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Ensaios sobre a Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura.

Parte I: conceito de auto-eficácia e agência humana, como

referenciais para a área da Educação Física e Esportes

Ensayos sobre la Teoría Social Cognitiva de Albert Bandura. Parte I: concepto de auto-eficacia 

y agencia humana, como referenciales para el área de la Educación Física y Deportes

 

*Bacharel, Licenciado, Mestre e Doutorando em Educação Física

pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Laboratório de Psicologia do Movimento Humano /

Grupo de Estudos Psicopedagógicos em Educação Motora

GEPEM/ FEF- Unicamp

Docente do Ensino Superior na Universidade Adventista de São Paulo

(UNASP- Campus SP)

**Livre-Docente da Faculdade de Educação Física da

Universidade Estadual de Campinas (FEF- Unicamp)

Laboratório de Psicologia do Movimento Humano/ Grupo de Estudos 

Psicopedagógicos em Educação Motora – GEPEM/ FEF-Unicamp

Rubens Venditti Júnior

rubensjrv@yahoo.com

Pedro José Winterstein

winterstein@fef.unicamp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A idéia e proposta dos ensaios é desenvolver uma série de textos derivados de estudos de pós-graduação, vinculados à teoria social cognitiva de Albert Bandura e o conceito de auto-eficácia, apropriado para a nossa área de conhecimento, a Educação Física e Esportes. No primeiro texto, trataremos do conceito da auto-eficácia, da agência humana e das possibilidades da teoria social cognitiva. Com base na Teoria Social Cognitiva (TSC) e no constructo da auto-eficácia de Bandura (1997), pode-se vislumbrar possibilidades de compreensão e verificação dos mecanismos cognitivos subjetivos que interferem na atuação docente, explorando-se a auto-eficácia especificamente para a docência em educação física adaptada.

         Unitermos: Teoria social cognitiva. Auto-eficácia. Agência humana

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Apresentação

    A idéia destes ensaios é oriunda dos estudos em Psicologia do Esporte, no período de pós-graduação (mestrado e doutoramento) pela Faculdade de Educação Física da Unicamp, do primeiro autor, sob orientação do segundo autor deste texto. A idéia e proposta dos ensaios é desenvolver uma série de textos derivados destes estudos, que embasaram esta etapa de nossas vidas: a teoria social cognitiva de Albert Bandura e o conceito de auto-eficácia, apropriado para a nossa área de conhecimento, a Educação Física e Esportes. Este texto é o primeiro de uma trilogia que desenvolverá e permitirá expor nossos referenciais utilizados para os estudos sobre a auto-eficácia docente em Educação Física. Neste primeiro texto, trataremos a respeito da Agência Humana e as possibilidades de desenvolvê-la utilizando o construto da auto-eficácia.

    A escolha desta pesquisa se deve ao nosso interesse pelos aspectos psicológicos que permeiam as atividades do campo da Educação Física (EF) e suas manifestações, especificamente na área de Educação Física Adaptada (EFA).

    Através de alguns estudos na área do lazer adaptado, desenvolvendo metodologias (VENDITTI JR., 2001; 2003) com atividades de recreação e lazer para pessoas com necessidades especiais,1 percebemos algumas peculiaridades para a atuação do profissional na área de atividade motora adaptada (AMA).

    Muitas destas peculiaridades (desde a seleção profissional; sensibilidade e conhecimentos sobre as diversas deficiências; formas específicas de atuação com este público; confiança de atuação; avaliação do domínio e habilidades para a atuação na área; até o senso de eficácia pessoal e a motivação para a prática docente) podem ser compreendidas na perspectiva da TSC e da auto-eficácia.

    Com base na Teoria Social Cognitiva (TSC) e no constructo da auto-eficácia de Bandura (1997), pode-se vislumbrar possibilidades de compreensão e verificação dos mecanismos cognitivos subjetivos que interferem na atuação docente, explorando-se a auto-eficácia especificamente para a docência em educação física adaptada.

    Defendemos a hipótese da importância e necessidade da melhoria da auto-eficácia dos professores, através de práticas, vivências e experiências profissionais adaptadas ao público com necessidades especiais, desde o ambiente acadêmico até a formação profissional.

1.     A agência humana na abordagem social-cognitiva

    As pessoas podem se auto-organizar, ser proativas,2 reflexivas e auto-reguladas de uma maneira mais complexa e integral que organismos padronizados e orientados simplesmente por forças (estímulos e influências) ambientais ou conduzidas por impulsos internos ocultos e/ou secretos (BANDURA, 1986; 2001).

