Dicotomia paraolímpica Dicotomía paraolímpica |
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Prof. MSc. Educação Física. Mestrando em Ciências da Motricidade Humana Universidade Estácio de Sá. Universidade Castelo Branco Presidente da Federação de Basquetebol em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro Diretor de Tiro Adaptado da Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas Responsável pelo Projeto Down da Universidade Estácio de Sá |
Sérgio Jose Castro (Brasil) |
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Resumo O objetivo deste artigo é o de possibilitar ao leitor a identificação do processo através do qual as diversas deficiências tem viabilizadas suas participações no Paraesporte Brasileiro, uma vez que diferem totalmente do sistema adotado pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (COB) no qual cada modalidade possui a sua própria Federação ou Confederação Nacional ou Internacional. O atual artigo visa propiciar uma visão atualizada da dicotomia existente entre as diversas deficiências e a forma através da qual tem suas participações asseguradas como foco no princípio citado no Manifesto Mundial da FIEP 2000. Unitermos: Paraesporte. Deficiência. Comitê Paraolímpico Brasileiro
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010 |
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Introdução
Tradicionalmente, o Paraesporte nacional pode ser caracterizado como a forma mais abrangente de poder reintegrar à sociedade, indivíduos que tenham sofrido um processo de perda de sua identidade através de mutilações ou até mesmo de ausência de movimentos causados por causas ainda desconhecidas pela ciência atual e que, mesmo assim, o paraesporte consegue contemplar com modalidades paraesportivas que certamente o conduzirão a um patamar de reintegração social e, naturalmente, de superação social através desta prática, a qual certamente irá causar uma satisfação pessoal exacerbada.
Contudo, essa prática, embora pautada em princípios internacionais de igualdade, tem demonstrado ao longo dos tempos, uma dicotomia paraesportiva marcante. Por exemplo, os Deficientes auditivos, que foram, através da história classificados como os primeiros a fazerem o esporte adaptado através do mundo, no ano de 1888, com o Futebol de Surdos, na Alemanha, até hoje, não participam das Paraolimpíadas ou Jogos Paraolímpicos, que são consideradas a maior competição paraesportiva mundial, da qual somente participam Deficientes Visuais, Amputados, Anões, Les Autres, Deficientes Físicos). Eles participam de Campeonatos Mundiais, através de sua Associação Internacional, o Comitê International de Sports de Sourds ( CISS) Já os indivíduos com Síndrome de Down, também tem as suas próprias competições conhecidas como Olimpíadas Especiais (Esportes de Inverno e Verão), da qual participam Atletas com Síndrome de Down, Deficientes Intelectivos, Retardados Mentais, Deficientes Mentais e também pessoas ditas “normais”, através de um processo denominado “esportes Unificados”, onde atletas sem deficiência participam com atletas deficientes é importante ressaltar que estes também não participam do Processo paraolímpico. Os Deficientes Mentais também tem os seus próprios campeonatos Mundiais, realizados através da Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais (ABDEM). Com o pode ser visto, existe uma discriminação dentro da discriminação, onde pessoas com deficiência não tem o direito de participar em uma competição como as Paraolimpíadas.
Histórico do paraesporte no Brasil e no mundo
Foi após a I Guerra Mundial que o esporte começou a ser utilizado como ferramenta para reabilitação e inserção social da pessoa portadora de deficiência. Primeiramente, a intenção era oferecer uma alternativa de tratamento aos indivíduos que sofreram traumas medulares durante o conflito. Entretanto, em 1944, por meio de um convite do Governo Britânico, Dr. Ludwig Guttmann inaugura um centro de traumas medulares dentro do Hospital de Stoke Mandeville. É exatamente neste ponto da história que começa, segundo estudiosos e documentos coletados em sites direcionados para o assunto, a trajetória do que chamamos hoje de Esporte Paraolímpico.
É bem verdade que o esporte para atletas portadores de deficiência existe há mais tempo e que há contribuições datadas dos séculos XVIII e XIX que atestam a importância da atividade física como agente reeducador e reabilitador destas pessoas. Entretanto, é a partir de 1944 que este movimento em prol do desenvolvimento e fomento do esporte paraolímpico ganha maior força e apoio.
Dr. Guttmann introduziu o esporte como parte do tratamento de reabilitação de lesados medulares. A receptividade positiva fez com que rapidamente a atividade física evoluísse para o nível competitivo. Assim, em 1948 foram realizados os primeiros Jogos de Stoke Mandeville, paralelamente aos Jogos Olímpicos que ocorriam em Londres. Com isso, aconteceram as primeiras competições de atletas em cadeira de rodas. Desde então, de quatro em quatro anos são realizados os Jogos de Stoke Mandeville.
