER), ataque pela “saída de rede” (ASR), ataque pelo “meio de rede” (AMR), ataque de fundo (AF), finta (F), bloqueio (B) e levantamento (L). Já os TE, foram representados pelos tempos de rally (TR), e os TP, expressos pelos tempos de paralisação rotineira (TPR) e paralisação excepcional (TPE). Para realizar tal verificação foram utilizados materiais de áudio e vídeo contendo gravação na íntegra do jogo, cronômetro da marca CÁSSIO e tabela para anotações. Ao final da partida foram realizados 690 saltos (343 brasileiros e 347 cubanos). Houve 50 saltos em AER; 34 em ASR; 26 em AMR; 29 em AF; 60 saltos para F; 119 em L; 141 para S e 231 em B. No total, foram 138 pontos na partida, 75 para o Brasil e 63 para Cuba. No que diz respeito à divisão do tempo de jogo, assim é determinada: o TR foi de 11’26”, com mediana de 4”61”’; o TPR foi de 37’36”, com mediana de 19”69”’; já o TPE foi de 32’52”, com mediana de 62”83”’. Conclui-se que as ações de jogo que registraram maior número de saltos para sua execução foram S (141) e B (231), seguidas por L, 119. Por último, pôde-se observar que a partida teve uma duração absoluta de aproximadamente 1 hora e 20 minutos, distribuída em 3 sets com pontuação máxima de 25 pontos, vencidos pelo Brasil. Entretanto, o tempo de bola em jogo, registrado pelo TR foi de apenas 12’12”, enquanto as paralisações ocuparam um período de 67 minutos e 5 segundos.

          Unitermos: Voleibol. Saltos verticais. Tempo de esforço e pausa

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    O Voleibol notoriamente tem se destacado como um dos esportes que mais evoluiu nos últimos anos. Isto se deu devido a uma gama de fatores que compreendem desde alterações nas regras até planificação desenvolvida no processo de treinamento. Atualmente o grau de exigência no esporte, devido a sua grande competitividade, requer uma otimização de procedimentos que venha possibilitar a obtenção de resultados positivos com baixos riscos de lesão no menor período de treinamento (BOBERT, 1990).

    A preparação física assumiu uma grande importância no treinamento de alta competição, evidenciando inclusive uma certeza de que os grandes resultados desportivos serão sempre correlacionados com condicionamentos físicos de padrões elevados e serão sempre com a aplicação de programas atualizados nas concepções científicas mais modernas. Por isso, atualmente, no voleibol, principalmente nas equipes de alta competitividade, a preparação física é desenvolvida por profissionais atualmente especializados, que têm prestado grande contribuição para o desenvolvimento do desporto (TUBINO, 1993). Neste desporto, a atuação coletiva sobrepõe-se à individual, exigindo dos jogadores uma coordenação motora especialmente desenvolvida, com mais recursos técnicos.


    Segundo Vimieiro-Gomez e Rodrigues (2001), o voleibol é um esporte coletivo que, aparentemente, exige esforços próximos ao nível máximo de intensidade, alternados com esforços de baixa intensidade e momentos de repouso. As maiores intensidades realizadas no jogo são os saltos e os deslocamentos defensivos (MONTEIRO et al., 1993).

    A capacidade anaeróbica é a valência orgânica específica indispensável para o jogador de voleibol, pois capacita o atleta para a realização de ações e sucessão de ações, peculiares ao voleibol, com máxima explosão muscular, em treinamentos e em jogos, como deslocamentos, saltos e os golpes. Além de propiciar o aumento da resistência muscular de grupos musculares essenciais envolvidos na execução de movimentos repetitivos requeridos para o treinamento da técnica individual e da tática coletiva (BORSARI, 2001).