    De acordo com a TSC de Bandura (1986), cada indivíduo possui um auto-sistema que o permite exercer uma avaliação sobre o controle que exerce sobre seus pensamentos, sentimentos, motivação e ações. Este sistema providencia referências mecânicas e um conjunto de sub-funções para perceber, regular e avaliar o comportamento. Estes resultados são provenientes da interação entre esse sistema e as influências do ambiente.

O “Human Agency” ou Agência Humana

“[...]pessoas podem exercer influência sobre o que fazem”

(BANDURA, 1997, P.3)

    De acordo com Bandura (1997), dentro da compreensão do agenciamento humano, termo que tomamos a liberdade em utilizar também em sua forma original - human agency3- precisamos compreender também que existe uma interação de fatores, semelhante à tríade característica da Teoria Social Cognitiva, que relaciona fatores e aspectos sociais, pessoais e comportamentais.

    Para Bandura (1986, p.1), há teóricos que defendem que os humanos possuem capacidades para o “auto-direcionamento”; outra terminologia adequada seria o auto-gerenciamento. Todas estas conceituações buscam explicar a complexidade da autonomia do funcionamento humano. Todavia, há também teóricos que excluem esta potencialidade do auto-direcionamento.

    Bandura se enquadra no primeiro grupo: dos teóricos que acreditam nas capacidades do auto-gerenciamento, desenvolvendo com estes adeptos, eixos paradigmáticos que alimentam a idéia de “como as pessoas podem afetar suas próprias motivações e ações pela auto-influência” (BANDURA, 1986, p. 1).

    A TSC é enraizada na visão deste agenciamento humano ou do evento “agência humana”. Neste agenciamento, “os indivíduos são agentes proativamente engajados nos seus próprios desenvolvimentos e podem fazer com que certos resultados aconteçam pelas suas ações” (PAJARES, 2003, [n.p.]).

    E é dentro desta Agência Humana que as auto-crenças, dentre estas a auto-eficácia, exercem forte papel influenciador para que os indivíduos sejam seus próprios agentes e gerenciadores proativos, engajados em seus cursos de vida e desenvolvimento, executando suas transformações e permitindo que ocorram eventos a partir de suas próprias ações (PAJARES, 2003).

    As auto-crenças permitem que os mesmos exercitem o controle e avaliação de seus pensamentos, sentimentos e ações, pois “… aquilo que as pessoas pensam, acreditam e sentem afeta como eles se comportam” (BANDURA, 1986, p. 25).

    Pode-se afirmar que as pessoas são seus próprios contribuidores (colaboradores) para este agenciamento complexo e também não fogem de serem os determinantes destas interações e do resultante agenciamento.

    Para o autor (BANDURA, 1997), as pessoas tentam desenvolver cursos de ação para atingirem suas metas ou propósitos. Ora, estas tentativas pessoais estão repletas de noções nebulosas (“foggiest notion” – BANDURA, 1997, p.3) de como as escolhas subjetivas orquestram todos os eventos neurofisiológicos para despender esforço e persistência.

    Para Stefanini (2003, p. 17), a chave para compreensão deste senso de agenciamento humano é o fato de os indivíduos possuírem, dentro de seus fatores pessoais, as auto-crenças (dentre elas a auto-eficácia) que os permitem exercer um grau de controle sobre pensamentos, sentimentos e ações.

    Uma característica importante no Human Agency está na questão de sua intencionalidade. È preciso distinguir a diferença entre a(o) produção(produto) pessoal da ação voltada à expectativa almejada e os efeitos que desencadeiam aquele curso de ação, as conseqüências produzidas pelo curso de ação escolhido.

    O “agency” refere-se exatamente a estes atos produzidos intencionalmente, destacando, portanto, características como a autonomia (presente nesta agenciamento ou “management”), a volição e a responsabilidade.

    Davidson (1971 apud Bandura, 1997, p.3) nos lembra que ações voltadas a servir um certo propósito podem causar uma série de diferentes coisas (eventos) para acontecer, que não somente aquele propósito almejado.

    Bandura (1997) chama a atenção para a questão de que os efeitos (ou resultados, para serem melhor entendidos) não são as características dos atos “agentivos”, mas sim conseqüência deles.

    Para Dobranszky (2000), a TSC pode auxiliar o profissional da área de educação física. Associada a esta linha teórica, o Human Agency pode ser muito utilizado em nossa área de atuação, para a compreensão das escolhas e motivações para as atividades físicas e também às escolhas profissionais dentro da área da educação física.

    A TSC aplicada à educação física supre aqueles três princípios necessários a uma teoria de personalidade e atende as necessidades deste trabalho, uma vez que busco, com a força preditiva das premissas teóricas prever comportamentos dos profissionais de educação física adaptada, aplicando para isso métodos capazes de promover mudanças comportamentais, afetivas, cognitivas.