Este primeiro passo foi fundamental para o crescimento do Paradesporto Mundial. Em 1952, foi fundado o Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, que depois viria a se tornar a Federação Internacional de Esportes em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville (ISMWSF). Hoje, a ISMWSF é responsável pela organização e realização de eventos mundiais direcionados aos atletas cadeirantes.
Em 1960, o Dr. Antônio Maglio, diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, Itália, sugeriu ao Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville que a competição fosse realizada em Roma, logo após das XVI Olimpíadas. Assim, aconteceriam os primeiros Jogos Paraolímpicos. A competição utilizou as mesmas instalações dos atletas não portadores de deficiência e reuniu 400 paraatletas. No total, participaram da primeira Paraolimpíada 23 países e o evento contou o apoio de autoridades locais. A partir daí, com raras exceções, os Jogos Paraolímpicos passaram a ser realizados algumas semanas após os Olímpicos na mesma cidade sede.
Fruto do crescimento do esporte adaptado, em 1964, foi criada a Organização Internacional de Esportes para Deficientes (ISOD). A ISOD, na época, oferecia aos atletas com outras deficiências, que não a lesão medular, a oportunidade de participarem de eventos que contribuíssem para o desenvolvimento esportivo dos mesmos. Já no início, a ISOD contava com a filiação de 16 países. Até então somente havia competições paraolímpicas para pessoas em cadeira de rodas.
E foi por meio de um trabalho sério e árduo que a ISOD conseguiu incluir nos Jogos Paraolímpicos de Toronto, em 1976, provas para os atletas cegos e amputados. Em 1980, nos Jogos Paraolímpicos de Arnhem, foi a vez dos atletas paralisados cerebrais se juntarem à competição.
Toda esta movimentação impulsionou o fortalecimento do paradesporto enquanto esporte de rendimento. O número de atletas cresceu e com isso surgiu a necessidade de organizações que cuidassem do fomento do esporte para cada deficiência. Assim, em 1978, foi criada a Associação Internacional de Esportes e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA) e, em 1980, a Associação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA). Com isso, a ISOD agora ficaria responsável pelo desenvolvimento mundial dos esportes para atletas amputados.
O surgimento destas organizações tornou imperativo a criação de uma coordenação geral que, democraticamente, envolvessem as quatro áreas de deficiência (cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais e cegos) na organização dos Jogos Paraolímpicos. Diante disso, em 1982, foi fundado o Comitê Internacional Coordenador dos Esportes para Deficientes no Mundo (ICC). Faziam parte do ICC os presidentes das quatro entidades administradoras do paradesporto mundial (ISMWSF, ISOD, CP-ISRA e IBSA), além de um secretário geral e, primeiramente, um vice-presidente, que depois viria a se tornar um diretor técnico.
Em 1986, a Federação Internacional de Esportes para Deficientes Mentais (INAS-FID) e o Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) juntam-se ao ICC. Entretanto, o CISS - que já existia desde de 1922 – continuou mantendo a organização de seus jogos; não se envolvendo nas competições das outras deficiências.
Apesar do ICC ser fruto da união das seis organizações de esporte para deficientes, o crescimento do paradesporto no mundo implicava a criação de uma entidade autônoma que propiciasse o fomento e acompanhasse o crescimento do esporte adaptado nos diversos países do planeta. Uma entidade capaz de gerenciar as demandas nacionais e regionais do paraolimpismo. Assim, em 1989, foi fundado o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) na Alemanha.
Hoje, o IPC é a única entidade internacional responsável pela organização e realização de eventos esportivos que envolvam mais de uma deficiência. São membros do Comitê a ISMWSF, ISOD, CP-ISRA, IBSA, INAS-FID e mais 160 Comitês Paraolímpicos Nacionais.
Em 2000, durante a realização dos Jogos Paraolímpicos de Sydney, foi assinado um acordo de cooperação entre o IPC e o Comitê Olímpico Internacional, garantindo a colaboração entre as duas entidades. Em 2001, outro acordo foi assinado assegurando que os Jogos Paraolímpicos seriam sempre realizados na mesma cidade e com a mesma organização dos Jogos Olímpicos.
Jogos Paraolímpicos
Em 1960, foram realizados os primeiros Jogos Paraolímpicos. Estes Jogos tiveram como sede a cidade de Roma e aconteceram logo após os Jogos Olímpicos – realizados também na Itália. Desde então, já foram realizadas mais dez Paraolimpíadas. No quadro abaixo, estão especificadas as cidades que acolheram o evento, o número de participantes e a quantidade de países envolvidos.