    O salto vertical no voleibol permite que o jogador execute o saque em suspensão (o viagem ao fundo do mar), o bloqueio, a cortada (TRICOLI et al., 1994) o levantamento e quando necessário, praticar ações defensivas. LIAN et al. (1996) afirmam que os voleibolistas de alto nível realizam 60 saltos por hora numa partida. MARQUES JUNIOR (2001) lembra que no voleibol acontece o salto oblíquo (salto com trajetória curvilínea), comum no saque em suspensão e na cortada dos 3 metros, embora não encontramos muitos trabalhos endereçados para este tipo de salto.

    O correto conhecimento das qualidades físicas solicitadas dentro do voleibol é imprescindível na hora de se planificar os treinamentos em relação aos parâmetros de tipo, intensidade, numero de repetições, freqüência e o intervalo dos estímulos aplicados na modalidade (RODACKI, 1997).

Objetivo

    O objetivo do presente estudo foi analisar a quantificação dos saltos verticais (SV) realizados por atletas de voleibol masculino adulto das seleções brasileira e cubana, bem como os tempos de esforço (TE) e pausa (TP) em partida válida pela fase classificatória dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2007.

Metodologia

    O estudo se caracteriza como observacional, por não haver intervenção; descritivo, por indicar resultados de avaliações; e transversal, por obter os resultados, no momento da coleta dos dados, do tipo grupo único (THOMAS e NELSON, 2002). As análises dos Parâmetros Quantitativos das Ações de Saltos e dos Parâmetros Quantitativos Temporais de Esforço e Pausa em uma partida de Voleibol masculino adulto foram realizadas a partir de material áudio e vídeo contendo a gravação em aparelho de DVD LG® do jogo válido pela fase classificatória da modalidade de Voleibol de quadra masculino do Pan-Americano do Rio de Janeiro, entre as seleções de Brasil e Cuba, realizado em julho de 2007.

Avaliação dos saltos verticais

    Os saltos verticais (SV), relativos às ações de jogo, foram quantificados durante os rallys, ou seja, os momentos de esforços dos atletas. Para fins de análise e comparação, considerando os fundamentos técnicos realizados nas diferentes posições táticas da modalidade, os SV foram classificados como ações de: saque (S), ataque pela “entrada de rede” (AER), ataque pela “saída de rede” (ASR), ataque pelo “meio de rede” (AMR), ataque de fundo (AF), finta (F), bloqueio (B) e levantamento (L).

Avaliação dos tempos de esforço e pausa

    Além do material áudio-visual, foi utilizado um cronômetro da marca CASIO, modelo SHOCK RESISTANT (DW5600), para mensuração dos parâmetros temporais. Para determinar as categorias nesse grande conjunto, foram classificados como elementos de esforço os tempos de rally (TR), ou seja, cada período entre o momento que a bola saía das mãos do sacador até a mesma tocar o chão e/ou toda a efetivação do ponto. Da mesma forma, subdividindo-se os elementos de pausa em: tempo de paralisação rotineira (TPR) – onde é cronometrado o intervalo entre a efetivação do ponto e o novo saque – e tempo de paralisação excepcional (TPE), sendo o período de interrupção da partida advindo de fatos especiais ou arbitrários, chamado tempo de paralisação excepcional.

Tratamento estatístico

    Utilizou-se a estatística descritiva, no sentido de apresentar, organizar e identificar os dados e valores pesquisados. Foi empregada a medida de tendência central de mediana (MED) – quando o coeficiente de variação se apresentou maior que 25 %. Além dos valores reais e totais encontrados ao longo da coleta e dos índices percentuais.

Resultados e discussão

    A quantidade de saltos realizados pela seleção brasileira por fundamento técnico está apresentada na Tabela 1 dividida por set e valores totais do jogo.

Tabela 1. Quantidade de saltos do Brasil por set

Saltos - Equipe Brasileira

1º set

2º set

3º set

Total

Saque

25

26

25

76

Entrada

7

5

7

19

Saída

7

7

8

22

Meio

2

5

4

11

Bloqueio

36

38

37

111

Fundo

4

6

3

13

Levantamento

20

19

21

60

Finta

12

11

8

31

Total

113

117

113

343

    A quantidade de saltos realizados pela seleção de Cuba por fundamento técnico está apresentada na Tabela 2 dividida por set e valores totais do jogo.