    Já nas ações destes sujeitos, finalmente identificar-se-ia fatores determinantes destes comportamentos, compreendendo os mecanismos que neles interferem e suas conseqüências ou efeitos na prática docente e na aprendizagem dos seus respectivos alunos e alunas.

    Ao estabelecer uma relação interessante sobre a TSC e o movimento humano, Dobranszky (2000, p. 137) ainda ressalta que:

    Por não aceitar as outras teorias de formação da personalidade que acreditam em um tipo de desenvolvimento que dificilmente pode ser modificado devido aos traços de personalidade, a Teoria Cognitiva Social(TSC) propõe um forma de contornar estas dificuldades. [...] Para que se iniciem as explicações sobre estas teorias é preciso que o leitor entenda que existem influências sociais, econômicas, políticas e tecnológicas sobre os alunos, atletas, e até mesmo (importante para este estudo!) sobre nós os professores.

2.     A concepção da auto-eficácia. Definições e fontes de informações de pensamentos auto-referentes

    A concepção de auto-eficácia foi desenvolvida dentro de uma abordagem social-cognitiva, na qual o constructo psicológico da auto-eficácia é caracterizado teoricamente como um mecanismo cognitivo para mediar motivação e comportamento, voltados a uma determinada meta.

    A auto-eficácia pode ser definida como a crença que um indivíduo possui sobre sua capacidade de organizar e executar cursos de ações exigidos para realização de determinado objetivo (NEVES, 2002).

    De acordo com a TSC de Bandura (1986), cada indivíduo possui um auto-sistema que o permite exercer uma avaliação sobre o controle que exerce sobre seus pensamentos, sentimentos, motivação e ações.

    Esse sistema providencia referências mecânicas e um conjunto de sub-funções para perceber, regular e avaliar o comportamento. Estes resultados são provenientes da interação entre esse sistema e as influências do ambiente.

    Os indivíduos executam uma ação, interpretam os resultados de suas ações e usam estas informações para criar e desenvolver crenças sobre suas capacidades para empenhar comportamentos subseqüentes com domínios similares e condizentes com as crenças criadas (PAJARES, 2004). Dentre as auto-crenças que os indivíduos usam para avaliar o controle sobre seu ambiente, estão inseridas as crenças de auto-eficácia.

    São as expectativas de auto-eficácia, ou seja, o quanto este sujeito se considera capaz de executar os comportamentos exigidos para atingir os resultados pretendidos, sem desistir no processo (BZUNECK, 2000) as responsáveis para a elaboração destas auto-percepções individuais e seus mecanismos de auto-crenças.

    Inserida na lógica da Teoria Social Cognitiva (TSC) que estrutura-se pela reciprocidade triádica, a auto-eficácia percebida é uma crença que sofre mudanças em função da própria dinâmica de interações do indivíduo com o ambiente, não se configurando, portanto, como uma característica estável da percepção do indivíduo.4

    O conceito de auto-eficácia foi postulado por Bandura, em 1977, e desde então têm se constituído em uma importante área de estudos em diferentes dimensões da atividade humana, por exemplo, na saúde, esportes, organizações e educação. (POLYDORO et al., 2004)

    Segundo Weinberg e Gould (2001), Bandura (1977;1986) vai reunir os conceitos de confiança e expectativas para assim criar um modelo conceitual, que é objeto de estudo deste trabalho: a auto-eficácia.

    A auto-eficácia, definida em Weinberg e Gould (2001, p.317) como a “percepção da própria capacidade de realizar uma tarefa com sucesso” é muito confundida e até mesmo definida como uma forma de auto-confiança específica à situação da atividade física.

    [...] parcialmente embasadas em auto-percepções de eficácia que elas(as pessoas) escolhem o que fazer, com quanto de esforço investir e por quanto tempo persistir face a resultados desfavoráveis(desapontáveis) e se as tarefas estão sendo atingidas de maneira ansiosa ou pessoalmente asseguradas. (BANDURA, 1982 apud BANDURA, 1986, p. 21)

    Esta auto-eficácia percebida seria um julgamento (uma hipótese avaliativa) a respeito da própria capacidade, da adequação das habilidades e sua melhor utilização para solucionar problemas, conseguir determinado desempenho ou resultado.

    Por outro lado, a auto-confiança, de acordo com Rodrigues Jr. (2002, p. 23), seria algo mais genérico e global :

    A auto-confiança se refere ao grau de firmeza e convicção numa determinada crença, mas sem especificar a situação. Já a auto-eficácia se refere à crença de que se é capaz de executar ou atingir determinados níveis de rendimento em uma dada situação.