Ano
Cidade
País
Nº de atletas
Nº de países
1960
Roma
Itália
400
23
1964
Tóquio
Japão
390
22
1968
Tel Aviv
Israel
750
29
1972
Heidelberg
Alemanha
1.000
44
1976
Toronto
Canadá
1.600
42
1980
Arnhem
Holanda
2.500
42
1984
Nova Iorque
Estados Unidos
4.080
42
Stoke Mandeville
Inglaterra
1988
Seul
Coréia do Sul
3.053
61
1992
Barcelona
Espanha
3.020
82
1996
Atlanta
Estados Unidos
3.195
103
2000
Sydney
Austrália
3.843
123
2004
Atenas
Grécia
4.000
142
2008
Beijing
China
4.000
147
As Paraolimpíadas de Atenas aconteceram nos dias 17 e 28 de setembro de 2004 e reuniram quatro mil atletas de 142 países. Além disso, a cidade recebeu cerca de três mil jornalistas e fotógrafos; 1.000 técnicos e arbitrários; 2.000 apoios de delegação; 2.500 convidados oficiais e 35.000 pessoas encarregadas pela organização dos jogos, sendo que, desse total, 1.500 foram voluntários.
Hoje, são disputadas 19 modalidades nos Jogos Paraolímpicos de verão. São elas: tiro com arco, atletismo, bocha, ciclismo, hipismo, futebol de cinco, futebol de sete, goalball, judô, halterofilismo, tiro, natação, tênis de mesa, vôlei, basquete em cadeira de rodas, esgrima, rugby, tênis e iatismo. Já nos Jogos Paraolímpicos de Inverno, são disputadas as modalidades de esqui, esqui nórdico, hockey, wheelchair curling, dança em cadeira de rodas e bowls.
O paraesporte no Brasil
Há 45 anos surgiam no Brasil as primeiras entidades com o objetivo de desenvolver o esporte para pessoas portadoras de deficiência. Assim, em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro; sendo seguido pelo Clube dos Paraplégicos de São Paulo, em São Paulo. Os precursores deste movimento foram Robson de Almeida Sampaio e Sérgio Delgrande. Um ano depois, em 1959, aconteceu a primeira competição de atletas portadores de deficiência em nosso país. Foi um jogo de basquete em cadeira de rodas que reuniu as equipes do Rio de Janeiro e São Paulo.
Foi por meio do basquete que se iniciou a prática esportiva para pessoas portadoras de deficiência no Brasil. Com o tempo, outras modalidades foram incorporadas e surgiu a necessidade da criação de uma entidade que organizasse o paradesporto nacionalmente; uma entidade que falasse numa única voz com as organizações internacionais.
Assim, em 1975, foi fundada a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE). A ANDE já nasceu com um desafio: realizar os Jogos Parapanamericanos de 1977. Era preciso uma entidade capaz de responder e acompanhar o crescimento do esporte adaptado brasileiro. Dessa maneira, a ANDE acolheu todas as áreas de deficiência.
Entretanto, a exemplo do que aconteceu internacionalmente, o desenvolvimento do paradesporto nacional e o aumento expressivo do número de atletas e de modalidades fomentadas exigiu que a estrutura, até então formatada, fosse reestruturada. Assim, em 1984, são criadas a Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC) e a Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR). Como o próprio nome já diz, estas duas associações surgem com o intuito de organizar, desenvolver e fomentar o esporte praticado por atletas cegos e em cadeira de rodas, respectivamente.
A ANDE ficaria, ainda, até a década de 90, responsável pelas outras áreas de deficiência. No entanto, em 1990, é criada a Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA) e, em 1995, a Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais (ABDEM). Hoje, a ANDE organiza os esportes para paralisados cerebrais e les autres. Até então, o paradesporto no Brasil era desenvolvido por meio de campeonatos regionais e nacionais; entretanto de forma bastante precária devido à falta de recursos para investir na realização de grandes eventos.