Tabela 2. Quantidade de saltos de Cuba por set

Saltos - Equipe Cubana

 

1º set

2º set

3º set

Total

Saque

23

22

20

65

Entrada

8

8

15

31

Saída

4

6

2

12

Meio

5

8

2

15

Bloqueio

40

40

40

120

Fundo

8

4

4

16

Levantamento

18

19

22

59

Finta

11

7

11

29

Total

117

114

116

347

    Na tabela 3, está identificada a quantidade de saltos realizados por ambas as seleções por fundamento técnico em toda partida.

Tabela 3. Quantidade de saltos das duas equipes em todo o jogo

 

Total de saltos por equipe

Fundamento

Brasil

Cuba

Total

Saque

76

65

141

Ataque

48

52

100

Contra-ataque

17

22

39

Bloqueio

111

120

231

Levantamento

60

59

119

Finta

31

29

60

Total

343

347

690

    Em relação ao quantitativo de saltos, observamos nas Tabelas 1 e 2 que os jogadores brasileiros saltaram 343 vezes e os cubanos 347, perfazendo um total de 690 saltos em todo o jogo. Estes são números de ações de jogo bem elevados em relação ao mencionado por Barbanti (1986), onde num jogo de voleibol acontecem 250 a 300 atos motores, representando-se nos saltos, corridas velozes de curta distância e nos "peixinhos". Para o preparador físico da seleção brasileira masculina de 1981 a 1984, os jogadores mais exigidos realizam 30 saltos por set, perfazendo por partida um total de 150 saltos (ROCHA, 1983). Os saltos do ataque, bloqueio e saque são os maiores esforços do voleibol (OLIVEIRA, 1997). Na 1ª divisão do voleibol americano feminino, as 10 melhores equipes praticaram em 13 jogos, 593 saltos, acontecendo no ataque e no bloqueio, proporcionando risco de lesão por causa dos excessivos saltos (TILLMAN et al., 2001). O bloqueio apresentou um número maior de saltos, sendo 120 para Cuba e 111 para o Brasil, totalizando 231 saltos. Estes resultados provavelmente se devem ao fato de que o bloqueio pode ser realizado simultaneamente por até três atletas, segundo Cordeiro (2001). Figura também nos dados que o bloqueio representou 34% de todos os saltos verticais de ações do jogo, sendo este resultado bastante distinto dos encontrados por Cordeiro (2001) que diz que o bloqueio representa 20% das ações e de Esper (2003) que encontrou 50% das ações. As equipes saltaram 90 vezes para atacar (58, Cuba e 42, Brasil). A Tabela 3, também mostra que se obteve 149 saltos no total para ataques e contra-ataques. Mesmo Cuba saltando nestes fundamentos um pouco mais, 74 saltos, percebe-se um equilíbrio entre as duas equipes, uma vez que o Brasil saltou 65 vezes. Esses números contrariam a afirmação de Fortunato et al. (1991), os vencedores nas competições possuem um melhor ataque e bloqueio, sendo os principais fundamentos do voleibol atual. Além de verificar a evolução do esporte, uma vez que na 3ª Copa da Federação Internacional de Voleibol em 1987, entre seleções masculinas, Eom e Shutz (1992) observaram que em 72 jogos acontecem 163 ataques. Em cada set as jogadoras de ponta executaram de 13 a 15 saltos, o que parece distintos dos achados por Vargas, que variam de 15 a 20 saltos. Esta diferença pode ser atribuída a mudanças das regras ocorridas em 1998, responsáveis pela a diminuição do tempo set e jogo. O fundamento de levantamento apresentou número elevado de saltos, 129. Já que o mesmo é uma ação especifica da posição tendo que ser realizada preferencialmente em suspensão (saltando) segundo Cordeiro (2001). Rodacki et al. (1997) escrevem que no voleibol de elite os levantadores executam uma média de 21 saltos verticais por set e os atacantes 32. Os levantadores efetuam 269 saltos, os atletas de meio fazem 223, os ponteiros da saída de rede praticam 197 saltos e os ponteiros da entrada de rede executam 128 saltos, dando uma média de 194 saltos (IGLESIAS, 1994).