    Com relação à auto-eficácia, o mesmo autor complementa:

    Uma avaliação de auto-eficácia inclui, portanto, não só uma afirmação do nível de capacidade, mas também a certeza e convicção nesta crença. Assim, a eficácia percebida é um estado ou propriedade dinâmica, que flutua e varia de momento para momento, de situação para situação; e não um traço estável da personalidade. (RODRIGUES JR., 2002, p. 23)

    Bandura (1977) traz em seus escritos a sugestão de que a auto-eficácia seria um formato específico de auto-confiança, que por sua vez seria um conceito mais global e genérico. As auto-crenças, estão mais relacionadas a determinada situação ou evento, sendo portanto a crença de que uma pessoa é competente e pode fazer tudo o que precisa ser feito numa situação específica (RODRIGUES JR, 2002).

    Ao relacionarmos os dois (referência aos conceitos em discussão) com o tempo, os autores afirmam que a auto-confiança é a característica de personalidade mais global e estável do indivíduo; e a auto-eficácia é especifica a certo tempo e ambiente, e situação, podendo oscilar muito. (RODRIGUES JR., 2002, p. 24)

    George e Feltz (1995, p. 102-103) definem que a auto-eficácia não se refere às habilidades próprias em si mesmas e sim aos julgamentos de valor sobre o que um indivíduo pode fazer com suas próprias habilidades. Manzo (2002, p. 250) partilha a idéia de que a auto-eficácia não esteja diretamente ligada às habilidades do indivíduo, mas sim ao seu julgamento ou avaliação subjetiva, que o sujeito realiza considerando o que ele (ou ela) pode/consegue fazer com qualquer habilidade que ele (ou ela) possua.

    Compreendendo melhor, nestas definições, notamos a questão cognitiva na definição do termo “julgamento”, ou seja, auto-eficácia se definiria como o processo de julgamento ou hipótese de avaliação do conjunto de habilidades e sua utilização voltada a uma meta, finalidade ou desempenho específico.

    Voltando às idéias de capacidades auto-reflexivas, dentre os tipos de pensamentos que afetam as ações, o mais central ou penetrante são os julgamentos pessoais de capacidades para que os indivíduos lidem efetivamente com diferentes realidades. (BANDURA, 1986, p. 21)

    Bandura (1993) já percebeu que a auto-eficácia envolve muito mais do que simplesmente as convicções de esforço aplicadas a determinados desempenhos:

    Julgamentos do conhecimento da pessoa (individual), habilidades, estratégias e administração de tensão também entram na formação de convicções de eficácia. A eficácia contribui diretamente para o desempenho da memória e o aumento da persistência. (RODRIGUES JR., 2002, p. 22)

    Portanto, o julgamento seria uma dos fatores envolvidos na composição da eficácia pessoal. Julgamento este composto sempre por uma avaliação pessoal e subjetiva, o que implica em observação, análise e forma de percepção do fenômeno, comportamento ou atitude.

    Manzo (2002) referencia Bandura: “para que a informação de eficácia obtida tenha relevância, esta deve ser ‘cognitivamente processada’”(BANDURA, 1992).

    Stefanini (2003, p. 17) faz menção em seu trabalho de que para entendermos como o comportamento humano é influenciado por fatores ambientais, nossa cognição é de fundamental importância no processamento e interpretação destes fatores.

    Müller (2002, p.2) também afirma que “julgamentos do conhecimento da pessoa, habilidades, estratégias e administração de tensão também entram na formação de convicções de eficácia”.

    E, finalizando este raciocínio, McAuley e Mihalko (1998) afirmam que este suposto julgamento é produto derivado de um complexo processo de auto-persuasão, que concretiza o processamento cognitivo (levantado por Bandura na afirmação anterior) das diversas fontes de informação de confiança.

    A convicção que uma pessoa tem de que pode executar com sucesso determinado tipo de comportamento necessário para produzir um resultado esperado, ou a expectativa de resultado que se refere à crença pessoal de que a realização de uma ação levará ou originará determinado resultado, é chamado de auto-eficácia. (RODRIGUES JR., 2002, p.1)

    Associados a estes autores, Feltz e Chase (1998) argumentam que as expectativas de auto-eficácia não devem ser confundidas com expectativas de resultado, o que completa a questão sobre a referência não às habilidades do indivíduo e sim a certos julgamentos sobre estas habilidades e realizações, segundo George e Feltz (1995).