Em 1995, as cinco entidades nacionais de administração do paradesporto (ANDE, ABDC, ABRADECAR, ABDA e ABDEM) se unem e criam o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). O CPB, a partir de então, é o órgão responsável pela organização de eventos nacionais, que envolvam mais de uma deficiência, bem como a entidade que, por dever, envia os nossos paratletas aos campeonatos sancionados pelo Comitê Paraolímpico Internacional (IPC). Hoje,nano de 2007, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) apresente a seguinte constituição, a níveis nacional e Internacional :
Estrutura nacional
Estrutura internacional
Hoje, 2007, fazem parte do CPB, as seguintes entidades nacionais do paraesporte:
Entidades nacionais
ABRADECAR: Associação Brasileira de Desporto em Cadeira em Rodas
FBVM: Federação Brasileira de Vela e Motor
CBT: Confederação Brasileira de Tênis
CBDC: Confederação Brasileira de Desportos para Cegos
ANDE: Associação Nacional de Desporto para Deficientes
ABDEM: Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais
ABVP: Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico
CBBC: Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas
Neste mesmo ano e em 1996, com o apoio do Governo Federal, principalmente do Ministério Extraordinário dos Esportes, e de várias empresas públicas e privadas, são realizados os Jogos Brasileiros Paradesportivos. A primeira edição do evento reuniu em Goiânia cerca de 700 atletas cegos, cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais, deficientes metais e les autres. Já os II Jogos Brasileiros Paradesportivos aconteceram no Rio de Janeiro e foram seletivos para as Paraolimpíadas de Atlanta. A competição contou com a participação de artistas, esportistas olímpicos, do Ministro Pelé e com a criação de um Hino em homenagem aos atletas paraolímpicos brasileiros.
Em 2001, foi sancionada a Lei 10.264 (Lei Agnelo-Piva) que estabelece que 2% da arrecadação bruta dos prêmios das loterias federais sejam repassados aos comitês olímpicos e paraolímpicos brasileiros. Deste montante, 15% dos recursos são direcionados ao CPB e devem ser investidos na formação, preparação técnica, manutenção e locomoção dos atletas aos locais de competição.
Assim, o esporte paraolímpico no Brasil conta com uma receita fixa de cerca de R$ 10 milhões por ano e está crescendo e se desenvolvendo tecnicamente. Hoje, esporte adaptado também é sinônimo de esporte de alto rendimento em nosso país. Todo este investimento deve ser revertido em medalhas nas Paraolimpíadas de Atenas, em 2004.
Brasil nos Jogos Paraolímpicos
O Brasil foi representado pela primeira vez em Paraolimpíadas, nos jogos de Heidelberg (Alemanha), em 1972. Entretanto, as primeiras medalhas somente viriam quatro anos depois, nos Jogos Paraolímpicos de Toronto, Canadá. Foram duas medalhas de prata, conquistadas na bocha sobre a grama, pelos atletas Robson Sampaio e Luís Carlos “Curtinho”. Nas Paraolimpíadas de Arnhem, Holanda, o Brasil não conquistou nenhuma medalha, sendo representado somente pelo time masculino de basquete em cadeira de rodas.
Em 1984, as competições dos Jogos Paraolímpicos foram divididas em duas cidades: Nova Iorque (EUA) e Stoke Mandeville (Inglaterra). Em Nova Iorque foram realizadas as provas para atletas cegos, paralisados cerebrais e amputados. Já em Stoke Mandeville aconteceram as competições dos atletas em cadeira de rodas. Esta foi a melhor participação brasileira em jogos paraolímpicos, conquistando 28 medalhas (sete de ouro, 17 de prata e quatro de bronze).
Em Seul (1988), os atletas paraolímpicos do Brasil ganharam de 27 medalhas e, com isso, alcançaram a 25ª colocação entre os 61 países participantes. No total foram quatro medalhas de ouro, dez de prata e 13 de bronze.
Em 1992, aconteceram os Jogos Paraolímpicos de Barcelona e o Brasil não manteve a quantidade de medalhas conquistadas na competição anterior. Na Espanha, os atletas brasileiros ganharam apenas sete medalhas, sendo três de ouro e quatro de bronze. No entanto, voltamos para casa com dois recordes mundiais, conquistados pelos atletas de atletismo Luiz Cláudio Pereira e Suely Guimarães. Com isso o Brasil terminou em 30° lugar da competição, entre os 82 países participantes.
Já em Atlanta, em 1996, a quantidade de medalhas conquistadas pelos nossos paratletas voltou a subir. No total, o Brasil subiu 21 vezes ao pódio, sendo que por duas vezes foi tocado o nosso Hino Nacional. Foram duas medalhas de ouro, seis de prata e 13 de bronze. Participaram destes Jogos Paraolímpicos 58 atletas brasileiros, que alcançaram a 37ª posição entre os 103 países participantes.
Em 2000, nos Jogos Paraolímpicos de Sydney a delegação do Brasil fez uma linda campanha. Foram quebrados quatro recordes mundiais no atletismo com as atletas Roseane Santos (Rosinha) e Ádria Rocha. No total, os atletas brasileiros conquistaram 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze) e alcançaram a 24ª colocação entre os 123 países que atenderam à competição. No geral, esta foi a melhor participação brasileira em Paraolimpíadas desde os Jogos de 1984, que aconteceram em Nova Iorque e Stoke Mandeville.
