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Especialização esportiva precoce no futsal: 

análise da incidência de lesões osteomioarticulares

Especialización deportivo precoz en el fútbol sala: análisis de la incidencia de lesiones osteomioarticulares

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física

**Doutora em Ciências Morfofuncionais

Laboratório de Percepção Corporal e Movimento

Universidade São Judas Tadeu

(Brasil)

Boaz Oliveira da Silva*

bocaz@hotmail.com

Eliane Florencio Gama**

efgama@mandic.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Quando se fala em iniciação esportiva, o principal não é a faixa etária em que se inicia, mas a forma com que a criança é introduzida ao esporte. É importante conhecer as etapas do desenvolvimento motor de modo a respeitá-las e/ou criar condições para seu pleno desenvolvimento. É esperado que um professor de Educação Física propicie o aprendizado do Futsal, estabelecendo objetivos, conteúdos e método que sejam compatíveis com as características, possibilidades, interesses e necessidades da criança, desenvolvendo o talento motor geral e criando um direcionamento gradual para as particularidades do esporte. O objetivo da pesquisa foi analisar a incidência de lesões osteomioarticulares e os motivos que levam pais e atletas à especialização esportiva precoce no Futsal..

          Unitermos: Especialização esportiva. Precoce. Futsal

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    Iniciação esportiva é o período em que a criança inicia a prática regular e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, sendo que o objetivo imediato é dar continuidade ao seu desenvolvimento de forma integral, não implicando em competições regulares. Pode-se entender que a iniciação esportiva é o período em que a criança começa a aprender, de forma específica e planejada, a prática esportiva. Contudo, é necessário que se conheçam e respeitem suas características para que ela não seja transformada em um mini-adulto (RAMOS e NEVES, 2008).

    Já a especialização precoce é o termo utilizado para expressar o processo pelo qual crianças tornam-se especializadas em um determinado esporte mais cedo do que a idade apropriada para tal (RAMOS e NEVES, 2008). A especialização esportiva implica em competições regulares, desenvolvimento de capacidades físicas, habilidades técnicas e táticas, onde o objetivo é a performance (INCARBONE, 1990).


    Pinni e Carazzatto (1978) sugerem que a iniciação esportiva da criança deva obedecer a duas fases distintas: geral e especializada. Na iniciação geral, que se daria dos 2 aos 12 anos de idade, o objetivo maior seria de formação, preparação do organismo a esforços posteriores, desenvolvimento das qualidades físicas básicas e contato com os fundamentos das diversas modalidades. Não deve haver uma preocupação centralizada na competição esportiva.

    Na fase seguinte, a partir dos 12/14 anos, o adolescente seria orientado para a especialização esportiva. Bento (1989) recomenda uma abordagem de “estruturação e construção progressiva do rendimento”, ajustadas aos níveis de desenvolvimento da criança. Nesse sentido, deveria a mesma obedecer a três etapas distintas, sendo elas, formação motora geral de base (7/8 à 9/10 anos), treino das bases (ou fundamentos) do rendimento (9/10 à 11/12 anos) e treino estruturado do rendimento (12/13 anos).

    Na 1ª etapa os conteúdos e o método adotado orientariam a criança no sentido de desenvolvimento do seu talento motor geral. O professor que percebe como é o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças dessa faixa etária tem a possibilidade de planejar o seu trabalho de forma a torná-lo interessante e motivador, baseado em atividades lúdicas e recreativas, na busca de um aprendizado objetivo, eficiente e pouco monótono (RAMOS e NEVES, 2008).

    Na 2ª etapa, haveria um direcionamento gradual para as particularidades do esporte, e na 3ª etapa, como diz o nome, estruturar-se-ia o treinamento objetivando o rendimento esportivo. O autor deixa bem claro que “o processo de especialização numa modalidade desportiva começaria apenas na fase do treino das bases do rendimento desportivo (2ª etapa)”.

    Não se pode ignorar que o período dos 6 aos 12 anos de idade é importante para o desenvolvimento motor e emocional da criança. É uma fase ótima para a aquisição e combinação de novas formas de movimento (MEINEL, 1984), aprendizagem de habilidades motoras (WEINECK, 1989), formação do acervo motor (LUCENA, 1994) e construção de idéias e valores (SANTANA, 1998).