    Rodrigues Jr. (2002, p.22-23) estabelece um diferencial entre estas expectativas:

    Expectativa de resultado é definida como uma crença de que um comportamento acarretará certo resultado[...] Enquanto que a expectativa de auto-eficácia é a crença do quanto o indivíduo é competente e o grau de sucesso que ele conseguirá atingir em um determinado comportamento [...] mas agora ele tem a certeza de que consegue... (e do quanto consegue atingir).

    A grande diferença entre estas conceituações é que na primeira, sabe-se o resultado da ação a ser realizada, porém não é sabido se o indivíduo em questão é capaz de realizá-la. No segundo caso, também se sabe o resultado, mas diferentemente da primeira situação, existe a convicção das capacidades individuais para executar aquela ação.

    Albert Bandura, em 1986, reuniu os conceitos de confiança e expectativas e formulou o modelo conceitual daquilo que entendemos como auto-eficácia. Esta conceituação foi adaptada no intuito de explicar comportamentos na própria área da psicologia, para o estudo da confiança e desempenho orientados.

    Para este autor, a auto-eficácia se afirma genuinamente da seguinte forma: “A auto-eficácia percebida se refere às crenças nas capacidades individuais em organizar e executar os cursos de ação necessários para a produção de determinado feito ou realização”. (BANDURA, 1997, p.03)

    Para Maddux (1995, p. 03), durante os cursos de nossas vidas, todos enfrentamos diversas situações de tomadas decisões, solução de problemas (dos mais variados tipos) e inúmeras mudanças.

    Todas estas situações e experiências levam os indivíduos a buscarem adaptações e ajustamentos para prosseguirem suas trajetórias existenciais (MADDUX, 1995, p.03):

    Uma pessoa, com percepção de sua auto-eficácia para uma determinada tarefa, resulta de um processo cognitivo envolvendo experiência passada e contexto social. Assim o processo cognitivo é parte de uma rede de processos, a qual BANDURA (1986) chama de Teoria Social Cognitiva (TSC). (RODRIGUES JR., 2002, p.2)

    McAuley e Mihalko (1998, p. 371-372) afirmam que a expectativa de eficácia pessoal é a crença subjetiva (e, portanto individual) na(s) capacidade(s) pessoal(is) de controle e execução do(s) curso(s) necessário(s) para promover ações que satisfaçam as demandas situacionais.

    A teorização da auto-eficácia passa a ser fundamental para a compreensão dos fatores influenciadores de determinadas ações ou atividades, dentre eles: a escolha de tarefas e seleção; o esforço empregado nas tarefas; o grau de persistência diante de falhas ou estímulos aversivos. Daí sua importância também no processo motivacional do professor.

    Segundo Rodrigues Jr. (2002, p.1), “a auto-eficácia é um dos componentes das habilidades sociais”, sendo construída durante o processo de crescimento e evolução do ser humano através da socialização. E complementa:

    Este processo determinará a competência social do indivíduo. A pessoa competente deve expressar-se honestamente, defender direitos, atingir objetivos próprios e das outras pessoas sempre potencializando as conseqüências positivas. (RODRIGUES JR., 2002, p.1)

Problemas e conflitos de interpretações: as referências de “primeira mão” e as de “segunda mão”

    Considerando estas diversas definições, tanto as de “primeira mão”, genuinamente desenvolvidas pelo pensador e criador da teoria, quanto as de “segunda mão”, que são as definições de autores que ampliam ou derivam das concepções de Bandura, podemos destacar alguns pontos fundamentais na compreensão do construto da auto-eficácia:

  • a importância dos mecanismos cognitivos e do processamento da informação na aprendizagem social cognitiva;

  • a questão da auto-percepção e dos julgamentos destas crenças;

  • a interação entre aspectos relacionados à reciprocidade triádica: comportamento; ambiente e situação + cultura/social; e aspectos individuais, ou ainda subjetivos.

    Ainda com relação às conceituações genuínas e às de segunda-mão, devemos nos atentar para um aprofundamento na fonte das teorias e compreender o modelo teórico sugerido de maneira global.

    Por exemplo, ao estudarmos auto-eficácia, é primordial estudar-se também a TSC, suas premissas e modelos conceituais. Somente assim teremos um aprofundamento teórico condizente com o referencial teórico e de aplicabilidade às diversas áreas do conhecimento, de modo a não fugir da aplicabilidade dos conceitos e suas corretas compreensões, tanto global quanto especificamente.

    Ora, assim sendo, percebe-se a necessidade em notarmos que a concepção da auto-eficácia tem suas origens na própria teoria de aprendizagem social cognitiva (TSC), também de autoria de Albert Bandura (1986).

    A TSC considera que a aprendizagem por observação e os mecanismos internos de cognição (dentre estes a auto-eficácia) e auto-regulação são de fundamental importância na aprendizagem e desenvolvimento humano (BANDURA, 1986).