Os atletas paraolímpicos brasileiros estão de parabéns! Em 2004, nos jogos de Atenas, eles quebraram o recorde de medalhas conquistadas pelo nosso País. Foram 33 conquistas, 14 medalhas de ouro, 12 de prata e sete de bronze; além de sete recordes mundiais e dois paraolímpicos.
O Brasil foi representado nos jogos de Atenas por 13 modalidades e alcançou recordes louváveis, como o da prova de lançamento de disco. Roseane Santos, conhecida como Rosinha, conquistou o recorde mundial da prova, estabelecendo a marca de 31,73 metros na categoria F - 58.
Outro recordista mundial, que também se destacou, foi o velocista Antônio Delfino, o brasileiro estabeleceu o tempo de 48s47 e consagrou-se como o atleta mais rápido do mundo na prova dos 400 m rasos. Delfino também recebeu medalha de ouro na prova de 200m rasos.
Em 2008, os Jogos Paraolímpicos ocorreram em Pequim (China), entre os dias 6 cerimônia de abertura) e 17 de setembro (cerimônia de encerramento). Houve a participação de mais de quatro mil atletas de diversos países, inclusive do Brasil.
Os Jogos Paraolímpicos de 2008 chegaram ao fim e o Brasil tem um novo
herói: o nadador Daniel Dias conquistou nada menos que nove medalhas,
sendo quatro delas de ouro. Ele subiu ao pódio em todas as provas que disputou
e bateu três recordes mundiais, além de um paraolímpico. E foi apenas a sua
primeira participação no evento.
Mas o atleta não é o único motivo de orgulho para os
brasileiros. Afinal, a delegação bateu seu recorde e trouxe 47 medalhas no
total, sendo 16 de ouro – outra marca histórica. Além do show
verde-e-amarelo na natação e no atletismo, que teve em Lucas Prado a sua maior
estrela, algumas modalidades renderam medalhas inéditas para o país, como a
bocha e o tênis de mesa. Como resultado, o Brasil terminou a
competição na nona
colocação, a melhor do país na história dos Jogos.
Os atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de
Pequim 2008 foram recebidos no dia 1º de outubro, pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Entre os presentes ao encontro estavam o nadador César
Cielo, medalha de ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre; a saltadora
Maurren Maggi, ouro no salto em distância e primeira brasileira da história a
ganhar uma medalha dourada individual; e o nadador Daniel Dias,
responsável pela conquista de nove medalhas nas paraolimpíadas, quatro delas
de ouro.
Estou feliz de saber que o presidente valoriza o esporte
paraolímpico e que a partir de agora a sociedade pode se orgulhar dos atletas.
Para nós será muito bom. Depois de Pequim já sentimos muita diferença.
Espero que tenhamos cada vez mais reconhecimento pro esporte - declarou Daniel
Dias.
O encontro aconteceu às 11h30min e contou ainda com a presença do ministro do Esporte Orlando Silva Júnior, do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, do chefe da missão brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Marcus Vinícius Freire, dos subchefes Bernard Rajzman e José Roberto Perillier, além de presidentes de confederações olímpicas e paraolímpicas.
No quadro abaixo estão relacionadas as Paraolimpíadas em que o Brasil participou e a relação de medalhas conquistadas:
Ano |
Cidade |
País |
Ouro |
Prata |
Bronze |
Total |
1972 |
Heidelberg |
Alemanha |
0 |
0 |
0 |
0 |
1976 |
Toronto |
Canadá |
0 |
2 |
0 |
2 |
1980 |
Arnhem |
Holanda |
0 |
0 |
0 |
0 |
1984 |
Nova Iorque |
EUA |
1 |
3 |
2 |
28 |
Stoke Mandeville |
Inglaterra |
6 |
14 |
2 |
22 |
|
1988 |
Seul |
Coréia do Sul |
4 |
10 |
13 |
27 |
1992 |
Barcelona |
Espanha |
3 |
0 |
4 |
7 |
1996 |
Atlanta |
EUA |
2 |
6 |
13 |
21 |
2000 |
Sydney |
Austrália |
6 |
10 |
6 |
22 |
2004 |
Atenas |
Grécia |
14 |
12 |
7 |
33 |
2008 |
Beijing |
China |
16 |
14 |
17 |
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Referências
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WINNICK, J. P. Adapted physical education and sport. Illinois, Champaign: Human Kinectics Books, 1990.
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