    Para ter sucesso na etapa de rendimento esportivo (e também na construção de uma cultura de lazer e de saúde) a criança deve cumprir atividades motoras orientadas. Uma especialização desportiva inadequada pode significar problemas para a seleção de atletas talentosos e para o técnico na orientação desportiva (FILIN & VOLKOV, 1998). O êxito e o fracasso em etapas futuras devem ser dimensionados, tendo como referência os avanços realizados pela criança em relação ao seu próprio processo de aprendizagem e não por uma expectativa de desempenho predeterminada (RAMOS e NEVES, 2008).

    Com efeito, sabe-se que a especialização esportiva precoce encontra respaldo significativo em professores, pais e dirigentes esportivos que, observando um grande potencial na criança, preocupam-se em demasia com a elevação do seu rendimento e incentivam a obtenção de títulos e recordes com o objetivo explícito de adquirir resultados em curto prazo na modalidade. Assim, pode-se dizer que o esporte na infância é um fenômeno muito complexo, que não pode ser reduzido a um pensamento simplista, como a tradicional seleção esportiva e a tradicional eleição de um modelo ideal de atleta (RAMOS e NEVES, 2008).

    O estresse de competição, a saturação esportiva e as lesões são os fatos mais comuns em crianças praticantes de Futsal (SANTANA, 1998). O estresse de competição caracteriza-se por um sentimento de medo e insegurança, causado principalmente pelos conflitos oriundos de uma prática excessivamente competitiva, fazendo com que a criança tenha medo de errar (OLIVEIRA, 2004). A saturação esportiva manifesta-se quando a criança sente-se desanimada e enjoada em continuar a prática do esporte. Sente-se assim porque o praticou em excesso e quer abandoná-lo (PINNI & CARAZZATTO, 1978). Outro efeito são as lesões, devido à criança não apresentar maturação óssea equivalente (NEGRÃO, 1980).

    Mesmo que ainda não se tenha o entendimento completo sobre as causas e a natureza dos danos relacionados à prática de esportes, a crença de que a exposição repetitiva aos impactos pode induzir ao dano (lesões) tem indicado um considerável interesse por parte de pesquisadores em biomecânica do esporte. Os esportes que contém fundamentos que exigem impactos (futsal, voleibol, basquetebol, ginástica olímpica, judô, dentre outros) são aqueles cujos praticantes estão mais suscetíveis a lesões, decorrentes tanto da repetitividade do movimento quanto das colisões resultantes das ações motoras (SANTOS, et al, 2007).

    Quando se fala em iniciação esportiva, a questão principal não é a faixa etária em que ela se inicia, mas a forma com que a criança é introduzida ao esporte. O desenvolvimento motor da criança deve ocorrer de forma lúdica, despertando auto-expressão, sendo prazerosa e promovendo emoções positivas. Deve haver relação entre o nível de complexidade dos movimentos e o estado de desenvolvimento motor da criança. A pedagogia do rendimento orienta-se pelo processo em que as crianças são submetidas a treinamentos e competições exacerbadas antes da idade adequada para tal, assim despreza-se a riqueza das práticas lúdicas em nome da preparação de futuros atletas (RAMOS e NEVES, 2008).

    O treinamento esportivo de alto nível explora as potencialidades do indivíduo e há uma busca por resultados expressivos, excelência do desempenho, treinamentos intensos e elevado grau de profissionalismo (MUTTI, 1994; GALLAHUE e OZMUN, 1998; SANTANA, 1998). Cinagawa (1993) afirma que dos 7 aos 12 anos (período em que muitas crianças iniciam no futsal), a criança está bem longe de atingir seu ápice esportivo, com apenas 40% aos 7 anos e 60% aos 12 anos, apresentando apenas de 10 a 20% do seu desenvolvimento técnico total, e de 40 a 60% de seu desenvolvimento mental.