    Bandura também chama nossa atenção à preocupação das pessoas com relação ao auto-controle, discorrendo que as “[...] pessoas se empenham em controlar os eventos que afetam suas vidas”(BANDURA, 1997, p. 02). E ainda discorre:

    Antigamente, os indivíduos atribuíam este controle a fatores sobrenaturais e extrínsecos ao controle subjetivo. A habilidade em assegurar respostas desejáveis de ações e prevenir as conseqüências indesejáveis, promoveu um potente incentivo para o desenvolvimento e exercício do controle pessoal. (...) Através da seleção e criação de suportes ambientais voltados às suas expectativas, eles contribuíram para dirigirem suas vidas. (...) A capacidade humana em exercer controle é uma dádiva ‘mixada’. O impacto da eficácia pessoal na qualidade de vida depende dos propósitos em que ela é inserida. (BANDURA, 1997, p. 02).

    Conforme já vimos, ao estudar o human agency, dentro dos mecanismos do agenciamento pessoal (personal agency), a auto-eficácia é um dos mais importantes deles, pois permite a atribuição do controle ao próprio indivíduo.

    Pode-se assim perceber que a eficácia pessoal necessita sempre ser compreendida dentro da abordagem social-cognitiva,5 na qual a auto-eficácia é um constructo teórico importante (RODRIGUES JR., 2002), caracterizado como mecanismo cognitivo para mediar motivação e comportamento, voltados a uma determinada meta.

    A auto-eficácia pode ser percebida e exercer seu efeito mediador de ações em várias circunstâncias: situações de escolha; esforço e persistência em determinada tarefa; cognições com respeito a si mesmo e reações emocionais (auto-conhecimento); e na produção do comportamento (NERI, 1986).

    Por esta característica mediadora de ações, a auto-eficácia atua nas tomadas de decisões dos mais diferentes tipos. Geralmente, as pessoas avaliam previamente se estão preparadas ou não para entrarem em ação, sendo que procuram suas potencialidades em resolver tarefas que se considerem capazes e evitam envolver-se em atividades para que não estejam devidamente preparadas.

    Assim, percebemos a auto-eficácia com função protetora ou também facilitando o desenvolvimento e aprimoramento de determinadas habilidades às quais o indivíduo se considere despreparado.

    Quanto maior a auto-eficácia percebida, maior o esforço e a persistência. A auto-eficácia atua diferentemente sobre a aprendizagem de uma habilidade e sobre a execução de habilidades já estabelecidas e internalizadas.

    Nesta relação entre a eficácia e a percepção do esforço e persistência, pode-se notar o nível ótimo de auto-eficácia, que favorece também o desenvolvimento mesclando uma dose entre as incertezas e desafios da tarefa (nível de aspiração) e a percepção e avaliação da capacidade em executar a tarefa (normas de referência e atribuição causal). Desta forma, acontecerá a aquisição de novas habilidades, além da ampliação e desenvolvimento de outras derivadas ou não de padrões já assimilados.

    No aspecto emotivo-comportamental, podemos definir que cognições e interpretações negativas a respeito de si mesmo levam a pessoa a subestimar suas competências e incertezas quanto à realização das tarefas.

    As pessoas que se consideram eficazes agem, pensam e sentem diferentemente das que se percebem como ineficazes. Segundo NERI (p. 2, 2002), “elas produzem sua história e seu futuro, ao invés de simplesmente relatá-lo”.

    Assim sendo, a auto-eficácia afeta também a motivação (para o comportamento). Ocorre a participação efetiva no processo motivacional, passando a influenciar na produção e interesse nas tarefas.

    O senso de eficácia pessoal não apenas afeta as expectativas de sucesso ou fracasso, mas também influencia nesta motivação pelo estabelecimento dos objetivos.

    Se um indivíduo tem um alto senso de eficácia em certa área, este traçará objetivos mais elevados, com menor preocupação e medo do fracasso, persistindo assim por mais tempo quando encontrar dificuldades na realização das tarefas ou metas.

    Por outro lado, caso o senso de eficácia do mesmo seja baixo, este poderá evitar uma tarefa por completo ou simplesmente abandoná-la ao menor sinal de problemas ou adversidades (esforço e persistência).

    O indivíduo tem a possibilidade de se auto-influenciar, através dos desafios que coloca em sua vida e da reação avaliativa de seus rendimentos e realizações. Estes desafios constituem um mecanismo cognitivo fundamental da motivação. Então, os objetivos explícitos e desafiadores não só promovem, mas ajudam a manter a motivação. (RODRIGUES JR., 2002, p. 2)

    Além dos benefícios aos praticantes de atividades físicas, podemos também compreender a necessidade de estudos sobre os pensamentos auto-referentes do próprio agente pedagógico, em especial do profissional atuante em educação física.