    Os tempos totais em minutos e segundos da partida divididos por tempo de esforço (T.R.), tempo de paralisação rotineira (T.P.R.) e tempo de paralisação excepcional (T.P.E.) são encontrados na Figura 1.

Figura 1. Tempos totais do jogo

    Na Tabela 4, está exposta a estatística descritiva com mediana e tempos totais divididos por tempo de esforço (T.R.), tempo de paralisação rotineira (T.P.R.) e tempo de paralisação excepcional (T.P.E.). Além da quantidade de rallys disputados.

Tabela 4. Descrição dos tempos de esforço e pausa na partida

Variáveis

1º set

Brasil x Cuba

2º set

Brasil x Cuba

3º set

Brasil x Cuba

Jogo

Brasil x Cuba

Pontos

Placar

25 x 23

25 x 20

25 x 20

75 x 63

Total

48

45

45

138

Total

T.R.

4'20"

3'36"

4'16"

12'12"

T.P.R.

11'54"

12'14"

11'47"

35'15"

T.P.E

13'27"

12'05"

7'15"

32'47"

Mediana

T.R.

4"75"'

4"48"'

5"05"'

4”75”’

T.P.R.

18"74"'

19"89"'

19"58"'

19”40”’

T.P.E

64"36"'

62"51"'

61"29"'

62”71”’

    Nas próximas tabelas e figuras estão descritos e identificados a incidência percentual dos tempos de esforço e pausa no gradiente temporal total da partida.

Tabela 5

Duração dos tempos de esforço / tempo de rally em segundos

0 - 5

6 - 10

11 - 15

16 - 20

> 20

74,80%

18,40%

5,60%

0,70%

0,50%

 

Figura 2

 

Tabela 6

Duração dos tempos de pausa em segundos

0 - 10

11 - 15

16 - 20

21 - 30

31 - 60

61 - 90

91 - 180

> 180

0,00%

3,80%

44,40%

28,00%

7,80%

14%

1,40%

0,60%

 

Figura 3

 

Tabela 7

Duração total dos tempos

Esforço

Paralisação Rotineira

Paralisação Excepcional

Jogo

12'12"

35'15"

32'47"

80'14"

15,20%

44,08%

40,72%

100%

 

Figura 4

    Segundo Ureña (2000), a preparação física segue sendo um pilar fundamental capaz de permitir ao jogador realizar durante a partida toda sua técnica, mas os pontos por rally ocasionaram mudanças na preparação dos atletas.

    Outra das capacidades importantes para treinar os atletas é a resistência especial que hoje em dia tem grande significado, uma vez que o tempo de duração de uma partida oscila entre 2 e 3 horas (Martínez e Abreu, 2003). O que também se pode observar nos resultados encontrados na tabela 4, onde o tempo de duração absoluta da partida disputada em 3 sets foi de aproximadamente 80 (oitenta) minutos, proporcional ao tempo encontrado em 5 sets.

    Ureña et al (2000) também menciona que o voleibol está em transformação, sujeito a modificações da estrutura fundamental do jogo, onde a maioria das ações são efetuadas em um período de tempo curto. O que se verifica nesta partida entre Brasil e Cuba, onde o jogo por inteiro obteve tempo de esforço, representado pela variável de tempo de rally, 12 minutos e 12 segundos. Além da mediana encontrada igual a 4”75”’, valor semelhante ao encontrado por Vieira (2006), 4”96”’, na final da Copa América Masculina de 2005.

    Este estudo apresenta na Figura 4 incidências semelhantes ao verificado por Esper (2003), onde ele verificou que somente 15% do tempo total da partida correspondem aos tempos de esforço, e os 85% restantes são paralisações. No jogo entre Brasil e Cuba a relação de esforço e pausa foi de 1:5,5.