    Somente dos 25 aos 27 anos poderá atingir o seu ápice esportivo, com 100% de seu desenvolvimento técnico, motor, cognitivo e intelectual. Filin e Volkov (1998) constataram que 55% dos campeões e participantes de vinte Jogos Olímpicos (1896 a 1984) tinham mais de 25 anos, e que 59% dos campeões tinham idade entre 25 e 35 anos de idade, mostrando ser estreita a relação entre resultados expressivos e idades maduras.

    Em estudos sobre lesões esportivas, as decorrentes da prática do futsal aparecem entre as mais freqüentes, sendo a entorse uma das principais (RIBEIRO et al, 2003).

    Portanto o objetivo desse estudo foi analisar a incidência de lesões osteomioarticulares e os motivos que levam pais e filhos à especialização esportiva precoce no Futsal, uma vez que o número de crianças inseridas na especialização do Futsal cresceu devido ao aumento de clubes, colégios, associações e organizações que oferecem essa modalidade esportiva a seus associados.

Metodologia

    Os sujeitos pesquisados foram Técnicos que trabalham com Futsal, Pais e Atletas de Futsal entre 7 e 13 anos, do sexo masculino, que residem no Estado de São Paulo, e que são de equipes associadas à Federação Paulista de Futebol de Salão (FPFS) campeãs do campeonato Metropolitano de futsal (Fraldinha sub-9 e Pré-Mirim sub-11).

    Foram excluídos os atletas de futsal que abandonaram os treinos, atletas que não foram inscritos nos campeonatos e atletas que não obtiveram freqüência maior ou igual a 75% nos treinos/jogos.

    Os voluntários responderam um questionário com perguntas abertas e fechadas, sendo onze perguntas para os técnicos, sete perguntas para os pais e cinco perguntas para os atletas.

    As possíveis lesões osteomioarticulares foram analisadas quantitativamente por meio da tabulação dos dados coletados e análise percentual. Os dados qualitativos foram analisados através da análise do discurso.

    Os resultados da pesquisa entre os técnicos, pais e atletas estão descritos separadamente. Foram entrevistados dois técnicos (equipes A e B) e um auxiliar técnico (equipe A), quatorze pais (equipes A e B) e vinte e dois atletas (equipes A e B).

Resultados

Técnicos

    Ao realizar a coleta de dados com os técnicos, os mesmos foram abordados sobre iniciação esportiva, especialização esportiva precoce e a incidência de lesões osteomioarticulares. Ao serem questionados sobre treinamento esportivo para crianças de 7 a 10 anos com relação a desenvolvimento motor e aspectos motivacionais, os técnicos responderam que a prática do esporte é necessária, pois desenvolve na criança estratégias emocionais para lidar com as situações de “ganhar e perder”, podendo, essas mesmas estratégias, serem utilizadas nas situações da vida diária.

    Com relação à incidência de lesões osteomioarticulares os técnicos apontaram que no período de dois anos as lesões mais freqüentes em treinos e jogos foram: fraturas, entorses, contraturas e tendinites (com menor índice).

    Quando questionados sobre métodos de prevenção de lesões, os técnicos enfatizaram a prática de alongamentos e aquecimento antes do início dos treinos além de trabalhos individuais, como manejo de bola, condução de bola, consciência corporal e trabalhos lúdicos que não envolvam contato de grande impacto entre os atletas.

    Em caso de acidentes com os atletas, a comissão técnica da equipe A não estava autorizada pelo clube a prestar qualquer atendimento de primeiros socorros aos atletas, o procedimento a ser tomado era chamar o atendente de quadra que iria encaminhar o atleta aos médicos do clube. Já na equipe B o técnico informou que utiliza o serviço do Resgate/Bombeiros, pois não tem conhecimentos em primeiros socorros.

    Ao serem questionados se já foram treinados a prestar os primeiros socorros, um membro da comissão técnica da equipe A informou que foi treinado e o outro não. Já na equipe B o técnico informou salientou que em caso de acidente utiliza o serviço do Resgate/Bombeiros.

    Ambos os técnicos foram questionados sobre a capacidade de seus atletas executarem outras habilidades motoras diferentes das praticadas no futsal, e os dois responderam que os atletas possuem dificuldades em fazerem outros movimentos/gestos, porém não especificaram quais movimentos/gestos.