    Ora, uma vez que estes mecanismos cognitivos são importantes para compreender os comportamentos e os processos de motivação das pessoas, entender a auto-eficácia do professor pode trazer discussões a respeito da importância da valorização social, auto-estima, esforço e persistência dos profissionais, sempre vinculadas às questões motivacionais do próprio profissional atuante e abrir espaços para reflexão sobre a importância da motivação do professor nos processos de ensino-aprendizagem.

    WOOLFOLK (2000) discorre que há evidências de que um alto senso de eficácia apóie a motivação, mesmo quando este sentimento de eficácia é muito alto, totalmente dissonante com a realidade. Crianças e adultos que são otimistas em relação ao futuro acreditam que podem ser eficientes, têm altas expectativas; são mais saudáveis, menos deprimidos e mais motivados a realizar as tarefas.

    Ações forçadas, resultantes de crenças (ou julgamentos) errôneas(os), geralmente criam efeitos sociais que confirmam a falta de confiança (descrença). (SNYDER, 1980 apud BANDURA, 1986)

    Entendendo as questões de auto-eficácia, possibilitadas através de nossas intervenções e atividades físicas, são facilitados diversos benefícios para o auto-conhecimento e valorização da eficácia pessoal.

    Daí a busca de fundamentação na auto-eficácia para entender os comportamnetos e os fatores influenciadores na prática docente em educação física adaptada.

3.     As fontes de informação e influência sobre a eficácia pessoal

    Para Bandura (1986, p. 21) “Na auto-avaliação de eficácia, há muitas fontes de informação que devem ser processadas, medidas e ponderadas através de pensamentos auto-referentes”.

    Segundo o autor (BANDURA, 1986) o senso de auto-eficácia é constituído por quatro fontes, são elas:

  1. experiências diretas e pessoais;

  2. experiências vicariantes;

  3. persuasão verbal ou social; e

  4. estados fisiológicos e emocionais.

    As experiências diretas são tidas como a fonte principal de influência da auto-eficácia, constituindo-se pela interpretação dos resultados de uma performance realizada. Através destas interpretações os indivíduos medem o efeito de suas ações, o que ajuda a criar suas crenças de eficácia. Resultados interpretados como sucesso aumentam a auto-eficácia; interpretados como carência, a abaixam.

    Agora, as experiências indiretas ou vicariantes são a segunda fonte de auto-eficácia, constitui-se pelos efeitos decorrentes das interpretações feitas sobre as ações de outras pessoas.

    As experiências vicariantes são especialmente úteis em duas situações: quando há insegurança quanto às próprias capacidades, ao comparar-se ao modelo o observador aprende sobre si mesmo; e quando o observador possui um baixo senso de auto-eficácia e precisa aprender a lidar com ele, o modelo pode indicar tanto estratégias comportamentais que levem ao sucesso, como mostrar formas de lidar com as auto-percepções de incapacidade.

    Já a persuasão verbal ou social ocorre através da exposição (verbal ou social) dos julgamentos que outras pessoas têm sobre as habilidades do individuo, utilizado isoladamente causa um senso de auto-eficácia não duradouro, mas pode momentaneamente criar condições motivacionais para comportamentos bem sucedidos, porém, é possível gerar um falso senso de auto-eficácia sobre competências inexistentes.

    Finalmente, as informações obtidas por fonte dos estados fisiológicos, são utilizadas pelas pessoas como indicadores para o desempenho. Por exemplo, sintomas físicos aversivos como: dor de cabeça, cólicas, fadiga; são apontados como indicadores de ineficiência, neste caso o indivíduo tende a confiar menos em sua capacidade para obter sucesso em determinada atividade, apresentam maior segurança em suas capacidades os indivíduos que se sentem em adequado estado de alerta.

    É importante destacar que essas fontes de auto-eficácia não traduzem diretamente os julgamentos de competência. Os indivíduos interpretam os resultados dos eventos e são as informações retiradas destas interpretações que formam o julgamento.

    Estudos apontam evidências de que um alto senso de auto-eficácia apóia a motivação afirmando que indivíduos otimistas em relação ao futuro acreditam que podem ser eficientes na realização de suas ações estabelecendo assim objetivos mais elevados, tendo menos medo de fracasso e persistindo mais tempo quando encontram dificuldades. (BANDURA, 1997; ZIMMERMAN, 1995 apud WOOLFOLK, 2000).