    Verifica-se na Figura 2 que 74% dos tempos de rally estão compreendidos entre 0 e 5 segundos e 18% entre 6 e 10 segundos. Corroborarando para a literatura, em um estudo correlato, Esper (2003) apresenta no voleibol feminino a incidência de 50% dos rallys com esta mesma duração. O mesmo autor mostrou dados semelhantes com o do presente estudo, onde mencionou que no voleibol masculino 71% dos rallys têm duração entre 1 e 5 segundos, 19% entre 6 e 10 segundos e 98% não duram mais de 15 segundos.

    O tempo de pausa, representado pelas variáveis de paralisação rotineira e paralisação excepcional, teve tempo total igual a 34’15” (trinta e quatro minutos e quinze segundos) e 32’47” (trinta e dois minutos e quarenta e sete segundos), respectivamente. Os resultados apresentados na Figura 3 são próximos aos verificados por Esper (2003). Ele diz que 40% dos tempos de pausa duram entre 21 e 30 segundos e 34% entre 16 e 20 segundos. O presente estudo encontrou (Tabela 4) uma mediana de T.P.R. igual a 19”40”’ e T.P.E igual a 62”71”’. Tais valores se aproximam com os encontrados por Vieira (2008) no voleibol feminino, em relação a T.P.R., igual a 21”95”’. Porém o mesmo autor apresenta valores distintos quanto a T.P.E., igual a 43”46”’.  

Conclusão

    Em três sets, o jogo apresentou um placar agregado de 75x63 para o Brasil, com um total de 148 pontos em todo o jogo. Aproximadamente, o tempo de bola em jogo de modo real foi de apenas 12 minutos, enquanto em paralisações foi de 73 minutos. Diante dos resultados apresentados, considerando a duração absoluta da partida em relação ao tempo de esforço e os intervalos entre os mesmos, conclui-se que durante um rally, é ativado o sistema ATP-CP, pois atividades que exigem altos índices de energia durante breve período de tempo dependem basicamente da geração de ATP a partir da CP já existente no sistema. Entretanto, por se tratar de um esporte acíclico intervalado, a continuidade do set ativa outras fontes de energia, levando a participação do sistema anaeróbico lático e durante períodos mais longos do exercício, como o jogo por inteiro, se sucede o sistema oxidativo. No jogo entre Brasil e Cuba a relação de esforço e pausa foi de 1:5,5.

    Observou-se que a seleção brasileira praticou 343 saltos, enquanto os jogadores cubanos saltaram 347 vezes, perfazendo um total de 690 ações de salto vertical em todo jogo. Onde o segundo set foi o que a seleção brasileira saltou mais vezes (117), e o primeiro foi o da cubana (117). Em relação ao jogo, as equipes mantiveram o rendimento saltando quantidades muito próximas, porém o segundo set apresentou maior número de saltos verticais (231), enquanto que o terceiro set foi o que obteve o menor número de saltos. Verificou-se também que o bloqueio foi o fundamento em que as seleções mais saltaram (231 saltos para as duas), chamando atenção também para a quantidade de saltos no levantamento (119) e saque (141), onde apresenta números elevados, mostrando que em quase toda prática desses fundamentos há ação de salto vertical.

    Tendo em vista os dados verificados nessa pesquisa e com as limitações desse estudo, torna-se possível associar os resultados aos treinamentos gerais e específicos a serem realizados, elevando o desempenho dos atletas em qualquer nível e evitando desgastes e estresses físicos indesejados aos atletas. Além da observância dos sistemas e fontes energéticas e das qualidades físicas contempladas nessa modalidade. Podendo haver um melhor implemento nos treinamentos dentro do voleibol. Bem como se vincular às futuras pesquisas nos mesmos parâmetros e esportes dentro da mesma classificação. Sugere-se que outros trabalhos sejam considerados para que haja um confronto de dados e complemento de estudos, auxiliando a literatura.

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