    Em relação ao treinamento, na equipe A o técnico faz treinamento técnico, tático e coletivo com os atletas, utilizando o método do mais fácil para o mais complexo (atividades); e na equipe B o técnico procura desenvolver as características do futsal por meio da recreação.

    Ao serem questionados sobre aspectos emocionais relacionados a como seus atletas reagem a uma vitória e a uma derrota, ambos os técnicos procuraram exaltar a prática do esporte independente de vitória ou fracasso.

    Em relação ao apoio psicológico, nenhum técnico utiliza qualquer tipo de técnica, porém realizam preleções antes dos jogos, direcionando o foco dos atletas (crianças) para a atuação dos jogadores profissionais.

Pais

    Dos catorze pais entrevistados, 36% já treinaram futsal e 64% nunca treinaram. Dos 36% que já treinaram futsal, todos foram atletas amadores ou profissionais no passado. Quando questionados sobre a escolha do futsal como esporte para seus filhos, 71% dos pais afirmaram que a escolha partiu do próprio filho, 22% afirmaram que a escolha foi dos pais e 7% responderam que foi decisão entre pais e filhos. A fim de saber se os pais assistiam (motivação dos atletas em verem seus familiares) aos jogos dos seus filhos, 100% dos pais afirmaram que assistiam aos jogos.

    Procuramos saber dos pais quais eram as reações dos filhos (atletas) em meio a vitórias e derrotas. Foram citadas as seguintes reações: Ao ganhar uma partida: contente; alegre; feliz; bem; eufórico; orgulhoso e/ou satisfeito. Ao perder uma partida: triste; questiona os erros, tenta aprender com os erros; chateado; nervoso; apóia os outros que ficam tristes e/ou não gosta mais aceita a derrota.

    Perguntamos aos pais, se os mesmos conheciam o programa de treinamento de seus filhos, 79% afirmaram que sim e 21% não opinaram.

    Ao serem questionados sobre o futuro de seus filhos, 35% dos pais querem que seus filhos sejam jogadores de futebol, 14% pensam no estudo de nível superior, 35% dos pais não sabem o que querem para os filhos e 14% disseram que a escolha da profissão será do filho.

Atletas

    Quando questionados sobre o sentimento em relação ao futsal, os atletas foram unânimes em afirmar que gostariam de ser jogadores profissionais no futuro.

    Em relação ao motivo da escolha do futsal, os atletas foram bem heterogêneos em suas respostas, tais como: ser um esporte “legal”; por causa dos amigos; para começar a carreira de jogador; porque proporciona habilidade ao jogador; por diversão; porque não existe futebol de campo para crianças; por ter mais ginga e servir como preparação para o futebol de campo; gostar muito; porque dá agilidade, toque rápido e raciocínio.

    Quando foram questionados sobre os sentimentos relacionados a ganhar e perder, os atletas foram heterogêneos nas respostas: Ao ganhar uma partida: feliz; alegre; emocionado; aliviado; bem; força e garra. Ao perder uma partida: tristeza; raiva; vontade de ficar na cama o dia inteiro; decepção; vontade de chorar; mal; saio de cabeça erguida e não fica triste.

    Quando foram questionados sobre seu futuro profissional, 90% dos atletas afirmaram que querem ser jogadores de futebol, 5% querem ser policiais de elite e 5% não opinaram.

    Dos vinte e dois entrevistados 25% já tiveram algum tipo de lesão, 33,5% nunca tiveram lesão e 41,5% não opinaram. Dos 25% que sofreram algum tipo de lesão, 56% das lesões foram entorses, 22% foram estiramentos musculares, 11% lacerações e 11% miosites.

Discussão

    Em nosso estudo comprovou-se que as equipes associadas à Federação Paulista de Futsal colocam suas categorias de base para competirem a partir dos sete anos de idade. Essa é uma realidade não só no Futsal, mas também em outras modalidades esportivas, visto que os programas de treinamento esportivo específico para crianças na grande São Paulo têm se realizado em idades precoces, havendo equipes com atletas de cinco anos que treinam especificamente em uma única modalidade esportiva, o que limita seu acervo motor (ARENA e BOHME, 2000).