    Para Bandura e Pintrich (1997,1996 apud WOOLFOLK, 2000) pessoas com alto senso de auto-eficácia atribuem seus fracassos à falta de esforço e pessoas com baixo senso costumam atribui-los à falta de capacidade, nesse último a motivação fica comprometida quando os fracassos forem ligados à baixa capacidade.

    Já de acordo com Maddux (1995) os sentimentos de auto-eficácia derivam de 6 (seis) fontes principais de informação:

  1. desempenho e realizações;

  2. experiências indiretas;

  3. persuasão verbal;

  4. experiências imaginárias;

  5. estados fisiológicos; e

  6. estados emocionais.

    As realizações de desempenho, experiências de sucesso e fracasso, são as bases mais seguras para os futuros julgamentos de auto-eficácia, baseando-se em experiências reais, de domínio pessoal e subjetivo.

    Sendo a maioria das experiências de resultados positivos, estas elevarão os níveis de auto-eficácia. Caso contrário, tendo muitas experiências de fracasso (negativas), o nível declinará.

    As experiências indiretas podem ser conhecidas como modelação, ou observação de ações, sendo estas formas de aprendizagem de novas habilidades.6 Esta experiência indireta tem 4 fases para assimilação: atenção, retenção da informação, reprodução motora e motivação.

Figura 01. Modelo esquemático sobre o sistema de informação através da experiência indireta (4 fases): atenção; 

retenção da informação; processos de produção e motivação. (BANDURA, 1986, p. 52)

    A persuasão verbal é a técnica de aumentar a confiança por encorajamentos orais (persuasivos por parte de técnicos, professores, instrutores, colegas, parentes ou auto-persuasão), de caráter positivo. Ou seja, estas mensagens persuasivas positivas encorajam e motivam o indivíduo a determinadas ações, tarefas e atividades.

    Já as experiências imaginárias consistem na utilização da visualização e técnicas de treinamento mental, nas quais o indivíduo se imagina executando e concretizando determinada tarefa. Sua visualização serve como fonte de confiança, demonstrando domínio ou incerteza quanto à tarefa a ser realizada.7

    Os estados fisiológicos influenciam os indivíduos quando os mesmos associam sinais fisiológicos aversivos (negativos) com desempenhos negativos, o contrário ocorrendo com estados fisiológicos agradáveis.

    O complemento destes indícios fisiológicos e a percepção orgânica dos sujeitos seria a experiência emocional, que interpreta, associa e percebe os impulsos emocionais. Sendo assim, as emoções ou humores, podem juntamente com o estado fisiológico, ser uma fonte adicional de informação de auto-eficácia.8

Notas

  1. O primeiro autor trabalhou com diferentes públicos com necessidades especiais: pessoas com deficiência física (cadeirantes e lesados medulares, pessoas com paralisia cerebral); deficiência mental e autismo; surdos e deficientes visuais; terceira idade; trabalhos de reabilitação; e diversos grupos de risco (hipertensos, obesos, gestantes, cardiopatas); em diversos ambientes (clubes, academias, instituições, escolas, recreação, etc.).

  2. A capacidade de um indivíduo ser proativo caracteriza-se pelo fato de justamente possuir autonomia necessária para o gerenciamento humano e a administração dos próprios cursos de vida (lifespans). E também valida a questão da efetividade da tríade do determinismo recíproco, na qual os fatores pessoais, comportamentais e ambientais são relacionados e sistematizados através deste agenciamento humano (BANDURA, 2001).

  3. Entender human agency ou agência humana como formas de auto-intervenção ou autonomia que os indivíduos possuem sobre seus comportamentos, ações e tomadas de decisões.

  4. Costumamos afirmar em nosso grupo de estudos sobre auto-eficácia que a mesma “...têm validade de 24 horas”, fazendo alusão a suas características dinâmicas e de constante transformação.

  5. Para uma melhor compreensão epistemológica a respeito da teoria social cognitiva, vide BANDURA (1986) nas referências bibliográficas.

  6. Esta fonte passa a ser fundamental, por exemplo, em atletas que não têm experiência de realização de certas tarefas, ao observarem companheiros ou adversários executando movimentos e tarefas que aqueles ainda não tivessem feito, colabora para que baixem a ansiedade e se convençam pelas experiências indiretas de que podem realizar a tarefa.

  7. Essa metodologia de imaginar-se futuramente comportando-se efetivamente ou não em situações futuras é também conhecida como mentalização da tarefa.

  8. Devemos nos ater a compreender os efeitos da percepção da auto-eficácia sobre o comportamento não de maneira global, mas como um conjunto de auto-percepções variáveis segundo as atividades, circunstâncias ambientais, dificuldade da tarefa, número de domínios a que se refere, intensidade e situações fisiológicas e emocionais na tarefa.

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