    Segundo Santana, Reis e Ribeiro (2006), atletas que iniciaram na prática do futsal, começaram a competir formalmente após os nove anos de idade, deixando o período dos cinco aos nove anos “livre”. Período esse que é fundamental para a aquisição de novas habilidades e padrões de movimento. Nossa pesquisa mostrou que a idade que predominou entre os atletas foi de nove a treze anos.

    A maioria dos atletas entrevistados praticam futsal a pelo menos cinco anos, isso mostra uma limitação na vivência motora das crianças em outras modalidades, limitando-as a uma prática sistemática da modalidade, fator que mostra o imediatismo dos dirigentes e dos pais em formar grandes atletas pelo tempo de prática, e não pela qualidade da prática, que é “maquiada” em primeiro grau pelos planos futuros dos pais em tornar seus filhos grandes jogadores de futebol e posteriormente pelos filhos (atletas).

    Dos 25% dos atletas que sofreram algum tipo de lesão, 56% das lesões foram entorses, 22% foram estiramentos musculares, 11% lacerações e 11% miosites. Já os técnicos apontaram que dentro de um período de dois anos as lesões mais freqüentes em treinos e jogos foram: fraturas, entorses, contraturas e tendinites (com menor índice).

    O que corrobora com a pesquisa feita por Ribeiro e Costa (2006), onde realizaram uma análise epidemiológica de lesões no futsal apontando em sua pesquisa que 28,12% das lesões foram entorses, 9,37% estiramentos musculares e 12,5% tendinopatias. Para Domingues et al (2005) o entorse aparece como 10,7% das lesões ocorridas no futsal e a mialgia com 35,7%. O autor comenta que os atletas independentemente do sexo, com gordura corporal elevada, baixa flexibilidade, resistência muscular de MMSS reduzida e que praticam modalidades coletivas, apresentam risco aumentado de se lesionarem. Especificamente, sugere-se que a aptidão física seja efetivamente considerada nas estratégias de prevenção de lesões desportivas.

    O que nos leva a crer que pretender ensinar técnicas esportivas (movimentos específicos) somado à exigência da alta performance pode acarretar nas lesões desportivas e até no abandono do esporte. Para Filgueira (2006), a criança precisa aprender a conviver com o esporte, vivenciar diferentes situações, construir idéias e valores, descobrir sentimentos e incorporar transformações sociais, afetivas, intelectuais e motoras essenciais para a formação do caráter do indivíduo e para o seu futuro esportivo.

Considerações finais

    Com a realização desta pesquisa, por meio de uma análise reflexiva e crítica, observamos a diferença de iniciação esportiva e especialização esportiva precoce, além de suas implicações para a saúde do futuro atleta. A pesquisa realizada com técnicos, pais e atletas deu-nos uma visão de como as categorias de base estão sendo administradas em nossa cidade.

    O futsal por ser uma das modalidades mais praticadas em nosso país, ainda “prega” muitas dúvidas nos técnicos, pais e dirigentes de clubes, tanto em estruturação como em execução nas categorias de base.

    Com a especialização precoce no futsal, limitamos o acervo motor do futuro atleta, o que será prejudicial em seu desempenho futuro nas categorias subseqüentes, principalmente no profissional, onde faz por si só uma seleção natural dos mais adaptados e condicionados para a prática.

    Em decorrência do imediatismo que os dirigentes e pais empoem sobre as crianças, a mesma acaba por desenvolver um pensamento futuro em ser jogador de futebol, objetivo esse que pode ou não ser realizado, o que poderá gerar no indivíduo futuramente, aspectos psicológicos negativos em decorrência do fracasso por não ter alcançado o nível profissional.

    Porém é necessário que mais estudos e pesquisas sejam realizados, de modo a adequar a prática esportiva à faixa etária de maneira segura.

Referências

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  • WEINECK, J. Manual de Treinamento Esportivo. 2.ed. São Paulo: Manole, 1989.

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